Não serão demasiados navios para esta função? Não seria preferível optar por construir, por exemplo, 5 com esta configuração, e outros 5 baseados no mesmo projecto com algumas alterações que os tornariam mais válidos militarmente?
De facto, mesmo os 8 + 2 NPO/NPC não são nada de mais para uma ZEE do tamanho da nossa.
A questão com o artilhamento dos NPO's é relativamente simples:
Para que serve colocar uma peça de 57mm num NPO?
O que é que uma peça de 57mm com radar e comando eléctico faz, que não possa ser feita por uma peça manual de 40mm?
Uma peça de 57mm tem uma probabilidade minima de defender um navio como um NPO de um ataque por meio de misseis anti-navio.
Para proteger o NPO. precisavamos no mínimo de canhão de 56 ou 76, mais um Vulcan/Phalanx. Mas mesmo os actuais Phalanx das Vasco da Gama já estão relativamente desactualizados.
Ora: Se até as fragatas, estão a ficar desactualizadas e se o dinheiro é pouco, faria algum sentido artilhar NPO's quando as fragatas também não estão devidamente equipadas?
Como em todos os casos é uma questão de opção. Mas a realidade, é que a probabilidade de um NPO ser necessário para qualquer acção militar é minima, e é para isso que servem as fragatas.
O NPO, deve ser capaz de enfrentar mar encapelado e manter-se no mar durante bastante tempo. A sua tripulação reduzida também ajuda, pois quanto menos tripulação tiver o navio, mais fácil é o aprovisionamento de viveres. O NPO disporá de capacidade para utilizar helicópteros, mas mesmo assim dependendo das condições do mar.
Mesmo numa fragata VdG já é dificil, em condições de mar revolto fazer aterrar um helicóptero. Num NPO, é muito mais complicado ainda. Logo, pensar em helicópteros no NPO, até é uma possibilidade teorica, mas do ponto de vista prático, não faz grande sentido.
Para cúmulo, aumentar a capacidade militar do navio, aumenta a necessidade de especialistas e técnicos responsáveis pela sua operação. Na maior parte dos casos, não entendemos o nivel de sofisticação que implica, colocar uma arma controlada por radar e com comandos eléctricos/hidraulicos. As pessoas que gerem essas armas, não são simples marinheiros, são técnicos especialistas, que custam à marinha muito mais caro.
Já tivemos navios na marinha, em que os marinheiros se riam relativamente a certos equipamentos que os equipavam, porque nunca entenderam para que serviam ou que vantagens se podiam obter da sua utilização.
Para ter um navio de guerra, não basta gastar dinheiro na compra das armas, enviando para lá um "monte" de marinheiros e esperar que eles aprendam a utilizar as armas.
Veja-se o caso da fragata Meko (ARADU) da Nigéria, que os nigerianos nunca conseguiram operar em condições.
Nós não somos a Nigéria. Mas esses técnicos fazem falta nas Vasco da Gama e futuramente nas Perry. Os NPO, deveriam estar não na Marinha, mas numa Guarda Costeira. Isto, se nós tivessemos coragem para acabar com a Policia Maritima, com a área naval da GNR/Brigada Fiscal, e com a parte da Marinha que apenas serve para patrulhar, para criar uma Guarda Costeira.
Cumprimentos