Não creio que haja algum planeamento nessa questão de 1a e 2a linhas. Vejamos que há 10 anos atrás, estava planeado um MLU do mesmo nível em ambas as classes, que incluía desde logo ESSM em VLS nos 5 navios, Harpoon Block 2, radares novos, torpedos, sonares, falava-se até da possibilidade de uniformizar os canhões usados.
Aqui pergunto, desde essa altura, o panorama internacional mudou assim tanto para passar a ser necessário apenas 2 fragatas dignas disso ao invés das 5 que se pretendia? Obviamente que não, apenas ganhou força o processo de enfraquecimento das forças armadas, e nesta ideia "genial" de separar as duas classes em duas linhas, deve ter dado uma condecoração nova a algum almirante.
Francamente não me parece que tenha havido qualquer plano, sem ser o plano de gastar o mínimo possível. Plano era não executar o MLU às VdG para que a disparidade tecnológica entre as duas classes, permitisse a sua substituição faseada por pelo menos 7/10 anos. Esta treta da 1a e 2a linha só veio estragar o que realmente fazia sentido.
Para quem foi galardoado por estas ideias geniais, é perguntar se faz sentido usar fragatas para missões que um NPO com uma peça de 57 ou 76mm fazia.
Por fim, substituir as VdG por corvetas EPC para serem navios de primeira, e deixar as BD como navios de segunda, não faz sentido, pois quando as VdG forem substituídas, de acordo com o planeado, as BD também já estarão no seu limite de vida (2035). Isto para não falar que as EPC são navios de segunda linha.
Na altura de substuir as nossas fragatas, não estou a ver navios usados à venda com anos suficientes de uso pela frente. Os franceses ou italianos não vão vender FREMM com apenas 20 anos de uso, e as DZP, se as coisas prosseguirem conforme planeado, já terão 30 anos, tal como as F-100, as Sachsen, e praticamente todos os navios daquela geração.
Ou seja, o plano é, ou gastam dinheiro a sério para navios novos, ou perde-se a capacidade de combate da Marinha.