Entretanto, a greve dos professores transformou-se numa greve selvagem, em que já ninguém tem respeito pelos principais interessados, os alunos.
O grevista profissional Mário Nogueira, o professor que nunca deu aulas e que controla a FENPROF, pede aos pais para não levarem os alunos para as aulas, ao mesmo tempo que defende a sagrada escola pública.
Nos últimos meses, as escolas privadas, que sempre tiveram melhores condições e um melhor nível de ensino viram a escola pública - pela mão dos grevistas profissionais - afastar-se ainda mais.
Quem não tem dinheiro para colocar os filhos numa escola privada (como alguns dos senhores professores) tem que comer e calar.
A escola pública, é um quase esqueleto cadavérico, onde os sindicatos dos professores são os principais vampiros.
Testes mal feitos, professores mal formados, arrogantes, que acham que podem fazer tudo e mais alguma coisa. Conselhos diretivos das escolas onde os camaradas elegem os mais incompetentes, porque a incompetência é uma mais valia.
Gente mal formada, onde por cada professor que se esforça, há dez que não querem saber dos alunos para absolutamente nada, porque estão no ensino para ganhar dinhero, e os putos que se lixem...
Para grande número de professores, o sistema educativo e a Escola Pública devem ser defendidos, custe o que custar.
A Escola Pública, para o pessoal do sindicato, é excelente, embora pague mal, o principal problema, é ter alunos ...
Se não fosse isso era o paraiso ...
Compreendo a revolta, mas há mais de 20 anos fui professor, deixei aquilo porque não estava para andar com a casa às costas os próximos 20 anos, tenho colegas que ainda não efetivaram ao fim destes anos todos, a desmotivação e revolta era transversais a toda a classe, ao ponto de o "tanto faz" já ser comum entre muito colegas, refere que não pensam nos alunos, eu respondo foi a pensar no alunos que esta situação se manteve em lume brando durante tanto tempo, porque já devia ter explodido nos fins dos anos 90.
Na minha altura não se pedia mais dinheiro, apenas a possibilidade de ter alguma estabilidade, e não todos os anos ficar "desempregado" de julho a setembro, sem saber onde se ia ser colocado, ou se ia ser colocado, porque não havia garantias, não se criavam grandes lanços na nem com os miúdos, nem com a terra, porque, lá está, no próximo anos, estava a 300 km.
Isto com carro para pagar casa para alugar etc, e o carro era OBRIGATÓRIO, porque existam escolas que pura e simplesmente estão em localidades que não existem transportes - ponto.
Há anos que um professor pode não apanha horário completo, sim, isso é uma realidade, e pode ficar a circular por escolas longe umas das outras a apanhar restos de horas para ver se consegue vencimento completo e contas mais para o tempo de serviço.
Ser professor não é atrativo, formam-se hoje em dia muito menos professores do que os que vão para a reforma, se alguns estão preocupados com o que se passa este ano com greves, no futuro, situações como nos anos 80, em que qualquer um com o 12º podia ser professor, vão ser comuns fora dos grandes centros urbanos, e a qualidade do ensino vai levar um impacto que o que se passa hoje em dia vai parecer brincadeira de crianças.
O problema hoje em dia, é que a pasta está fora do tubo, estão fartos desmotivados e sem nada a perder, perdem os alunos claro, mas esses, já estão a perder há muito tempo, e o futuro não é risonho.
Os Sindicatos, esse, são uma cambada de vendidos às ideologias conhecidas, basta ver quantas vezes o Nogueira falou quando o PCP dormia com o PS nos últimos 6 anos.
Parte da solução, excluindo a monetária que não sei se pode ser resolvida facilmente, era fazer como no mundo anglo saxónico os estabelecimentos de ensino escolherem os seus professores, mas no nosso Portugal das cunhas não sei até que ponto uma escola escolheria um corpo docente competente estável no tempo, em detrimento, dos filiados no partido que governasse o poder local da zona, não estamos habituados a um regime de mérito, e nem os próprios papás iriam exigir qualidade para os filhos, como de resto não o fazem com tantas outras coisas.
Escolas privadas, aplicam parte da solução acima mencionada, dão estabilidade ao corpo docente e isso reflete-se na qualidade do ensino, escolhem-os mediante os critérios que lhes interessam, e não dos números do Ministério da Educação.
A solução acima não interessa aos sindicatos, como é óbvio, iriam perder a força de mobilização, porque o poder seria descentralizado, ao nível das escolas.
Quanto a professores mal formados, incompetentes etc, irão sempre existir, mas vai piorar, os melhores não vão para o ensino, seguem outros caminhos, a profissão, pura e simplesmente, não é atrativa, ainda existem muitos, que por vocação lutam contra a maré, mas vão sendo cada vez menos.
Não é uma situação fácil, mas tendo lá estado, apenas fico admirado como demorou tanto tempo.
O país tem a educação que merece, e os papás nunca quiseram saber de nada.