Tudo bem,
É SSK.Coloquei esse problema quando li este artigo da própria marinha.
As viagens de instrução dos cadetes da Escola Naval são o natural complemento formativo que se exige à preparação de um futuro Oficial de Marinha. E não se trata apenas de pôr em prática conhecimentos técnicos aprendidos ao longo do ano lectivo, e que têm a ver com a navegação, os serviços de bordo e a táctica naval. Sobretudo, é preciso que os cadetes experimentem os longos períodos de permanência no mar com as condicionantes que isso implica, para que se adaptem perfeitamente ao que é o essencial da vida de marinheiro e possam manter as melhores capacidades físicas e intelectuais, em qualquer circunstância da vida que os espera, seja em tempo de paz, seja na eventualidade de qualquer conflito ou crise. Por isso elas são insubstituíveis e, mesmo representando um esforço económico elevado, que este ano se agravou com as carências a que a Marinha se viu sujeita, nunca poderão deixar de se efectuar.
Os cursos Martim Afonso de Sousa, Almirante Sarmento Rodrigues, Vice-Almirante Teixeira da Mota e Gaspar Corte Real, correspondendo ao 4º, 3º 2º e 1º ano da Escola Naval, efectuaram as suas viagens de instrução no final do ano lectivo 2001-2002, utilizando meios navais diferenciados, por períodos bem mais curtos do que é habitual e com programas bastante modestos no que respeita a visita de portos internacionais. Assim o exigiram as restrições financeiras, que sempre obrigam a dimensionar os objectivos de acordo com a escassez dos meios. O 4º ano embarcou na “Hermenegildo Capelo” e “Sacadura Cabral”, cumprindo o objectivo fundamental de integrar os cadetes na realização de exercícios tácticos onde se evidencia a utilização daquele tipo de meios navais. Uma viagem curta mas de actividade intensa, que beneficiou da possibilidade de efectuar exercícios com forças navais estrangeiras. O 3º e 1º anos embarcaram na “Sagres”, em períodos diferentes e, naturalmente, com programas distintos, correspondentes aos conhecimentos de um e outro curso: mais navegação costeira, treino com embarcações para o 1º ano; mais navegação oceânica para o 3º, com distribuição de outras responsabilidades a bordo. O 2º ano dividiu-se pela corveta “Augusto Castilho” em missão SAR e pelo NRP “Polar” do Grupo de Navios da Escola Naval. Naturalmente que a maneira de estar num e noutro navio são absolutamente distintas, mas ambas são fundamentais na preparação dos oficiais da nossa Marinha.
Foram viagens muito curtas, intensas em actividade formativa para os cadetes, que, mesmo assim, representaram um esforço financeiro difícil de suportar na actual conjuntura económica, mas que é indispensável ao cabal cumprimento da missão da Escola Naval, e que a todos nós diz respeito.
Colaboração da Escola Naval
Instrução de navegação.
É a viagem que confirma a vocação marinheira dos candidatos a Oficiais da Armada Portuguesa e que se liga ao nobre património, herdado dos tempos mais áureos da história nacional, da arte de trazer novos mundos ao mundo.
Curso “Almirante Sarmento Rodrigues” (3º Ano)
À medida que o tempo fluía e a viagem se aproximava, o conhecimento do tempo de navegação e dos portos a escalar, provocou imediatamente um redimensionar de expectativas: ao longo de um mês a Sagres visitaria os portos do Funchal, de Las Palmas e de Ponta Delgada.
O sentimento de partida era curiosidade, alimentada pela magia da despedida. Passada a linha de entre-torres, começou mesmo a viagem, Lisboa ficava para trás e o rumo a seguir levava ao Funchal.
O muito trabalho e o muito a saber era acompanhado por uma tenaz vontade de fazer e de aprender. Depois, quantas vezes com uma pontinha de cansaço, também havia lugar para o convívio e conversas mais ou menos longas sobre a faina, a Escola, os amigos e, também, aquilo e aqueles que nos esperavam em Lisboa.
Apesar do extenso leque de terminologia nova, ao terceiro dia já era possível associar as “vozes” com as actividades: “amura e caça!”; “carrega!”; “iça!”... Será certamente difícil esquecer pequenos momentos de orgulho experimentados ao contemplar a cruz de Cristo nas velas enfunadas pelo vento: “foram velas como estas que levaram os portugueses na descoberta mundo. Neste pano cheio, está também o nosso suor que se junta ao de tantos que nos antecederam com o seu querer e o seu saber”.
Os últimos dias de Junho trouxeram o aroma das flores do arquipélago da Madeira. Os olhos atentos do vigia procuravam a ilha de Porto Santo para, numa voz clara, comunicar o contacto. O passar do quarto era o passar de uma esperança: “espero que ele tenha mais sorte”. Depois de se avistar Porto Santo, foram precisas poucas horas para chegar a terra firme, no Funchal. O marinheiro, que vem do mar e sabe que para ele voltará em breve, é exímio em tirar proveito do pouco tempo que está em terra: toma conhecimento das novas paragens, percorre os espaços, recolhe alguns registos fotográficos, experimenta a gastronomia local, dá um pezinho de dança aqui, um copo ali, e dá largas à sua capacidade de convívio.
NE “Polar”
NE “Polar”.
Após terminado o ano lectivo 2001/2002 na Escola Naval, realizaram-se duas viagens de instrução no N.R.P. “Polar”.
A primeira decorreu no período de 27 de Junho a 16 de Julho, sob o comando do CFR Xavier da Cunha, com os cadetes do 2º ano do curso “VALM Teixeira da Mota” (três grupos de 12 cadetes) em conjunto com o N.R.P. “Augusto Castilho”, a segunda, sob o comando do CTEN Machado da Silva, decorreu no período de 27 de Julho a 2 de Agosto, com os cadetes da classe de Médicos Navais dos 2º e 3º anos (15 cadetes), respectivamente, dos cursos “VALM Teixeira da Mota” e “ALM Sarmento Rodrigues”.
Durante a viagem de instrução foi possível navegar perto de costa e praticar vários portos do continente e estrangeiro. Assim, os objectivos da viagem do 2º ano – adaptação à vida no mar, praticar navegação estimada e costeira, conhecer as regras para evitar abalroamentos no mar (RIEAM) e o reconhecimento da balizagem (IALA) – foram atingidos. Integrando a guarniçao do navio, os cadetes tiveram oportunidade de executar as mais variadas tarefas de bordo, quer a navegar quer atracado, destacando-se a de adjunto ao oficial de quarto, faina de mastros, limpeza e manutenção do navio, serviços a bordo bem como a confecção de todas as refeições.
No período de 27 de Junho a 16 de Julho, os portos visitados foram: Peniche, Figueira da Foz, Sines, Vilamoura, Portimão, e Puerto de Santa Maria (Cadiz). Percorreram-se 718 milhas em 20 dias.
No período de 27 de Julho a 2 de Agosto foram visitados os portos de: Vilamoura, Lagos e Portimão, tendo sido percorridas 335 milhas em 6 dias.
Colaboração do NE “Polar”
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