Combate a fogos pela F.A.P.

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Re: Combate a fogos pela F.A.P.
« Responder #480 em: Setembro 10, 2016, 02:50:39 pm »
Nada de novo. Já alguém (ou mais que uma pessoa) tinha colocado aqui ou no outro tópico um post sobre o envolvimento dos pilotos militares no combate aos incêndios nas empresas privadas e que portanto também não iriam querer a FAP no combate aos incêndios.

Devo dizer que estou surpreendido pelo número avançado de pilotos militares no activo ser menor do que pensava.
  • 5 da Marinha
  • 7 da FAP
  • 3 do Exército
Portanto, a Marinha teve a lata de autorizar aqueles pilotos a trabalharem no privado durante as férias quando pelos vistos é ilegal. A FAP decidiu olhar para o lado porque lhes dá jeito ter os pilotos a fazer horas de voo durante as férias e também dá jeito aos amigos deles. E o Exército andou a gastar dinheiro público a formar pilotos para as empresas privadas. São três pilotos do Exército que estão no activo; e os restantes?

Não consigo é decidir qual é a verdadeira pérola nessa reportagem: o dono da sucata a passar-se da cabeça por causa da equipa de reportagem ter ido lá falar com ele; se o Secretário a dar aquele resposta de treta; ou se o antigo piloto da FAP - agora da Everjets - a mandar f0d3r os pilotos privados e a dizer que eles tivessem ido para a FAP para estarem bem na vida. Será que é o equivalente dos boys das juventudes partidárias gabarem-se de terem seguido uma vida na política?

Esperemos que este assunto não seja esquecido e que se acabe de vez com estas negociatas e estes esquemas.

Cumprimentos,

Bom Dia

Peço desculpas pelo meu Português no meu ultimo post.
Por favor encontrem aqui uma reportagem acerca do combate a incêndios pela Força Aérea Portuguesa no Sexta as 9 da RTP1.

http://www.rtp.pt/noticias/pais/pilotos-militares-em-lucrativa-actividade-de-combate-aos-fogos-florestais_v946231

Cumprimentos e a todos um bom fim de semana

Rvsantinho
« Última modificação: Setembro 10, 2016, 06:08:17 pm por Get_It »
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Re: Combate a fogos pela F.A.P.
« Responder #481 em: Setembro 10, 2016, 04:56:08 pm »
Em breve iremos saber que alguns desses pilotos militares são também responsáveis por atear alguns fogos.
 

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Re: Combate a fogos pela F.A.P.
« Responder #482 em: Setembro 10, 2016, 05:28:32 pm »
Mas pensavam o que? Que a corrupção em Portugal era prática exclusiva dos partidos políticos?

A existência dos fogos florestais interessa a muita gente. Muita gente bem colocada em instituições governamentais.

Infelizmente a instituição militar em Portugal é uma das mais fortemente minadas pela corrupção. Desde a compra de equipamento a empresas de militares na reserva, armas de guerra que desaparecem dos quartéis sem vir à tona um único responsável que seja, pilotos de Aluettes bebados em serviço e a usar as aeronaves para fins próprios... É uma bandalheira autentica, não há já qualquer tipo de brio ou orgulho, é simplesmente uma competição para ver quem chupa mais o estado.

Triste no meio disto tudo, é quem trabalha 40 anos a ganhar o salário mínimo ou pouco mais que isso, e depois se calhar no verão ainda tem a casa ardida num incêndio ateado às ordens de quem lhe fica com os impostos.
Pobre de quem realmente trabalha neste país...
 

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mafets

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Re: Combate a fogos pela F.A.P.
« Responder #483 em: Setembro 11, 2016, 03:14:48 pm »
A instituição militar reflecte o pais que temos. E nem é mais nem menos que o restante Portugal. Existe corrupção e negócios como existe em qualquer CM ou SM, incompetência como no Partido Politico A e B e escolhas com base em critérios que nada têm a ver com a capacidade ou mérito, como nos média estatais ou no Hospital xpto. Agora se uma força tem x indivíduos as "maletas" são proporcionais ao seu tamanho e tendo em questão que outros serviços têm muita mais gente, certamente a incompetência e a corrupção será maior, independentemente de desde à algum tempo atrás estar na moda "bater nos militares" por dá cá aquela palha.  ::)
   
   

Basta verificar que militares são à volta de 36 000 enquanto que por exemplo docentes são 151 000 e assistentes operacionais são 141 000. Certamente que a maioria não são preguiçosos, corruptos, lambe-botas, incapazes, etc, existido em qualquer lado os maus e bons trabalhadores, sérios e que honram a camisola em vez de só "chuparem" o estado (que diga-se de passagem muitas vezes se mete a jeito para ser chupado). E estou à vontade para o dizer pois nem tão pouco sou funcionário público.  ;)
 
Já agora, existe muita coisa triste no meio disto tudo. E começa no tal português que até pode trabalhar e ganhar o miserável salário mínimo, mas que prefere por exemplo lixar o transito e estacionar mal o carro para estar 10 minutos na conversa à porta da escola do filho, ou critica o MDN, o qual até é nomeado pelo o partido mais votado e quem vota é a população, porque tem mau aspecto e não porque toma decisões ridículas ou porque quer comprar helicópteros e um reabastecedor da frota, cada por 20 milhões. Até porque as instituições reflectem a população do pais, mas existem aspectos desta nação que nunca percebi quando 58% está na classe baixa e média baixa, como conseguem a segunda maior frota de popós de uma marca de gama alta alemã da UE a um dos países europeus que mais habitantes com casa própria tem.  ;)

Terminado é curioso duas situações que espelham a tal problemática não institucional: Recordo o caso de um dado operacional que usava o heli para dar umas voltinhas e até alugar a particulares, o qual teve desde jantares de apoio a abaixo-assinados, a darem-lhes o amen, pois era um bom homem e não fez por mal.  ;D

E quando já à anos se fala dos meios aéreos no combate a fogos florestais, desde privados, passando pela EMA, aos ex pilotos, pilotos, etc, que ganham bem acima do OMN, o que os políticos fizeram? Melhor, mesmo depois da reportagem da RTP o que as instituições fizeram? E a população, quando os interessados que durante anos se borrifaram para os coitados que perdem as casas, para o dinheiro que gasta o estado e de onde vêm os seus ordenados, mas que agora tanto se movimentam fizeram o que? (tirando assinarem o tal abaixo assinado com 30 mil assinaturas)? Mais depressa ofendem o tipo do outro clube de futebol, mas ainda existe quem ache o o mal não é geral...  ::)
 

Saudações
   
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Re: Combate a fogos pela F.A.P.
« Responder #484 em: Setembro 11, 2016, 03:32:28 pm »
Num país política, ética e moralmente correcto, os militares no activo apanhados a trabalhar "por fora" eram sumariamente despedidos, em conjunto com as chefias que activa ou passivamente autorizaram isso. Veja-se o que se passa em Espanha e mencionado na peça.

Num país política, ética e moralmente correcto, note-se...
Saudações Aeronáuticas,
Charlie Jaguar

"(...) Que, havendo por verdade o que dizia,
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Re: Combate a fogos pela F.A.P.
« Responder #485 em: Setembro 11, 2016, 05:20:47 pm »
Infelizmente, é normal estas situações só serem corrigidas quando são apanhados em flagrante com a boca na botija.

Agora resta esperar para ver se alguma acção vai realmente ser tomada ou se o país bateu mesmo no fundo ao ponto destes esquemas e negócios serem aceites pelos políticos, pelas chefias e pelo Zé Povinho.

Vemos nessa reportagem como a EMA e a sucessiva transferência dos meios aéreos para a Protecção Civil não foram mais nada que uma grande fantochada. Foi só mesmo para encobrir o monopólio por parte das empresas privadas e criar mais alguns jobs for the boys&girls. Onde já se viu uma organização onde os pilotos são contratados a partir de uma empresa privada, a manutenção é feita por uma empresa privada e todo o sistema é gerido também pela mesma empresa privada? Que adianta então os meios aéreos serem do Estado? Isto quando estamos a falar de meios aéreos de carácter civil e que facilmente são adquiridos pelas empresas.

Mas pronto, do que estávamos à espera num país onde é normal os polícias trabalharem os seus tempos livres como seguranças privados ou nas polícias municipais e onde uma instituição pública até tem a lata de gozar com a situação do país ao ter intitulada uma secção «Jobs 4 the Boys & Girls» num dos seus meios de comunicação?

Entretanto, visto que afinal já temos pilotos na FAP com experiência e horas de voo no combate aos incêndios florestais :N-icon-Axe: e que o Exército ainda deve ter uns tantos pilotos certificados nos Kamov Ka-32, então que se avance com aquela ideia que já foi discutida aqui pelo fórum, de criar um Comando Conjunto de Helicópteros ao estilo do modelo britânico. Que se transfiram os Ka-32 para as forças armadas, que se contratem uns ucranianos civis para realizar a manutenção, que se adquira alguns helicópteros ligeiros mono-motor para os três ramos os operarem e que seja a FAP a gerir todo o sistema.

Cumprimentos,
« Última modificação: Setembro 11, 2016, 07:10:40 pm por Get_It »
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Re: Combate a fogos pela F.A.P.
« Responder #486 em: Setembro 11, 2016, 06:32:29 pm »
A instituição militar reflecte o pais que temos. E nem é mais nem menos que o restante Portugal. Existe corrupção e negócios como existe em qualquer CM ou SM, incompetência como no Partido Politico A e B e escolhas com base em critérios que nada têm a ver com a capacidade ou mérito, como nos média estatais ou no Hospital xpto. Agora se uma força tem x indivíduos as "maletas" são proporcionais ao seu tamanho e tendo em questão que outros serviços têm muita mais gente, certamente a incompetência e a corrupção será maior, independentemente de desde à algum tempo atrás estar na moda "bater nos militares" por dá cá aquela palha.  ::)

Tem toda a razão quando diz que a instituição militar reflecte o país que temos, sem dúvida.

Não entanto não concordo com a parte em que diz que a corrupção é proporcional ao número de membros da instituição. A corrupção depende do poder para a levar a cabo.
Como exemplo simples dou o da comparação entre oficiais e praças, haverá, penso eu (ou pelo menos deveria haver) muito mais praças nas forças armadas que oficiais. No entanto a corrupção que todos os praças juntos podem fazer é muito inferior à que pode fazer um só oficial general. Da mesma maneira embora existam muito mais professores, o potencial que estes têm para a corrupção é bastante inferior que os oficiais das forças armadas. Não quero que isto dizer que dando o mesmo poder aos professores não fariam o mesmo nível de corrupção.

A questão aqui é que o nível de confiança que a a sociedade deposita num oficial das forças armadas, mas também num das forças de segurança ou num juiz é muito superior à colocada noutros funcionários públicos. O poder que eles detêm é enorme, o processo de admissão é também muito mais rigoroso, por isso é perfeitamente normal que o nível de exigência deva ser superior. Por esse motivo é muito mais grave um oficial militar ou da policia corrupto que um outro funcionário público.
 
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Re: Combate a fogos pela F.A.P.
« Responder #487 em: Setembro 12, 2016, 10:25:02 am »
Que adianta então os meios aéreos serem do Estado? Isto quando estamos a falar de meios aéreos de carácter civil e que facilmente são adquiridos pelas empresas.

Poupas dinheiro à empresa privada, são menos alguns helicópteros que eles tem que comprar, mas estes helicópteros estavam disponíveis todo o ano e não apenas durante o verão, lembro-me de ver reportagens dos Kamov fazerem treinos de SAR em montanha e exercícios com a GNR, talvez fosse só para o show off.
 

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Re: Combate a fogos pela F.A.P.
« Responder #488 em: Setembro 12, 2016, 10:41:29 am »
A instituição militar reflecte o pais que temos. E nem é mais nem menos que o restante Portugal. Existe corrupção e negócios como existe em qualquer CM ou SM, incompetência como no Partido Politico A e B e escolhas com base em critérios que nada têm a ver com a capacidade ou mérito, como nos média estatais ou no Hospital xpto. Agora se uma força tem x indivíduos as "maletas" são proporcionais ao seu tamanho e tendo em questão que outros serviços têm muita mais gente, certamente a incompetência e a corrupção será maior, independentemente de desde à algum tempo atrás estar na moda "bater nos militares" por dá cá aquela palha.  ::)

Tem toda a razão quando diz que a instituição militar reflecte o país que temos, sem dúvida.

Não entanto não concordo com a parte em que diz que a corrupção é proporcional ao número de membros da instituição. A corrupção depende do poder para a levar a cabo.
Como exemplo simples dou o da comparação entre oficiais e praças, haverá, penso eu (ou pelo menos deveria haver) muito mais praças nas forças armadas que oficiais. No entanto a corrupção que todos os praças juntos podem fazer é muito inferior à que pode fazer um só oficial general. Da mesma maneira embora existam muito mais professores, o potencial que estes têm para a corrupção é bastante inferior que os oficiais das forças armadas. Não quero que isto dizer que dando o mesmo poder aos professores não fariam o mesmo nível de corrupção.

A questão aqui é que o nível de confiança que a a sociedade deposita num oficial das forças armadas, mas também num das forças de segurança ou num juiz é muito superior à colocada noutros funcionários públicos. O poder que eles detêm é enorme, o processo de admissão é também muito mais rigoroso, por isso é perfeitamente normal que o nível de exigência deva ser superior. Por esse motivo é muito mais grave um oficial militar ou da policia corrupto que um outro funcionário público.
Mas não existe muitos mais praças. Em Portugal as F.A. tem muitos mais oficiais e sargentos que praças, basta ver os quadros. Embora para o caso como tenho dito considero o nível de corrupção das F.A. igual à das outras instituições, tendo em conta este quadro os praças são 4000, os sargentos 9 000 e os oficiais 5 000.

Percebo o raciocínio mas é preciso ter atenção a um conjunto de aspectos, nomeadamente quando se realizam investigações nestas temáticas: Por exemplo na educação esta a esquecer-se dos professores que estão por exemplo à frente das escolas, agrupamentos, direcções regionais, etc. responsáveis por aquisição de material que já não é apenas o quadro preto e o giz, mas desde Computadores a quadros interactivos, passando por data show ou o respectivo software e licenças para tudo isto. Com certeza que a a instituição material também adquire equipamento deste tipo mas atenção que as quantidades são muito diferentes. Só para ter uma noção os gastos com a educação estão à volta de 3,8 % do PIB, os gastos militares é 1,1%.
Citar
http://www.pordata.pt/Portugal/Despesas+do+Estado+em+educa%C3%A7%C3%A3o+execu%C3%A7%C3%A3o+or%C3%A7amental+em+percentagem+do+PIB-867
Citar
http://www.operacional.pt/quanto-gastam-os-portugueses-com-a-defesa/
É certo que aquisições como dos submarinos ou blindados são diferentes das da educação, com valores muitos mais altos só que as mesmas ocorrem ocasionalmente. Se estivéssemos num pais que regularmente compra meios militares, sem dúvida o potencial seria maior, mas não estamos e duvido que algumas vez estejamos.

Existem diversos bons trabalhos sobre a corrupção em Portugal. Este por exemplo do Dr. Rui Teixeira Santos, os inquiridos colocam nos primeiros 2 lugares a classe política, e nos dois seguintes a desportiva e a da saúde. Nem tão pouco aparecem juízes, forças de segurança ou militares.
Citar
http://pt.slideshare.net/Ruiteixeirasantos/economia-poltica-da-corrupo-prof-doutor-rui-teixeira-santos-2009
 
E num outro estudo mais antigo vejamos a percepção dos cidadãos sobre os sectores mais afectados pela corrupção:

Sem dúvida que a população aqui revê nas forças de segurança, judiciais, bem como de educação ou médicas um nível de corrupção   significativo, mas veja relativamente aos militares. Ou seja:  a percepção pessoal que por vezes temos de sectores versus a corrupção é diferente  de quando se estuda os mesmos, quer em número mas também em formas de ver o fenómeno. E certo que para a maioria das pessoas corrupção é ganhar dinheiro ilícito. mas a percepção do que o tráfico de influências e da forma como juntos prejudicam o estado, são indicadores ao que tenho dito: As pessoa tem perfeitamente noção do fenómeno da corrupção, dos piores sectores e dos resultados para o pais. Mas também muito pouco ou nada fazem para acabar com o mesmo (tendo em conta a consideração que são os políticos os mais corruptos), sendo a questão dos meios aéreos no combate aos fogos florestais um de muitos exemplos, mesmo quando os média publicam sobre os mesmos.
   

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« Última modificação: Setembro 12, 2016, 10:47:07 am por mafets »
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Re: Combate a fogos pela F.A.P.
« Responder #489 em: Setembro 12, 2016, 10:51:11 am »
Depois de ver a reportagem resumia tudo a isto.

Espanha, 7x maior que Portugal arde 3x menos que em Portugal, por isso não é preciso inventar a roda, os senhores do governo deviam ir ou mandar alguém que saiba, a Espanha ver como é que os vizinhos fizeram para ter essa área ardida tão inferior à nossa, como é que eles tem a floresta organizada, como é que eles fazem para ter as matas limpas, como é que eles tem a Protecção Civil organizada, os bombeiros, os meios aéreos, etc.

Como disse o Sócrates: Espanha, Espanha, Espanha.

Em relação à reportagem também acho muito suspeito, o ANAC colocar como condição de piloto de combate a fogos florestais, ter horas feitas em combate no ano anterior, isto é, quem faz parte do grupo está safo, quem nunca fez também nunca vai entrar, a única hipótese hipotética seria ir para um pais que não tenha essa imposição fazer pelo menos 1 ano de combate a fogos e depois regressar a Portugal com o papel a dizer que fez x horas em combate a fogos.

Acho um bocado estranho aquele piloto civil queixar-se de falta de emprego por os pilotos militares fazerem esses voos, e depois quando lhe pergunta quantos pilotos há desempregados, são 2 ou 3 (que numero grande lol), e como muito bem disse o Presidente da Associação de Oficiais, vemos pilotos civis Espanhóis a voar cá, por isso pode haver outros factores.

A tal situação do homem da sucata é muito suspeita, qual é o problema de dizer que pagou 1950€ para comprar uns equipamentos velhos (sucata) para derreter à Força Aérea? Seria uma situação muito normal, mas o comportamento dele é tudo menos normal.

E a entrevistadora a achar estranho o Exército dizer que desconhece ter pilotos a voar nas férias no combate a incêndios, deviam ter explicado há senhora que uma coisa é uma pessoa saber algo por conversa, outra coisa é saber formalmente num documento escrito, quem trabalha numa secretaria não interessa o que sabe numa conversa, interessa é os documentos que lhe chegam à mão, essa é que é a maneira correcta de informar uma situação, eu quando vou de férias não me basta dizer ao meu chefe verbalmente, tenho que lhe fazer chegar um documento a dizer que eu vou de férias x dias, a começar na data A e a acabar na data B e ele tem que autorizar, esta situação é a mesma, não faço ideia se o Estado-Maior do Exército, o comandante da unidade, etc, sabia ou não oficiosamente que estes militares participavam no combate a incêndios, o que o Exército afirma é que o pedido para o fazer (o tal pedido que os pilotos da Marinha fizeram), os pilotos do Exército não fizeram.
 
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Re: Combate a fogos pela F.A.P.
« Responder #490 em: Setembro 12, 2016, 10:55:42 am »
Mas não existe muitos mais praças. Em Portugal as F.A. tem muitos mais oficiais e sargentos que praças, basta ver os quadros. Embora para o caso como tenho dito considero o nível de corrupção das F.A. igual à das outras instituições, tendo em conta este quadro os praças são 4000, os sargentos 9 000 e os oficiais 5 000.

Atenção que esse quadro apenas mostra o pessoal QP (Quadro Permanente), falta ai todos os RC (Regime de Contrato), por isso é que os praças da Força Aérea e Exército estão a 0.
 

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Re: Combate a fogos pela F.A.P.
« Responder #491 em: Setembro 12, 2016, 11:12:34 am »
Mas não existe muitos mais praças. Em Portugal as F.A. tem muitos mais oficiais e sargentos que praças, basta ver os quadros. Embora para o caso como tenho dito considero o nível de corrupção das F.A. igual à das outras instituições, tendo em conta este quadro os praças são 4000, os sargentos 9 000 e os oficiais 5 000.

Atenção que esse quadro apenas mostra o pessoal QP (Quadro Permanente), falta ai todos os RC (Regime de Contrato), por isso é que os praças da Força Aérea e Exército estão a 0.
Correcto. O próprio Operacional refere essa questão e atesta apenas como números aproximados.
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http://www.operacional.pt/efectivos-militares-das-forcas-armadas-em-31dez2013/


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Re: Combate a fogos pela F.A.P.
« Responder #492 em: Setembro 12, 2016, 11:32:49 am »
Artigo presente hoje no diário "Público".

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Quase 100 falhas no controlo da manutenção dos Kamov imputadas a três militares

Mariana Oliveira   
12/09/2016 - 07:14
 
Inspecção detectou “falhas notórias” no cumprimento dos procedimentos que asseguram que os helicópteros Kamov respeitam os requisitos para operar em segurança.

A Inspecção-Geral da Administração Interna (IGAI) responsabiliza três altos dirigentes da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), incluindo o presidente que se demitiu na passada segunda-feira, por 99 deficiências — tecnicamente chamadas de “situações de não conformidade” — no controlo da manutenção de cinco helicópteros Kamov, detidos pelo Estado português.

A análise técnica da documentação das aeronaves foi feita pela Inspecção-Geral da Força Aérea, que prestou apoio técnico aos instrutores da IGAI. Estes, com base nessa avaliação, concluem que existiram “falhas notórias na esfera da gestão da aeronavegabilidade” por parte da ANPC, num documento do processo a que o PÚBLICO teve acesso.

A gestão da aeronavegabilidade é o conjunto de procedimentos que garante que durante a vida de uma aeronave esta cumpre os requisitos para operar em segurança. Desde a extinção da Empresa de Meios Aéreos (EMA), criada para gerir a frota de helicópteros do Estado, em Outubro de 2014, até que a operação dos Kamov passou para as mãos da Everjets, em final de Maio do ano passado, essa responsabilidade esteve a cargo da ANPC.

Entre Janeiro e Outubro de 2014, coube ao então director nacional de Recursos de Protecção Civil, nomeado para a comissão liquidatária da EMA, ser o administrador responsável pela frota dos Kamov perante a ANPC. Por isso, é um dos visados neste caso. Sucedeu-lhe nessa posição o então presidente da autoridade, o major-general Grave Pereira, um dos três militares a quem a IGAI propõe a instauração de um processo disciplinar por violação do dever de zelo. O terceiro responsável é o director de serviços de Meios Aéreos, gestor da aeronavegabilidade na ANPC.

Segurança em causa

As deficiências que a Força Aérea imputa aos responsáveis da autoridade foram divididas em categorias. A maioria das “situações de não conformidade”, 64 de 99, diz respeito a falhas no controlo do tempo de vida dos componentes instalados nos helicópteros, o que implica que pode ter havido peças usadas depois de esgotado o seu tempo de vida útil. Tal pode, dizem os instrutores num excerto do relatório a que o PÚBLICO teve acesso, “conduzir a situações em que as aeronaves se encontrem a operar sem reunirem as necessárias condições de aeronavegabilidade, ficando desde logo comprometida a segurança do voo”.

Outra das anomalias mais detectadas (16 vezes) diz respeito ao “controlo ineficaz do processo de manutenção”, o que pode ter levado à instalação nos Kamov de componentes que não cumpriam os requisitos exigidos. Foram detectados ainda problemas na configuração do programa informático que regista ao pormenor todas as acções de manutenção e no preenchimento do mesmo. Os instrutores realçam que este sistema é fundamental para se conhecer a situação real e actualizada dos aparelhos em termos de manutenção e operação.

Fala-se também em falhas no controlo das ordens de reparação dadas à empresa que fazia a manutenção dos helicópteros pesados, a Helisuporte, uma subsidiária da Heliportugal, a empresa que vendeu os Kamov ao Estado. Os inspectores notam ainda que não foi cumprido o plano de auditorias para o ano de 2014, que previa uma inspecção à aeronavegabilidade e outra à manutenção, e destacam que não foi realizada qualquer auditoria de qualidade entre Fevereiro de 2014 e Maio de 2015. A IGAI conclui que existem “falhas relevantes no sistema de qualidade”, obrigatório em todas as entidades que operam aeronaves, e que os três militares mostraram “alheamento total” relativamente a estas questões. Este sistema garante, através da monitorização contínua, que são respeitadas as condições mínimas para um meio aéreo operar.

As deficiências detectadas pela Força Aérea após analisar toda a documentação dos Kamov (e não fisicamente os aparelhos) não visaram apenas responsáveis da autoridade, mas também a empresa que fazia a manutenção dos Kamov, a Helisuporte. A Força Aérea imputa 121 “situações de não conformidade” à “entidade responsável pela manutenção”, deixando implícito que se trata da Helisuporte. Mas os inspectores não aprofundam a análise destas deficiências, justificando que o inquérito pretendia averiguar a existência de responsabilidades disciplinares de elementos da administração pública e as entidades privadas são insusceptíveis de qualquer acção disciplinar.

Helicópteros em terra

Refere-se, contudo, que uma outra inspecção feita pela Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC), em Junho de 2015, a quatro dos Kamov detectou 86 “não conformidades”, 69 físicas e 17 documentais. Nessa altura foram impostas restrições à operação dos Kamov — só três estão actualmente a operar, estando dois à espera de reparação desde essa altura — e aberto um processo de contra-ordenações à Helisuporte, um processo que a ANAC confirma que ainda não está terminado. “O processo está em fase de conclusão”, diz esta autoridade, através da assessoria de imprensa.

Contactado pelo PÚBLICO, o presidente da Heliportugal, Pedro Silveira, garante que, destas deficiências detectadas pela ANAC, só quatro foram imputadas à Helisuporte e todas foram rapidamente resolvidas. Sobre a avaliação feita pela Força Aérea, diz desconhecê-la e nunca ter sido confrontado com a mesma. Insiste que antes de a Everjets fazer a inspecção aos Kamov, todas as ordens de reparação dadas pela Protecção Civil foram cumpridas e não havia qualquer deficiência registada nos relatórios técnicos de bordo, onde é obrigatório os pilotos reportarem falhas detectadas.

“A direcção da manutenção dos Kamov sempre pertenceu ao Estado. A Helisuporte só recebia ordens de reparação, tendo cumprido todas”, sustenta Pedro Silveira, que admite, no entanto, que podem ter havido erros da sua empresa ao longo dos oito anos em que fez a manutenção dos Kamov.

As 280 “situações de não conformidade” detectadas pela Força Aérea que analisou a documentação de cinco Kamov são muito superiores às 17 deficiências documentais detectadas pela ANAC em três dessas aeronaves (uma não tinha documentos). O número está mais perto das 222 deficiências documentais detectadas pela Everjets quando se preparava para receber os helicópteros. Ao todo, esta empresa que opera actualmente os Kamov contabilizou 554 incumprimentos das regras aplicáveis (332 na inspecção física às aeronaves).

https://www.publico.pt/sociedade/noticia/quase-100-falhas-no-controlo-da-manutencao-dos-kamov-imputadas-a-tres-militares-1743597
Saudações Aeronáuticas,
Charlie Jaguar

"(...) Que, havendo por verdade o que dizia,
DE NADA A FORTE GENTE SE TEMIA
"

Luís Vaz de Camões (Os Lusíadas, Canto I - Estrofe 97)
 

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Re: Combate a fogos pela F.A.P.
« Responder #493 em: Setembro 12, 2016, 12:04:03 pm »
Mafets? Há uma frase com mais de 2000 anos que nos define na perfeição:
"Há, na parte mais ocidental da Ibéria, um povo muito estranho: não se governa nem se deixa governar!", isto dito por um General Romano no século III antes de Cristo!

Há um outro sintoma errado entre nós, que é a ignorância com que aplicam o "Carpe Diem" na nossa vida, e que os portugueses gostam muito de aplicar, ao contrário do que queria dizer o poeta Horácio, nós interpretamos como aproveita o momento, sem nos preocuparmos com o amanhã (levou-nos à bancarrota), quando na realidade o que escreveu o poeta foi precisamente o contrário!!!!!!!

carpe diem quam minimum credula postero, significa: colhe o dia, quanto menos confia no de amanhã. Ou poderíamos dizer ainda, aproveita o dia, mas desconfia do amanhã! Como somos preguiçosos, focar-nos apenas no Carpe Diem e esquecemos ou ignoramos o resto da frase!!!!!!! Só significam coisas totalmente diferentes :)
 

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Alvalade

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Re: Combate a fogos pela F.A.P.
« Responder #494 em: Setembro 12, 2016, 02:03:40 pm »
Offtopic
Essa frase muito provavelmente é mito.
 
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