Estou a ver que há aqui uma grande confusão com esta história das fardas. Vou tentar trazer alguma luz ao assunto.
Quando, em 2004, os militares da FAP foram destacados para Kabul, o fardamento que lhes foi distríbuido foi o camuflado do Exército (mais conhecido por "tropical") por ser feito de um material mais leve que o utilizado pela Força Aérea na sua farda camuflada, logo mais adequado às temperaturas que se fazem sentir no Afeganistão.
O primeiro camuflado com padrão de deserto, foi mandado fazer para a FAP em 2005, quando Portugal assumiu o comando de KAIA (Kabul International Airport). Os únicos homens extra-FAP a quem este fardamento foi distribuído foram três sargentos do Exército (ex-paraquedistas, agora da arma de cavalaria) e um oficial da Marinha (fuzileiro) que integraram o grupo de comando de KAIA.
Este primeiro camuflado de deserto era feito do mesmo material que o "tropical" mas tinha como cor base (fundo) o creme claro, ao invés de verde. Com o uso, revelaram-se alguns problemas, nomeadamente, a cor de fundo (creme) desvanecia-se e tornava-se quase branco após ser lavado a altas temperaturas e com detergentes agressivos, como sucede com as fardas que são lavadas no Afeganistão.
Para contornar este problema, foi concebido um novo padrão, mais resistente à lavagem e, com uma tonalidade mais esverdeada, sendo também a cor de fundo um creme um pouco mais escuro (acastanhado) que o anterior. Estas fardas continuam a ser de uso e distribuição exclusiva do pessoal da FAP quando em missão em ambientes de deserto, tal como sucedeu recentemente no Tchad.
Quando em missões conjuntas com o Exército, opta-se normalmente pelo camuflado "tropical" por uma questão de uniformização.
Espero ter eslarecido este assunto, senão, façam o favor de perguntar.