AMX (A-1AM/BM)

  • 59 Respostas
  • 20514 Visualizações
*

Vitor Santos

  • Moderador Global
  • *****
  • 6822
  • Recebeu: 965 vez(es)
  • Enviou: 480 vez(es)
  • +8957/-10219
Re: AMX (A-1M)
« Responder #45 em: Junho 02, 2020, 08:34:48 pm »
Força Aérea Brasileira recebeu oitavo AMX modernizado


Citar
O jornalista Victor Barreira (Twitter @Defence360) informou que Força Aérea Brasileira recebeu seu oitavo caça modernizado AMX (A-1M) em março, segundo a Embraer.

Onze aeronaves A-1A e três aeronaves A-1B estão sendo modernizadas pela Embraer, em vez de 43 aeronaves (33 A-1As e dez A-1Bs) conforme planejado originalmente.

Quando o programa de modernização tomou forma, a FAB contava com 53 jatos A-1 em seu inventário, sendo dez bipostos e quarenta e três monopostos (posteriormente, um monoposto foi perdido em acidente, no final de 2012). Esperava-se que a FAB modernizasse todos os seus A-1, assim como havia ocorrido no programa do F-5BR.

Mas, naquele momento, a FAB decidiu que modernizaria somente 43 células. O que não se imaginava é que alguns anos depois aquele número seria ainda mais reduzido.

O programa de modernização do A-1 começou em 2003, com a contratação da Embraer como empresa principal e gerenciadora do programa. Houve demora para efetivar o contrato, levando a uma renegociação em 2008. Em 30 de maio de 2007 pousava nas instalações da Embraer em Gavião Peixoto (SP) o primeiro A-1A para testes e avaliações, a aeronave FAB 5530, do segundo lote. Posteriormente, outra aeronave do mesmo lote (FAB 5526) se juntou ao programa de testes.

Em 19 de junho de 2012, ocorreu o primeiro voo de um A-1M (FAB 5526), dando início à campanha de ensaios em voo. O primeiro exemplar de produção do A-1M (FAB 5520) foi entregue à FAB em três de setembro de 2013, e essa aeronave estreou num exercício multinacional, o Cruzex Flight 2013, em novembro.

A modernização daria uma sobrevida de mais 20 anos à frota de AMX.

Em junho 2015 a FAB anunciou que estudava a redução do número de jatos AMX, tendo em vista os novos cenários operacionais e logísticos, principalmente com a chegada da aeronave Gripen.

 :arrow:  https://www.aereo.jor.br/2020/06/02/forca-aerea-brasileira-recebeu-oitavo-amx-modernizado/
 

*

Red Baron

  • Investigador
  • *****
  • 2867
  • Recebeu: 579 vez(es)
  • Enviou: 354 vez(es)
  • +153/-469
Re: AMX (A-1M)
« Responder #46 em: Junho 02, 2020, 09:25:01 pm »
Força Aérea Brasileira recebeu oitavo AMX modernizado


Citar
O jornalista Victor Barreira (Twitter @Defence360) informou que Força Aérea Brasileira recebeu seu oitavo caça modernizado AMX (A-1M) em março, segundo a Embraer.

Onze aeronaves A-1A e três aeronaves A-1B estão sendo modernizadas pela Embraer, em vez de 43 aeronaves (33 A-1As e dez A-1Bs) conforme planejado originalmente.

Quando o programa de modernização tomou forma, a FAB contava com 53 jatos A-1 em seu inventário, sendo dez bipostos e quarenta e três monopostos (posteriormente, um monoposto foi perdido em acidente, no final de 2012). Esperava-se que a FAB modernizasse todos os seus A-1, assim como havia ocorrido no programa do F-5BR.

Mas, naquele momento, a FAB decidiu que modernizaria somente 43 células. O que não se imaginava é que alguns anos depois aquele número seria ainda mais reduzido.

O programa de modernização do A-1 começou em 2003, com a contratação da Embraer como empresa principal e gerenciadora do programa. Houve demora para efetivar o contrato, levando a uma renegociação em 2008. Em 30 de maio de 2007 pousava nas instalações da Embraer em Gavião Peixoto (SP) o primeiro A-1A para testes e avaliações, a aeronave FAB 5530, do segundo lote. Posteriormente, outra aeronave do mesmo lote (FAB 5526) se juntou ao programa de testes.

Em 19 de junho de 2012, ocorreu o primeiro voo de um A-1M (FAB 5526), dando início à campanha de ensaios em voo. O primeiro exemplar de produção do A-1M (FAB 5520) foi entregue à FAB em três de setembro de 2013, e essa aeronave estreou num exercício multinacional, o Cruzex Flight 2013, em novembro.

A modernização daria uma sobrevida de mais 20 anos à frota de AMX.

Em junho 2015 a FAB anunciou que estudava a redução do número de jatos AMX, tendo em vista os novos cenários operacionais e logísticos, principalmente com a chegada da aeronave Gripen.

 :arrow:  https://www.aereo.jor.br/2020/06/02/forca-aerea-brasileira-recebeu-oitavo-amx-modernizado/

Essas celulas de A-1B se ainda tiverem umas boas horas de voo disponíveis, bem que podiam vir cá parar. :mrgreen:
 

*

HSMW

  • Moderador Global
  • *****
  • 12768
  • Recebeu: 3105 vez(es)
  • Enviou: 7608 vez(es)
  • +794/-1317
    • http://youtube.com/HSMW
Re: AMX (A-1M)
« Responder #47 em: Junho 02, 2020, 11:13:03 pm »
Ofereçam ao Uruguai...
https://www.youtube.com/user/HSMW/videos

"Tudo pela Nação, nada contra a Nação."
 

*

Vitor Santos

  • Moderador Global
  • *****
  • 6822
  • Recebeu: 965 vez(es)
  • Enviou: 480 vez(es)
  • +8957/-10219
Re: AMX (A-1M)
« Responder #48 em: Dezembro 21, 2020, 07:34:41 pm »
Um tributo ao “Dezesseis”


Por João Paulo Moralez

Desde setembro de 2020 temos visto uma série de notícias e reportagens, em texto e vídeo, sobre a chegada do primeiro exemplar do Gripen ao Brasil, o F-39E 4100.

Ainda que não se trata da entrega formal para a Força Aérea Brasileira (FAB), tendo em vista que o exemplar continuará cumprindo a campanha de ensaios em voo no Brasil, é gratificante notar como um programa tão estratégico tem sido ampla e positivamente abordado no país, inclusive na grande mídia.

E são nessas matérias, vídeos, artigos e entrevistas que percebemos como o projeto impacta como um todo na Força Aérea e quão complexo é o processo de implantação de uma nova aeronave de combate.

O Gripen, afinal, além de ser um caça extremamente moderno, vai agregar uma série de tecnologias que são inéditas para a FAB até os dias de hoje. Apenas para mencionar algumas, teremos o radar de varredura eletrônica ativa, IRST, sistemas de guerra eletrônica completos, capacidade de supercruise, armamentos avançados, capacidade de operação em pistas extremamente curtas e simuladores de missão.

Há ainda a preocupação com a preparação de pessoal, de infraestrutura, de logística e mais algumas dezenas (ou centenas) de itens a serem pensados em curto, médio e longo prazo.

Trata-se de uma tarefa muito complexa. Mas felizmente, o material humano da FAB possui a experiência e o profissionalismo para conduzir o processo com seriedade e maestria.

Sabe-se que o Gripen vai equipar, numa primeira fase, o 1º Grupo de Defesa Aérea (1º GDA), que hoje opera os Northrop F-5EM/FM. O 1º GDA é um esquadrão que já existe, porém é como se estivesse nascendo novamente durante esse processo, tendo em vista que sua sede está sendo reconstruída e o seu pessoal se preparando para um avião totalmente novo.

Além disso, o Gripen também vai equipar o 1º/16º GAv “Esquadrão Adelphi”, cuja sede será junto com o GDA em Anápolis.

E justamente neste momento de expectativas e aguardo pela chegada dos novos aviões, prevista para acontecer em 2021, é que vale relembrar uma história muito semelhante a essa, e que aconteceu há mais de 30 anos.

No final da década de 1980 a FAB se preparava para receber o primeiro de 56 (depois 55), caças Embraer AMX A-1.


Assim como tem sido com o Gripen nos dias de hoje, o AMX, também um avião de pequenas dimensões e fruto de um projeto binacional (Brasil e Itália), trazia consigo tecnologias e doutrinas que não existiam na FAB.

Dentre elas o Head-Up Display, sistema Hands On Throttle and Stick, Radar Warning Receiver, interferidor de contramedida eletrônica ativa na aeronave, Identification Friend or Foe (IFF), lançadores de chaff/flare, sistema de planejamento de missão em computador, modos de ataque por CCIP/CCRP e conceito de Line Replaceable Unit. Dessa forma o AMX e o 1º/16º GAV anteciparam em 15 anos a chegada do século 21 para a FAB, tendo em vista que essas tecnologias foram amplamente difundidas na Força com a chegada dos Super Tucano em 2004 e do F-5M em 2005.


Assim como o Gripen, o AMX proporcionou enorme quantidade de transferência de tecnologia e um salto qualitativo da indústria de defesa nacional, com exemplares sendo construídos no Brasil e com componentes e estruturas sendo enviadas daqui para compor a frota italiana.

Os conhecimentos, tecnologias e equipamentos adquiridos para o seu programa foram utilizados em toda a linha de jatos regionais da Embraer e em projetos mais modernos do segmento militar, como o do KC-390. Aliás, o AMX é o elo entre o passado e o presente, o divisor de águas sem o qual não seríamos uma indústria competitiva mundialmente.

O Brasil e Suécia são até o momento os únicos operadores do Gripen E/F no mundo. Por mais que possa existir alguma semelhança com o Gripen C/D, o fato é que o Gripen é tão avançado que exigirá o desenvolvimento de uma nova doutrina de operação, a ser desenvolvida pelos dois países.

Com o AMX, a situação foi a mesma. Não haviam experiências anteriores. Tudo era novo em relação àquele novo caça que entrava em serviço na FAB introduzindo novas tecnologias e conceitos. O conhecimento acerca do novo caça eram folhas em branco aguardando serem escritas.

“Poucos, porém, bons, os melhores” – Brigadeiro do Ar Teomar Fonseca Quírico, Adelphi 01

No final de década de 1980 a FAB optou em criar uma unidade aérea para operar com o novo caça. A sede seria na Base Aérea de Santa Cruz, mas no local não existia hangar nem infraestrutura para o AMX. Tudo foi construído. Do zero.

Juntando o que havia de melhor em relação ao material humano disponível, liberados pelo Brigadeiro do Ar Quírico, um grupo de voluntários passou a compor o quadro de oficiais e de graduados do Núcleo da primeira Unidade Aérea a operar o AMX, conhecido como NU-A1, criado em 4 de fevereiro de 1988.

Esses militares esboçaram o que seria a operação do novo caça. Manuais, doutrina de emprego e mais um imenso universo de providências tomadas para estruturar a nova unidade aérea e inserir o novo avião na FAB.

Em 7 de novembro de 1988 o NU-A1 foi extinto dando origem ao Núcleo do 1º/16º GAV. Um ano mais tarde, em 17 de outubro de 1989, chegava o primeiro A-1 brasileiro, o FAB 5500.

“Assim, o modo operante da FAB se transformou (ou, depois disso, a FAB nunca mais seria a mesma).” – Ten. Cel. Alfredo Salvatore Leta, Adelphi 28

Em 7 de novembro de 1990 o 1º/16º GAV “Esquadrão Adelphi” foi criado, continuando, de maneira intensa e diária, a sua missão de implantar e desenvolver o que era a mais avançada aeronave da FAB em termos de aviônicos e sistemas. Uma missão desafiadora, que envolve muita dedicação e sacrifício dos envolvidos, além de paciência para aprender, com os erros e os acertos, de como operar com o novo avião. E de extrema responsabilidade, pois essa é a base que servirá de sustentação para todos os que seguirem voando a aeronave pelas próximas décadas.


Com o passar dos anos, o “Dezesseis” alcançou marcas extremamente importantes para a FAB. Além das tarefas que normalmente cumpre uma unidade de caça, de Santa Cruz, o Esquadrão decolou e voou até os Estados Unidos para participar do exercício internacional Red Flag, envolvendo diversos países da Europa e os EUA, onde aprendeu a importante doutrina de operação da guerra moderna, nos chamados voos de “pacote” envolvendo aeronaves de vários tipos e performances, planejada e coordenada pela figura do Mission Commander. Era a primeira vez na história que a FAB participava deste exercício.

Esse aprendizado, depois de absorvido, foi disseminado para demais pilotos e unidades da FAB, sendo aperfeiçoado através dos anos e utilizado até os dias de hoje.


O 1º/16º GAV durante a Red Flag (imagem: 1º/16º GAV)

“Profissionalismo na alma e eficiência no cumprimento da missão!” – Brigadeiro do Ar Luiz Carlos Lebeis Filho, Adelphi 06

O Adelphi teve outra fundamental importância no desenvolvimento das outras duas unidades de AMX da FAB. No final dos anos 1990, o “Dezesseis” formou pilotos e mecânicos do 3º/10º GAV “Esquadrão Centauro” e do 1º/10º GAV “Esquadrão Poker”, que receberam o A-1 em 1998 e 1999 respectivamente.

Algumas das suas equipagens de pilotos, mecânicos e especialistas foram transferidos para a Base Aérea de Santa Maria para implantar o A-1 nos dois esquadrões.

Em dezembro de 2016 o “Dezesseis” foi desativado em Santa Cruz. Nessa passagem, deixou marcas que transformaram a FAB em muitos aspectos. Mas seu legado estava longe de acabar.

Parte do seu pessoal e aviões foram para as outras unidades de AMX da FAB, enquanto os demais foram movimentados para as mais variadas organizações da Força Aérea.

Os Adelphis se espalharam ainda mais pelo Brasil afora, influenciando e levando ao conhecimento mais amplo a sua história, cultura, o profissionalismo, raça e tradição. Onde quer que vá, haverá sempre um Adelphi presente.

Tive a oportunidade de conhecer muitos Adelphis, pessoas extremamente carismáticas. Alguns já estão na reserva, como o Brigadeiro Quírico. Outros continuam voando em demais unidades da FAB, alguns em posições de comando em esquadrões de caça.

Tenente Brigadeiro do Ar Bermudez, quando comandante do Adelphi no final de década de 1990 (Imagem: FAB)

A FAB hoje é muito bem liderada por um Adelphi, o Tenente Brigadeiro do Ar, Antonio Carlos Moretti Bermudez, personalidade extremamente acessível, carismática e, acima de tudo, operacional com visão de futuro.

O 1º/16º GAV será reativado. Vai voar outra aeronave, o Gripen. Em outra localidade, a de Anápolis.

Mas os seus valores e a sua histórica, essas tenho certeza que não mudarão.

Monumento do AMX A-1 na Ala 12 em Santa Cruz, inaugurado em novembro de 2020 com a presença do Comandante da Aeronáutica (Imagem: FAB)

 
Os seguintes utilizadores agradeceram esta mensagem: HSMW

*

Vitor Santos

  • Moderador Global
  • *****
  • 6822
  • Recebeu: 965 vez(es)
  • Enviou: 480 vez(es)
  • +8957/-10219
Re: AMX (A-1AM/BM)
« Responder #49 em: Fevereiro 13, 2021, 01:17:01 pm »



Vida nova para o AMX:

Após a modernização, o AMX é mostrado como o principal vetor para missões de reconhecimento tático, designação de alvos e ataque profundo em território inimigo.


 :arrow:  https://www.flipsnack.com/pucara/revista-5/full-view.html
 
Os seguintes utilizadores agradeceram esta mensagem: Cabeça de Martelo

*

Vitor Santos

  • Moderador Global
  • *****
  • 6822
  • Recebeu: 965 vez(es)
  • Enviou: 480 vez(es)
  • +8957/-10219
Re: AMX (A-1AM/BM)
« Responder #50 em: Junho 03, 2021, 01:33:51 am »
Os espiões que vem do céu – o reconhecimento tático da FAB


Citar
Por João Paulo Moralez

Vida rede de inteligência, a ordem fragmentária (OFRAG) em envelope selado marcou o que seria o início de uma missão de grande duração, envolvendo inclusive o apoio de aviões reabastecedores para ampliar a autonomia dos caças. O documento contendo dados sobre os objetivos a serem reconhecidos, as suas localizações via coordenada geográfica, horários e outras informações relevantes foram repassadas ao Técnico de Informações de Reconhecimento (TIR), para que este iniciasse todo o planejamento da missão. Isso incluiu definir as rotas, a direção de aproximação do alvo, presença de possíveis defesas do inimigo, relevo, entre outros detalhes.

Ao mesmo tempo, dois pilotos, líder e ala, foram acionados para cumprir a missão. Uma hora antes da decolagem, na sala de guerra, um briefing completo, porém objetivo, foi realizado.

O TIR informou o nível do detalhamento que deveria ser obtido com aquela missão de reconhecimento, o que determinaria a maneira como seriam feitas as aproximações e a distância dos alvos. Neste caso em específico, as aeronaves fariam a busca e a fotografia de nove pistas irregulares utilizadas de maneira clandestina ao longo da fronteira seca do Brasil com os demais países em que faz divisa nas regiões sul e centro-oeste.

Trinta minutos depois, a tripulação encerrou o briefing e seguiu para a casa de pista, onde se equiparam com traje anti-g, colete com itens de sobrevivência, pistola calibre 9mm para proteção individual e capacete. A ação foi rápida e, faltando 20 minutos para a decolagem, seguiram para a linha de voo onde estavam os caças Embraer AMX A-1AM, com dois tanques subalares de combustível de 1.080 litros cada e um pod de reconhecimento Rafael Reccelite.


Enquanto os mecânicos faziam as últimas checagens em solo, o piloto de caça realizava a inspeção externa na aeronave, verificando os itens que demandam atenção nesse caso. O processo leva um minuto, terminando na escada de acesso ao cockpit, do lado esquerdo do avião. Sob as luzes daquele hangarete, o piloto vestiu o capacete de cor branca e vermelha, e ostentando a cabeça de um leão estilizado na lateral.

Ao lado, o caçador do segundo A-1AM iniciou os procedimentos de acionamento, com o avião nas mesmas configurações do líder. Ele era o ala da missão e o capacete também traz algo interessante. Metade é pintado em vermelho e a outra metade em azul.

Esse simbolismo não é por acaso. O vermelho identifica a missão de reconhecimento, sendo também a cor magna daquele esquadrão. O azul, é a sua característica de especialização de ataque ao solo, com bombas guiadas por laser.

E o Leão, a alma do 1º/10º GAV “Esquadrão Poker”, uma das mais antigas e tradicionais unidades da Força Aérea Brasileira (FAB), criado imediatamente após a 2ª Guerra Mundial.

O Primeiro e o Último

A missão de reconhecimento tático é exclusivamente atribuída, na FAB, ao 1º/10º GAV. Com sede em Santa Maria, no coração do Rio Grande do Sul, aquela unidade aérea também cumpre as missões da Aviação de Caça, como de ataque e de defesa aérea. O lema representa bem a missão do esquadrão, ou seja, o primeiro a chegar no teatro de operações fazendo o levantamento da inteligência do inimigo e o último a sobrevoar a zona de conflito.


Ao voltarem daquele voo, que incluiu sobrevoos dos alvos a 60m de altura do solo a uma velocidade de 740km/h e reabastecimento a cinco mil metros de altitude, os AMX foram recebidos, depois do corte dos motores na linha de voo, pelos chamados foto-pista, militares responsáveis por coletar numa estação computadorizada todas as imagens do sensor Reccelite.

Depois de devolverem os equipamentos de voo e os armamentos na casa de pista, seguiram para o debriefing com os TIR e o Foto-Intérprete, outro especialista em reconhecimento aéreo. Em torno de 30 minutos haviam se passado desde o corte dos motores. As imagens digitais do Reccelite já haviam sido processadas e, juntos, os militares passaram a interpretar cada alvo. Os pilotos contribuíram com informações que viram no local como possíveis movimentações, presença de pessoas ou objetos entre outros dados. O objetivo foi o de responder a quatro perguntas. Naquela missão específica, a de detectar a os aeródromos; reconhecer que se trata de uma pista; identificar a sua estrutura como sendo de grama ou pavimentada, comprimento, largura etc.; e analisar a presença de aviões, veículos, hangares, instalações e movimentações, por exemplo.

Com esses dados em mãos, foi produzido o Relatório de Missão de Reconhecimento, respondendo exatamente as solicitações feitas na OFRAG.

Sensores de reconhecimento

Durante o programa AMX foram desenvolvidos três pallets de reconhecimento fotográfico, instalados internamente na aeronave, sob o cockpit. O Pallet 1, para reconhecimento a baixa altura, tinha três câmeras grande angular Zeiss perpendiculares a direção do voo e dispostas para cobrir a linha do horizonte em 180º.

O Pallet 2 foi projetado para ter capacidade Stand off com uma lente Zeiss de longo alcance de 600mm montada em uma estrutura com 180º de movimento, da esquerda para a direita, perpendicular ao eixo de voo do AMX. O terceiro, Pallet 3, foi desenvolvido para realizar reconhecimento em altitude média e vertical do alvo, cobrindo grandes áreas e usado principalmente para produzir mapas e cartas de navegação. A câmera era uma Zeiss RMK A com uma lente de 153mm.


Em 2001, a empresa brasileira Gespi desenvolveu o que foi chamado Gespi pod e, depois, RTP (Reconaissance Training Pod). Nele foram instaladas quatro câmeras W. Vinten Type 360/140 anteriormente usadas no EMB-326GB Xavante para a mesma missão de reconhecimento tático. O RTP foi amplamente utilizado pelo esquadrão.

Em 2004, foi descoberto que a Marinha do Brasil recebeu, junto com a frota da McDonnell Douglas A-4KU Skyhawk, quatro pods Vicon 57, que naquele momento estavam fora de serviço, com muitas de suas partes eletrônicas faltando e sem nenhuma chance de encontrar peças sobressalentes no mercado, uma vez que o sistema em si era muito antigo.

Todos os quatro pods foram levados para Santa Maria e depois de alguns meses de trabalho um sistema foi colocado em operação. Algumas peças de reposição foram produzidas internamente pelo Poker, incluindo fiação e circuito integrado.


O conjunto de câmeras foi composto por três Vinten de 1 e ½ polegadas de distância focal dispostas em vertical e laterais (esquerda e direita), cobrindo 180º do horizonte. O nariz, com movimento de 360º, tinha oito posições no sentido horário e outras oito no sentido anti-horário com 14º de diferença em cada posição. A lente era de 450mm para realizar fotografia oblíqua de longo alcance.

Em 2009, finalmente, o esquadrão fez a transição do sistema analógico para o digital com a chegada dos casulos Rafael Reccelite, que inclui os modos normal e infravermelho.

A modernização do AMX e o seu futuro na FAB

Para manter atualizada essa frota de valor e poder estratégico, a Força Aérea assinou um pacote de modernização para os AMX. O programa incluiu inicialmente 43 aeronaves, sendo a primeira entregue ao 1º/16º GAV “Esquadrão Adelphi” em 2013. No entanto, após atrasos no programa e com a proximidade da chegada do Saab Gripen E/F a partir de 2021, a FAB optou por reduzir a modernização para 14 aeronaves com 11 A-1AM (monoplace) e três A-1BM (biplace). Hoje, sete aeronaves modernizadas foram recebidas.


O protótipo do programa, o A-1A FAB 5530, foi entregue na unidade da Embraer em Gavião Peixoto (SP) em 30 de maio de 2007. Um segundo avião, o A-1A FAB 5526, também serviu como protótipo tendo sido o primeiro do programa a voar em 19 de junho de 2012.

A aeronave incorporou um cockpit digital com dois displays de 6×8 polegadas e um de 5×5 polegadas compatíveis com operações com óculos de visão noturna. O AMX recebeu um novo interferidor de guerra eletrônica e um novo radar warning receiver (RWR), além de incorporar o sistema de alerta de aproximação de mísseis (MAWS) e a tecnologia NAV-Flir, que fornece visão infravermelha projetada no head-up display do cockpit. Eles também foram compatibilizados para operarem com o pod de interferência e ataque eletrônico Rafael Sky Shield.


Outro destaque é o radar multimodo SCP-01 desenvolvido pela antiga brasileira Mectron e a italiana Selex Galileo, que possui os modos ar-ar, ar-solo e ar-superfície com a capacidade look down/look up. Trabalhando na Banda I, o radar é capaz de identificar um alvo de 100 metros quadrados no mar a 50 milhas e tem alcance de 20 milhas contra um alvo aéreo de 5 metros quadrados. Outro objetivo da modernização foi o de padronizar as diferenças ao longo do primeiro, segundo e terceiro lote de produção do AMX.

Apesar da idade do AMX, que em 2019 completou 30 anos de serviço na FAB, a sua operação pode ser estendida ainda por vários anos.

Atualmente o caça é o único no inventário da Força Aérea capaz de lançar armamento ar-solo guiado por laser e o único a fazer reconhecimento tático com sistemas especializados para esse fim.

Com a entrada em serviço dos primeiros Saab Gripen E em 2021, no 1º Grupo de Defesa Aérea, o Brasil vai dar um salto de tecnológico e operacional jamais visto na história. As qualidades e capacidades do Gripen E/F projetarão a FAB para um patamar muito elevado.

Como todo e qualquer programa militar, de qualquer nação do mundo, inicialmente os Gripen E/F terão apenas a capacidade de conduzir as missões ar-ar, seguindo a prioridade dada pelos seus operadores – Brasil e Suécia. Assim é chamado o Initial Operational Capability (IOC, capacidade operacional inicial). Depois do modo ar-ar, serão desenvolvidas as modalidades ar-solo, ar-superfície (naval) e de inteligência, vigilância e reconhecimento. O Full Operational Capability (FOC, capacidade operacional final) está previsto para ser obtido em 2025. Como já discutido anteriormente, será necessária a compra de novos lotes do Gripen para equipar os demais esquadrões da FAB, incluindo o 1º/10º GAV. O Brasil já selecionou os pods Rafael Reccelite XR para o Gripen mas, até que o A-1M passe a guarda para o novo vetor de defesa aérea, o caça de desenvolvimento ítalo-brasileiro continuará sendo o espião que vem do céu.

 :arrow:  https://tecnodefesa.com.br/os-espioes-que-vem-do-ceu-o-reconhecimento-tatico-da-fab/
 

*

Vitor Santos

  • Moderador Global
  • *****
  • 6822
  • Recebeu: 965 vez(es)
  • Enviou: 480 vez(es)
  • +8957/-10219
Re: AMX (A-1AM/BM)
« Responder #51 em: Agosto 29, 2021, 10:46:12 pm »
A-1 modernizados estão em ação na fronteira Oeste


Citar
Os olhos estão voltados para a entrada em serviço do F-39 Gripen, o que deve ocorrer nos próximos seis meses, mas os jatos de ataque A-1 não estão fora dos planos da Força Aérea Brasileira. Pelo contrário: durante o exercício Tápio, que acontece a partir de Campo Grande (MS) até o próximo dia 3 de setembro, a FAB contra com quatro A-1 AMX, todos modernizados e com sensores Litening.

Durante o exercício Tápio, os A-1 voam sobre municípios como Dois Irmãos do Buriti, Aquidauana, Miranda, Bodoquena e Anastácio e Nioaque, todos a Oeste de Campo Grande. As principais missões envolvem o apoio direto às forças especiais em solo: apoio aéreo aproximado, que é realizar ataques contra alvos que interferem diretamente no avanço no terreno, e controle aéreo avançado, neste caso, auxiliar os militares no chão como um verdadeiro “olho no céu”.

De acordo com pilotos dos caças que não puderam ser identificados, os A-1 são aeronaves muito válidas para essas missões, sobretudo após o processo de modernização. “Temos uma consciência situacional bem maior com os novos sistemas instalados. Além disso, o A-1 tem uma capacidade de sobrevivência muita grande, com RWR, MAWS, contramedidas e possibilidade de até enfrentar ameaças como interceptadores”, disse afirmou o militar.

Os dois Tenentes ouvidos pela reportagem se mostraram empolgados com a oportunidade de participarem do quadro de pilotos dos caças A-1 AMX. Ambos voaram ao longo de seis anos os turboélices Super Tucano em regiões de fronteira, e foram transferidos para Santa Maria (RS), onde estão sediados todos os A-1, já depois do início da operação dos vetores modernizados. Com menos de 30 anos, são aviadores formados e capacitados em uma geração de aeronaves de combate com sistemas modernas e novas filosofias de emprego operacional.

A modernização dos caças A-1 AMX ainda faz parte dos planos da Força Aérea Brasileira. Já são oito unidades recebidas, porém cerca de 110 milhões de Reais chegaram a ser solicitados no projeto de lei orçamentária deste ano, cortado pelo Congresso. A FAB ainda pretende chegar a 14 unidades modernizadas, sendo 11 monoplaces e três biplaces. Com a demora no projeto, é provável que os A-1 voem bem além do ano de 2030.

 :arrow:  https://www.edrotacultural.com.br/a-1-modernizados-estao-em-acao-na-fronteira-oeste/
 

*

Vitor Santos

  • Moderador Global
  • *****
  • 6822
  • Recebeu: 965 vez(es)
  • Enviou: 480 vez(es)
  • +8957/-10219
Re: AMX (A-1AM/BM)
« Responder #52 em: Junho 05, 2022, 01:16:25 am »
 
Os seguintes utilizadores agradeceram esta mensagem: NVF

*

Vitor Santos

  • Moderador Global
  • *****
  • 6822
  • Recebeu: 965 vez(es)
  • Enviou: 480 vez(es)
  • +8957/-10219
Re: AMX (A-1AM/BM)
« Responder #53 em: Setembro 09, 2022, 11:05:25 pm »
Esquadrões Poker e Centauro concluem campanha de emprego de bomba laser


Citar
Sediados na Base Aérea de Santa Maria (RS), o 1º/10º GAV “Esquadrão Poker” e o 3º/10º GAV “Esquadrão Centauro” realizaram, de 25 a 29 de julho, uma campanha de emprego de bombas guiadas a laser.

Equipados com pods designadores laser Rafael Litening III, os AMX utilizaram as bombas convencionais BAFG-230 (248kg) montadas em kits de guiamento laser Rafael Lizard II.







Os caças atacaram alvos preparados no estande de tiro em Saicã (RS) nas modalidades de bombardeiro nivelado e TOSS. Nesse último, o piloto comanda uma manobra vertical, sendo a bomba “catapultada” pela força G e orientada até o impacto contra o alvo. Dessa maneira, o ataque é feito à maior distância reduzindo a exposição do caça às defesas inimigas. “O lançamento de bombas pelo método Continually Computed Release Point TOSS à baixa altura é bem apropriado para cenários modernos de alta ameaça. O A-1M, associado ao uso dos sistemas de guerra eletrônica como o Missile Approach Warning System (MAWS, que alerta sobre mísseis disparados contra o caça) e do Active Electronic Counter-Meassure (AECM interferidor ativo de contramedidas eletrônicas) amplia consideravelmente as suas chances de sobrevivência empregando por CCRP (quando se tem o ponto de impacto desejado do alvo) TOSS em missões de ataque em cenários em que a presença de defesas antiaéreas de longo alcance seja significativa. Assim, na guerra aérea moderna, é fundamental que o piloto treine a modalidade e entenda as suas peculiaridades de aplicação”, explica o Tenente-Coronel Eduardo Snidarsis de Vasconcellos, comandante do 3º/10º GAV “Esquadrão Centauro”.

Os esquadrões também treinaram o tiro terrestre com os canhões de 30mm com o lançamento de flare.

“Os Exercícios Técnicos realizados no estande de tiro de Saicã tem por objetivo o adestramento de táticas, técnicas e procedimentos de emprego ar-solo utilizando armamento real ou de treinamento. Dessa forma, os esquadrões que operam o caça-bombardeiro A-1M avaliam a eficácia das tripulações, dos mantenedores e do sistema de armas em si.

Assim, a Força Aérea Brasileira mantém as capacidades necessárias para a manutenção da soberania nacional”, explica o Tenente-Coronel Marcio Rassy Teixeira, comandante do 1º/10º GAV “Esquadrão Poker”.


Os caças AMX são os únicos a deter, na FAB, a capacidade de emprego de armamentos ar-solo guiados e dos sensores de reconhecimento tático e de designação de alvos Rafael Reccelite II e Litening III, respectivamente. Com a modernização, essas aeronaves receberam tecnologia do estado da arte, algumas inéditas na aviação de caça da FAB, como o MAWS e o NAV-Flir (sistema termal para navegação em condições meteorológicas adversas).

O A-1M conta, ainda, com radar multimodo e novo interferidor ativo para contramedidas eletrônicas.

Aliado à capacidade de penetração a baixa altura em território inimigo com grande alcance e sobrevivência em ambiente hostil, o A-1M representa importante vetor estratégico e dissuasório para o Brasil.

 :arrow:  https://tecnodefesa.com.br/poker-e-centauro-concluem-campanha-de-emprego-de-bomba-laser/
 
Os seguintes utilizadores agradeceram esta mensagem: HSMW

*

Lusitano89

  • Investigador
  • *****
  • 20890
  • Recebeu: 2484 vez(es)
  • Enviou: 257 vez(es)
  • +1159/-1484
Re: AMX (A-1AM/BM)
« Responder #54 em: Dezembro 25, 2022, 03:50:50 pm »
 
Os seguintes utilizadores agradeceram esta mensagem: Vitor Santos

*

Lusitano89

  • Investigador
  • *****
  • 20890
  • Recebeu: 2484 vez(es)
  • Enviou: 257 vez(es)
  • +1159/-1484
Re: AMX (A-1AM/BM)
« Responder #55 em: Fevereiro 24, 2023, 12:27:18 pm »
 

*

Vitor Santos

  • Moderador Global
  • *****
  • 6822
  • Recebeu: 965 vez(es)
  • Enviou: 480 vez(es)
  • +8957/-10219
Re: AMX (A-1AM/BM)
« Responder #56 em: Julho 17, 2023, 01:29:01 pm »
Há 25 anos, o AMX chegava à Base Aérea de Santa Maria


Citar
Por João Paulo Moralez -jul 12, 2023

Várias datas marcam a história da Força Aérea Brasileira (FAB) e o dia 15 de janeiro de 1998 é mais uma delas.

Eram 16h20 quando dois AMX A-1A FAB 5534 e 5533 passaram sobre a Base Aérea de Santa Maria pilotados pelo então Tenente-Coronel Aviador Rodolfo da Silva Souza e pelo Major Aviador João Saulo Barros Cassé da Silva, respectivamente.


O que poderia ser apenas mais uma missão operacional com aqueles que eram os mais tecnológicos caças da FAB, na verdade se tratava da chegada desses vetores ao 3º/10º GAV “Esquadrão Centauro”. A partir daquele momento, uma nova Era foi iniciada na base que possui uma posição estratégica ao sul do Brasil, e a chegada do AMX em Santa Maria confirmava um quadro de relevância na articulação das organizações militares do Exército e da FAB naquela região. Antigamente, uma das atenções em sediar no sul do país várias unidades de elite, bem equipadas e em grande número era para contrapor a Argentina, antiga hipótese de emprego do Brasil. Há muitos anos, felizmente, esse cenário e realidade se transformaram completamente.

Expandindo capacidades
Se por um lado 1º/16º GAV “Esquadrão Adelphi” fez um indispensável, fundamental e árduo trabalho de implantação, desenvolvimento e consolidação da doutrina de um vetor que trouxe várias novidades para a Aviação de Caça da FAB, em Santa Maria coube inicialmente ao 3º/10º GAV e também depois ao 1º/10º GAV “Esquadrão Poker” explorarem mais a capacidade operacional do AMX.

A contribuição do Esquadrão Adelphi na história do programa do AMX foi preponderante para a bem sucedida operação deste caça-bombardeiro, desde a implantação até o natural amadurecimento do projeto.

Enquanto em Santa Cruz, sede do “Dezesseis”, foram recebidas as aeronaves do 1º e 2º lote, em Santa Maria foram concentrados os aviões do 3º lote e todos eles guardam diferenças entre si.

O 3º/10º GAV recebeu os A-1A FAB 5531, 5533 a 5538 e A-1B FAB 5654 a FAB 5657. Na virada do novo milênio, após consolidar a operação em sua nova localidade, o Centauro voltou-se para ampliar o leque operacional do AMX.


Dentre elas, foi o emprego de armamentos na modalidade continually computed release point (CCRP), capacidade ausente nos 1º e 2º lotes. Nela, é possível lançar as bombas a maior distância do alvo e, por consequência, reduzir a exposição do avião às defesas inimigas.

Além disso, o esquadrão buscou explorar ainda mais a característica de longo alcance do AMX com o reabastecimento em voo. Até então, essas aeronaves haviam feito várias missões com etapas que tinham até aproximadamente cinco horas de duração.

Mas o voo de 22 de agosto de 2003, há 20 anos, na designada “Operação Gama-Centauro”, estabeleceu um novo recorde para a Aviação de Caça da FAB. Liderado pelo então Major Aviador João Luiz Ribeiro, Oficial de Operações do 3º/10º GAV, e tendo como ala o Capitão Aviador Ricardo Marques Kabzas, dois A-1A permaneceram 10h05 em voo, decolando e pousando de Santa Maria.


No mesmo ano, de 2 a 6 de novembro na “Operação Princesa dos Pampas”, uma esquadrilha de quatro aviões armados com duas bombas BAFG-460 cada, desativou uma pista clandestina na Serra do Caparro, na região da Cabeça do Cachorro, em plena selva Amazônica. A missão contou com a participação de quatro F-5E Tiger II do 1º Grupo de Aviação de Caça com a mesma configuração de armamento. Decolando de Manaus, as duas esquadrilhas foram apoiadas por um E-99 e um KC-130 Hercules, para controle e comando aéreo avançado, e para reabastecimento em voo, respectivamente.

Novas possibilidades

Por ser o principal caça da FAB no emprego de armamento ar-solo guiado por laser, missão que em breve será totalmente assumida pelos Saab F-39E/F Gripen, o Centauro teve um papel preponderante no desenvolvimento da doutrina e na produção dos manuais para o uso das bombas Elbit Lizard II e para os pods designadores laser Rafael Litening III recebidos a partir de 2010.


Vizinho ao Centauro está o 1º/10º GAV, uma das mais tradicionais e antigas unidades aéreas da FAB com mais de 75 anos de existência.

Criado em 1947, a partir de 1952 o esquadrão recebeu a incumbência de implantar a  missão de reconhecimento na FAB, sendo pioneiro nessa tarefa. Nos anos 1960, alterou a modalidade do reconhecimento convencional para o tático, sua marca registrada até os dias de hoje.

Com a chegada do AMX a partir de 1999, um ano após o Centauro, começou a implantar os sensores de reconhecimento que vieram integrados à aeronave.

O Esquadrão recebeu os A-1A FAB 5530, 5539 a 5544 e A-1B 5658 a 5660 e o primeiro equipamento de fotografia instalado foi o Pallet 3, colocado internamente no avião, numa baia dedicada abaixo do cockpit. O sistema é projetado para fotos verticais a média e grande altitude. Na sequência, instalou o Pallet 2, que possui uma aplicação mais tática podendo fotografar alvos a grandes distâncias.

Buscando mais alternativas para incrementar e trazer mais flexibilidade à sua missão de reconhecimento tático, outras soluções foram agregadas conforme já comentamos em matéria neste link.

O 1º/10º GAV foi o responsável por receber e integrar no AMX o pod de reconhecimento tático Rafael Reccelite e o pod designador Litening III, bem como as bombas Elbit Lizard II.


nquanto o Poker desenvolveu os manuais e a doutrina do Reccelite, o Centauro fez o mesmo trabalho para o Litening III e as bombas.Desde janeiro de 2022, o Esquadrão Poker é comandado pelo Tenente-Coronel Marcio Rassy Teixeira. Desde dezembro de 2022, o 3º/10º GAV é comandado pelo Tenente-Coronel Aviador Felipe de Faria Scheer.

Modernização e operação conjuntas

Em 2017, os esquadrões em Santa Maria começaram a receber os AMX modernizados, especialmente após a desativação do 1º/16º GAV.


Na sua mais nova versão, o A-1AM e A-1BM recebeu o radar multimodo SPC-01 e uma ampla suíte de guerra eletrônica como o interferidor ativo, novos radar warning receiver (alerta de recepção de radar), identification friend or foe (identificação amigo/inimigo) e a integração do missile approach warning system (MAWS, sistema que está presente apenas no AMX modernizado e no F-39E Gripen). Além da cabine 100% digital, semelhante à do F-5M, é compatível com óculos de visão noturna e conta ainda com sistema de auxílio à navegação NAV-Flir. Desde outubro de 2017, a frota de caças AMX é operada em forma de pool pelos dois esquadrões, ou seja, as mesmas aeronaves atendem as duas unidades.

 :arrow:  https://tecnodefesa.com.br/ha-25-anos-o-amx-chegava-em-santa-maria/
 

*

Vitor Santos

  • Moderador Global
  • *****
  • 6822
  • Recebeu: 965 vez(es)
  • Enviou: 480 vez(es)
  • +8957/-10219
Re: AMX (A-1AM/BM)
« Responder #57 em: Dezembro 05, 2023, 01:35:02 pm »
 

*

Vitor Santos

  • Moderador Global
  • *****
  • 6822
  • Recebeu: 965 vez(es)
  • Enviou: 480 vez(es)
  • +8957/-10219
Re: AMX (A-1AM/BM)
« Responder #58 em: Dezembro 20, 2023, 10:31:31 pm »
AMX e o seu poder de fogo


Citar
O caça-bombardeiro AMX, um projeto desenvolvido por meio de um programa binacional entre o Brasil e a Itália nos anos 1980, resultou numa plataforma dedicada para as missões de ataque ao solo, apoio aéreo aproximado e reconhecimento tático com elevado poder de fogo, precisão na navegação e no ataque mesmo utilizando armamentos convencionais.

Além da letalidade, o AMX tem alcance para atingir alvos na profundidade do território inimigo e voltar em segurança para a sua base de origem mesmo tendo sofrido sérios danos estruturais.

Estando em operação na FAB desde 1989, talvez tenha sido a aeronave que mais teve armamentos e sensores integrados, alguns exclusivos, tornando-a única para o cumprimento desse tipo de missão especializada. Ao todo, o AMX pode transportar até 3,8 toneladas de carga em cinco pontos subalares e um ventral (desses, três podem ser equipados o “twin carrier pod”, um adaptador para levar duas cargas externas) e dois trilhos para mísseis na ponta das asas.

A foto abaixo mostra parte dos sistemas de armas integrados ao AMX.


Ar-ar

O AMX é um caça-bombardeiro e isso significa que a sua missão é concentrada no ataque ao solo. Porém, o seu projeto prevê o uso de até dois mísseis ar-ar de curto alcance, guiado por calor, para fazer a sua autoproteção.

A variante usada pela Itália emprega os mísseis ar-ar AIM-9L Sidewinder, o primeiro “all-aspect” da família que podia engajar alvos de qualquer direção, incluindo frontalmente, diferente das versões anteriores que precisavam enquadrar o inimigo pela parte de trás para que o buscador do míssil fosse orientado pelo calor do motor

O Brasil decidiu integrar o projeto nacional MAA-1 Piranha (1), da antiga Mectron, um tipo de terceira geração. Na foto, também aparece o AIM-9B Sidewinder (2).

Ar -solo

Esse é o segmento em que o AMX da FAB mais possui armamentos.

Dos tipos convencionais, emprega as bombas da família Mk (81, 82, 83 e 84), de 119kg, 227kg, 454kg e 907kg, ou os tipos nacionais BAFG (bomba de baixo arrasto de fins gerais) 120, 230, 460 e 920 (128kg, 248kg, 452kg e 970kg, respectivamente). Na foto, a bomba Mk 82 (3).

Nos tipos nacionais, a FAB utiliza as Bombas de Freio Aerodinâmico (BFA) BFA-230/1 que possui aletas de arrasto com paraquedas integrado; BFA-230/2 apenas com paraquedas; e BFA-460 com paraquedas. Esses armamentos possibilitam o ataque a baixíssima altura, mas permitindo ao avião se evadir sem ser atingido pelos estilhaços da própria bomba. Casulo SUU-25 (4) para o lançamento de até oito flares iluminativos (4).

Bomba incendiária BINC-300 (5); Bomba Lança Granadas BLG-252 (6) de 324kg com 248 submunições de 750g cada; Bomba de Penetração BPEN 500 (“anti-bunker”) de 506kg; BPEN 1000 de 910kg; kit de guiagem Lizard II (7) para a BAFG 230; e Lizard II para BAFG 460kg.

As variantes não modernizadas utilizavam Bomba Antipista (BAPI) e lançadores Equipaer EQ-LMF-70/19 para 19 foguetes de 70mm.

Canhão interno

Dois canhões Israel Military Industries (IMI) Mk 164 (8), de munição 30mm (9) com 150 tiros em cada canhão.

O IMI Mk 164 é a versão israelense do DEFA 554, construída sob licença no Brasil pela Bernardini.

Tanques de combustível

O AMX pode levar dois tanques subalares de combustível de 580 litros (10) ou dois de 1.100 litros.

Treinamento

Pod SUU-20 (11) para até seis BEX-11 (11,3kg) ou seis BDU-33 (12) e quatro foguetes de 70mm.

Sensores


Rafael Litening III (13) laser designation pod para missões de designação de alvos; Rafael Reccelite (14) reconnaissance pod para missões de reconhecimento tático; e Rafael Skyshield (15) pod, de interferência eletrônica.

Anteriormente, o AMX empregou os sistemas de reconhecimento tático Pallet 2, Pallet 3, Gespi Reconnaissance Training Pod (RTP), Vicon 57, Koop e Pallet Vinten.

Observações

16- Twin carrier pod

17- Lançadores de chaff

18- Alvo para treinamento de tiro ar-solo

 :arrow:  https://tecnodefesa.com.br/amx-e-o-seu-poder-de-fogo/
 

*

Vitor Santos

  • Moderador Global
  • *****
  • 6822
  • Recebeu: 965 vez(es)
  • Enviou: 480 vez(es)
  • +8957/-10219
Re: AMX (A-1AM/BM)
« Responder #59 em: Fevereiro 29, 2024, 05:31:03 pm »
 
Os seguintes utilizadores agradeceram esta mensagem: MMaria