Eu acho que não há nenhumas emoções altas.
A questão é aliás muito simples.
A marinha portuguesa em meados dos anos, e isto quer dizer 1975, estava envolvida na politica, mas do ponto de vista do equipamento, estava equipada com os navios que Portugal podia adquirir para desempenhar as missões que era necessário desempenhar.
Em 1975, as João Belo tinham entre 5 e 7 anos, as Baptista de Andrade estavam a ser entregues e as João Coutinho tinham quatro a cinco anos de idade.
Eram 14 navios praticamente novos em folha, (e não conto as três Pereira da Silva) que não tinham mísseis, porque na realidade para as missões principais eles não eram necessários.
Em 1975, ocorreu o culminar de um processo que se iniciou com o inicio da guerra em África. A marinha mínima que Portugal precisava para manter África ficou operacional já a África tinha deixado de existir.
Naquela altura, não era possível adquirir mísseis Exocet, senão os franceses provavelmente teriam vendido esses mísseis, porque não tinham os mesmos prúridos dos americanos ou dos britânicos.
O que pretendo afirmar, é que as opções tomadas não foram assim tão absurdas. Foram as opções possíveis perante uma realidade extremamente adversa.
Pagámos caro o atraso tecnológico que foi o resultado da opção por uma politica de aquisição de navios minimamente eficientes, mas com uma electrónica relativamente ultrapassada.
Esse atraso e os problemas que foram causados pela adaptação do país às necessidades de mais de uma década de guerra só vão desaparecer quando forem abatidos os últimos navios que representam essa época.
Mas como já referi noutro post, na verdade a situação não é assim tão grave como se poderia fazer crer, principalmente considerando a dimensão do país.
O que aliás vai de encontro ao que muitos aqui já entenderam e já advogaram.
Dos países indicados, apenas um tem dimensão inferior à de Portugal. E esse país, descobriu petróleo e mesmo assim só há alguns anos substituiu as fragatas iguais às que Portugal tinha ao serviço nos anos 70 e que foram substituidas pelas Vasco da Gama.
Num país como Portugal, o ramo mais importante das forças armadas é a marinha, pelo menos enquanto Portugal exista, ou o mais provável, até que o Atlântico seque...