Seis momentos da história contemporânea de Portugal são o ponto de partida da série documental «No dia em que...», projecto do realizador José Carlos de Oliveira com emissão prevista na RTP que revisita os últimos 40 anos do país. A queda de Salazar, a publicação do livro «Portugal e o Futuro», do General Spínola, em Fevereiro de 1974, o 25 de Abril, os golpes militares de 11 de Março e 25 de Novembro de 1975 e a entrada de Portugal na Comunidade Europeia, em 1986, foram os acontecimentos seleccionados pelo realizador e autor da série, ainda em fase de produção. «A ideia é trazer ao imaginário dos portugueses muito do que está esquecido e fazer isso sem que exista zapping», disse à agência Lusa José Carlos de Oliveira. Para o cineasta, os acontecimentos em destaque foram «as grandes rupturas da história portuguesa recente» que determinaram «muito do que está a acontecer hoje». «O objectivo é mostrar o que está por detrás de cada ruptura, contextualizar o facto histórico e dar uma visão alargada», explicou o responsável. Cerca de 40 anos de história que serão revisitados através das imagens de arquivo da RTP, de cenas dramatizadas e de entrevistas aos «actores dos acontecimentos», de acordo com o autor. Adriano Moreira, Almeida Bruno, Veiga Simão, Otelo Saraiva de Carvalho, Ramalho Eanes, Mário Soares, Francisco Pinto Balsemão, Odete Santos e Belmiro de Azevedo estão entre as personalidades que foram convidadas a dar o seu depoimento. A série documental, de seis episódios, conta ainda com a narração do actor Rui Morrison, que será «o elo de ligação» entre os diversos elementos da produção que quer conciliar informação histórica com entretenimento e conquistar assim a atenção dos telespectadores, segundo o realizador. «No dia em que... Salazar caiu da cadeira» é o primeiro episódio da série e já está concluído, contou José Carlos de Oliveira, adiantando que os trabalhos para os episódios seguintes estão a decorrer. À semelhança da estrutura prevista para toda a série, o episódio leva o telespectador a presenciar, durante 40 a 50 minutos, uma reconstituição dos factos que são relatados. «No caso de Salazar, de forma cinematográfica e a partir da criação de expectativas na audiência, sugiro a queda da cadeira, desde a abertura do documentário, e só no final a mostro», salientou. A ideia inicial do projecto surgiu há cerca de dois anos, tendo sido discutida com a direcção de programas da RTP, então assumida por Nuno Santos. «Na altura, a estreia estava prevista para Março, no horário nobre», disse José Carlos de Oliveira, recordando, porém, que ainda não teve oportunidade de falar com a nova direcção, agora liderada por José Fragoso, sobre os planos para a série documental. «Na próxima terça-feira está marcada uma reunião e caso assim o entenderem temos condições para estrear em Abril», garantiu. O projecto, produzido pela MarginalFilmes, conta com o apoio científico do Centro Nacional de Cultura e do historiador e antropólogo Paulo Lima. Entre os trabalhos assinados pelo realizador, encontram-se os filmes «Inês de Portugal», «Preto e Branco» e «Um Rio», este último uma adaptação da obra do escritor moçambicano Mia Couto «Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra», publicada em 2002. Diário Digital / Lusa
Mais propaganda abrileira. Mas está bem.
Citação de: "Luso"Mais propaganda abrileira. Mas está bem.Luso, não sejas tão reaça