Caso Alexandra: Exemplo do cancro da justiça portuguesa

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André

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« Responder #15 em: Maio 27, 2009, 02:02:12 pm »
Embaixada da Rússia recusa visto a família de acolhimento

A Embaixada da Rússia em Portugal recusou hoje os pedidos de visto feitos pela família de acolhimento da menina russa Alexandra, que a acolheu em Barcelos nos últimos quatro anos, disse à Lusa um dos envolvidos no processo.

A menina foi entregue à mãe biológica na sequência de uma decisão do Tribunal da Relação de Guimarães, confirmada pelo Supremo Tribunal de Justiça, tendo partido na última semana para a Rússia.

Os pais de acolhimento pretendem ir a Moscovo a convite de uma televisão russa para participar num programa dedicado ao tema.

Lusa

 

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P44

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« Responder #16 em: Maio 27, 2009, 02:24:48 pm »
o URL da petição não está a funcionar....

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"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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André

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« Responder #17 em: Maio 27, 2009, 02:26:28 pm »
Citação de: "P44"
o URL da petição não está a funcionar....

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Website em manutenção ...  :wink:

 

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P44

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« Responder #18 em: Maio 27, 2009, 02:27:04 pm »
Citação de: "André"
Citação de: "P44"
o URL da petição não está a funcionar....

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Website em manutenção ...  :wink:


ah , tá bem  c34x
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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André

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« Responder #19 em: Maio 27, 2009, 02:29:07 pm »
Citação de: "P44"
Citação de: "André"
Citação de: "P44"
o URL da petição não está a funcionar....

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Website em manutenção ...  :wink:

ah , tá bem  c34x


Ou o FSB ...  :lol:  :lol:

 

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André

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« Responder #20 em: Maio 27, 2009, 04:21:54 pm »
Embaixada só concede vistos para a semana


Está colocada de parte a emissão de vistos para o casal português ir à Rússia onde deveria participar num programa da estação de televisão pública. A gravação do programa foi adiada para a próxima semana.

O embaixador russo em Portugal confirmou que emitiria os vistos depois da autorização dos serviços de imigração russos.

A embaixada russa em Portugal exigiu um convite oficial da televisão para emitir os vistos, enviado pela própria televisão ontem. Mas hoje, quando o casal foi levantar os vistos na companhia do advogado, João Araújo, o cônsul afirmou que é também necessária uma autorização dos serviços de imigração russos.

O primeiro canal da televisão russa contactou esses serviço (OVIR) que afirmaram que essa autorização demoraria alguns dias. Posteriormente entraram em contacto com o ministro das relações externas russo que por sua vez falou com o embaixador russo em Portugal, tendo este confirmado que se tratava de uma questão técnica e comprometeu-se a emitir esses vistos e a acompanhar o casal ao aeroporto quando tivesse a autorização do OVIR.

Os responsáveis da TV russa já adiaram a gravação do programa para a próxima semana e irão convidar novamente o casal português. Terão agora que ser emitidos novos bilhetes. Um porta-voz do canal disse ao DN que já tiveram outros convidados estrangeiros e que é a primeira vez que pedem a autorização do OVIR. Até ao momento, a televisão russa já gastou 3 mil euros em bilhetes de avião.


Embaixada recusa vistos

A Embaixada da Rússia negou hoje a atribuição do visto ao casal que acolheu Alexandra. Segundo a Embaixada, para a concessão do visto é necessário um convite oficial da televisão russa e uma autorização expressa dos serviços de imigração daquele país.
 
Nesta altura, o advogado do casal está convencido de que a família Pinheiro não vai mesmo receber os vistos para viajar até à Rússia, onde Alexandra se encontra.

A partida estava marcada para as 15h30.

A viagem da família Pinheiro à Rússia vem na sequência da transmissão de um documentário da televisão russa NTV sobre Alexandra. Nesse documentário, surgem imagens que mostram a mãe, Natália Zarubina, a dar palmadas na filha, dizendo que está mal-educada. Mas, agora, o Estado português nada pode fazer, devendo respeitar a soberania dos estados. E nem o casal português admite recorrer.

DN

 

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Gina

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« Responder #21 em: Maio 27, 2009, 06:12:54 pm »
Esta história toda dá cá uns nervos... Daqui a uns anos está a SIC a falar disto... mas é no Programa Perdidos e Achados... Relatam a história toda outra vez e às tantas no final da reportagem na parte do presente dizem que a última vez que a Alexandra foi vista foi numa casa de prostituição ou perdida de bêbada numa rua qualquer... coitada da menina... tinha a hipótese de ter uma vida minimamente decente aqui e foi entregue a uma cambada de bêbados! Ao menos que a entreguem a uma família russa como deve de ser!!!! Enfim... típico da nossa assistência social e das nossas decisões jurídicas... isto acontece n de vezes, mas este caso só veio a público porque foi filmado... pode ser que com esta história os restantes casos apareçam na televisão também e os juizinhos ponham a mão na consciência...
Já se viu disso aqui por estas bandas... começar a pôr camaras ocultas dentro de certas casas...para ver se esses casos têm alguma atenção...
Sorri :) Para que a vida te sorria de volta!
 

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papatango

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« Responder #22 em: Maio 27, 2009, 10:01:14 pm »
A Rússia é a Rússia e será sempre a Rússia.

O consul russo deu a sua palavra de que faria tudo para que a criança fosse acompanhada na Rússia.
A palavra de um russo nem vale o papel higiénico em que é escrita.


É um país onde não há noção do que é correcto ou errado e onde a brutalidade é vista como uma coisa normal.
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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André

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« Responder #23 em: Maio 27, 2009, 10:39:47 pm »
Mas Portugal também foi culpado agiu como Pilatos em relação a Jesus Cristo ...  :roll:  :cry:  :cry:  :roll:

 

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André

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« Responder #24 em: Maio 27, 2009, 11:12:05 pm »
Polícia russa descobre menina de 5 anos presa e criada por cães e gatos

Uma menina de 5 anos que passou a vida fechada num apartamento acompanhada de cães e gatos, na cidade siberiana de Chita, na Rússia, foi hoje colocada sob os cuidados estatais.

Conforme os policias, a menina não fala russo e age como se fosse um cão.

De acordo com informações do jornal russo Moskovski Komsomolets, a mãe da menina, que tem outros três filhos, foi quem chamou a polícia. Ela disse que teve a filha sequestrada e que não tinha autorização para vê-la. Quando a polícia foi a sua casa, onde, além da menina, viviam o pai e os avós -, encontraram uma menina com os animais.

«Durante cinco anos, ela foi "criada" por diversos cães e gatos, e nunca saiu à rua. [...] Sem tomar banho, ela usava panos sujos e tinha claros atributos de um animal, saltando pulando em cima das pessoas», disse a polícia russa, em comunicado. O apartamento que abrigava a menina e os animais não tinha aquecimento nem sistemas de água e esgoto.

«A nossa primeira impressão quando entrámos foi a de que tínhamos ido a uma lixeira. O cheiro era insuportável e estava cheio de cães enormes e gatos», disse Larisa Popova, chefe do departamento da infância e adolescência da polícia de Chita.

Segundo os médicos, à primeira vista, a menina não apresenta graves deficiências psíquicas embora, aos 5 anos, ela aparente ter 2 ou 3 anos de idade.
Os assistentes sociais do centro de reabilitação para onde foi levada relatam que, quando saem do quarto, a menina, chamada Natashenka, late e arranha a porta como um cão. Por enquanto, ela ainda observa assustada todos que a cercam e assusta-se com os barulhos da rua.

De acordo com os pedagogos do centro de reabilitação, a menina tem-se alimentado bem, ela lambe o prato e nunca aprendeu a usar talheres.

O pai da menina - que está foragido - pode ser condenado a até três anos de prisão por «incumprimenro das obrigações de educação de uma criança».

Lusa

 

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André

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« Responder #25 em: Maio 27, 2009, 11:53:01 pm »
Esperança caros foristas, o povo russo começa a ficar do nosso lado ...  :D  :arrow: «Os juízes portugueses cometeram um erro grande, muito grande. Ela (Alexandra) vem de uma família portuguesa normal para condições horríveis, mesmo segundo os padrões russos. A casa está a cair, não tem comodidades algumas, é aquecida por um forno. Na família há apenas uma pessoa normal, a velha avó. Os restantes bebem muito» , escreve o blogger.

Em relação à reportagem do canal NTV, onde se vê Natália a bater na filha, o newsru.com destaca um dos primeiros comentários colocados sob a cópia colocada no Youtube por cibernautas russos: «Essa reportagem foi feita pela minha amiga. Ela veio chocada da viagem (a Iaroslavl. terra natal de Natália). Contou que, ainda no aeroporto, a mamã começou por exigir cerveja. A menina, cansada e com fome, começou a queixar-se e recebeu imediatamente uma bofetada da mãe».

Lusa
« Última modificação: Maio 28, 2009, 01:31:11 am por André »

 

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Jorge Pereira

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« Responder #26 em: Maio 28, 2009, 01:22:30 am »
Esta questão tem que ser tratada com pinças. Não me parece prudente hostilizar todo o lado russo. Até porque como o André mostrou, já começa a haver um despertar para a realidade por parte da sociedade russa e, também pelo facto de se esta questão se transformar numa questão de “orgulho russo” vamos mexer com factores que vão emperrar uma solução airosa para aquela criança, que é afinal o mais importante nesta infeliz história.

A meu ver, a solução passará necessariamente por uma intervenção (colaboração) ao mais alto nível entre autoridades (personalidades) portuguesas e russas. O presidente da Comissão Europeia seria uma belíssima opção.

Não sei também se aproximar o pai biológico, que parece que está em Espanha, à família de acolhimento não seria uma opção a considerar do ponto de vista da estratégia jurídica. No fundo, também ele é pai biológico e teria uma palavra a dizer sobre o futuro da sua filha.

O que me parece imperativo é retirar aquela inocente daquele ambiente completamente estranho, e tudo indica, hostil.

E para isso ser conseguido, isto tem que ser tratado com diplomacia para todos ficarem bem na fotografia (especialmente a parte russa). Se assim não for, a criança é que sairá a perder.

Também não esquecer que tudo começou com a barbaridade que foi a decisão do tribunal. Algo que nos choca e envergonha. Ainda ontem, o juiz Rui Rangel, foi claro ao dizer que no intuito de proteger o superior interesse das crianças, a lei permite uma basta ambiguidade na interpretação das leis relacionadas com estas questões. Conhecendo insto, e as indicações que foram dadas em relação ao risco que representava a mãe biológica, resulta perfeitamente inacreditável e chocante uma decisão deste género. Mas já todos sabemos, nada nem ninguém os irá responsabilizar…

Entretanto, um ponto de vista desde a Rússia:

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Rússia deu “um tiro no pé” no caso de Alexandra

O caso de Alexandra, a menina que foi autorizada a partir para a Rússia com a mãe biológica, ainda está longe do fim, mas as autoridades russas, ao recusarem o visto à família afectiva portuguesa, deram “um tiro no pé”, desferiram um golpe no prestígio do seu país pelo menos aos olhos de muitos portugueses.

José Milhazes
Correspondente da SIC em Moscovo
opinião@sic.pt

Segundo a família Pinheiro, tudo estava acordado para receberem os documentos necessários à realização da viagem a Moscovo, a fim de participarem no programa televisivo “Que falem!”. A Embaixada da Rússia em Lisboa tinha comunicado que tudo estava em ordem, mas, à última hora, deu “marcha atrás”.

Não convence a explicação de que o canal televisivo russo ORT alegadamente não enviou nos prazos previstos a cópia-convite para que o Consulado russo na capital portuguesa concedesse o visto russo à família Pinheiro e ao seu advogado. Tratando-se de duas instituições importantes na Rússia: o Ministério dos Negócios Estrangeiros e a ORT (o maior televisivo público do país), esse problema, com forte repercussão em Portugal, poderia ser realizado em minutos.

No fundo, tratava-se de um problema humanitário que, se fosse resolvido operativamente, apenas contribuiria para melhorar a imagem da Rússia e das autoridades russas entre os portugueses. Mas para o Kremlin, Portugal não passa de um país minúsculo do Continente Europeu, esquecendo-se que temos o direito a veto em organizações importantes como NATO e União Europeia.

Mais ainda, a recusa do visto aos pais afectivos de Alexandra pode ser interpretada como uma falta de respeito por Portugal, um dos países da União Europeia que mais se esforça pelo desenvolvimento das relações de amizade e cooperação entre a Rússia e a UE.

A única explicação para tal decisão só pode ser encontrada no receio de que a participação dos portugueses no programa televisivo estragasse ainda mais o retrato da “heroína” Natália Zarubina, “vencedora da justiça portuguesa”, ou de que a mãe biológica de Alexandra se comportasse da mesma forma que se comportou perante as câmaras de televisão da NTV.

Por isso, se o programa se realizar (pois as filmagens estão a ser objecto de sucessivos atrasos), Natália poderá voltar a “brilhar” e a repetir as acusações que tem feito à família Pinheiro, e esta não terá direito a defesa.
Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

Gilbert Chesterton, in 'O Que Há de Errado com o Mundo'






Cumprimentos
 

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André

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« Responder #27 em: Maio 28, 2009, 07:29:04 pm »
Já agora assinem a petição internacional ....  :arrow: http://www.gopetition.com/online/28077.html

 

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André

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« Responder #28 em: Maio 28, 2009, 11:07:15 pm »
A Petição Nacional foi mesmo alvo de um ataque ...  :evil:



 :arrow: Peço a todos que nos ajudem a enviar informação para os órgãos de comunicação, que a petição foi (segundo informação dos responsáveis pelo servidor onde estava alojada) alvo de ataque informático!!

Curioso, este apagão aconteceu por volta das 21h de Terça-Feira, pouco tempo depois de a mesma se ter tornado uma noticia nacional!!

Lembrem a todos que estamos numa democracia, e que a nossa constituição nos dá o direito à indignação através das petições!!

Para quem não sabe, 4000 assinaturas (comprovadas) é suficiente para que o caso seja debatido em assembleia da republica

Já nos levaram a Alexandra, mas de certeza que não levam o direito que todos os Portugueses tem a se indignar……




Artigo 52.º
Direito de petição e direito de acção popular

1. Todos os cidadãos têm o direito de apresentar, individual ou colectivamente, aos órgãos de soberania, aos órgãos de governo próprio das regiões autónomas ou a quaisquer autoridades petições, representações, reclamações ou queixas para defesa dos seus direitos, da Constituição, das leis ou do interesse geral e, bem assim, o direito de serem informados, em prazo razoável, sobre o resultado da respectiva apreciação
Constituição da República Portuguesa
(VII REVISÃO CONSTITUCIONAL [2005])

Blog xaninhanossa

 

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André

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« Responder #29 em: Maio 29, 2009, 01:24:03 pm »
Caso não pode ser resolvido apenas entre mãe e casal português - Unicef


A delegação russa da Unicef defendeu hoje que o caso da menina russa entregue pela justiça portuguesa à mãe não deve ser resolvido apenas entre a progenitora e a família que a acolheu, mas também com psicólogos e segurança social.

"A Unicef considera que este caso não deve ser resolvido apenas pela mãe biológica e o casal português, mas com a participação de psicólogos e técnicos da Segurança Social competentes. É necessário que eles investiguem, falem com a menina e aconselhem o que será melhor para ela", disse à Lusa Ana Kotchineva, porta-voz dessa agência das Nações Unidas na capital russa.

Afirmando não dispor de informação suficiente para tirar conclusões claras sobre o assunto, a responsável sublinhou que "a UNICEF defende sempre que os altos interesses da criança devem ser colocados acima de tudo".

"A UNICEF considera que é melhor para a criança que ela viva com a família biológica, mas neste e em casos semelhantes, se a segurança da criança correr risco, será melhor que viva numa família adoptiva", acrescentou ainda.

A presidente da organização Fundação Nacional de Defesa das Crianças da Violência, Marina Igorova, defendeu por seu lado que a menina não deveria ter saído de Portugal.

"A menina Alexandra não pode ser vista como um objecto, propriedade da mãe, que pode ser dado e devolvido", declarou à Lusa.

Marina Igorova, que está ao corrente deste caso através das informações dos jornais e imagens da televisão russa, defende que Alexandra "criou afectos, sentimentos que devem ser respeitados".

"Ela sofre porque estava ligada aos pais de acolhimento. Não se pode tratá-la como uma coisa que se pode entregar e devolver", acrescentou.

Segundo ela, "a decisão de entregar a menina à mãe biológica não teve em conta os interesses da criança".

A Lusa contactou também o Comité para as Questões da Família, Mulheres e Crianças da Duma Estatal (câmara baixa do Parlamento) da Rússia, mas este órgão ainda não se reuniu para analisar "o caso Alexandra".

"Os deputados-membros do Comité estão fora de Moscovo e, por isso, ainda não foi possível analisar o problema", declarou à Lusa Irina Feodorovna, porta-voz do Comité.

"A próxima reunião desse órgão terá no dia 09 de Junho e esse problema poderá ser abordado", acrescentou.

Alexandra, de seis anos e filha de uma imigrante russa, estava à guarda de uma família de Barcelos há quatro anos, mas uma decisão do Tribunal da Relação de Guimarães, confirmada pelo Supremo Tribunal de Justiça, determinou a sua entrega à mãe. O pai, ucraniano, vive actualmente em Espanha.

Na semana passada, a criança, que fala apenas português, passou a viver com a mãe e a avó numa cidade russa, a 350 quilómetros de Moscovo.

Lusa