Ex-namorados desavindos por causa de prémio do Euromilhões vão a tribunal
O Tribunal Cível de Barcelos vai levar a julgamento o caso de um ex-casal de namorados, desavindos por causa da repartição de um prémio do Euromilhões de 15 milhões de euros, disse fonte judicial.
O advogado Vasco Cardoso adiantou à agência Lusa que as duas partes não chegaram a acordo na audiência preliminar, realizada hoje, dado que a ex-namorada do seu constituinte, não aceitou a proposta de divisão, "a meias" do dinheiro.
"Da nossa parte tudo fizemos para que houvesse acordo, mas a outra não aceitou", acentuou o advogado, lembrando que o seu constituinte já garantiu publicamente que aceita um acordo de divisão do prémio.
O julgamento deve agora ser marcado dentro de dias.
Embora o jurista se recuse a adiantar detalhes sobre o processo, uma fonte ligada ao caso adiantou à Lusa que, no julgamento, Vasco Cardoso deverá defender a tese de que a associação de namoro entre os dois jovens e a gestão conjunta dos 15 milhões de euros, saídos quando jogaram 'a meias', configuram um caso de sociedade comercial irregular.
Estas sociedades, embora não revistam a forma escrita através de escritura pública, têm validade legal desde que a sua existência seja provada.
Cristina e Luís, os ex-namorados, não se entendem sobre a propriedade do dinheiro ganho, em 2007, com o primeiro prémio do Euromilhões, quando ainda namoravam.
Uma outra fonte adiantou que a fortuna acabou por motivar divergências entre os dois, vindo a separá-los.
Por causa disso, e dado que o dinheiro está bloqueado numa conta bancária por ordem judicial, os ex-namorados vivem em zonas rurais de Barcelos, sem grandes luxos.
A fonte disse à Lusa que terá sido Luís Ribeiro, que, era estudante e tem agora 22 anos, que fez o registo do boletim do Euromilhões, como sempre fazia.
Sublinha que, no entanto, terá sido Cristina a sugerir um 'investimento' de mais dois euros, o qual acabou por conduzir à combinação da sorte.
Os dois, mais os pais de Cristina Simões, foram a Lisboa levantar o dinheiro e abriram uma conta conjunta, num banco junto à Santa Casa da Misericórdia.
Os primeiros juros da fortuna depositada no banco foram divididos pelos dois ex-namorados, mas as desavenças começaram quando Luís, a residir em Courel, arredores de Barcelos, pediu mais dinheiro da sua parte - 7,5 milhões de euros - para ajudar pais e irmãos.
Na ocasião, terá sido o pai de Cristina Simões, da freguesia de Remelhe, Barcelos, a negar o pedido, defendendo que, só depois de casarem, ele poderia ter acesso ao dinheiro.
Lusa