O Advento do Carro Eléctrico: Uma oportunidade para Portugal

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Luso

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« Responder #15 em: Junho 15, 2008, 11:44:05 am »
Lurker, a electrólise dita "vulgar" não é um meio muito eficienet de produzir hidrogénio. Tudo contabilizado, a energia dispendida para a decomposição de água em hidrogénio é superior à que se obterá da combustão desse gás. Mas pelos vistos, altas voltagens a altas frequências parecem resolver essa questão.
Um sistema desses acabaria com a mama de muita gente, por isso é que julgo que um tal veículo não poderia ser adquirido mas apenas alugado.
Querem liberdade?
Queriam!

http://www.youtube.com/watch?v=CMovXzVOzc4
http://www.youtube.com/watch?v=fJ3juM6v ... re=related
http://www.youtube.com/watch?v=SHXw1Qkq ... re=related
http://www.youtube.com/watch?v=JiKa4nOk ... re=related
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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lurker

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« Responder #16 em: Junho 15, 2008, 01:59:10 pm »
Caro Luso,
ok, já percebi a que é que se refere!

Fica mal falar dos mortos mas o Stanley Meyer era uma fraude. «a energia despendida para a decomposição de água em hidrogénio é superior à que se obterá da combustão desse gás» é um facto incontornável sem violar a primeira lei da Termodinâmica. :wink:

Mas nada neste mundo é 100% eficiente excepto os aquecedores. Teremos de viver com a ineficiência na produção de hidrogénio como em quase tudo.
 

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Luso

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« Responder #17 em: Junho 15, 2008, 02:25:20 pm »
Sem dúvida. Seja como for, o princípio de "ir fabricando" o próprio combustível a partir da água parece ser logísticamente mais apelativo.
Já agora, procure ver o que alguns camionistas canadianos estão a fazer para melhorar os consumos recorrendo a injecção de hidrogénio nos seus diesel.

E isto também

http://peswiki.com/index.php/Directory: ... ectrolysis

Ideias prometedoras - e fraudes - não faltam.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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lurker

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« Responder #18 em: Junho 15, 2008, 02:51:34 pm »
Antes de mais, devo dizer que injectar H2 em motores diesel normais parece-me uma ideia terrivelmente má...

Primeiro, o hidrogénio reage com o metal do motor, estragando-o.  Isto é um dos problemas com os motores de combustão a hidrogénio.

Segundo, o hidrogénio é extremamente propenso à auto-detonação, pelo que os projectos de motores de combustão a hidrogénio são invariavelmente baseado em motores de explosão, com pressões inferiores aos actuais motores a gasolina.
Ora, os motores a diesel trabalham com pressões e temperaturas mais elevadas que os motores a gasolina. Suspeito que a auto-detonação prematura do H2 no cilindro vai ser um problema.

Existem outras propostas para a produção de hidrogénio. Veja por exemplo o projecto HYDROSOL: http://www.ecoage.net/hydrosol-project.htm
 

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comanche

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« Responder #19 em: Junho 15, 2008, 09:37:39 pm »
Notícia da BBC Brasil

Citar
A empresa japonesa Genepax apresentou, nesta quinta-feira, o protótipo para um carro que pode ser abastecido com água de chuva, de mar ou ate chá.

Segundo a empresa, com um litro de água ele consegue andar a 80 kilômetros por hora, por uma hora.



Ver este site aqui,
http://gizmodo.com/5016343/genepax-unveils-a-car-that-runs-on-water-and-air
 

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lurker

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« Responder #20 em: Junho 15, 2008, 10:30:46 pm »
Outros a tentar resolver o problema dos combústiveis violando a 1ª lei da termodinâmica...
 

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Jorge Pereira

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« Responder #21 em: Junho 16, 2008, 03:19:01 pm »
Citar
Honda lança comercialização de automóvel a hidrogénio
16.06.2008
Lusa, PUBLICO.PT

O fabricante japonês de automóveis Honda anunciou hoje ter arrancado com a produção comercial de um automóvel movido a hidrogénio e electricidade e que emite apenas vapor de água, o FCX Clarity.

Numa primeira fase, os automóveis a comercializar serão num número muito reduzido: uma dúzia nos Estados Unidos e no Japão no período de um ano e cerca de 200 no prazo de três anos.

Os cinco primeiros compradores são do Sul da Califórnia, devido à proximidade das estações de abastecimento, informou a Honda, citada pela BBC online.

Segundo a Honda, este veículo oferece uma eficiência de combustível duas vezes superior a um híbrido e três vezes maior do que um veículo tradicional, movido a gasolina. No entanto, um dos maiores obstáculos que se mantêm a uma maior produção de veículos movidos a hidrogénio é o seu custo e a ausência de postos de abastecimento.

Aumento da procura de veículos híbridos

Entretanto, a rival Toyota tenta responder à elevada procura de veículos híbridos mas está a ter dificuldades em produzir baterias suficientes. Estes veículos, como o Prius, alternam entre um motor a gasolina e um outro eléctrico.

No entanto, a Toyota só poderá acrescentar mais linhas de produção de baterias a partir do próximo ano. “Os híbridos estão a vender-se tão bem que estamos a fazer todos os possíveis por aumentar a produção. Precisamos de novas linhas”, comentou Takeshi Uchiyamada, vice-presidente da Toyota, citado pela BBC online.




Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

Gilbert Chesterton, in 'O Que Há de Errado com o Mundo'






Cumprimentos
 

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lurker

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« Responder #22 em: Junho 16, 2008, 08:09:22 pm »
Expectativas realistas e um design normal (pelo menos para o que a Honda nos habitou recentemente).

Parece-me que é para levar a sério.
 

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Cabecinhas

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« Responder #23 em: Junho 17, 2008, 02:35:35 am »
A questão é, onde é que se pode reabastecer?
Um galego é um português que se rendeu ou será que um português é um galego que não se rendeu?
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PereiraMarques

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« Responder #24 em: Junho 17, 2008, 02:15:31 pm »
Citação de: "Cabecinhas"
A questão é, onde é que se pode reabastecer?


Não se leu o tópico tudo :evil: ...o hidrogénio é produzido a partir da eletrólise da água. A única dúvida que me ocorre é se pode ser utilizada água da "torneira" ou da "chuva", etc., ou se tem de ser água previamente preparada, com determinada composição química.
 

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nelson38899

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« Responder #25 em: Junho 17, 2008, 02:52:37 pm »
usas agua destilada e depois separas os atomos de hidrogènio do atomo de oxigénio. Ouvi dizer que o hidrógenio pode ser conseguido como um subproduto do petróleo (hidrocarbonecos)
"Que todo o mundo seja «Portugal», isto é, que no mundo toda a gente se comporte como têm comportado os portugueses na história"
Agostinho da Silva
 

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lurker

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« Responder #26 em: Junho 17, 2008, 03:32:24 pm »
De facto, pode-se produzir hidrogénio a partir do petróleo mas ai voltamos ao problema das emissões de CO2 e etc.

Há algumas postos de abastecimento de hidrogénio por esse mundo fora.
Como a noticia explica, a Honda espera vender apenas alguns carros desses e que as vendas estejam fortemente condicionados pela existência dos ditos postos de abastecimento.
Além disso, como o PereiraMarques disse, há sempre a hipótese de os donos dos carros adquirirem equipamento para electrólise.
 

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PereiraMarques

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« Responder #27 em: Junho 17, 2008, 04:15:44 pm »
Então peço desculpa :roll: . Pensei que fosse o próprio carro que fizesse a electrólise por si mesmo...e portanto era só atestar de água c34x
 

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Cabecinhas

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« Responder #28 em: Junho 17, 2008, 04:42:06 pm »
Está desculpado  c34x
Um galego é um português que se rendeu ou será que um português é um galego que não se rendeu?
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Lince

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« Responder #29 em: Junho 30, 2008, 03:15:47 pm »
Citação de: "Público"
Em causa, excepções à lei do tecto das ajudas públicas

Sócrates pede apoio à União Europeia para carro eléctrico da Nissan
30.06.2008 - 08h45
Por Lurdes Ferreira

A Nissan-Renault e o Governo português estão a discutir um projecto de investimento ligado aos carros eléctricos, mas, sem a luz verde da União Europeia para a concessão de apoios públicos excepcionais para o desenvolvimento de uma nova geração de veículos automóveis a energias alternativas, a negociação dificilmente chegará a bom porto.

O projecto em negociações entre as duas partes, neste momento, visa uma série de investimentos em Portugal que acelerem a investigação, desenvolvimento e produção de carros eléctricos, de componentes, nomeadamente motores e baterias, sendo para isso necessárias também infra-estruturas específicas que os projectos automóveis convencionais não incluem.

O "patamar mínimo", para quem conhece as negociações, é a produção de baterias, implicando um provável aumento da produção da fábrica de Cacia, embora se reconheça o risco de esse objectivo isolado não se encaixar nos planos do construtor.

A prioridade actual da Nissan-Renault é encontrar parceiros europeus para a investigação e desenvolvimento destes seus novos modelos, ainda centrados na utilização citadina. Depois de um primeiro encontro do presidente executivo do grupo Renault-Nissan, Carlos Ghosn, com o Governo português, em Maio, as negociações passam agora por uma fase decisiva.

Segundo o próprio Carlos Ghosn, "a introdução num país [de carros eléctricos] depende mais da existência de infra-estruturas de abastecimento do que da capacidade da marca".

Há pouco mais de duas semanas, responsáveis da Nissan voltaram a Portugal e a complexidade do projecto tornou-se mais nítida. Com mais ou menos apoios públicos, assim se ditará também a dimensão do envolvimento de Portugal na que é considerada a próxima geração automóvel, até se chegar ao hidrogénio.

À margem desta iniciativa, um consórcio formado pela Universidade do Minho, a Câmara de Guimarães, a DST e a Petrotec preparam também o lançamento de uma experiência-piloto na cidade nortenha em parceria com os noruegueses da Elbil Norge, conhecidos por terem desenvolvido um veículo cuja motorização eléctrica é, até agora, a mais testada, segundo o presidente da Escola de Engenharia da Universidade, António Cunha. Parte dos componentes do veículo será nacional e estará operacional a partir de 2009.

Um plano sem limites

É neste quadro que surge o recente apelo de José Sócrates junto da União Europeia em favor de medidas excepcionais de incentivo aos carros eléctricos. Nas últimas semanas, pressionou os seus parceiros e levou o assunto ao último Conselho Europeu. "É altura de a Europa apostar nos carros eléctricos", disse o primeiro-ministro, tendo proposto aos seus pares que adoptem um "plano claro que dê mais autonomia [à Europa] sobre os preços do petróleo".

Apesar da sombra do "não" irlandês, o primeiro-ministro defendeu na cimeira que é necessária uma aposta forte em I&D de carros eléctricos para que possam ser comercializados a preços iguais aos movidos a combustíveis tradicionais, uma mensagem que já tinha levado à Assembleia da República, uma semana antes.

Pequenos países como Portugal consideram que os tectos de ajudas públicas impostos pela legislação comunitária não são compatíveis com a adopção de projectos de maior fôlego, justificados pela exigência de respostas para a contínua escalada de preços do petróleo.

"Daremos todo o apoio e faremos tudo o que for comportável para que a Renault reforce a sua presença em Portugal", respondeu Basílio Horta, presidente da AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, ao PÚBLICO, escusando-se, contudo, a referir-se ao dossier em discussão.

O que está em causa não é apenas uma nova fábrica, mas uma série de investimentos associados que dêem escala à nova tecnologia ainda em evolução e incentive a sua experimentação de forma mais alargada do que até agora.

Com a pressão da escalada dos preços do petróleo, as tecnologias de energia potencialmente mais limpas, como a electricidade, tornaram-se mais atractivas. Contudo, para acelerar a resolução dos problemas com que esta tecnologia ainda se debate até chegar à sua industrialização, o sector necessita não só de grandes volumes de financiamento mas de políticas públicas de incentivo.

A Nissan, que lidera esta nova área dentro do grupo Renault-Nissan, já tem em curso um primeiro acordo com Israel, com o projecto Better Place, o qual beneficia de uma forte aposta de apoio público, sobretudo por via fiscal, sem os "constrangimentos" europeus, e de garantia de comercialização exclusiva.

Carlos Ghosn garante que o projecto em Israel resultará em carros eléctricos em 2010 e que a sua produção em série para outros países interessados em fazer parcerias com a marca estará disponível em 2012, embora a marca preveja que vai vender também em 2010 carros eléctricos nos EUA, também a preços competitivos.

No ano de 2012, a marca quer ter uma gama completa movida a electricidade, com diversas carroçarias.
Na sua recente visita a Lisboa, Carlos Ghosn afirmou que a Nissan "não vai limitar-se a produzir apenas o carro e a bateria, pois quer estar envolvido também na rede de distribuição e nos postos de recarregamento das baterias. Se for preciso, fazemos uma 'joint-venture' em cada país".

O que é diferente neste negócio

No modelo da Nissan, os proprietários dos carros não serão donos das baterias, mas de pacotes de serviço de recarregamento das pilhas de troca por avaria. As parcerias com os países interessados têm de passar por infra-estruturações, como a rede de reabastecimento das baterias. Israel, por exemplo, compromete-se a ter, dentro de três anos, meio milhão de postos de recarregamento.

A Nissan investiga a tecnologia eléctrica desde 1992. Desde então, duplicou a energia produzida por quilo de bateria e multiplicou por cinco a potência extraída. Mixim é o nome do seu novo concept car totalmente eléctrico, com um motor em cada eixo e uma bateria de lítio no chão.
Cumprimentos