PAPATANGOEu passei por aqui da parte da manhã e tenho a impressão de ter visto respostas depois do meu comentário.
Aconteceu alguma coisa com as respostas ?
Nao sei se teria sido o caso de uma resposta minha de ontem que decidi 'apagar' algumas horas depois.A razão foi apenas a de 'poupar' espaço ao FORUM e tempo aos colegas, pois reflectindo bem, tudo ou quase, o que escrevera já constava de intervenções, minhas e outros, vários meses atrás.
Queria apenas reafirmar o meu acordo sobre a intervenção de
Jorge Pereira no que respeita a evitar 'generalizações', até porque para lá da justeza do que ele escreveu, deveremos reconhecer que esse raciocinio poderia em alguns casos 'voltar-se contra nós' em relação a compatriotas pelo mundo fora.
Dito isto...Há problemas com imigração em Portugal? a meu ver sim...nao serão ainda tão graves como noutros países, mas parece haver um 'crescendo' de conflitos.
Portugal que não era um pais de acolhimento massivo de estrangeiros, até devido as suas circunstâncias económicas, geográficas e sociais ( as mesmas que ao longo dos tempos incentivou a sua 'diáspora'), passou a receber últimamente imigrantes, maioritáriamente ilegais, vindos muitas vezes de zonas com péssimas condições económicas e sociais, com diferentes graus de instrução que nalguns casos cobriram vagas de sectores em crise, sazonal e/ou de trabalho intensivo e normalmente, ao nosso nível, mal pagos. Tudo isto misturado com a sua concentração desproporcionada(mesmo que natural) em dois ou três distritos costeiros, com dificuldades de alojamento acessível e em condições, uma economia em dificuldades e em transformação, um sistema de segurança social a reduzir as suas prestações, parece ser um caminho directo para dificuldades sociais acrescidas; tanto mais que os imigrantes nao possuem a 'almofada' da rede familiar e dos 'conhecimentos' dos portugueses, e que normalmente constitui um apoio indispensável para superar muitas dificuldades...
A juventude proveniente da imigração (ou nao autóctone) sofre de problemas de agregados familiares díspares, sem grande acompanhamento, mas 'integrados' numa sociedade de consumo demasiado visivel.Os seus especificos problemas de sociedade, mais dificuldades de sucesso na educação (outro problema complicado) levam-nos a alguma 'marginalidade' que acaba por lhes ser mais 'compensadora' em termos pessoais...
No meio disto tudo, interiorizam ( é mais facil ) que a culpa nao é deles ou da familia, mas da sociedade que os ostraciza e 'detesta'...que lhes impõe metas e condições, tanto na escola como nos potenciais empregos, que visam objectivamente a proteger os 'outros'...daí entre 'discriminação' e 'racismo' apenas vêem menos que um pequeno passo...
é dificil inverter a tendencia e contrariar este sentimento, apesar de alguns passos dados nesse sentido por legislação, comunicação, pessoas e associações envolvidas na integração... Portugal atravessa um periodo de transição económica e social, com consequências que todos estão agora apenas começando a conhecer, e os portugueses desempregados em geral e 'imigrantes'em especial, com menores capacidades de adaptaçao profissional, estarão na primeira linha das dificuldades...Haveria necessidade de forte investimento publico e maior apoio social, mas nao vejo disponibilidade de meios financeiros suficientes, de momento...
Uma palavra final, e ainda a propósito dos jovens 'da imigração' que frequentam a escola...hoje mesmo vi no Jornal da RTP uma proposta do Bloco de Esquerda, a concretizar amanhã na AR, de poder ser administrada matéria curricular em lingua estrangeira...(nomeadamente em 'crioulo'!), devido a crescentes dificuldades de 'compreensão' de muitos alunos.Espero que essa medida não passe...compreendo que sejam dadas aulas
extra de
'aprendizagem ou aperfeiçoamento da língua materna 'dos imigrantes sempre que o seu número e interesse o justifique,
mas em (com)participação dos seus respectivos Ministérios de Educação nacionais (tal como acontece, e infelizmente em nítida regressão por motivos orçamentais, com o ensino de Português no Mundo).A língua veicular na escola portuguesa deveria ser sempre o português, e os alunos que ainda não a dominem minimamente deveriam ter aulas intensivas de apoio. Esta é uma opinião pessoal...e admitindo que entendi correctamente a proposta do sr. Louçã...
Cumprimentos