Directiva Bolkestein aprovada pelo PE

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Marauder

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Directiva Bolkestein aprovada pelo PE
« em: Fevereiro 16, 2006, 11:59:01 am »
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Eurodeputados aprovam directiva sem princípio polémico
O Parlamento Europeu aprovou a directiva «Bolkestein», mas sem o polémico princípio do «país de origem». Este princípio permitia a uma empresa operar fora do país respeitando apenas a lei do país de onde era originária.
( 11:27 / 16 de Fevereiro 06 )
   
Os eurodeputados aprovaram, esta quinta-feira, a «primeira leitura» da directiva «Bolkestein» sobre a liberalização de serviços, excluindo, no entanto, o polémico princípio do «país de origem».

Após duas horas de votação, os parlamentares adoptaram a directiva sem este princípio que estipulava a submissão do prestador de serviços à lei do seu país e não à lei do país onde o serviço é praticado com 391 votos a favor, 213 contra e 34 abstenções.

A cláusula do «país de origem» fez muitas pessoas na Europa Ocidental recearem um decréscimo acentuado nos salários e nas condições de trabalho devido è entrada em campo de empresas de baixo custo da Europa central e de Leste.

A directiva que tinha sido proposta pelo antigo comissário europeu para o Mercado Interno Frits Bolkestein tem como objectivo o aumento do crescimento e da criação de empregos numa União Europeia alargada.


de: http://tsf.sapo.pt/online/internacional ... =TSF168277

   Esta noticia é estremamente importante embora não pareça...muitos teóricos associam esta directiva ao chumbo constitucional da França ..


     Cumprimentos
 

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Pantera

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« Responder #1 em: Fevereiro 16, 2006, 01:05:46 pm »
Mas que ditadura... :?
Então o povo francês e holandes chumba a proposta de lei,e agora à revelia eles aprovam esta lei?E depois dizem que vivemos numa democracia.Quem votou para que se criasse o parlamento europeu?Esta lei em referendo dificilmente seria aprovada.

Saudações

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Marauder

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« Responder #2 em: Fevereiro 16, 2006, 01:21:03 pm »
Caro Pantera, o que França e Holanda chumbaram foi o Tratado Constitucional. O facto de a França ter chumbado o tratado constitucional, segundo muitos teoricos e homens de Direito foi devido à Directiva Bolkestein e à turbulencia social que já naquela altura se fazia sentir em França. O que diz é uma pura contradição, visto que a democratização da União Europeia, isto é, a representação dos povos europeus é realizada pelo Parlamento Europeu. A seu turno, o Conselho da União Europeia ou simples "Concelho" representa os Estados e a Comissão os interesses supranacionais ou comunitários.
   O Parlamento europeu foi criado pelo tratado fundador da CEE, portanto se voce diz que ninguem votou relativamente a isto também pela lógica que ninguem votou para entrar na UE. Os governos são eleitos pelo povo, o governo portugues entrou na UE, então quando houve eleições antes de 1986, os portugueses "votaram" para entrar na UE.

    Logo o seu comentário não tem razão.

   Para além de que a UE significa liberdade de circulação de pessoas,capitais, mercadorias e serviços. A parte da liberalização dos serviços é que estava um bocado atrasada. Portanto não à que rejeitar esta Directiva, a não ser que voce seja simplesmente contra a UE.

    Cumprimentos
 

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Pantera

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« Responder #3 em: Fevereiro 16, 2006, 03:27:08 pm »
Mas que bela lógica,então o povo alemão votou para o holocausto e para a segunda guerra mundial,e todos nós temos que aceitar e respeitar.O povo português vota com um grande grau de ignorancia é tão simples quanto isso,e não temos que respeitar tudo o que eles querem,além do mais essa directiva em referendo jamais passava.Para isso o problema dos casamentos homossexuais e aborto,era resolvido da seguinte forma,quando lá estivesse o PS aceitava,quando tivesse o PSD rejeitava-se até porque a democracia é assim.Esta aprovação é uma cobardia e fascista...

Além disso sou totalmente contra a união europeia,simplesmente porque sou português.

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Marauder

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« Responder #4 em: Fevereiro 16, 2006, 03:36:00 pm »
A entrada da União Europeia fazia parte das campanhas dos partidos às eleições. Já o Holocausto e a 2ª guerra mundial não.

     Concordo que o povo português vota com ignorancia, mas isso só dá poder aos politicos para representar os portugueses como governo. Como já lhe disse a livre circulação de serviços faz parte da ideologia da UE..mas acredito que para quem é contra a UE esta directiva e todas as outras não fazem sentido.
 

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Pantera

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« Responder #5 em: Fevereiro 16, 2006, 03:52:25 pm »
Citação de: "Marauder"
A entrada da União Europeia fazia parte das campanhas dos partidos às eleições. Já o Holocausto e a 2ª guerra mundial não.

     Concordo que o povo português vota com ignorancia, mas isso só dá poder aos politicos para representar os portugueses como governo. Como já lhe disse a livre circulação de serviços faz parte da ideologia da UE..mas acredito que para quem é contra a UE esta directiva e todas as outras não fazem sentido.


Ora aí está,sou contra isso,tal como sou contra a união europeia.
O facto de uma coisa fazer parte da campanha eleitoral não significa que o povo a apoie,além do mais uma coisa muito importante.Hitler expressou várias vezes o odio ao comunismo e aos judeus,portanto já era de prever algo de muito grave,além do mais o povo não deixa de ser responsabilizado,olhe agora para o Hamas,se eles cometerem atentados no futuro,será que também temos que respeitar?

Eu acho que não..Portugal sempre!!

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Marauder

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« Responder #6 em: Fevereiro 16, 2006, 04:02:21 pm »
Não, eu sou contra a luta armada do Hamas nesta fase do processo de independencia da Palestina. Mas se o Hamas no futuro usar verbas do estado para financiar ataques terroristas, a meu ver o povo palestiniano também é responsavel.

   Os governos são para serem os porta-voz, os representantes do povo, por isso é que tem as competencias que têm. Foram eleitos pelo povo, logo em teoria representam o povo...em teoria.....

    sim...pk duvido que metade dos EUA quisessem mesmo a guerra do Iraque (no período antes de começar). Tal como por vezes o governo português toma decisões que fossem a referendum não passaria. Mas não podemos fazer referendums para tudo, e por alguma coisa a gente elege aqueles gajos..

     Pantera.....foi precisamente por discursar contra os comunistas, estrangeiros e judeus que o Hitler chegou ao poder, portanto haverá sempre uma mea culpa .....não digo por tudo, mas quando já se sabia dos extremismos do Hitler ainda mesmo antes de ele ser eleito...o futuro não seria pacífico. Por alguma coisa o Hindenburg estava super relutante em entregar poder ao Hitler....mas em tempos de crise os movimentos nacionalistas e xenófobos aumentam sempre lalalala...

   Cumprimentos
 

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Pantera

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« Responder #7 em: Fevereiro 16, 2006, 04:36:59 pm »
Exactamente então estamos de acordo que o governo não tem legitimidade em muitas coisas,mesmo que votado democráticamente,até porque o governo de sócrates chegou ao poder sem nunca ter falado nessa directiva,logo não tem o poder de a alterar assim sem mais nem menos,e muito menos o parlamento europeu que eu não conheço de lado nenhum.

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Marauder

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« Responder #8 em: Fevereiro 16, 2006, 06:39:31 pm »
O parlamento Europeu existe desde 1957, tendo poder legislativo, isto é, algo a dizer nas legislaturas desde 1986 se não me engano. Basicamente é o representante do povo, isso quer dizer de mim e de ti. Em democracia nós escolhemos o governo para tomar decisões por nós, mas é claro se a decisão não representa a vontade do povo normalmente à atritos. Relativamente a esta directiva só houve quando estava em jogo o principio de Pais de Origem. É claro que existe muita gente a quem não agrada esta directiva, basta só ver o numero de votos contra. No entanto isto é uma democracia, em que é a maioria que conta. Pessoalmente, a não ser que seja um movimento underground não vejo muita gente em Portugal realmente preocupado com este tema Pantera. Tal como lhe disse..estava nas estrelas....(é o projecto UE)...

    A meu ver o governo recebe a legitimidade nos votos, e depois toma decisões que explica ou não aos portugueses, já que quando as toma, toma por nós...

     Claro que na maior parte dos casos eles esquecem-se de "avisar" o povo...

      Tal como a constituição europeia...só passado alguns anos é que realmente percebi a ideia  :wink:
 

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Pantera

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« Responder #9 em: Fevereiro 16, 2006, 08:53:12 pm »
Parece que você não percebeu bem a questão aqui,nós apenas votamos para o parlamento europeu nos deputados portugueses e não nos outros,como pode falar de legitimidade,se quem faz as leis são as pessoas que nós não votamos?Isto é uma ditadura meu amigo,ninguem vota naqueles partidos e naqueles lideres,apenas tenho 24 deputados no meio de centenas,portanto não venha com essa tanga de democracia e que o povo vota,e isto e aquilo,porque ninguem neste país vota nos parlamentares franceses,ingleses e por aí fora....Ditadura e não democracia.

Saudações

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Marauder

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« Responder #10 em: Fevereiro 16, 2006, 09:38:52 pm »
Certo, então e como é que te sendes a viver num país que segue as leis ditadas pelos outros?

     A UE é algo novo, não uma ditadura Pantera. É certo que os outros não foram votados por nós mas foram votados pelos restantes povos europeus. O objectivo foi criar uma organização que não é nem uma federação nem uma organização internacional. A legislação comunitária que Portugal depois transcreve para lei nacional parte da comissão europeia, orgão independente que toma as decisões a nivel comunitário. As leis são depois aprovadas ou não pelos estados e pelo PE pela votação em maioria ( de uma forma resumida é assim, porém os tópicos quentes requerem unanimidade).

    O que se passa é que a maior parte dos portugueses não liga muito a isto e ainda pensa que Portugal é o Estado Português. Portugal é o Estado Português, nação soberana, mas que aplica as resoluções,tratados e directivas europeias.....mas é claro que aquando da entrada de Portugal na UE não foi isto que os Políticos diziam....mostrando mais o dinheiro que iriamos receber em ajudas que foram mal gastas.

   Voce tem direito à sua opinião é certo, e existem mais como voce, no entanto o fenómeno de anti-europeismo é muito reduzido em Portugal.

  A CEE foi criada para unir os estados europeus pela força económica , de forma a tentar evitar mais guerras desnecessárias...à que relembrar isto....por vezes a Europa esquecesse da sua história belicista (e depois à os estremos, que é tipo a populãção alemã que é fortemente anti-militarista...mas percebesse pela sua história recente)

    Mas não se preocupe Pantera, em teoria é possivel a um país abandonar a UE..

Cumprimentos
 

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Azraael

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« Responder #11 em: Fevereiro 25, 2006, 11:06:55 pm »
Parece que você não percebeu bem a questão aqui,nós apenas votamos para o parlamento  nos deputados do nosso distrito e não nos outros,como pode falar de legitimidade,se quem faz as leis são as pessoas que nós não votamos?Isto é uma ditadura meu amigo,ninguem vota naqueles partidos e naqueles lideres,apenas tenho alguns deputados no meio de centenas,portanto não venha com essa tanga de democracia e que o povo vota,e isto e aquilo,porque ninguem neste ditrito vota nos parlamentares lisboetas,algarvios e por aí fora....Ditadura e não democracia.

Saudações
 :twisted:  :twisted:
 

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Marauder

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« Responder #12 em: Fevereiro 25, 2006, 11:35:49 pm »
Nop...da mesma forma que voce argumenta isso, eu também posso dizer que eu só elegi os deputados da minha região, não da outra...

   Não tenho culpa que ainda não se perceba do que é verdadeiramente o significado de "estar dentro da UE"....

   Epá...segundo o que vocé diz, qualquer federação que existe neste mundo é uma ditadura...segundo o vosso principio de que "eu não escolhi os deputados dos outros estados". Que eu saiba os EUA, Canada, Alemanha, Australia e muitos outros são considerados países democraticos, mas os deputados representam seus estados, mas tomam decisões por toda a federação. Então...ainda pensam que é ditadura?

   O conceito de legitimidade democrática da UE, como é obvio, é diferente da de um normal estado. Mas neste caso é igual a uma federação. A legitimidade vem de que os povos são representados (através da chamada proporcionalidade degressiva).

    O facto é, que o conceito velho de estado na Europa desapareceu, é isto a criação de uma nova forma de organização...que é muito similar a uma federação, mas não é uma federação.

   Penso que não à muito mais a dizer, voces podem sempre continuar a defender esse velho conceito, mas que foi abdicado em prol desta nova organização, aceite por todos os estados (e maioria das populações). A verdade é que a UE trabalha como uma organização que pensa nos direitos e deveres dos europeus, não somente dos portugueses. Mas claro que voces tem direito a discordar disto, mas por alguma coisa a população apoiou o estado, e em todos os casos haverá gregos e troianos.

   Cumprimentos

  PS: lembrem-se que como UE diferente de conjunto de estados, logo Legitimidade democratica "antiga", substituida por legitimidade democrática estilo federação. UE não é ditadura. É pensar a nível europeu..com o claro respeito pelas nações soberanas..(sim...as nações estão envolvidas no processo de tomada de decisões logo não especulem que são tomadas por desconhecidos..porque são tomadas por europeus que pensam para o bem da Europa e que nesses "desconhecidos" existem portugueses).


    Se continuarmos a bater nas mesmas teclas, farei como o resultado do problema da "cadeira vazia" realizado pela França nos anos 60, isto é, temos o direito a desconcordar hehehe
 

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Marauder

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« Responder #13 em: Março 25, 2006, 12:58:52 am »
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UE: Cimeira dá luz verde à liberalização serviços

Os líderes europeus deram hoje em Bruxelas luz verde à liberalização de serviços na União Europeia, ao darem uma orientação à Comissão Europeia para que apresente uma proposta de legislação com base no texto acordado pelo Parlamento Europeu.


Esta indicação dada pelos líderes europeus ao executivo comunitário, que vai apresentar no início de Abril uma proposta revista amplamente inspirada nas emendas sugeridas pela assembleia, significará na prática o fim de um longo processo negocial em torno da famosa «directiva Bolkenstein» sobre prestação de serviços.

Para José Sócrates, a posição adoptada pelos 25 na Cimeira da Primavera que hoje terminou foi uma «boa decisão», já que o primeiro- ministro português entende que o compromisso alcançado pelos deputados europeus em Fevereiro passado «foi ao encontro daquilo que foram as posições de sempre da diplomacia portuguesa».

«É um texto bom e é um texto de compromisso que serve a Europa e que faz avançar a Europa», declarou aos jornalistas.

O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, que em vésperas da cimeira apelara aos líderes europeus para que expressassem neste Conselho o seu apoio a uma proposta revista com base nas emendas sugeridas pela assembleia de Estrasburgo, congratulou- se com «a orientação clara» hoje dada nesse sentido pelos líderes europeus.

O Parlamento Europeu aprovou em Fevereiro uma versão «suavizada» da polémica «directiva Bolkestein», dando aos Estados- membros o poder de regular a prestação de serviços no seu território por parte de empresas estrangeiras.

O acordo na assembleia de Estrasburgo - que debateu na ocasião centenas de emendas à proposta da Comissão - só foi possível após as principais famílias políticas terem chegado a um compromisso sobre a supressão do princípio do «país de origem».

O sinal hoje transmitido pelo Conselho à Comissão faz prever para muito breve um acordo entre todas as partes e o fim de um longa discussão em torno da legislação sobre a liberalização dos serviços, «baptizada» com o nome do comissário europeu responsável pela proposta inicial em 2004.

Diário Digital / Lusa

24-03-2006 14:08:00

de:
http://diariodigital.sapo.pt/dinheiro_d ... news=65000