Su-32 - um sonho revolucionário

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Spectral

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« Responder #45 em: Julho 14, 2004, 01:40:29 pm »
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A Alemanha, durante muito tempo, equacionou a hipótese de o fazer e foi com muita relutância que desistiu da ideia, por pressões dos outros parceiros e da Airbus, que queriam salvar o A400.


Se bem me lembro, a Alemanha em meados dos anos 90 numa altura em que cancelou/adiou muitos projectos ( Leo2A5/A6, Eurofighter, A400M, U212, F124) pensou seriamente em abandonar o A-400M e participar no desenvolvimento do An-70. Desistiram da ideia quando viram os prejuízos que o cancelamento do A-400M traría à Airbus e à indústria alemã (não nos podemos esquecer da importância destes factores na tomada de decisões).

Mas acho que o Moi focou um ponto essencial: nos dias de hoje, mais do que estarmos a projectar a defesa do país ou do triângulo Continente-Açores-Madeira através destes meios convencionais, é preciso apostarmos numa capacidade de projecção estratégica adequada.

Cumptos
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JNSA

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« Responder #46 em: Julho 14, 2004, 04:37:21 pm »
Antes do mais, muito bem-vindo Moi  :?
 

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Spectral

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« Responder #47 em: Julho 14, 2004, 09:05:54 pm »
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Quanto ao An-70, sofre do mesmo "mal" que o o Su-32 - é russo...


Não, o An-70 é ucraniano  8)  8)  8)  8)

O que muda um bocado as coisas, porque os russos até nunca estiveram muito entusiasmados com esse projecto...
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dremanu

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« Responder #48 em: Julho 15, 2004, 03:42:46 pm »
Vocês sabiam que a Indonésia opera aviões Russos?

SU-27SK





SU-30 MK









Em conjunto com o F-16 A/B







Tendo em conta que a Indonésia usa as duas plataformas, acho que os Americanos não poriam entraves a Portugal se a FAP escolhe-se usar o SU-32.
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papatango

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« Responder #49 em: Julho 15, 2004, 04:00:43 pm »
Dremanu

São situações diferentes.

A nossa apreciação do SU-32/SU-34 implica uma utilização muito diferente desse avião. Ou seja, nós vemos o SU-32/34 como um avião naval, ou seja, um avião com capacidade para controlar o mar. E acima de tudo, controlar um mar numa região a menos de quatro horas de vôo de Washington.

Os Indonésios estão verdes de raiva porque com o problema de Timor, o fornecimento de peças americano foi suspenso, e a Indonésia ficou quase sem aviões capazes de operar.

É por isso que o embargo de armas por parte dos americanos é complicado. Uma vez iniciado, é uma complicação para acabar com ele. a Burocracia americana deve ter aprendido com algum imigrante portuga... :D

Os indonésios, chegaram mesmo a pedir ao governo que vendesse os F-16 para comprar mais Sukhoi.

Mas lembremo-nos sempre que são aviões de caça, e não aviões especialmente pensados para ataque como os SU-32/34, por isso as implicações são diferentes.

De qualquer forma os australianos colocam as barbas de molho ao preparar a aquisição de contra-torpedeiros anti-aéreos, como (eventualmente) os F-100.

Outra coisa.

Já pensou que depois da segunda guerra mundial a nossa força aérea vive de programas de ajuda americanos?

Foi assim com o F-86, depois com os A-7 e com os F-16. Só os Fiat G-91 escaparam deste processo, e esses não são exactamente aviões de primeira linha.

Portanto fazer algo como comprar aviões aos russos, era dizer aos americanos: "Já não estamos interessados nos vossos apoios á nossao força aérea". Acho que ninguém na força aérea estaría interessado nisso.

Depois há, a questão de, nesse caso, haver a possibilidade de utilizar os novos F-18 Super-Hornet, que não são tão capazes, mas não deixam de ser aviões poderosos.

Cumprimentos
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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emarques

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« Responder #50 em: Julho 15, 2004, 04:01:23 pm »
A Indonésia não faz parte da OTAN. :P É capaz de fazer uma certa diferença que se estaja a falar de um país que fica do outro lado do mundo ou de um país europeu.
Ai que eco que há aqui!
Que eco é?
É o eco que há cá.
Há cá eco, é?!
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dremanu

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« Responder #51 em: Julho 15, 2004, 09:47:33 pm »
O que o papatango e emarques dizem faz perfeito sentido. :D

Já agora, em relação ao F-18 Super-Hornet, quais são as grandes diferenças entre os dois aviões, e porque é que a FAP não opera um avião desses?
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Spectral

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« Responder #52 em: Julho 15, 2004, 10:06:31 pm »
O F-18 E/F Super ( também conhecido como "Sewer" de esgoto) é talvez o pior desenho de um caça americano nos últimos 20-30 anos. As suas soluções técnicas são horrorosas, e apenas a electrónica é razoável.

Não faz sentido mudarmos de F-16M para F-18E/F. Apesar das vantagens nalgumas áreas, continuam a ser aviões da mesma geração ( e como já disse, o F-18E/F tem algums problemas sérios).
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Ricardo Nunes

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« Responder #53 em: Julho 16, 2004, 09:25:43 am »
A grande razão para a Força Aérea não operar aeronaves mais avançadas Dremanu resume-se, infelizmente, a um único factor - a falta de dinheiro.

Por outro lado vejo a "ajuda" americana com bons olhos. Embora a vinda dos F-84 se tenha dado por razões de "amizade e ajuda" já a vinda dos F-86, A-7P e F-16 se deu como pagamento da utilização da base das Lajes. Pessoalmente acho isto óptimo mas, como é normal, o equipamento sendo já considerado semi-obsoleto é sempre caracterizado como ajuda.
Aquilo que Portugal sempre deveria ter feito, e aí tomado uma decisão mais firme, era ter exigido mais aos americanos.
Relembro por exemplo a vergonha que foi o nosso governo requesitar F-16C Block 40 para compra em 1991 e os americanos apenas disponibilizarem o F-16A Block 15.
Ou seja, a capacidade que só agora estamos a introduzir já a podíamos ter em parte em 1994 quando chegaram os novos F-16s mas, e sabe lá Deus porquê, fomos condicionados pelo congresso dos EUA.
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JNSA

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« Responder #54 em: Julho 16, 2004, 12:11:33 pm »
Citação de: "dremanu"
Já agora, em relação ao F/A-18 Super-Hornet, quais são as grandes diferenças entre os dois aviões, e porque é que a FAP não opera um avião desses?


Dremanu, para além dos aspectos que o Spectral já referiu, não faria muito sentido à FAP usar Hornets/Super Hornets.

Em primeiro lugar, é uma aeronave pensada inicialmente para realizar missões semelhantes às do F-16. De resto, um F/A-18 A/B/C/D não traria nada de novo à FAP - tem um alcance reduzido e avionics equivalentes aos do F-16 (e quase de certeza inferiores aos do MLU, visto que não seriam dos modelos mais recentes). A manobralidade é semelhante à do F-16. A única vantagem evidente é o facto de ter dois motores.

Na USN, os Hornets destinavam-se a substituir os F-4 e os A-7, e complementar os F-14. Rapidamente se percebeu que eram apenas caças ligeiros, com pouco alcance para realizar a defesa aérea de um porta-aviões, bem como para realizar ataques em profundidade.

Mais uma vez o ditado que diz que "o que nasce torto, tarde ou nunca se endireita" ficou aqui comprovado - para resolver os problemas de alcance (e prevenir a futuro abate ao serviço dos F-14) redesenhou-se o avião e criou-se o F/A-18 E/F. O resultado foi um avião com mais alcance (mas que mesmo assim recorre sempre a REVO na maioria das missões), mas que perdeu parte da manobralidade.

Na FAP, seria uma duplicação de capacidades, associada a uma duplicação inútil de logística; esta só se justificaria se o avião trouxesse algo de novo. Com o Su-32 ela seria um pequeno preço a pagar face às capacidades acrescidas. Face ao F/A-18 E/F o Su-32 tem:
-melhores capacidades ASuW e ASW (estas são inexistentes no Super Hornet)
-melhores capacidades como aeronave de ataque em profundidade e mesmo como interceptor
-melhores capacidades EW e AEW
-melhor alcance e provavelmente uma manobralidade semelhante
-melhores condições para a tripulação

O resto, o Ricardo já explicou perfeitamente.
 

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Spectral

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« Responder #55 em: Julho 16, 2004, 02:02:16 pm »
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Por outro lado vejo a "ajuda" americana com bons olhos. Embora a vinda dos F-84 se tenha dado por razões de "amizade e ajuda" já a vinda dos F-86, A-7P e F-16 se deu como pagamento da utilização da base das Lajes. Pessoalmente acho isto óptimo mas, como é normal, o equipamento sendo já considerado semi-obsoleto é sempre caracterizado como ajuda.
Aquilo que Portugal sempre deveria ter feito, e aí tomado uma decisão mais firme, era ter exigido mais aos americanos.
Relembro por exemplo a vergonha que foi o nosso governo requesitar F-16C Block 40 para compra em 1991 e os americanos apenas disponibilizarem o F-16A Block 15.
Ou seja, a capacidade que só agora estamos a introduzir já a podíamos ter em parte em 1994 quando chegaram os novos F-16s mas, e sabe lá Deus porquê, fomos condicionados pelo congresso dos EUA.


 :shock:  :wink:
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Ricardo Nunes

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« Responder #56 em: Julho 16, 2004, 03:20:16 pm »
Aquando da intenção de aquisição de F-16s por parte de Portugal, a Força Aérea Portuguesa e o próprio governo anunciou aos Estados Unidos a intenção de adquirir este tipo de aeronaves no modelo C - Block 40.

Contudo o congresso dos EUA não aprovou a venda e cedência das aeronaves ( não faço a mínima ideia porquê ) e anunciou a Portugal que permitiria apenas a cedência de F-16A Block15 OCU. Tal concretizou-se no programa Peace Atlantis I.
Hoje em dia a cedência de tecnologia por parte dos EUA a Portugal já não constitiu problemas mas durante a década de noventa foi preocupante a relutância com que os EUA encaravam a operação de armamento desenvolvido por Portugal.
Ricardo Nunes
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« Responder #57 em: Julho 16, 2004, 09:44:45 pm »
Citar
Aquando da intenção de aquisição de F-16s por parte de Portugal, a Força Aérea Portuguesa e o próprio governo anunciou aos Estados Unidos a intenção de adquirir este tipo de aeronaves no modelo C - Block 40.

Contudo o congresso dos EUA não aprovou a venda e cedência das aeronaves ( não faço a mínima ideia porquê ) e anunciou a Portugal que permitiria apenas a cedência de F-16A Block15 OCU. Tal concretizou-se no programa Peace Atlantis I.
Hoje em dia a cedência de tecnologia por parte dos EUA a Portugal já não constitiu problemas mas durante a década de noventa foi preocupante a relutância com que os EUA encaravam a operação de armamento desenvolvido por Portugal.


Muito curioso...

Claro que os block 40 seriam mais caros, mas a diferença de capacidades é abismal ( entretanto, passaram 15 anos e temos 1 F-16MLU a voar...)
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Tiger22

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« Responder #58 em: Julho 18, 2004, 01:16:58 am »
SU-32



Lindo :D  :D

E continuo a pensar: Só não o temos porque não queremos. As influências externas não seriam nem muito relevantes nem determinantes.
"you're either with us, or you're with the terrorists."
 
-George W. Bush-
 

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ACabral

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« Responder #59 em: Julho 18, 2004, 01:57:58 pm »
Esta é a minha primeira participação e em primeiro lugar gostaria de dar os parabéns pelo fórum.

Em relação ao assunto em questão, da parte americana não haveria nenhum problema se optarmos pelo SU-32. Aqui em Washington os portugueses somos considerados um dos dois aliados mais fiáveis dos Estados Unidos na Europa (os outros são os ingleses).

Por tal motivo e segundo eles tudo aquilo que reforçar a defesa e segurança no atlântico norte, redunda em maior segurança e protecção para eles próprios. Portanto, da parte “politica” não haveria nenhum entrave à compra dos ditos aparelhos.

O problema poderia advir do “complexo industrial”, mas como não há nenhum avião equivalente fabricado pelos Estados Unidos essa questão também não se coloca.

Em suma e mais uma vez, essa eventual compra só estaria dependente da nossa própria vontade.