CM: 60 por cento quer deixar Força Aérea

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Spectral

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« Responder #30 em: Dezembro 01, 2006, 08:41:54 pm »
finalmente, a pessoa mais qualificada para desfazer as dúvidas ;)
I hope that you accept Nature as It is - absurd.

R.P. Feynman
 

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Hollywood

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« Responder #31 em: Dezembro 09, 2006, 02:38:12 am »
Bem...ser piloto militar não é fácil nem nunca o será...eu que o diga, ser piloto na FAP tem muito que se lhe diga só nós sabemos o que sofremos mas só aqui está quem realmente quer, ninguem nos obrigou e é com muito prazer que dou o litro a servir a FAP.

Quem se candidata para a FAP como piloto não devia pensar em ganhar €€, até porque para o serviço que fazemos ganha-se muito pouco em comparação a companhias aéreas e outras forças aéreas, mas também esse factor para mim é praticamente irrelevante, para mim o que realmente estou aqui a ganhar é a realização pessoal e isso os €€ não podem comprar.

Quanto à fuga de pilotos em si, não posso dizer muito para ser sincero nem tenho opinião definida sobre o assunto, os pilotos são pessoas normais como vocês cada um com as suas próprias necessidades quer sejam pessoais quer sejam financeiras...

Formar pilotos é bastante caro, mas não pensem que o dinheiro dos contribuintes está a ser mal gasto, pois daqui espremem tudo o que podem de nós, mas também só assim é que se pode formar gente capaz para vos representar e defender.

Espero ter conseguido melhorar um pouquito a imagem que tem de nós  :wink:
Apto mais Apto não há!
 

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PereiraMarques

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« Responder #32 em: Julho 11, 2007, 11:28:54 am »
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General escolhe aviação civil

MANUEL CARLOS FREIRE  
 
O general Francisco Baptista saiu da Força Aérea no início deste mês para trabalhar numa companhia aérea privada, tornando-se o último e mais graduado das quase três dezenas de pilotos militares que já deixaram as fileiras em 2007.

Segundo os dados a que o DN teve acesso, o número de pilotos-aviadores que deixaram as fileiras no primeiro semestre deste ano é quase 50% superior à média - cerca de 20 por ano - das últimas duas décadas. A grande maioria são oficiais jovens e de baixa patente, sendo Francisco Baptista o terceiro general a optar por pilotar aviões comerciais nos últimos anos, segundo actuais e antigos oficiais da Força Aérea. Mas o número cresceu significativamente em 2007 porque agora houve vários coronéis a optar pela aviação civil.

A decisão de Francisco Baptista - que coincidiu com a celebração do Dia da Força Aérea e com a suspensão temporária (por falta de pilotos) do helicóptero estacionado na região autónoma da Madeira - surge como mais um alerta de que a Força Aérea, insistem as fontes, está a atingir "limites críticos" no seu funcionamento. Recorde-se que o ramo só tem quatro pilotos comandantes na esquadra dos aviões de transporte Hércules C-130 e que, nos Açores, as duas tripulações dos helis EH-101 fazem turnos de 24 horas dia sim dia não, com os custos pessoais e familiares que isso implica.

Acresce que se for ultrapassado o limite de 12 horas de voo diárias, imposto a nível internacional, tem de avançar a tripulação de reserva para realizar nova operação no mesmo dia - ou então ela não é realizada, assinalam as fontes.

Francisco Baptista foi promovido ao generalato em 2006, depois de comandar a base aérea dos Açores e de ter estado colocado no quartel-general da NATO em Bruxelas. Segundo algumas fontes, a proibição de continuar a voar nos caças Alpha Jet por parte das chefias da Força Aérea foi outra das razões que levou o major-general a deixar as fileiras. O militar, com 53 anos de idade e 33 anos de serviço militar, era adjunto do tenente-general responsável pelas Operações no Estado-Maior-General das Forças Armadas.

De acordo com uma alta patente, o facto de um general - novo, ainda com uma carreira militar pela frente - optar pela aviação comercial comprova que este mercado oferece condições irresistíveis. Porém, e ao contrário do que pode suceder com os pilotos mais novos, a este nível não se fala só de condições materiais mas de "estabilidade pessoal e familiar".

Por outro lado, o não ter horários nem as condições de trabalho de que gozam os pilotos (engenheiros, mecânicos...) civis junta-se ao sentimento de que os militares são "maltratados" pelo poder político e não têm o reconhecimento da sociedade civil, frisou um ex-oficial, acrescentando: "É uma injustiça! É insustentável [para] quem tem uma família para alimentar e uma vida para viver."

Fonte: http://dn.sapo.pt/2007/07/11/nacional/g ... civil.html
 

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Luso

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« Responder #33 em: Julho 11, 2007, 08:25:33 pm »
11 Julho 2007
A tropa do descalabro
 
Mau grado o degradante espectáculo de demissão que as Forças Armadas exibiram no imediato 25 da Silva - graças à cobardia, ao cómodo situacionismo e fechar de olhos, ao trepadorismo sempre de bem com todas as situações, aliado a um quase analfabetismo, características bem lusitanas - sempre pensei, ingenuamente, que a oficialagem se nutria de valores para uma ocupação que seria - idealizava eu - mais uma "vocação" que um emprego. Por lá estive cinco longos anos, entre formaturas, marchas, semanas de campo e manobras, pelo que nunca consegui atentar - como era crédulo na altura - nas beberragens, nos vícios das cartas e dos dados, na madracice e dolce-fare-niente que envolvem esse mundo quase à parte. Senti-o tardiamente, quando passei das unidades operacionais para serviços de ar-condicionado, burocracia e cadeirões. Aqueles homens, fartos e sonolentos, aqueles oficiais tardios vindos de sargentos, aqueles pequeno-burgueses fardados das 9 da manhã às 5 da tarde eram os anti-heróis de uma instituição que idolatrara. Ali pouco ou nada se fazia: jogava-se muito, bebia-se muito, discutia-se futebol, ia-se ao depósito de géneros atestar a bagageira, à bomba de gasolina para atestar o depósito e até se faziam levas de fim de semana para levar uns quantos miúdos fardados para obras e pinturas em casa do senhor capitão x, do senhor major y e do sargento-chefe z.

Desenganado, esqueci tudo isso e voltei à vida civil. Continuei a idealizar a velha estirpe dos soldados patriotas, render preito e homenagem aos raros vestígios de um tempo remoto em que os militares eram, de facto, cavalheiros dos pés à cabeça, orgulhosos das suas fardas e dos seus juramentos de fidelidade à pátria. Agora desfazem-se-me definitivamente as ilusões. Leio e já não me espanto. Os aviadores, pagos com o nosso ouro para ganharem as asas, fogem da Força Aérea para o negócio do comércio das núvens. Enganam, traem e espezinham as juras de fidelidade à pátria, deixam indefesos os céus portugueses. A fuga não envolve mecânicos, jovens cadetes ou humildes sargentos. Agora são generais, coronéis, majores pilotos-aviadores, ávidos por ordenados. Entretanto, lá vamos tendo ministros da defesa num país indefeso, comido e aviltado por dentro, da presidência ao porteiro do mais ignoto instituto; todos mobilizados pelas pulsões do estômago e do status conferido pelo dinheiro. Onde o dinheiro domina, já não há lugar para vocações, nem para o serviço do Estado nem pelo amor de Pátria. A coisa acabou. A tropa mostra, com isto, que deixou de ser reserva para o que quer que seja. A "civilização" tornou-os iguais à populaça: futebol, dinheiro e mariscadas.


http://combustoes.blogspot.com/
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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SSK

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« Responder #34 em: Julho 11, 2007, 08:43:49 pm »
:sil:

 :G-sig:
"Ele é invisível, livre de movimentos, de construção simples e barato. poderoso elemento de defesa, perigosíssimo para o adversário e seguro para quem dele se servir"
1º Ten Fontes Pereira de Melo
 

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Boina_Verde

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« Responder #35 em: Julho 12, 2007, 11:24:10 pm »
ok...isto é mau :(
 

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Cabecinhas

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« Responder #36 em: Julho 12, 2007, 11:27:16 pm »
É triste mas é verdade!
Um galego é um português que se rendeu ou será que um português é um galego que não se rendeu?
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ShadIntel

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« Responder #37 em: Fevereiro 17, 2008, 12:49:18 pm »
Força Aérea espera sofrer nova sangria de pilotos

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MANUEL CARLOS FREIRE
Saídas. FAP perdeu 98 pilotos entre 2004 e 2007, sendo 84 dos quadros permanentes
A Força Aérea Portuguesa (FAP) ainda não sabe quantos pilotos vai perder em breve, ao abrigo do concurso de admissão à TAP que terminou no passado dia 1.

Diferentes fontes da FAP mostraram-se, no entanto, pessimistas sobre a matéria, à luz do que tem sucedido em anos anteriores e por aquele concurso dever ser o único que a TAP abre este ano.

Fontes da TAP disseram ao DN que foram recebidas cerca de cem candidaturas, para um número estimado de duas dezenas de vagas. O processo está na fase inicial de selecção e recrutamento, devendo estar concluído no segundo trimestre do ano. Quanto à origem dos candidatos, há elementos da Força Aérea, de várias companhias aéreas e escolas civis, adiantaram.

Segundo fontes do ramo, a frota dos C-212 Aviocar poderá ser a mais afectada, não tanto pelo número de saídas que se possam registar mas porque, até ao fim de 2009 ou mesmo 2010, as tripulações vão operar também os novos aviões de transporte C- -295. "Haverá capacidade" para evitar problemas na operação destes aparelhos, que começam a chegar em Junho, afirmou um responsável da FAP ao DN. "A sustentação do 212 é que poderá ser problemática", admitiu.

Tal situação deve-se ao facto de os Aviocar terem de continuar a voar ao mesmo tempo que os C-295 durante quase dois anos, para que as missões militares e de interesse público não sejam prejudicadas durante as fases de certificação dos novos aviões, de qualificação das tripulações e de aceitação operacional dos aparelhos.

Pelo menos três pilotos dos Aviocar, um deles piloto-aviador (PILAV), deverão deixar a FAP, o que também explica o recente fim da missão em São Tomé.

Em relação aos F-16, uma das fontes garantiu ao DN que "não há saídas" previstas de pilotos daqueles caças.

Os registos da FAP revelam uma "fuga" de 98 pilotos nos últimos quatro anos, na sua grande maioria formados na Academia da Força Aérea (os chamados PILAV). Os restantes eram oriundos do regime de contrato (os PIL), que deixam obrigatoriamente a Força Aérea ao fim de seis anos.

Por ano, registaram-se 23 saídas em 2004 (17 das quais PILAV); 18 em 2005 (16 PILAV); 22 em 2006 (18 PILAV) e 35 em 2007 (33 PILAV). Neste último ano, 16 dos 33 pilotos- -aviadores não tinham condições de saída e optaram por pagar as indemnizações de milhares de euros que os libertavam das obrigações militares. "Um co-piloto da TAP ganha mais do que o chefe do Estado-Maior da Força Aérea", explicou recentemente ao DN o titular deste cargo, general Luís Araújo, defendendo a aplicação de medidas adicionais - leia-se "aproximar os suplementos dos pilotos daqueles que se pagam na aviação civil" - à do simples aumento de tempo exigido aos PILAV para sair sem pagar indemnizações (de oito para 12 anos).

DN

Se as coisas continuarem assim, a Força Aérea ainda acaba por ter de contratar pilotos "mercenários".  :(
 

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Lightning

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« Responder #38 em: Fevereiro 17, 2008, 05:07:34 pm »
Citação de: "ShadIntel"
Se as coisas continuarem assim, a Força Aérea ainda acaba por ter de contratar pilotos "mercenários".  :(


Mas os pilotos mercenários não me parece que aceitem ordenados iguais aos pilotos militares...
 

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typhonman

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« Responder #39 em: Fevereiro 17, 2008, 05:54:38 pm »
É bem feito!

Quando fiz os testes para a AFA (Engenharias) os meninos que iam para PILAV falavam na sala de espera, (enquanto esperavamos pelos resultados) comentavam "O que interessa é entrar para depois ir para a TAP, que se ganha bem"
 

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routechecker

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« Responder #40 em: Fevereiro 17, 2008, 06:09:08 pm »
Citação de: "ShadIntel"
Se as coisas continuarem assim, a Força Aérea ainda acaba por ter de contratar pilotos "mercenários".  :(


Impossivel, com o que a FAP pode pagar ninguem queria.

rgds
When people speak to you about a preventive war, you tell them to go and fight it. After my experience, I have come to hate war. War settles nothing: Dwight David Eisenhower : 34th president of the United States, 1890-1969
 

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Debandada de pilotos aviadores para companhias aéreas civis.
« Responder #41 em: Fevereiro 17, 2008, 11:57:30 pm »
Afinal estamos a pagar e formar militares ou mercenários? que so pensam em dinheiro
"Aqui na Lusitanea existe um povo que não se governa nem se deixa governar" voz corrente entre os Romanos do Séc. I a.C
 

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routechecker

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« Responder #42 em: Fevereiro 18, 2008, 07:32:17 am »
Vão-me desculpar mas tenho uma enorme dificuldade em comprender alguns puridos virginais que por aqui aparecem.

Onde é que o pilotos que saem da FAP estão a pecar?

1. Os PIL, saem ao fim do contrato assinado entre ambas as partes. Como em qualquer contrato de trabalho. O que é que isso tém de extraordinario?
2. Os PILAV que saem antes do tempo pagam as indemenizações financeiras impostas pela FAP.  Como em qualquer contrato de trabalho.

Que culpa tém os Tenentes e Capitães da FAP que a organização seja incapaz de reter quadros?
Que cada vez mais, so fica que não tém pachorra ou capacidade para mudar de vida para melhor.

Quando é o proprio CEMFA que admite que um piloto comercial ganha mais que ele, ainda há que atire as pedras aos pilotos.
Porque tém o enorme desplante de se atreverem a querer ter uma vida melhor.
Os grandessissimos....

rgds
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psychocandy

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« Responder #43 em: Fevereiro 19, 2008, 08:57:54 am »
Sim, isto para não falar de quantos aqui ainda estão nas FA... Por alternativas melhores? Porque acabou um contrato? Todas as situaçoes sao validas.

Falar eh facil, mas as FA pagam mal e eh preciso quanto a mim, ou ter pouco amor ah vida, diga-se pagar contas, viver razoavelmente, constituir familia, viver desafogado, ou haver essa falta de alternativas, manter-se pelos valores e fazer alguns sacrificios.

Quantos de nos, friamente falando, se contentavam com um ordenado X, uma carreira com poucas saidas, de desgaste facil, onde todos os dias a opiniao publica atira pedras, onde os militares sao mal vistos, muito pouca gente os defende, por uma outra onde o salario eh 10 vezes maior e onde tudo o resto, que eh sobejamente conhecido, eh amplamente melhor?
"The nation which forgets its defenders will be itself forgotten."
 

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Cabeça de Martelo

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« Responder #44 em: Fevereiro 19, 2008, 10:45:10 am »
Meus senhores deixemo-nos de tretas!

Se vocês estão num trabalho onde ganham X e sabem que se forem trabalhar para outra instituição onde poderão ganhar XXX, o que é que fariam? Eu sei o que faria, mudava-me logo o mais depressa possível para a segunda instituição.

Já li que outros países onde os pilotos recebem mais do que o resto para os manterem lá, e a coisa funciona. Porque é que não se faz o mesmo em Portugal? Aposto que a maior parte ficava na FAP.
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.