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Forças Armadas e Sistemas de Armas => Força Aérea Portuguesa => Tópico iniciado por: PereiraMarques em Novembro 25, 2006, 04:56:59 pm

Título: CM: 60 por cento quer deixar Força Aérea
Enviado por: PereiraMarques em Novembro 25, 2006, 04:56:59 pm
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Portugal - 2006-11-25
 
Defesa - 60 por cento quer deixar Força Aérea
Debandada de pilotos

A maioria dos pilotos da Força Aérea, cerca 60 por cento, pretende abandonar a sua carreira militar nos próximos três anos. Este ramo das Forças Armadas, com um universo de cerca de 300 pilotos, corre assim o risco de perder mais 180 profissionais, numa altura em que já enfrenta um défice de cerca de 100. O alerta foi lançado pelo próprio Chefe de Estado-Maior da Força Aérea (CEMFA), general Taveira Martins, num memorando que consta do relatório do Ministério da Defesa sobre o sistema retributivo dos militares.

Neste documento a que o CM teve acesso, é revelado que “60 por cento dos pilotos que reúnem condições para requerer o abate ao quadro tencionam fazê-lo nos próximos três anos”. Em média, segundo o relatório, a Força Aérea perde dez pilotos por ano, que procuram carreiras na aviação civil, onde as remunerações são mais elevadas. Isto apesar de perderem direitos, como a assistência à doença, e correrem o risco de pagar uma indemnização em função da formação técnica adquirida na Força Aérea.


VENCIMENTOS MAIS ELEVADOS

Para impedir a saída dos pilotos, o CEMFA propôs ao Governo o aumento dos salários destes profissionais. “Os pilotos da Força Aérea deveriam passar a auferir remuneração idêntica à de um piloto da TAP que aufere cerca de 3500 euros, traduzindo-se, a adopção de tal medida, num aumento anual da despesa de cerca de 11 900 000 euros”, pode-se ler no relatório. O aumento salarial iria verificar-se através do aumento do valor do suplemento de serviço aéreo atribuído aos pilotos. Este suplemento é apenas um dos vários abonos e subsídios atribuídos aos militares, tendo em conta o risco e a perigosidade das suas funções (ver quadro).

Mas segundo o mesmo documento, o Executivo recusou a proposta do CEMFA, e pondera antes aumentar o tempo mínimo de serviço de nove para 12 anos. Assim, os pilotos só poderão recorrer ao ‘abate’ após 12 anos de serviço. “Aumentando o tempo mínimo de serviço efectivo dos oficiais pilotos aviadores, como forma de contribuir para que estes se mantenham mais tempo ao serviço da instituição militar e assim se rentabilizem os encargos com a sua formação, parece não fazer sentido a alteração do regime do suplemento de serviço aéreo com idênticos objectivos”, refere o relatório, que está a ser analisado pelo grupo de trabalho para a revisão das carreiras, coordenado pelo general Pinto Ramalho. As conclusões deverão ser apresentadas até ao dia 15 de Dezembro.


ESTADO GASTA 21 MILHÕES EM FORMAÇÃO

Entre 2004 e 2006, o Estado pagou cerca de 21 milhões de euros para formar e qualificar pilotos de F-16 nos Estados Unidos. Um custo que não se verificaria, segundo um estudo sobre o sistema retributivo dos militares, se “os pilotos mais experientes não abandonassem prematuramente a instituição militar”. O relatório a que o CM teve acesso e que faz referência a um memorando do Chefe de Estado-Maior da Força Aérea, general Taveira Martins, adianta ainda que “cada novo piloto operacional tem um custo de dois milhões de euros”.

Os elevados custos com a formação dos pilotos representam assim uma problemática para a Força Aérea, quando a maioria destes profissionais abandonam cada vez mais cedo as Forças Armadas para ingressarem na aviação civil. “Este valiosíssimo capital de formação, qualificação e experiência acaba por transferir-se a custo zero para outras organizações do âmbito aeronáutico”, refere o documento. A Força Aérea depara-se assim com outra questão: a saída de pilotos excede a capacidade de regeneração do ramo.


NÚMEROS PELA FORÇA AÉREA

- 300 pilotos integram actualmente a Força Aérea. A maioria já tem mais de nove anos de serviço, já que só a formação dura cinco.

- 10 pilotos deixam em média por ano a Força Aérea para iniciar uma carreira na aviação civil, onde as remunerações são mais altas.

- 2 milhões de euros é o montante gasto pelo Estado português na formação e qualificação de cada novo piloto da Força Aérea.

- 21 milhões de euros foi a verba gasta pelo Estado entre 2004 e 2006 para formar pilotos da Força Aérea nos Estados Unidos.

- 100 pilotos estão a ser formados actualmente nos Estados Unidos até 2011, o que custará ao Estado um milhão de euros.

- 129 pilotos, entre os quais o CEMFA, recebem um subsídio entre 571 e 1077 euros sem voar.


Ana Patrícia Dias

Fonte: http://www.correiomanha.pt/noticia.asp? ... l=10&p=200 (http://www.correiomanha.pt/noticia.asp?id=222270&idselect=10&idCanal=10&p=200)
Título:
Enviado por: Pantera em Novembro 25, 2006, 06:36:46 pm
hoje em dia estes "soldados" põe o dinheiro à frente do serviço militar e a protecção da pátria.Um piloto de avião ganha balúrdios na força área,apenas sai porque sabe que ao ir para companhias privadas vai ganhar bem mais.O mais grave aqui é que gastamos cerca de 100.000 contos para formar um piloto da força área..É dinheiro completamente desperdiçado! :?
Título:
Enviado por: Spectral em Novembro 25, 2006, 06:40:21 pm
"“60 por cento dos pilotos que reúnem condições para requerer o abate ao quadro" é muito diferente de 60% do quadro total de pilotos da FAP...

ai estes jornalistas...
Título:
Enviado por: Leonidas em Novembro 25, 2006, 09:27:48 pm
Saudações guerreiras

Sim senhor, altere-se a lei. Se se poder chegar ao 15 anos de permanência será muito melhor, porque dá para a FAP tetr uma maior margem de manobra na gestão dos efetivos, mas se a alterarem para 12 anos já será bom. Não esquecer do espólio e de uma propina equivalente ao que irá ganhar durante 3 anos. Veremos se chega.

A propósito desta discussão, não sei se estará correto o meu pensamento, mas afinal a lei impõe um limite mínimo de permanência. Depois desse período podem requer a sua saída, mas isso não significa que a FAP tenha que dizer que sim. Os pilotos só saiem se as chefias concordarem, não é verdade?

Se eles pernanecerem também não significa que a FAP esteja a violar nenhuma lei, nem princípios, mesmo que tenham que ficar contrariados, não é verdade? Logo, a questão de não haver pilotos qualificados para os F-16 começa a soar-me cada vez mais a desculpas de mau pagador. Outra coisa que não entendo é a desculpa das exigências para pilotos de caça, coisa que também já desconfiava não bater certo. Ao que parece só os outros é que conseguem tudo.

Nós, mais uma vez, é que queremos ensinar àqueles que já têm aquilo que nunca procuramos ter ou que nunca levamos a sério, com a nossa infinita sabedoria. Nós é que temos razão. Continuemos...  :roll:

Muito sinceramente, cada vez não sei mais o que dizer. Para quê eu continuar a pagar impostos neste país. Acho que vou para um outro país em que se veja que podem levar as coisa mais a sério.

Cumprimentos
Título:
Enviado por: antoninho em Novembro 25, 2006, 10:08:09 pm
Começo a dar razão àquelas chamadas bestas....
Andamos a discutir esta porcaria aos anos e continua tudo na mesma.....
Porquê a permissividade nesta tomada de decisão?????
Os cargos ou posto nas forças armadas terão que ser revistos na sua totalidade, desde pilotos a técnicos.
O país não pode andar a formar pessoas que têm por objectivo o seu sonho particular/profissional, para isso que paguem do seu bolso, ou então que façam o tempo necessário no ramo, que justifique o dinheiro gasto na sua formação.
As forças armadas não podem ser uma sucursal de 1ª linha, para cobrir faltas ou lacunas de formação do IEFP, no qual o formando tira o curso e adeus.....
Quem quer favores do estado, que o perceba......
As vacas gordas acabaram e aumentar os ordenados....pobres daqueles que deram o cabedal em África e AGORA ASSISTEM A ISTO.....
e estes, ainda esperam por especial favor, o que por direito lhes pertence...
QUE LEVEM ESTES MENINOS AO LAR DA AV. RAINHA DONA AMÉLIA PARA VEREM O QUE É SOFRIMENTO PELA NAÇÃO.....
Título:
Enviado por: sturzas em Novembro 26, 2006, 01:36:51 am
Colegas ("camaradas") Foristas:

PELOS NOSSOS PAIS, diria mais: o que de direito não lhes é reconhecido pelo  ESTADO - (todos aqueles que sem "saberem" foram chamados a combater numa guerra), o valor que não lhes é dado pela SOCIEDADE, (que vieram, viram, mas ninguém assume o que por lá passaram e sentiram, e logo todo o apoio necessário não existe).

É triste viver numa sociedade, em que, pessoalmente confesso, o meu pai combateu na Guiné (2 comisões), acorda durante a noite a gritar "granada". Tem apoio psicológico, mas privado (teve que ser reformado aos 52 anos). A geração que lutou, presenciou, sentiu e viveu... NÃO É RECONHECIDA, NEM TÃO POUCO É CONSIDERADA.

Actualmente penso nos números que são gastos, para formar um operacional... aqueles que o foram (operacionais), infelizmente têm que sobreviver pela simples questão de o terem sido... mesmo sem querer, ou tão pouco saber. Penso que isto é reflexo de uma estrutura, existente em nós (PORTUGUESES) há pouco mais de trinta anos, que não se adequa às realidades e necessidades.

Têm medo que os pilotos que são caros... fujam... simples... não os deixem fugir. Criem condições para os manter...

Cumprimentos

P.S. - Infelizmente sei o que é o LAR DA AV. RAINHA DONA AMÉLIA.
Título:
Enviado por: papatango em Novembro 27, 2006, 12:49:52 am
Este não é um problema novo, nem será um problema com fim à vista.

O Spectral salientou, e é importante frisar, que se trata de 60% daqueles que cumprem os quesitos para sair.

Os pilotos têm que cumprir um determinado numero de anos na Força Aérea!
O país dá-lhes essa formação, e como contrapartida, eles cumprem serviço garantidamente por um numero "X" de anos (não sei exactamente quantos).

A partir daí, eles podem deixar a Força Aérea.

O que parece acontecer, é que daqueles que já cumpriram o numero de anos que são obrigados a cumprir, 60% deles pretende saír.

O problema atinge todas as Forças aéreas. Nos Estados Unidos, é visto como um dos principais problemas da força.
Eles têm encontraram várias formas de reduzir o problema mas não o conseguiram controlar. As companhias nacionais e regionais americanas têm salários muito mais altos que a Força Aérea, e mesmo as companhias americanas vêm os seus pilotos ser atraídos por companhias do médio oriente e da Ásia.

Uma das soluções na américa é o serviço em part-time, em que os militares continuam a trabalhar para a Força Aérea (na "Air National Guard "de algum estado) e podem ser chamados em caso de necessidade, sendo naturalmente obrigados a voar um numero minimo de horas para manter certificações.

Não é uma tragédia.
Ou melhor, é uma tragédia que todos os países enfrentam.

Cumprimentos
Título:
Enviado por: antoninho em Novembro 27, 2006, 06:06:16 pm
O mesmo problema nas empresas privadas, que dão formação aos seus quadros e estes depois muitas das vezes piram-se, só que neste momento, algumas obrigam os seus funcionários, a assinar uma adenda ao contracto, no qual se acontecer isso terão que pagar ou indemnizar  tal formação, ou seja, seguram-nos de forma a evitar a fuga de quadros .....
Título:
Enviado por: Leonidas em Novembro 27, 2006, 07:57:15 pm
Saudações guerreiras

Citação de: "Papatango"
Os pilotos têm que cumprir um determinado numero de anos na Força Aérea!
O país dá-lhes essa formação, e como contrapartida, eles cumprem serviço garantidamente por um numero "X" de anos (não sei exactamente quantos).

A partir daí, eles podem deixar a Força Aérea.


Tudo bem, mas onde é que está escrito que têm de sair? Onde está escrito que devem sair ao fim desse tempo? O que a lei fala é de um tempo mínimo em que não podem requerer a saída!!!! Isso significa que têm automaticamente luz verde para sair, mesmo que metam esse tal requerimento? È esse requerimento que legitima a sua saída? É a sua vontade pessoal que legitima o que quer que seja?

Se estivesse em causa um tecto máximo de oito anos aí é que ninguém poderia contestar a saída de ninguém, ao fim desse tempo, mas não é isso que lá está!!!! Sou levado a crer que se está ter uma interpretação abusiva da lei!!!!

É lógico que mesmo assim, o problema não se esgota aqui, entrelaça-se com outros e mexe em assuntos igualmente delicados, que só por muita falta de sentido de estado são pura e simplesmente alheados da realidade e da sua resolução. O que impera neste pais é a lei do menor esforço, nada mais. Isso é que é verdadeiramente trágico. No entanto, há sempre excepções, nem que seja partir calhau, de ambas as maneiras.

O país dá-lhes essa formação e paga a todos esses profissionais e o que lhes paga dá para viver com dignidade mais que suficiente, neste país. Para mim não há desculpas e os sacrifícios a suportar fazem parte da vida.  
 
Só tenho pena daqueles que pouco ou nada têm. Daqueles que não têm opções, daqueles que são obrigados a comer o pão que o diabo amassou, daqueles que não têm um emprego, daqueles 2 milhões de pobres num país chamado Portugal. É desses que, cada vez, mais pena tenho.

Cumprimentos
Título:
Enviado por: luis filipe silva em Novembro 27, 2006, 08:19:39 pm
Antoninho escreveu:
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O mesmo problema nas empresas privadas, que dão formação aos seus quadros e estes depois muitas das vezes piram-se, só que neste momento, algumas obrigam os seus funcionários, a assinar uma adenda ao contracto, no qual se acontecer isso terão que pagar ou indemnizar tal formação, ou seja, seguram-nos de forma a evitar a fuga de quadros .....

A FAP devia-se precaver e impor as mesmas regras. Só que assim não conseguiam cativar os "valentes portugueses" que se estão a marimbar para a Nação, e só querem tirar qualificações.
Por outro lado, e como sabemos, em que é que a Pátria os contempla?
Só os politicos são reconhecidos, ou como anti-fascistas de longa data, ou como individuos que serviram a Pátria na DGS (PIDE), ou ainda a Fátima Felgueiras( e outros), que é superior à lei, e ainda é paga.

É uma questão de moral e justiça.
Título:
Enviado por: typhonman em Novembro 27, 2006, 10:41:54 pm
Tanta escolha e tantos testes para escolher os "melhores" depois dão-lhes com a porta na cara...É bem feito!!
Título:
Enviado por: Cabeça de Martelo em Novembro 28, 2006, 11:24:30 am
Citação de: "Typhonman"
Tanta escolha e tantos testes para escolher os "melhores" depois dão-lhes com a porta na cara...É bem feito!!


Desculpa Typhonman, mas querias o quê?
Pessoal a entrar com miupia, coluna torta, falta de capacidade intelectual e decisória...?!  :?
Acho que todos aqui quiseram numa outra altura da vida ser piloto da FAP, mas entre querer e ser há uma enorme distância! o importante é criar condições para continuarmos a ter uma FAP com capacidade real, seja para SAR/CSAR, como para todas as outras missões.
Título:
Enviado por: typhonman em Novembro 28, 2006, 11:59:03 am
Nao me expliquei bem, a nivel dos testes psicologicos deviam ser mais "Persuasivos" E "Exaustivos" para identificar os mais aptos e que queiram abraçar com maior força a carreira militar. Eu própio fiz testes para a AFA tendo ficado aprovado nos testes psicotécnicos, médicos e fisicos, não entrei porque não tinha média adequada para engenharia..Tinha 14 de média...E não fiquei apto para pilav devido a minha altura excessiva.. 1.88m... De certeza que se tivesse entrado não estava a dar a facada nas costas a instituição, como muita gente está a dar. Mas o pior é que não é so a instituição é a PÁTRIA. Mas hoje em dia muita gente esta-se a " cagar" para isso. O que interessa é um grande ordenado ao fim do mês...

A FAP não se pode limitar a ter capacidade SAR e de vigilância maritima, ou tem capacidade de combate ou não tem! Neste momento o numero de aeronaves capazes de lançar munições inteligentes....´

Não se percebe como é que não conseguimos ter pilotos para duas esquadras de F16MLU.. A selecção dos que realmente querem servir a pátria tem de começar no CRM...

Muito do pesosal com quem falei na altura, e ja la vão 4 anos...Foi que "queremos ir pa pilav para ir para os f16 e depois ir para a tap.."
Acabam por usar o estado e a FAP para atingir objectivos pessoais.. Mas já nada disto me estranha.. :cry:
Título:
Enviado por: Cabeça de Martelo em Novembro 28, 2006, 02:04:55 pm
Agora é que percebi o que querias dizer e só posso dizer que concordo em pleno com o que tu disseste.  :wink:
Título:
Enviado por: Lancero em Novembro 28, 2006, 03:04:53 pm
Há aqui uma coisa que me inquieta. Na minha perspectiva, a indicação de que "60 % dos pilotos quer deixar a Força Aérea" não será muito diferente de "60 % dos pilotos que reúnem condições para requerer o abate ao quadro tencionam fazê-lo nos próximos três anos".

E digo isto porque? Eles podem sair após 9 anos. Em formação são contabilizados 5 anos (explicaram-me que já conta para os nove...), e depois fica-lhes a faltar 4 anos numa esquadra operacional. Assim sendo, julgo que não serão muitos os pilotos que estarão aquém dos 9 anos.

Penso eu de que...
Título:
Enviado por: Get_It em Novembro 28, 2006, 06:26:39 pm
Lancero, e nesses 5 anos de formação já está contabilizado o ano de instrução nos EUA totalmente pago? Pelo menos para F-16 é o habitual.

Cumprimentos,
Título:
Enviado por: Lancero em Novembro 28, 2006, 07:23:05 pm
Pois... Não sei. Alguém que esteja mais por dentro da matéria pode esclarecer, mas penso que essa qualificação já é feita após os cinco anos de Academia + estágio (?? isso existe ??)
Título:
Enviado por: Jose M. em Novembro 28, 2006, 08:42:42 pm
Qual é a idade do um piloto disponivel para o mercado civil? (tras os nove anos obrigatorios).

   Cumprimentos.
Título:
Enviado por: Cabeça de Martelo em Novembro 28, 2006, 10:43:09 pm
Eu acho que há uma confusão qualquer nisto tudo. Os pilotos-aviadores contratados têm uma formação de 2 anos e não os 5. 5 anos é o tempo que um piloto QP demora a ser formado porque está a tirar um curso superior. Pelo que eu ouvi dizer acho que muito poucos pilotos RC vão para os F-16, a maior parte vai para os alouette e para os Aviocar.
Desculpem-me se eu estiver a dizer alguma barbaridade, mas esta não é a minha especialidade.
Título:
Enviado por: ricardonunes em Novembro 28, 2006, 10:51:49 pm
Citação de: "Cabeça de Martelo"
Pelo que eu ouvi dizer acho que muito poucos pilotos RC vão para os F-16, a maior parte vai para os alouette e para os Aviocar.


Pois, eu devo saber muito menos que o Cabeça, mas aposto a pontinha do meu dedo mindinho em como nenhum RC toca nos F16.
Título:
Enviado por: Lightning em Novembro 28, 2006, 11:20:02 pm
Citação de: "ricardonunes"
Citação de: "Cabeça de Martelo"
Pelo que eu ouvi dizer acho que muito poucos pilotos RC vão para os F-16, a maior parte vai para os alouette e para os Aviocar.

Pois, eu devo saber muito menos que o Cabeça, mas aposto a pontinha do meu dedo mindinho em como nenhum RC toca nos F16.


A ideia que eu tenho é que nos F-16 é só pilotos do quadro permanente devido aos pilotos a contracto quando tivessem todas as qualificações necessárias para pilotar tal aeronave pouco tempo lhes faltariam para o fim do contracto logo nesse caso toda o investimento para esses pilotos voar em F-16 seria um desperdicio.
Outra razão e o desinteresse pelos proprios pilotos a contracto por essas mesmas aeronaves visto que para uma qualquer empresa de aviação civil é muito mais importante um piloto com experiencia em C-130, P-3 ou Aviocar já que são aeronaves plurimotores e possuem um grande numero de horas de voo a aterrar e descolar de aeroportos civis, enquanto se fossem pilotos de caças estariam em desvantagem com pilotos dessas aeronaves.
Título:
Enviado por: Lancero em Novembro 29, 2006, 10:48:20 am
Citação de: "Cabeça de Martelo"
Eu acho que há uma confusão qualquer nisto tudo. Os pilotos-aviadores contratados têm uma formação de 2 anos e não os 5. 5 anos é o tempo que um piloto QP demora a ser formado porque está a tirar um curso superior. Pelo que eu ouvi dizer acho que muito poucos pilotos RC vão para os F-16, a maior parte vai para os alouette e para os Aviocar.
Desculpem-me se eu estiver a dizer alguma barbaridade, mas esta não é a minha especialidade.


Um contratado não é piloto-aviador (PILAV). Acho que é apenas piloto. E o contrato não é de 3 a 6 anos?, após o que vão para os quadros ou seguem a vida civil? Entrarão nestas contas?
E também quase que metia as mãozinhas no lume a dizer que não voam F16. Mas estes (pilotos F16) são a minoria na FAP. O mais grave, como alguém já aqui escreveu, é nas esquadras de C130, Aviocar e P3
Já agora, o que algumas mensagens antes eu chamava de estágio (o 5.º ano do curso) é o tirocínio
Mas, tal como não é a tua especialidade, muito menos é a minha  :wink:

os meus 2 cêntimos...
Título:
Enviado por: Lancero em Novembro 29, 2006, 02:14:07 pm
Já agora, um acórdão do Tribunal Central Administrativo sobre esta temática.

http://www.dgsi.pt/jtca.nsf/0/75bc160f6 ... enDocument (http://www.dgsi.pt/jtca.nsf/0/75bc160f6ac5328380256db40032721d?OpenDocument)

Acórdão esse revogado pelo Supremo Tribunal Administrativo, que diz que os contratados não têm que indemnizar o Estado por término do contrato antes de tempo.

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1 ... t=0,piloto (http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/647566cecd7d9ba18025700a00474644?OpenDocument&Highlight=0,piloto)
Título:
Enviado por: Yosy em Novembro 29, 2006, 05:47:04 pm
Citação de: "ricardonunes"
Citação de: "Cabeça de Martelo"
Pelo que eu ouvi dizer acho que muito poucos pilotos RC vão para os F-16, a maior parte vai para os alouette e para os Aviocar.

Pois, eu devo saber muito menos que o Cabeça, mas aposto a pontinha do meu dedo mindinho em como nenhum RC toca nos F16.


Tem toda a razão: ser piloto de F-16 é o objectivo de practicamente todos os  cadetes saídos da academia. Os de RC nem os cheiram!

Claro que vida de piloto de caça não é pêra doce. Dogfights de 4 horas: os pilotos saem das aeronaves e parecem velhos!
Título:
Enviado por: psychocandy em Novembro 30, 2006, 01:40:51 am
Como se a questão se prende-se com isso...
O que se passa e' que de um lote bastante grande que concorre a' academia, das escolhas so passam super-homens, dizemos super-homens porque?

Porque desse lote de (vamos supor) jovens, com 18 anos, 12º, capacidades físicas e psicológicas aceitáveis, podem-se escolher ate ao ínfimo detalhe pessoas capazes de ocupar esse lugar. Uma espécie de concurso miss universo ;D

Digamos que não eh uma coisa impossível, convém pensar que são factores fáceis de conjugar num jovem de 18 anos, no entanto uma selecção eh isso mesmo, rigor dentro da panóplia.

Depois vem o percurso normal de um cadete, muitas horas de estudo culminadas com um exemplar e exigente treino físico, que exige sem duvida um grande esforço e dedicação para quem la' esta'.

A maior parte não nasceu para ser piloto, nem sequer estava minimamente preparado para o que lhe esperava, mas como qualquer pessoa que tenha passado pela instituição militar, os obstáculos ultrapassam-se, os medos contornam-se e as dificuldades vencem-se!

No caso deles com efeito prologando pois a exigência mantém-se por um período mais extenso, tal como fossem comuns atletas de alta competição.

Penso que o idolatrar de um piloto (sobretudo de caça) e da sua  relativamente pouco comum ocupação, vem de quem aspira ou aspirou, admira ou observa este fenómeno que e' voar, as vezes esquecendo-se que como nos são humanos, com vida e escolhas a fazer.
Título:
Enviado por: p_shadow em Novembro 30, 2006, 05:01:06 am
Citação de: "psychocandy"
A maior parte não nasceu para ser piloto, nem sequer estava minimamente preparado para o que lhe esperava, mas como qualquer pessoa que tenha passado pela instituição militar, os obstáculos ultrapassam-se, os medos contornam-se e as dificuldades vencem-se!

No caso deles com efeito prologando pois a exigência mantém-se por um período mais extenso, tal como fossem comuns atletas de alta competição.

Penso que o idolatrar de um piloto (sobretudo de caça) e da sua  relativamente pouco comum ocupação, vem de quem aspira ou aspirou, admira ou observa este fenómeno que e' voar, as vezes esquecendo-se que como nos são humanos, com vida e escolhas a fazer.


 :Palmas:

Eu vejo um piloto de caça como um militar de operações especiais, cujos custos de treino e de manutenção de operacionalidade serão sempre "inegociáveis". Por inúmeras, e evidentes, razões...


Cumptos
Título:
Enviado por: Yosy em Novembro 30, 2006, 09:57:01 pm
Citação de: "p_shadow"
Citação de: "psychocandy"
A maior parte não nasceu para ser piloto, nem sequer estava minimamente preparado para o que lhe esperava, mas como qualquer pessoa que tenha passado pela instituição militar, os obstáculos ultrapassam-se, os medos contornam-se e as dificuldades vencem-se!

No caso deles com efeito prologando pois a exigência mantém-se por um período mais extenso, tal como fossem comuns atletas de alta competição.

Penso que o idolatrar de um piloto (sobretudo de caça) e da sua  relativamente pouco comum ocupação, vem de quem aspira ou aspirou, admira ou observa este fenómeno que e' voar, as vezes esquecendo-se que como nos são humanos, com vida e escolhas a fazer.

 :Palmas:

Eu vejo um piloto de caça como um militar de operações especiais, cujos custos de treino e de manutenção de operacionalidade serão sempre "inegociáveis". Por inúmeras, e evidentes, razões...


Cumptos


Eu vejo um piloto de caças como um militar. Começa e acaba aí.
Título:
Enviado por: Ricardo Nunes em Dezembro 01, 2006, 03:28:19 pm
Ora vamos lá esclarecer uns pontos.

Os pilotos em Regime de Contrato ( RC ) são os chamados PIL, enquanto que os pilotos formados através da Academia da Força Aérea ( AFA ) têm a designação de PILAV. Os primeiros possuem uma formação de 2 anos, enquanto que os últimos de 5, com equivalência universitária. Por enquanto, e devido a questões contratuais ( os PIL estão afectos à Força Aérea por 6 anos de contrato ) apenas PILAVs podem concorrer e pilotar aeronaves F-16.

Um piloto possui uma formação bastante específica e cara. Contudo é tanto militar como qualquer outro oficial dos quadros da Força Aérea. Tendo consciência disso penso que os pontos que se aplicam a uma especialidade se aplicam a outra. Não se pode estar à espera que um piloto fique indefenitivamente na Força Aérea e muito menos duvidar do seu patriotismo ou dedicação a este país ou à instituição que serve. Os termos dos contratos, ou prestação de serviços, são conhecidos por todos aqueles que ingressam. É muito simples e fácil criticar de fora sem conhecer a complexidade de toda a questão.
Pela mesma lógica, vamos então obrigar todos os oficiais, sargentos e praças, das várias especialidades, a manterem-se ao serviço por tempo indefenido.

A formação de um piloto não é cara por mordomia ou simples luxo. É assim por necessidade. Para isso também são escolhidos os individuos que a Força Aérea considera mais aptos para executarem essa função. Os pilotos não são super-homens. É verdade que têm uma função especial dentro do ramo que necessita de outros critérios e de outras atenções o que, admito, justificaria provavelmente a revisão constituicional de toda a questão. Mas, e reitero aqui veemente, não se pode criticar uma pessoa pelo simples cumprimento da missão e tempo que lhe foram atribuídos. Alguns dão o "extra-mile", outros não. Nem são obrigados a tal e não sao menos portugueses por isso.
Criticar a política ou os contratos em si é uma coisa. Criticar as pessoas é outra.

Para acabar, e a título de curiosidade, pelos vistos cá estamos dois Ricardo Nunes diferentes. Ora bem, para que não haja confusão eu sou o "tal" do 9Gs.

Um abraço,
Título:
Enviado por: ricardonunes em Dezembro 01, 2006, 04:31:01 pm
Citação de: "Ricardo Nunes"
Para acabar, e a título de curiosidade, pelos vistos cá estamos dois Ricardo Nunes diferentes. Ora bem, para que não haja confusão eu sou o "tal" do 9G.

Um abraço,


É isso mesmo.
Dois ricardonunes, este sou eu com, o ricardo das letras pequeninas.
Ricardo Nunes, caso ache que o meu nickname, que é o meu nome, pode trazer confusões diga.
Título:
Enviado por: Ricardo Nunes em Dezembro 01, 2006, 04:38:30 pm
Citação de: "ricardonunes"
Citação de: "Ricardo Nunes"
Para acabar, e a título de curiosidade, pelos vistos cá estamos dois Ricardo Nunes diferentes. Ora bem, para que não haja confusão eu sou o "tal" do 9G.

Um abraço,

Ricardo Nunes, caso ache que o meu nickname, que é o meu nome, pode trazer confusões diga.


Sem problemas!  :wink:
Título:
Enviado por: Spectral em Dezembro 01, 2006, 08:41:54 pm
finalmente, a pessoa mais qualificada para desfazer as dúvidas ;)
Título:
Enviado por: Hollywood em Dezembro 09, 2006, 02:38:12 am
Bem...ser piloto militar não é fácil nem nunca o será...eu que o diga, ser piloto na FAP tem muito que se lhe diga só nós sabemos o que sofremos mas só aqui está quem realmente quer, ninguem nos obrigou e é com muito prazer que dou o litro a servir a FAP.

Quem se candidata para a FAP como piloto não devia pensar em ganhar €€, até porque para o serviço que fazemos ganha-se muito pouco em comparação a companhias aéreas e outras forças aéreas, mas também esse factor para mim é praticamente irrelevante, para mim o que realmente estou aqui a ganhar é a realização pessoal e isso os €€ não podem comprar.

Quanto à fuga de pilotos em si, não posso dizer muito para ser sincero nem tenho opinião definida sobre o assunto, os pilotos são pessoas normais como vocês cada um com as suas próprias necessidades quer sejam pessoais quer sejam financeiras...

Formar pilotos é bastante caro, mas não pensem que o dinheiro dos contribuintes está a ser mal gasto, pois daqui espremem tudo o que podem de nós, mas também só assim é que se pode formar gente capaz para vos representar e defender.

Espero ter conseguido melhorar um pouquito a imagem que tem de nós  :wink:
Título:
Enviado por: PereiraMarques em Julho 11, 2007, 11:28:54 am
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General escolhe aviação civil

MANUEL CARLOS FREIRE  
 
O general Francisco Baptista saiu da Força Aérea no início deste mês para trabalhar numa companhia aérea privada, tornando-se o último e mais graduado das quase três dezenas de pilotos militares que já deixaram as fileiras em 2007.

Segundo os dados a que o DN teve acesso, o número de pilotos-aviadores que deixaram as fileiras no primeiro semestre deste ano é quase 50% superior à média - cerca de 20 por ano - das últimas duas décadas. A grande maioria são oficiais jovens e de baixa patente, sendo Francisco Baptista o terceiro general a optar por pilotar aviões comerciais nos últimos anos, segundo actuais e antigos oficiais da Força Aérea. Mas o número cresceu significativamente em 2007 porque agora houve vários coronéis a optar pela aviação civil.

A decisão de Francisco Baptista - que coincidiu com a celebração do Dia da Força Aérea e com a suspensão temporária (por falta de pilotos) do helicóptero estacionado na região autónoma da Madeira - surge como mais um alerta de que a Força Aérea, insistem as fontes, está a atingir "limites críticos" no seu funcionamento. Recorde-se que o ramo só tem quatro pilotos comandantes na esquadra dos aviões de transporte Hércules C-130 e que, nos Açores, as duas tripulações dos helis EH-101 fazem turnos de 24 horas dia sim dia não, com os custos pessoais e familiares que isso implica.

Acresce que se for ultrapassado o limite de 12 horas de voo diárias, imposto a nível internacional, tem de avançar a tripulação de reserva para realizar nova operação no mesmo dia - ou então ela não é realizada, assinalam as fontes.

Francisco Baptista foi promovido ao generalato em 2006, depois de comandar a base aérea dos Açores e de ter estado colocado no quartel-general da NATO em Bruxelas. Segundo algumas fontes, a proibição de continuar a voar nos caças Alpha Jet por parte das chefias da Força Aérea foi outra das razões que levou o major-general a deixar as fileiras. O militar, com 53 anos de idade e 33 anos de serviço militar, era adjunto do tenente-general responsável pelas Operações no Estado-Maior-General das Forças Armadas.

De acordo com uma alta patente, o facto de um general - novo, ainda com uma carreira militar pela frente - optar pela aviação comercial comprova que este mercado oferece condições irresistíveis. Porém, e ao contrário do que pode suceder com os pilotos mais novos, a este nível não se fala só de condições materiais mas de "estabilidade pessoal e familiar".

Por outro lado, o não ter horários nem as condições de trabalho de que gozam os pilotos (engenheiros, mecânicos...) civis junta-se ao sentimento de que os militares são "maltratados" pelo poder político e não têm o reconhecimento da sociedade civil, frisou um ex-oficial, acrescentando: "É uma injustiça! É insustentável [para] quem tem uma família para alimentar e uma vida para viver."

Fonte: http://dn.sapo.pt/2007/07/11/nacional/g ... civil.html (http://dn.sapo.pt/2007/07/11/nacional/general_escolhe_aviacao_civil.html)
Título:
Enviado por: Luso em Julho 11, 2007, 08:25:33 pm
11 Julho 2007
A tropa do descalabro
 
Mau grado o degradante espectáculo de demissão que as Forças Armadas exibiram no imediato 25 da Silva - graças à cobardia, ao cómodo situacionismo e fechar de olhos, ao trepadorismo sempre de bem com todas as situações, aliado a um quase analfabetismo, características bem lusitanas - sempre pensei, ingenuamente, que a oficialagem se nutria de valores para uma ocupação que seria - idealizava eu - mais uma "vocação" que um emprego. Por lá estive cinco longos anos, entre formaturas, marchas, semanas de campo e manobras, pelo que nunca consegui atentar - como era crédulo na altura - nas beberragens, nos vícios das cartas e dos dados, na madracice e dolce-fare-niente que envolvem esse mundo quase à parte. Senti-o tardiamente, quando passei das unidades operacionais para serviços de ar-condicionado, burocracia e cadeirões. Aqueles homens, fartos e sonolentos, aqueles oficiais tardios vindos de sargentos, aqueles pequeno-burgueses fardados das 9 da manhã às 5 da tarde eram os anti-heróis de uma instituição que idolatrara. Ali pouco ou nada se fazia: jogava-se muito, bebia-se muito, discutia-se futebol, ia-se ao depósito de géneros atestar a bagageira, à bomba de gasolina para atestar o depósito e até se faziam levas de fim de semana para levar uns quantos miúdos fardados para obras e pinturas em casa do senhor capitão x, do senhor major y e do sargento-chefe z.

Desenganado, esqueci tudo isso e voltei à vida civil. Continuei a idealizar a velha estirpe dos soldados patriotas, render preito e homenagem aos raros vestígios de um tempo remoto em que os militares eram, de facto, cavalheiros dos pés à cabeça, orgulhosos das suas fardas e dos seus juramentos de fidelidade à pátria. Agora desfazem-se-me definitivamente as ilusões. Leio e já não me espanto. Os aviadores, pagos com o nosso ouro para ganharem as asas, fogem da Força Aérea para o negócio do comércio das núvens. Enganam, traem e espezinham as juras de fidelidade à pátria, deixam indefesos os céus portugueses. A fuga não envolve mecânicos, jovens cadetes ou humildes sargentos. Agora são generais, coronéis, majores pilotos-aviadores, ávidos por ordenados. Entretanto, lá vamos tendo ministros da defesa num país indefeso, comido e aviltado por dentro, da presidência ao porteiro do mais ignoto instituto; todos mobilizados pelas pulsões do estômago e do status conferido pelo dinheiro. Onde o dinheiro domina, já não há lugar para vocações, nem para o serviço do Estado nem pelo amor de Pátria. A coisa acabou. A tropa mostra, com isto, que deixou de ser reserva para o que quer que seja. A "civilização" tornou-os iguais à populaça: futebol, dinheiro e mariscadas.


http://combustoes.blogspot.com/ (http://combustoes.blogspot.com/)
Título:
Enviado por: SSK em Julho 11, 2007, 08:43:49 pm
:sil:

 :G-sig:
Título:
Enviado por: Boina_Verde em Julho 12, 2007, 11:24:10 pm
ok...isto é mau :(
Título:
Enviado por: Cabecinhas em Julho 12, 2007, 11:27:16 pm
É triste mas é verdade!
Título:
Enviado por: ShadIntel em Fevereiro 17, 2008, 12:49:18 pm
Força Aérea espera sofrer nova sangria de pilotos

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MANUEL CARLOS FREIRE
Saídas. FAP perdeu 98 pilotos entre 2004 e 2007, sendo 84 dos quadros permanentes
A Força Aérea Portuguesa (FAP) ainda não sabe quantos pilotos vai perder em breve, ao abrigo do concurso de admissão à TAP que terminou no passado dia 1.

Diferentes fontes da FAP mostraram-se, no entanto, pessimistas sobre a matéria, à luz do que tem sucedido em anos anteriores e por aquele concurso dever ser o único que a TAP abre este ano.

Fontes da TAP disseram ao DN que foram recebidas cerca de cem candidaturas, para um número estimado de duas dezenas de vagas. O processo está na fase inicial de selecção e recrutamento, devendo estar concluído no segundo trimestre do ano. Quanto à origem dos candidatos, há elementos da Força Aérea, de várias companhias aéreas e escolas civis, adiantaram.

Segundo fontes do ramo, a frota dos C-212 Aviocar poderá ser a mais afectada, não tanto pelo número de saídas que se possam registar mas porque, até ao fim de 2009 ou mesmo 2010, as tripulações vão operar também os novos aviões de transporte C- -295. "Haverá capacidade" para evitar problemas na operação destes aparelhos, que começam a chegar em Junho, afirmou um responsável da FAP ao DN. "A sustentação do 212 é que poderá ser problemática", admitiu.

Tal situação deve-se ao facto de os Aviocar terem de continuar a voar ao mesmo tempo que os C-295 durante quase dois anos, para que as missões militares e de interesse público não sejam prejudicadas durante as fases de certificação dos novos aviões, de qualificação das tripulações e de aceitação operacional dos aparelhos.

Pelo menos três pilotos dos Aviocar, um deles piloto-aviador (PILAV), deverão deixar a FAP, o que também explica o recente fim da missão em São Tomé.

Em relação aos F-16, uma das fontes garantiu ao DN que "não há saídas" previstas de pilotos daqueles caças.

Os registos da FAP revelam uma "fuga" de 98 pilotos nos últimos quatro anos, na sua grande maioria formados na Academia da Força Aérea (os chamados PILAV). Os restantes eram oriundos do regime de contrato (os PIL), que deixam obrigatoriamente a Força Aérea ao fim de seis anos.

Por ano, registaram-se 23 saídas em 2004 (17 das quais PILAV); 18 em 2005 (16 PILAV); 22 em 2006 (18 PILAV) e 35 em 2007 (33 PILAV). Neste último ano, 16 dos 33 pilotos- -aviadores não tinham condições de saída e optaram por pagar as indemnizações de milhares de euros que os libertavam das obrigações militares. "Um co-piloto da TAP ganha mais do que o chefe do Estado-Maior da Força Aérea", explicou recentemente ao DN o titular deste cargo, general Luís Araújo, defendendo a aplicação de medidas adicionais - leia-se "aproximar os suplementos dos pilotos daqueles que se pagam na aviação civil" - à do simples aumento de tempo exigido aos PILAV para sair sem pagar indemnizações (de oito para 12 anos).

DN (http://http)

Se as coisas continuarem assim, a Força Aérea ainda acaba por ter de contratar pilotos "mercenários".  :(
Título:
Enviado por: Lightning em Fevereiro 17, 2008, 05:07:34 pm
Citação de: "ShadIntel"
Se as coisas continuarem assim, a Força Aérea ainda acaba por ter de contratar pilotos "mercenários".  :(


Mas os pilotos mercenários não me parece que aceitem ordenados iguais aos pilotos militares...
Título:
Enviado por: typhonman em Fevereiro 17, 2008, 05:54:38 pm
É bem feito!

Quando fiz os testes para a AFA (Engenharias) os meninos que iam para PILAV falavam na sala de espera, (enquanto esperavamos pelos resultados) comentavam "O que interessa é entrar para depois ir para a TAP, que se ganha bem"
Título:
Enviado por: routechecker em Fevereiro 17, 2008, 06:09:08 pm
Citação de: "ShadIntel"
Se as coisas continuarem assim, a Força Aérea ainda acaba por ter de contratar pilotos "mercenários".  :(


Impossivel, com o que a FAP pode pagar ninguem queria.

rgds
Título: Debandada de pilotos aviadores para companhias aéreas civis.
Enviado por: Instrutor em Fevereiro 17, 2008, 11:57:30 pm
Afinal estamos a pagar e formar militares ou mercenários? que so pensam em dinheiro
Título:
Enviado por: routechecker em Fevereiro 18, 2008, 07:32:17 am
Vão-me desculpar mas tenho uma enorme dificuldade em comprender alguns puridos virginais que por aqui aparecem.

Onde é que o pilotos que saem da FAP estão a pecar?

1. Os PIL, saem ao fim do contrato assinado entre ambas as partes. Como em qualquer contrato de trabalho. O que é que isso tém de extraordinario?
2. Os PILAV que saem antes do tempo pagam as indemenizações financeiras impostas pela FAP.  Como em qualquer contrato de trabalho.

Que culpa tém os Tenentes e Capitães da FAP que a organização seja incapaz de reter quadros?
Que cada vez mais, so fica que não tém pachorra ou capacidade para mudar de vida para melhor.

Quando é o proprio CEMFA que admite que um piloto comercial ganha mais que ele, ainda há que atire as pedras aos pilotos.
Porque tém o enorme desplante de se atreverem a querer ter uma vida melhor.
Os grandessissimos....

rgds
Título:
Enviado por: psychocandy em Fevereiro 19, 2008, 08:57:54 am
Sim, isto para não falar de quantos aqui ainda estão nas FA... Por alternativas melhores? Porque acabou um contrato? Todas as situaçoes sao validas.

Falar eh facil, mas as FA pagam mal e eh preciso quanto a mim, ou ter pouco amor ah vida, diga-se pagar contas, viver razoavelmente, constituir familia, viver desafogado, ou haver essa falta de alternativas, manter-se pelos valores e fazer alguns sacrificios.

Quantos de nos, friamente falando, se contentavam com um ordenado X, uma carreira com poucas saidas, de desgaste facil, onde todos os dias a opiniao publica atira pedras, onde os militares sao mal vistos, muito pouca gente os defende, por uma outra onde o salario eh 10 vezes maior e onde tudo o resto, que eh sobejamente conhecido, eh amplamente melhor?
Título:
Enviado por: Cabeça de Martelo em Fevereiro 19, 2008, 10:45:10 am
Meus senhores deixemo-nos de tretas!

Se vocês estão num trabalho onde ganham X e sabem que se forem trabalhar para outra instituição onde poderão ganhar XXX, o que é que fariam? Eu sei o que faria, mudava-me logo o mais depressa possível para a segunda instituição.

Já li que outros países onde os pilotos recebem mais do que o resto para os manterem lá, e a coisa funciona. Porque é que não se faz o mesmo em Portugal? Aposto que a maior parte ficava na FAP.
Título:
Enviado por: ricardonunes em Fevereiro 22, 2008, 10:11:13 am
Aumentar pilotos da FAP para travar sangria

O relatório final das carreiras militares defende o aumento das condições salariais dos pilotos da Força Aérea Portuguesa (FAP), como forma de garantir a sua permanência nas fileiras.

A reforma das carreiras militares deve "promover a diferenciação positiva de algumas funções, no âmbito do suplemento da condição militar e de suplementos conferidos em virtude de especial responsabilidade, penosidade, risco e desgaste permanente", afirma o documento, a que o DN teve acesso na íntegra. Mas esta solução suscita a oposição frontal do Exército, garantiram fontes militares. A Armada aceita-a "desde que abranja os [seus] pilotos" dos helicópteros que operam nas fragatas Vasco da Gama.

O relatório assinala que, para fazer face à "dificuldade de retenção de militares altamente qualificados", tal já é permitido pelo actual Estatuto dos Militares das Forças Armadas (EMFAR). "Para a Força Aérea é particularmente premente a revisão/valorização do Suplemento de Serviço Aéreo que permita evitar a saída continuada de militares pilotos-aviadores, podendo comprometer a capacidade de cumprimento da Missão". Como tal, "a referida revisão deverá levar em linha de conta as particularidades da actividade desenvolvida pelos pilotos, quer em termos de risco quer de desgaste".

A FAP considera que o problema é grave entre os pilotos comandantes, que actualmente ameaça a gestão da frota dos Aviocar - já que três dos seus 11 pilotos-comandantes anunciaram a saída do ramo (para a TAP). Como lembram fontes ouvidas pelo DN, as tripulações daqueles aviões de transporte - que não têm o dom da uniquidade - também vão ter de operar nos próximos dois anos, em simultâneo, os novos C-295.

"A retenção de alguns desses militares traduz-se num ganho avultado para a fazenda nacional, tendo em conta o investimento associado à qualificação e a experiência que se perde e que não é valorizável", enfatiza o relatório do grupo de trabalho (GT) presidido pelo vice-almirante Correia Gonçalves, que acrescenta: "Esta medida é aceitável e adequada, sendo eventualmente questionável a sua exequibilidade em termos orçamentais. No entanto, este acréscimo de despesa deverá sempre ser confrontado com os custos de formação e qualificação e o capital de experiência que se perde com a saída destes militares", alerta o texto.

Na análise da "dificuldade de retenção de militares altamente qualificados" (Anexo B do relatório), o GT aborda três linhas de actuação. A primeira - onde os autores declaram "[ser] preocupante constatar que as indicações de contenção de despesa prejudicam a análise de soluções consequentes" - passa por "valorizar a vertente horizontal da carreira", através da diferenciação salarial ou do enriquecimento das funções a desempenhar.

A segunda envolve a "revisão dos tempos de permanência (mínimos) nos quadros permanentes", dado haver "desproporcionalidade nos tempos de formação versus tempos mínimos nas fileiras". A terceira, que passa por "reforçar o reconhecimento externo das qualificações", suscita grandes reservas ao GT: "Para os ramos, o seu objectivo não pode ser o reconhecimento externo das qualificações, na medida em que o que se pretende é assegurar as competências necessárias ao cumprimento das respectivas missões. O reconhecimento externo, pelo prestígio ou qualidade da formação ministrada, é complementar e secundário e pode ter o efeito perverso de estimular saídas."

O relatório assume que essas saídas melhoram "os fluxos das carreiras envolvidas" mas, na prática, "correspondem a uma perda de conhecimento estruturado da organização e investimento efectuado".

DN (http://http)
Título:
Enviado por: senisga em Fevereiro 22, 2008, 11:00:05 pm
É pela primeira vez que estou a escrever neste forum, se bem que o tenho acompanhado "de longe", só para deixar um comentário, que acho pertinente em relação a este assunto.

Fui militar da FAP durante 9 anos, um colega meu que entrou no mesmo dia concorreu para PILAV e segundo o psicólogo o rapaz não tinha perfil para piloto. Entretanto, foi para Praça, e foi tirar o curso de Piloto págo à custa dele fora da FAP. O psicólogo que lhe fez os testes, fora da FAP, foi o mesmo que lhe fez o teste na FAP, ou seja, na FAP não tinha perfil mas cá fora já tinha. Quando o CEMFA da altura soube que o rapaz tava a tirar o curso de Piloto, convidou o "praça" a fazer um estágio na AFA, coisa que ele naturalmente não aceitou.

Agora digam-me se isto é justo, eu não estou com isto a dizer que todos podem ir para PILAV, mas que muitas vezes as "cunhas" falam mais alto, isso tambem é verdade.... infelizmente


cumprimentos
Título:
Enviado por: Lightning em Fevereiro 23, 2008, 12:32:38 am
Eu sei de um caso identico, mas o psicologo até aconselhou o jovem a ir para a aviação civil já que os testes psicotecnicos estavam muito bons, o que lhe faltava era perfil de oficial ou de militar ou algo assim, isto é, para piloto estava bom mas para oficial ou militar já não estava.
Título:
Enviado por: typhonman em Fevereiro 23, 2008, 02:06:16 am
Caso típico. Alguns que la estavam quando fiz concurso vangloriavam-se das "cunhas" e diziam-me ""oh rapaz sem cunhas não vais la"..
Título:
Enviado por: Uriel em Março 29, 2008, 10:03:57 am
Isto realmente é revoltante. Tanta gente (como eu) que sonha em ser PILAV e não entra por pormenores (tatuagens, chumbos nos dentes, visão a 99% invés de 100% num olho, etc) e depois deixam entrar estes "traidores" que os chu... forte e feio e depois mandam-nos à §€@%& :(
Título:
Enviado por: Logan em Março 30, 2008, 07:25:09 pm
Citação de: "Uriel"
Isto realmente é revoltante. Tanta gente (como eu) que sonha em ser PILAV e não entra por pormenores (tatuagens, chumbos nos dentes, visão a 99% invés de 100% num olho, etc) e depois deixam entrar estes "traidores" que os chu... forte e feio e depois mandam-nos à §€@%& :(


Em primeiro lugar os pormenores existem pois dos 700 ou 800 candidatos só entram cerca de 20 para a especialidade PILAV. A selecção tem que ser feita de alguma maneira, e se não concorda com ela não se devia ter sujeitado desde o principio.

Em segundo lugar assiste-se a muita conversa nos psicotécnicos, as pessoas estão mal informadas, incluindo o senhor.

Façamos as contas:
4 anos de formaçao na AFA (que não descontam no tempo de contrato obrigatório)
+
1 ano e meio de tirocinio (caso seja nos EUA conta como 3 anos que têm que ser "devolvidos" à organização.. Também não conta para os 12 anos de contrato )
+
12 anos de contrato obrigatório

Feitas as contas são cerca de 17 ou 19 anos.
Garanto-lhe que se não for por amor à causa e à organização ninguém aguenta tanto tempo. Quem sai tem os seus motivos como em qualquer outra profissão, não devem ser julgados por isso.

Espero que tenha ficado melhor elucidado, e só tenho pena que uma pessoa que sonha ser PILAV tenha essa opinião sobre eles..

Cumprimentos
Título:
Enviado por: routechecker em Março 30, 2008, 08:51:28 pm
Citação de: "Uriel"
Isto realmente é revoltante. Tanta gente (como eu) que sonha em ser PILAV e não entra por pormenores (tatuagens, chumbos nos dentes, visão a 99% invés de 100% num olho, etc) e depois deixam entrar estes "traidores" que os chu... forte e feio e depois mandam-nos à §€@%& :(

(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fbp2.blogger.com%2F_cGRzRp1AiZU%2FRkx6fDeQeAI%2FAAAAAAAAAEI%2FOhUQKMFwZWc%2Fs320%2Fdor%2Bcotovelo.jpg&hash=980162de64a0e40c2d98be5d407c395e)

Já agora, e por pura curioxidade, o xor xonha tanto em ser PILAVICO por qué???

rgds
Título:
Enviado por: tompzz em Maio 17, 2008, 08:41:47 pm
A malta fala sem ter conhecimento da realidade.
  Ninguém não entra pa piloto por ter dentes chumbados, podem ser tratados e substituir o chumbo por "massa branca" que evita que os dentes rebentem em altitude...
  As cunhas já eram, há cursos onde não se preenchem as vagas todas, mas é pq a malta hoje em dia já nem matemática do 12o consegue fazer...
  Um piloto operacional tem de fazer alertas d 24H, fora os restantes serviços, em detrimento da vida pessoal e familiar. Pôe a pp vida em risco cada vez que tira as rodas do chão.(4 pilotos morreram a voar no ultimo mês na força aerea americana).
   É + barato ao Estado aumentar o suplemento aereo, numa medida que agrade aos pilotos(pois todos preferem voar, até o chipmunk, a um a320) que ter de formar pilotos de raíz para suportar a saída dos mesmos.
Título:
Enviado por: PereiraMarques em Setembro 28, 2008, 10:11:04 pm
Citar
28 Setembro 2008 - 21h30

Defesa: Um tenente-coronel aviador receberá cerca de 6500 euros por mês

Pilotos geram guerra na Defesa

O novo regime dos suplementos remuneratórios dos militares das Forças Armadas (FA), atribuído em função do risco exercido em funções, está a gerar uma guerra do Exército e da Marinha contra a Força Aérea. A ser aprovado como está, o novo regime irá duplicar em média a diferença salarial entre oficiais pilotos-aviadores e oficiais do Exército e da Marinha.

Em alguns postos a diferença é ainda superior. Por exemplo, se um tenente-coronel piloto, no início do posto, ganhará quase 6500 euros por mês, um oficial dos outros dois ramos com patente similar (tenente-coronel corresponde a capitão de Fragata na Marinha) receberá quase 2400 euros. João Mira Gomes, secretário de Estado da Defesa, reúne amanhã com as chefias militares para tentar um acordo.

Ao que o CM apurou, os chefes do Estado-Maior da Armada, almirante Melo Gomes, e do Exército, general Pinto Ramalho, não têm poupado críticas ao novo regime dos suplementos remuneratórios, concluído na última semana, nem têm escondido o seu desacordo em relação à proposta do Ministério da Defesa.

No essencial, as chefias militares da Marinha e do Exército consideram que os montantes previstos para o suplemento de serviço aéreo, composto por uma componente fixa e outra variável, serão factores de desmotivação e discriminação nas FA. Somando as novas componentes fixa e variável do suplemento de serviço aéreo ao salário e ao suplemento da condição militar, atribuído a todos os militares das FA, os pilotos da Força Aérea ficarão, segundo fontes conhecedoras da proposta do Governo, a ganhar em média o dobro do vencimento recebido pelos seus camaradas com o mesmo posto de oficial no Exército e na Marinha.

Com a proposta, o Ministério da Defesa pretende estancar a sangria de pilotos da Força Aérea. Só que, como diz fonte conhecedora do meio, "a fuga dos pilotos é uma questão de organização de carreiras e não de dinheiro".

SAIBA MAIS

SUPLEMENTOS

O novo regime de suplementos tem em conta a nova lei de vínculos e carreiras na Função Pública.

300
pilotos-aviadores integram a Força Aérea. A maioria tem mais de nove anos de serviço. A formação dura cinco anos.

129
pilotos receberam suplementos mensais de risco de voo no segundo semestre de 2005 sem terem pilotado, segundo relatório da Inspecção-Geral de Finanças.

António Sérgio Azenha


 :arrow: http://www.correiomanha.pt/Noticia.aspx ... 49B2631E26 (http://www.correiomanha.pt/Noticia.aspx?channelid=00000090-0000-0000-0000-000000000090&contentid=1B7600FB-BFAE-462C-9D2F-7749B2631E26)
Título:
Enviado por: SSK em Outubro 05, 2008, 01:11:46 pm
Citação de: "tompzz"
A malta fala sem ter conhecimento da realidade.
  Ninguém não entra pa piloto por ter dentes chumbados, podem ser tratados e substituir o chumbo por "massa branca" que evita que os dentes rebentem em altitude...
  As cunhas já eram, há cursos onde não se preenchem as vagas todas, mas é pq a malta hoje em dia já nem matemática do 12o consegue fazer...
  Um piloto operacional tem de fazer alertas d 24H, fora os restantes serviços, em detrimento da vida pessoal e familiar. Pôe a pp vida em risco cada vez que tira as rodas do chão.(4 pilotos morreram a voar no ultimo mês na força aerea americana).
   É + barato ao Estado aumentar o suplemento aereo, numa medida que agrade aos pilotos(pois todos preferem voar, até o chipmunk, a um a320) que ter de formar pilotos de raíz para suportar a saída dos mesmos.


Se bem percebi o seu português, que demonstra graves deficiências, o senhor parece-me ser conhecedor da realidade dos passarinhos.

Sabe-me dizer quantos dias por ano um PILAV destacado na Base Aérea de Monte Real não vai a casa? Quantos dias por ano tem de missão atribuída?
Existem muitos mais militares a arriscar a sua vida todos os dias, não são é tão elitistas. O que não quer dizer que as suas missões não envolvam mais riscos e as suas condições para as realizarem não sejam bem inferiores.

Será que os Senhores Oficiais pilotos da FA quando se alistaram na mesma não sabiam que tinham de voar, que voar não tinha riscos, que os vencimentos não eram similares aos da TAP e outras companhias aéreas, que têm de realizar "alertas" de 24 horas e tudo o resto inerente à condição militar. Que eu saiba existem escolas onde se pagam cursos para se poder pilotar aeronaves civis, porque não se matricularam logo nessas escolas em vez de na Academia da Força Aérea?

As unidade das Forças Armadas não me parece que fique ameaçada. O que me parece é que pode vir a haver algumas "agitações" entre Infantes, Rangers, Comandos, Pilotos do Exercito, Mergulhadores da Armada, Submarinistas, Fuzileiros e Pilotos Navais. Será que estes não correm riscos diários?
Título:
Enviado por: jmg em Outubro 05, 2008, 01:43:16 pm
Por acaso estava a lembrar-me dos submarinistas que passam dias submersos e meses longe das familias.
Título:
Enviado por: Lightning em Outubro 05, 2008, 02:36:44 pm
Como já foi aqui referido muitas vezes, as Forças Armadas não são prisões e um militar QP não pode ser obrigado a ficar no serviço até à idade da reforma, o militar QP pode pedir para sair ao fim de x anos de serviço, (ainda o ano passado saiu um 1º sargento da minha unidade porque foi para uma universidade dar aulas) mas a maior parte não tem essas pretensões e fica nas Forças Armadas, e alguns até conseguem conciliar o serviço militar com trabalho "civil" como por exemplo os médicos, os engenheiros, etc, por isso o numero de pessoal a sair das Forças Armadas regra geral é uma minoria.

O problema com os pilotos é que tem saido um numero exageradamente grande em comparação com o seu total. Mas isso não tem nada a ver com o facto do risco de vida, ou de não ir a casa, etc. Tem sim a ver com o dinheiro, um piloto na aviação civil ganha muito mais que um oficial das Forças Armadas e é normal uma pessoa querer mudar para onde se ganha mais.

À primeira vista há duas soluções, ou tenta-se equilibrar essa diferença salarial para que os pilotos já não tenham essa necessidade ou faz-se alguma lei que restrinja a saida de tantos pilotos, do género só podem sair um máximo de x pilotos por cada ano, aumentarem os anos de serviço obrigatório para os pilotos, ou os pilotos terem que pagar quantias cada vez mais avultadas para sair.

É completamente verdade que há outras funções nas Forças Armadas em que o risco é tanto ou maior que o de piloto, mas como já referi o que interessa aqui não é o risco de vida mas sim a função de ser piloto que é muito solicitada pela aviação civil e tem esses ordenados avultados.
Imaginemos num mundo paralelo que os oficias da Marinha começavam todos a sair para ir para a Marinha mercante, ou que o pessoal do Exército começava a ir para as empresas de segurança/militares privada para ganhar balurdios iria acontecer o mesmo que acontece agora com os pilotos.
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Enviado por: SSK em Outubro 05, 2008, 02:59:11 pm
Na minha opinião tem toda a razão!!! A grande questão é o dinheiro, tudo o resto são desculpas do tipo "tapar o sol com a peneira".
Equilibrar as o vencimento dos PILAV's só pode ser feito de três maneiras, na minha opinião, que são as seguintes: remuneração base, subsídio de risco (gratificação de voo) e a criação de um subsídio para pilotos militares.
:arrow: Subsídio de risco, parece-me a mim que seria o mas lógico e fácil de "mexer". Mas, coloca sempre em questão as outras gratificações do mesmo tipo nos outros ramos. Não me parece também que o governo queira aumentar tantos militares.
:arrow: Esta última é mais só para gozo, mas nunca se sabe o que podem inventar para segurar mercenários nas forças armadas.

A inserção de novas regras para a saída para a vida civil é o mais equilibrado. Embora para mim e olhando para o meu umbigo fosse a do aumento para todos dos subsídios de risco, mas não é assim que se melhora a vida de todos. E, como muitas vezes existem uns que têm de se sacrificar pelo bem da comunidade, julgo que o mais equilibrado é o aumento de anos de exclusividade/permanência nas Força Aérea ou então o aumento substancial da indemnização a pagar para poder ir enriquecer para a TAP/outras...
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Enviado por: HSMW em Outubro 05, 2008, 03:04:23 pm
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o mais equilibrado é o aumento de anos de exclusividade/permanência nas Força Aérea ou então o aumento substancial da indemnização a pagar para poder ir enriquecer para a TAP/outras...

Aposto nessa.  c34x
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Enviado por: Ricardo Nunes em Outubro 05, 2008, 06:11:20 pm
Ora viva.
Vamos lá esclarecer uns pontos que me parecem difusos.

Primeiro que tudo - e extremamente importante - é o facto de a proposta de revisão de lei se aplicar a todos os membros navegantes da Força Aérea Portuguesa. Sejam Pilotos, Navegadores, Mecânicos de voo, Recuperadores Salvadores, Operadores de Sistemas, etc.
A juntar a isto, a proposta inicial da Força Aérea previa a aplicação da mesma aos pilotos navais e pilotos do UALE que, como sabem, usufrem igualmente do subsídio de condição aérea.
Não serão apenas os pilotos a usufruiram de um possível aumento.

Perante todos os comentários que tenho visto ocorre-me apenas uma palavra - pragmatismo. Ou melhor, a falta dele.
A saída de pilotos da instituição não é linear. Bem pelo contrário. Cada caso é um caso. Existem pilotos que saem por razões monetárias como existem os que o fazem por razões pessoais e mesmo por razões de "prazer profissional" ( a possibilidade de voar regularmente torna-se impossível com a progressão na carreira ).

Nenhum piloto merece - ou pretende - ser tratado de forma diferente de outro militar. Contudo, e é-o evidente, a sua condição  é muito específica.

Como já tive a oportunidade de referir, a formação de um piloto não é cara por mera casualidade ou fruto de simples mordomias. É-o por clara necessidade. E nesse aspecto - o monetário - tornam-se de facto os elementos das forças armadas mais caros de se formar.
Agora, sejamos pragmáicos. Temos um problema definido: a saída de pilotos para a aviação civil.
O aumento do subsídio de condição de voo é solução única para o problema? Não. A solução passará por um conjunto de medidas, sejam elas a nível monetário, de planeamento ou de evolução de carreiras. Mas que não haja dúvidas, é uma significativa ajuda ( que mudará muita coisa ) e que acaba por ficar bem mais barato ao país do que a constante sangria de elementos para a aviação civil.

Todos os militares têm o seu valor. Têm as suas valências e as suas condições específicas. Nenhum é melhor, nenhum é pior. Mas a realidade é simples: existe um problema concreto. Vamos tentar resolvê-lo ou vamos mais uma vez permanecer na inércia?

Cumprimentos,
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Enviado por: Lancero em Maio 19, 2009, 04:18:56 pm
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PR: Cavaco reconhece que saída de pilotos da Força Aérea para a aviação civil é "um problema"    

   Sintra, 19 Mai (Lusa) - O Presidente da República, Aníbal  Cavaco Silva,  reconheceu hoje que a saída de pilotos da Força Aérea para a aviação civil  "é de facto um problema", fazendo votos para que o ministério da Defesa  consiga encontrar um solução.  

 

   "Espero que o Ministério da Defesa, em diálogo com os chefes militares,  consiga encontrar uma solução para esse problema, que é de facto um problema",  afirmou Cavaco Silva, quando questionado sobre a falta de pilotos da Força  Aérea para alguns aviões, no final de uma visita à Base Aérea número 1,  em Sintra.  

 

   Revelando que tinha falado com o Chefe de Estado-Maior da Força Aérea  sobre esse assunto minutos antes, o Presidente da República disse que o  general Luís Araújo lhe confidenciou que "a TAP é como uma segunda Força  Aérea naquilo que diz respeito à captação de pilotos e que a SATA é uma  terceira Força Aérea também na captação de pilotos".  

 

   "É um problema que ainda não conseguimos resolver, a Força Aérea tem  muitos candidatos a pilotos, por isso não é um problema de entrada é depois  um problema de saídas cedo demais", acrescentou o chefe de Estado, que é  também o Comandante Supremo das Forças Armadas.  

 

   Por isso, continuou, é necessário encontrar uma resposta para este problema,  que é da competência do Governo, porque os pilotos da Força Aérea são precisos.  

 

   "Nós precisamos de pilotos da Força Aérea para as diferentes aeronaves,  até para o apoio às populações. Já tem havido carência de pilotos para operações  de apoio no mar, mas com uma grande energia, uma grande capacidade de utilizar  os recursos humanos, a Força Aérea tem, como o povo diz, feito das tripas  coração, e servido o país", sublinhou.  

 

   Relativamente à sua visita à Base Aérea número 1, que celebrou hoje  o seu 89º aniversário, Cavaco silva disse ter sido uma forma de praticar  um "acto de Justiça" e "dar público reconhecimento dos serviços prestados  ao país pela Força Aérea na segurança e defesa nacional e também no apoio  às populações".  

 

   "Foi por isso que decidi agraciar a Base Aérea número 1 com a Ordem  Militar da Torre e Espada, Valor, Lealdade e Mérito", salientou, recordando  que se trata da mais antiga base da Força Aérea, podendo mesmo ser considerada  "o berço desde ramo das Forças Armadas", onde ja se formaram milhares de  pilotos.  

 

   Interrogado sobre a coincidência desta sua visita à Base Aérea número  1 e a entrega à Armada da primeira das duas novas fragatas adquiridas à  Holanda, onde esteve presente o ministro da Defesa, o Presidente da República  garantiu que as duas cerimónias foram coordenadas entre o seu gabinete e  o gabinete do ministro Nuno Severiano Teixeira.  

 

   Contudo, acrescentou, a cerimónia na Base Aérea número 1 não podia ser  adiada, visto que estava em causa o 89º da unidade.  

 

   Por outro lado, o ministro da Defesa também não podia adiar a cerimónia  de entrega da fragata porque existia já um acordo com o seu homólogo holandês.  

 

   "Eu penso que a explicação é clara e transparente", declarou.  


 

(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fi231.photobucket.com%2Falbums%2Fee133%2Flancero5%2Fmaio09%2F20090519141456PTLUS9691668124274249.jpg&hash=7a61544a30f9c6f08f95f42e2528603e)

(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fi231.photobucket.com%2Falbums%2Fee133%2Flancero5%2Fmaio09%2F20090519141757PTLUS9691671124274267.jpg&hash=2443e8ae92eca99772c017884b734eca)

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O Presidente da República, Cavaco Silva, condecorou a Base Aérea Nº1 com a Ordem Militar de Torre e Espada, numa cerimónia realizada naquela unidade hoje 19 de Maio de 2009 em Sintra. TIAGO PETINGA/LUSA
Título:
Enviado por: Lancero em Maio 19, 2009, 04:37:50 pm
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg231.imageshack.us%2Fimg231%2F9927%2Fgungun.png&hash=ec26ddeecd5010c8bb1372fca960d2f0)

É uma Mac-10 ?
Título:
Enviado por: raphael em Maio 19, 2009, 04:42:31 pm
...a pistola-metralhadora é uma Ingram M-10.
Título:
Enviado por: Lancero em Maio 19, 2009, 04:54:22 pm
Citação de: "raphael"
...a pistola-metralhadora é uma Ingram M-10.


Uma Mac-10 portanto ;)
Obrigado
Título:
Enviado por: P44 em Maio 22, 2009, 08:42:05 am
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Defesa: Governo dá prioridade a suplementos para impedir saída de pilotos da FA - Severiano Teixeira

Lisboa, 20 Mai (Lusa)- O ministro da Defesa assegurou hoje que "está a ser dada prioridade à questão dos suplementos" pagos aos pilotos da Força Aérea, de forma a evitar a sua saída para a aviação civil.

Lisboa, 20 Mai (Lusa)- O ministro da Defesa assegurou hoje que "está a ser dada prioridade à questão dos suplementos" pagos aos pilotos da Força Aérea, de forma a evitar a sua saída para a aviação civil.

Questionado pelos jornalistas no final de uma audiência com a comissão parlamentar de Defesa, Nuno Severiano Teixeira disse partilhar das preocupações manifestadas terça-feira pelo Presidente da República sobre a saída de pilotos da Força Aérea para a aviação civil, numa visita à Base Aérea número 1, em Sintra.

"Esse é um problema antigo, uma preocupação que o senhor Presidente da República manifestou e que eu próprio também tenho e que a Força Aérea em primeiro lugar tem e que está a ser trabalhada", afirmou o ministro da Defesa.

O governante referiu que neste sentido a primeira medida "está tomada e tem a ver com a extensão do período de permanência dos pilotos nas fileiras" e que "esse é um diploma que está aprovado e em funcionamento".

Severiano Teixeira referiu ainda que "está a ser trabalhado no quadro do ministério da Defesa o estatuto das remunerações" dos militares e que dentro "desse quadro terá de ser e está a ser dada uma prioridade à questão dos suplementos para os pilotos da Força Aérea".

Na terça-feira, o Presidente da República reconheceu que a saída de pilotos da Força Aérea para a aviação civil "é de facto um problema", fazendo votos para que o ministério da Defesa consiga encontrar um solução.

"Espero que o ministério da Defesa, em diálogo com os chefes militares, consiga encontrar uma solução para esse problema, que é de facto um problema", afirmou Cavaco Silva, quando questionado sobre a falta de pilotos da Força Aérea para alguns aviões, no final de uma visita à Base Aérea número 1, em Sintra.

Revelando que tinha falado com o Chefe de Estado-Maior da Força Aérea sobre esse assunto minutos antes, o Presidente da República disse que o general Luís Araújo lhe confidenciou que "a TAP é como uma segunda Força Aérea naquilo que diz respeito à captação de pilotos e que a SATA é uma terceira Força Aérea também na captação de pilotos".

"É um problema que ainda não conseguimos resolver, a Força Aérea tem muitos candidatos a pilotos, por isso não é um problema de entrada é depois um problema de saídas cedo demais", acrescentou o chefe de Estado, que é também o Comandante Supremo das Forças Armadas.

ATF/VAM.

Lusa/fim


http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=stori ... ies/515742 (http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/515742)