A Marinha Portuguesa e o Zero Naval !

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Re: A Marinha Portuguesa e o Zero Naval !
« Responder #1320 em: Maio 14, 2021, 03:58:48 pm »
É esperar que os Chineses montem a base naval em Angola ou na Namibia, como já se fala
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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Re: A Marinha Portuguesa e o Zero Naval !
« Responder #1321 em: Maio 14, 2021, 06:17:15 pm »


*... e depois destes parolos pendurarem o trapo vou praticar o meu downswing!*
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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Re: A Marinha Portuguesa e o Zero Naval !
« Responder #1322 em: Maio 14, 2021, 06:27:11 pm »
O que é inauguraram ? O armário dos tacos?
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-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 
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Re: A Marinha Portuguesa e o Zero Naval !
« Responder #1323 em: Maio 14, 2021, 06:30:44 pm »
O que é inauguraram ? O armário dos tacos?


 :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:
 
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Re: A Marinha Portuguesa e o Zero Naval !
« Responder #1324 em: Maio 15, 2021, 09:44:00 am »

Obrigado N. Eu ia aqui pôr, mas chegaste primeiro (e bem). ;)

Estas guerras intestinas por causa da LOBOFA estão a desviar as atenções daquilo que é efectivamente vital e fundamental. Há uma emergência em literalmente salvar as Forças Armadas da irrelevância e possível extinção, e a preocupação principal no momento é alterar a lei para que o CEMGFA se torne de facto no superior hierárquico dos Chefes de Estado-Maior dos 3 ramos. Algo não está bem no que diz respeito a prioridades com efectivo interesse nacional.

E ainda querem o alargamento da ZEE para quê? ::)

Não concordo, até é bem prioritário por a casa em ordem, se é por esta lei ou outra já não sei.

É bom lembrar que esta nova lei nasce do MdD estar farto de aturar os ramos, até o MdD se fartou das casinhas. Se deve se fazer uma lei que muda toda a organização das forças armadas por uma birra do MdD é outra historia.

A verdade é que o CEMA enganou o governo e o parlamento com o Bérrio, ele já sabia muito bem onde ia buscar os 10M€ para  a modernização dos simuladores dos Lynx quando fez a LPM. Mas sabia que se isso estivesse escrito na LPM 2019 nunca seria aprovada.
E depois vem a historia que não se está a gastar dinheiro na manutenção dos navios, quando é o próprio CEMA que tira 10M€ da manutenção para os mandar para a Alemanha.

Depois temos o CEMFA que é um garganeiro,  quer tudo para a FAP. É os evacuativos é a totalidade do combate aos incendiou. O problema é que depois não tem meios nem estrutura e depois dá barraca.

Por fim temos o CEME, que é totalmente contra o duplo uso e como tal até ao Covid chegar não tinha usado os fundos civis para melhorar os meios do Exercito. Não podia ser usados os fundos ambientais para melhorar a nossa capacidade de reconhecimento, sendo isto pago pelo fundo ambiental?

Alguma coisa tem de ser feita.
 
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Re: A Marinha Portuguesa e o Zero Naval !
« Responder #1325 em: Maio 15, 2021, 12:24:05 pm »
Acabei por ficar confuso. Até porque não tem grande lógica deixar o Bérrio ser abatido propositadamente, para poder usar a verba para um simulador. Não será por 10 milhões para um simulador, que a LPM não seria aprovada. Existe alguma prova dessa recanalização da verba do Bérrio para o simulador, ou é apenas conspiração?

E que conversa é essa dos 10 milhões retirados da manutenção? A verba anual deveria ser à volta de 30 milhões (valores pré-Troika), mas segundo notícias recentes, ronda os 17 milhões (ou seja, menos 13 milhões ano), e o parco orçamento para manutenção vem de trás, dos tempos da Troika, muito antes do CEMA ser, bem, CEMA, e durante 10 anos os problemas de manutenção da frota têm vindo a somar-se. Portanto esses 10 milhões "retirados da manutenção para irem para a Alemanha", carecem de uma explicação.

Não quer dizer que não haja uma má gestão do orçamento, no fim de contas, andamos há 20 anos com o fardo do Navpol nas LPMs, e não se compra o dito navio, nem se canaliza a verba para lado nenhum onde faça falta (por exemplo, a verba original do Navpol, 300 milhões, dava para a manutenção da frota durante praticamente 10 anos). Os tais 10 milhões são uma gota de água, no meio do oceano de dinheiro que é mal empregue, ou é cativado. Se nos últimos 20 anos os orçamentos fossem cumpridos, não tínhamos metade dos problemas.
 

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Re: A Marinha Portuguesa e o Zero Naval !
« Responder #1326 em: Maio 15, 2021, 12:56:04 pm »
Acabei por ficar confuso. Até porque não tem grande lógica deixar o Bérrio ser abatido propositadamente, para poder usar a verba para um simulador. Não será por 10 milhões para um simulador, que a LPM não seria aprovada. Existe alguma prova dessa recanalização da verba do Bérrio para o simulador, ou é apenas conspiração?

E que conversa é essa dos 10 milhões retirados da manutenção? A verba anual deveria ser à volta de 30 milhões (valores pré-Troika), mas segundo notícias recentes, ronda os 17 milhões (ou seja, menos 13 milhões ano), e o parco orçamento para manutenção vem de trás, dos tempos da Troika, muito antes do CEMA ser, bem, CEMA, e durante 10 anos os problemas de manutenção da frota têm vindo a somar-se. Portanto esses 10 milhões "retirados da manutenção para irem para a Alemanha", carecem de uma explicação.

Não quer dizer que não haja uma má gestão do orçamento, no fim de contas, andamos há 20 anos com o fardo do Navpol nas LPMs, e não se compra o dito navio, nem se canaliza a verba para lado nenhum onde faça falta (por exemplo, a verba original do Navpol, 300 milhões, dava para a manutenção da frota durante praticamente 10 anos). Os tais 10 milhões são uma gota de água, no meio do oceano de dinheiro que é mal empregue, ou é cativado. Se nos últimos 20 anos os orçamentos fossem cumpridos, não tínhamos metade dos problemas.

Citar
A Marinha ainda vai fazer uma última operação de "manutenção profunda" ao navio reabastecedor Bérrio, superior a 10 milhões de euros, para prolongar a sua vida útil até 2028.
https://www.dn.pt/poder/reabastecedor-berrio-vai-manter-se-mais-uma-decada-no-ativo-10464414.html

Nunca o PSD ia aprovar uma LPM que diz que vamos ficar sem AOR até 2027.
 

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Re: A Marinha Portuguesa e o Zero Naval !
« Responder #1327 em: Maio 15, 2021, 02:29:35 pm »
Citar
João Vasconcelos, do Bloco de Esquerda, concorda que “a Marinha não vive sem o Arsenal e o Arsenal não vive sem a Marinha”, e critica a alteração do modelo de gestão da empresa decidido em 2009, no Governo do PS, que levou à “degradação” do estaleiro, que “hoje está numa situação calamitosa”.

“Não deixa de ser dramático termos só uma fragata operacional ao serviço”, diz o bloquista, embora não lhe agrade o emprego nas missões da NATO, e espera que o Estado possa continuar a investir nos NPO, mais conhecidos como “patrulhões”.
Quando o Bloco reconhece que só termos uma fragata operacional é gravíssimo, está tudo dito...
 
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Charlie Jaguar

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Re: A Marinha Portuguesa e o Zero Naval !
« Responder #1328 em: Maio 15, 2021, 03:41:10 pm »
Não concordo, até é bem prioritário por a casa em ordem, se é por esta lei ou outra já não sei.

É bom lembrar que esta nova lei nasce do MdD estar farto de aturar os ramos, até o MdD se fartou das casinhas. Se deve se fazer uma lei que muda toda a organização das forças armadas por uma birra do MdD é outra historia.

A verdade é que o CEMA enganou o governo e o parlamento com o Bérrio, ele já sabia muito bem onde ia buscar os 10M€ para  a modernização dos simuladores dos Lynx quando fez a LPM. Mas sabia que se isso estivesse escrito na LPM 2019 nunca seria aprovada.
E depois vem a historia que não se está a gastar dinheiro na manutenção dos navios, quando é o próprio CEMA que tira 10M€ da manutenção para os mandar para a Alemanha.

Depois temos o CEMFA que é um garganeiro,  quer tudo para a FAP. É os evacuativos é a totalidade do combate aos incendiou. O problema é que depois não tem meios nem estrutura e depois dá barraca.

Por fim temos o CEME, que é totalmente contra o duplo uso e como tal até ao Covid chegar não tinha usado os fundos civis para melhorar os meios do Exercito. Não podia ser usados os fundos ambientais para melhorar a nossa capacidade de reconhecimento, sendo isto pago pelo fundo ambiental?

Alguma coisa tem de ser feita.

Estás a ver como lá chegaste? O Titterington quer ter a distinção de ser ele a conseguir aquilo que tanto o Severiano Teixeira como o Aguiar-Branco não alcançaram. É com um propósito pessoal e político, não porque faz mais ou menos sentido para ele. Como disse e bem o Lima Coelho recentemente, avançar com a LOBOFA, tal como está, é colocar um telhado novo numa casa que está prestes a ruir. Vamos preocupar-nos nesta altura com a estrutura superior de comando quando qualquer dia poucos comandados haverão ou sequer meios para comandar?

Além disso, ao contrário do que afirmas, é a minha opinião pessoal que esta lei irá ainda mais fomentar e acentuar a guerra de quintinhas, tendo em conta que os poderes serão centralizados no CEMGFA, e o cargo deverá continuar a ser rotativo aos chefes dos 3 ramos. Concordo totalmente que são necessárias mudanças a sério, mas pensadas e executadas de modo diferente e não para já.
« Última modificação: Maio 15, 2021, 03:45:01 pm por Charlie Jaguar »
Saudações Aeronáuticas,
Charlie Jaguar

"(...) Que, havendo por verdade o que dizia,
DE NADA A FORTE GENTE SE TEMIA
"

Luís Vaz de Camões (Os Lusíadas, Canto I - Estrofe 97)
 
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Re: A Marinha Portuguesa e o Zero Naval !
« Responder #1329 em: Maio 15, 2021, 05:17:48 pm »
Acabei por ficar confuso. Até porque não tem grande lógica deixar o Bérrio ser abatido propositadamente, para poder usar a verba para um simulador. Não será por 10 milhões para um simulador, que a LPM não seria aprovada. Existe alguma prova dessa recanalização da verba do Bérrio para o simulador, ou é apenas conspiração?

E que conversa é essa dos 10 milhões retirados da manutenção? A verba anual deveria ser à volta de 30 milhões (valores pré-Troika), mas segundo notícias recentes, ronda os 17 milhões (ou seja, menos 13 milhões ano), e o parco orçamento para manutenção vem de trás, dos tempos da Troika, muito antes do CEMA ser, bem, CEMA, e durante 10 anos os problemas de manutenção da frota têm vindo a somar-se. Portanto esses 10 milhões "retirados da manutenção para irem para a Alemanha", carecem de uma explicação.

Não quer dizer que não haja uma má gestão do orçamento, no fim de contas, andamos há 20 anos com o fardo do Navpol nas LPMs, e não se compra o dito navio, nem se canaliza a verba para lado nenhum onde faça falta (por exemplo, a verba original do Navpol, 300 milhões, dava para a manutenção da frota durante praticamente 10 anos). Os tais 10 milhões são uma gota de água, no meio do oceano de dinheiro que é mal empregue, ou é cativado. Se nos últimos 20 anos os orçamentos fossem cumpridos, não tínhamos metade dos problemas.

Citar
A Marinha ainda vai fazer uma última operação de "manutenção profunda" ao navio reabastecedor Bérrio, superior a 10 milhões de euros, para prolongar a sua vida útil até 2028.
https://www.dn.pt/poder/reabastecedor-berrio-vai-manter-se-mais-uma-decada-no-ativo-10464414.html

Nunca o PSD ia aprovar uma LPM que diz que vamos ficar sem AOR até 2027.

E em que é que isso suporta o que afirmaste antes? Se o Bérrio não aguentava até 2027, e não seria aprovada uma LPM sem um AOR ao serviço na Marinha, então que se planeasse a substituição de imediato, no início da LPM e não para 2027. É um conceito inovador eu sei, preparar a substituição do navio a tempo e horas.

Não faz sentido esse argumento que, sem os 10 milhões para o Bérrio, ficávamos até 2027 sem AOR. A LPM em 2019 podia (e devia) muito bem ter sido feita a pensar no início da construção do AOR em 2019/2020, em vez de andarem constantemente a empurrar com a barriga. No fim de contas, há mais de 10 anos que se sabe da necessidade de substituir o Bérrio. Agora, já vamos em mais de 1 ano sem AOR, e ninguém se preocupa com isso.
 

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Re: A Marinha Portuguesa e o Zero Naval !
« Responder #1330 em: Maio 15, 2021, 05:37:44 pm »
Não concordo, até é bem prioritário por a casa em ordem, se é por esta lei ou outra já não sei.

É bom lembrar que esta nova lei nasce do MdD estar farto de aturar os ramos, até o MdD se fartou das casinhas. Se deve se fazer uma lei que muda toda a organização das forças armadas por uma birra do MdD é outra historia.

A verdade é que o CEMA enganou o governo e o parlamento com o Bérrio, ele já sabia muito bem onde ia buscar os 10M€ para  a modernização dos simuladores dos Lynx quando fez a LPM. Mas sabia que se isso estivesse escrito na LPM 2019 nunca seria aprovada.
E depois vem a historia que não se está a gastar dinheiro na manutenção dos navios, quando é o próprio CEMA que tira 10M€ da manutenção para os mandar para a Alemanha.

Depois temos o CEMFA que é um garganeiro,  quer tudo para a FAP. É os evacuativos é a totalidade do combate aos incendiou. O problema é que depois não tem meios nem estrutura e depois dá barraca.

Por fim temos o CEME, que é totalmente contra o duplo uso e como tal até ao Covid chegar não tinha usado os fundos civis para melhorar os meios do Exercito. Não podia ser usados os fundos ambientais para melhorar a nossa capacidade de reconhecimento, sendo isto pago pelo fundo ambiental?

Alguma coisa tem de ser feita.

Estás a ver como lá chegaste? O Titterington quer ter a distinção de ser ele a conseguir aquilo que tanto o Severiano Teixeira como o Aguiar-Branco não alcançaram. É com um propósito pessoal e político, não porque faz mais ou menos sentido para ele. Como disse e bem o Lima Coelho recentemente, avançar com a LOBOFA, tal como está, é colocar um telhado novo numa casa que está prestes a ruir. Vamos preocupar-nos nesta altura com a estrutura superior de comando quando qualquer dia poucos comandados haverão ou sequer meios para comandar?

Além disso, ao contrário do que afirmas, é a minha opinião pessoal que esta lei irá ainda mais fomentar e acentuar a guerra de quintinhas, tendo em conta que os poderes serão centralizados no CEMGFA, e o cargo deverá continuar a ser rotativo aos chefes dos 3 ramos. Concordo totalmente que são necessárias mudanças a sério, mas pensadas e executadas de modo diferente e não para já.

Falta um líder para as forças armadas, porque o Marcelo é apenas figura.
 

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Re: A Marinha Portuguesa e o Zero Naval !
« Responder #1331 em: Maio 15, 2021, 07:00:34 pm »
in Expresso, 14/05/2021

Miguel Monjardino

Citar
Ao longo desta década as Marinhas nacionais desempenharão um papel mais importante na política internacional do que nos últimos 30 anos.

O melhor indicador de que estamos num novo período estratégico tem sido a forma como algumas das principais potências marítimas utilizam os seus porta-aviões e as respetivas forças-tarefa. Os porta-aviões chineses “Liaoning” e “Shadong” concluíram recentemente uma série de manobras perto da ilha de Okinawa e leste de Taiwan e no mar do Sul da China. Os porta-aviões norte-americanos “Theodore Roosevelt” e “Nimitz” estiveram em operações nesta última região. Paris também deslocou o “Charles de Gaulle” para o Índico.

As Marinhas dos EUA, França e Reino Unido estão a ser utilizadas pelos seus Governos para manter a ordem internacional que tem sido mais favorável aos seus interesses. As visões de Xi Jinping e de Vladimir Putin são diferentes das de Joe Biden e dos líderes europeus.

Ao mesmo tempo, a estratégia de Washington está a mudar de forma considerável. Olha para Pequim e Moscovo como adversários principais. O poder naval americano está a ser usado para tentar influenciar o cálculo estratégico das outras capitais. Todavia, os EUA sabem que a eficácia estratégica da sua Marinha depende das vulnerabilidades navais da China e da Rússia. No caso de Pequim, as suas vulnerabilidades são menores do que há 10 ou 20 anos. Acrescem a geografia e os problemas operacionais que a distância oceânica levanta para Washington.

A manutenção da superioridade aeronaval dos EUA no Pacífico, Índico, golfo Pérsico e Atlântico será cada vez mais difícil de manter, devido ao seu custo financeiro crescente. Uma das propostas do Pentágono é uma nova divisão de trabalho com os principais aliados. O “HMS Queen Elizabeth”, um dos novos porta-aviões do Reino Unido, partiu esta semana para o Índico e Pacífico com a força-tarefa mais significativa desde a guerra nas Falkland, em 1982. A bordo estão F-35B norte-americanos. Será muito interessante avaliar como Washington e Londres cooperam nesta área e ver que outros aliados estão dispostos a utilizar as suas Marinhas desta forma cooperativa para defender os seus interesses. No ar fica uma pergunta: este tipo de navios, cada vez mais vulneráveis a armas de precisão conven­cionais, será o mais adequado a este tipo de missões?

Em Portugal somos diferentes. Como Vítor Matos chamou a atenção neste jornal, na passada semana, a Marinha portuguesa está a caminho da inoperabilidade e da obsolescência. Num país arquipelágico como o nosso, que, ainda por cima, apostou na extensão da sua plataforma continental, é incompreensível.

A retórica estratégica nacional está em contradição com os meios existentes. A capacidade de contribuirmos em termos navais para as alianças que garantem a nossa segurança é diminuta. É duvidoso que os nossos aliados o façam por nós. Um país que deixa as coisas chegarem a este ponto não parece muito interessado em continuar a escrever a sua história.

In memoriam Nuno P. Monteiro (1971-2021), amigo, professor em Yale e académico extraordinaire. Até sempre.
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Re: A Marinha Portuguesa e o Zero Naval !
« Responder #1333 em: Maio 15, 2021, 08:39:47 pm »
Não fosse a NATO estávamos iguais ou piores que a Marinha da Argentina.

Mas lá chegaremos, vontade não falta!
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Re: A Marinha Portuguesa e o Zero Naval !
« Responder #1334 em: Maio 15, 2021, 09:23:33 pm »
in Expresso, 14/05/2021

Miguel Monjardino

Citar
Ao longo desta década as Marinhas nacionais desempenharão um papel mais importante na política internacional do que nos últimos 30 anos.

O melhor indicador de que estamos num novo período estratégico tem sido a forma como algumas das principais potências marítimas utilizam os seus porta-aviões e as respetivas forças-tarefa. Os porta-aviões chineses “Liaoning” e “Shadong” concluíram recentemente uma série de manobras perto da ilha de Okinawa e leste de Taiwan e no mar do Sul da China. Os porta-aviões norte-americanos “Theodore Roosevelt” e “Nimitz” estiveram em operações nesta última região. Paris também deslocou o “Charles de Gaulle” para o Índico.

As Marinhas dos EUA, França e Reino Unido estão a ser utilizadas pelos seus Governos para manter a ordem internacional que tem sido mais favorável aos seus interesses. As visões de Xi Jinping e de Vladimir Putin são diferentes das de Joe Biden e dos líderes europeus.

Ao mesmo tempo, a estratégia de Washington está a mudar de forma considerável. Olha para Pequim e Moscovo como adversários principais. O poder naval americano está a ser usado para tentar influenciar o cálculo estratégico das outras capitais. Todavia, os EUA sabem que a eficácia estratégica da sua Marinha depende das vulnerabilidades navais da China e da Rússia. No caso de Pequim, as suas vulnerabilidades são menores do que há 10 ou 20 anos. Acrescem a geografia e os problemas operacionais que a distância oceânica levanta para Washington.

A manutenção da superioridade aeronaval dos EUA no Pacífico, Índico, golfo Pérsico e Atlântico será cada vez mais difícil de manter, devido ao seu custo financeiro crescente. Uma das propostas do Pentágono é uma nova divisão de trabalho com os principais aliados. O “HMS Queen Elizabeth”, um dos novos porta-aviões do Reino Unido, partiu esta semana para o Índico e Pacífico com a força-tarefa mais significativa desde a guerra nas Falkland, em 1982. A bordo estão F-35B norte-americanos. Será muito interessante avaliar como Washington e Londres cooperam nesta área e ver que outros aliados estão dispostos a utilizar as suas Marinhas desta forma cooperativa para defender os seus interesses. No ar fica uma pergunta: este tipo de navios, cada vez mais vulneráveis a armas de precisão conven­cionais, será o mais adequado a este tipo de missões?

Em Portugal somos diferentes. Como Vítor Matos chamou a atenção neste jornal, na passada semana, a Marinha portuguesa está a caminho da inoperabilidade e da obsolescência. Num país arquipelágico como o nosso, que, ainda por cima, apostou na extensão da sua plataforma continental, é incompreensível.

A retórica estratégica nacional está em contradição com os meios existentes. A capacidade de contribuirmos em termos navais para as alianças que garantem a nossa segurança é diminuta. É duvidoso que os nossos aliados o façam por nós. Um país que deixa as coisas chegarem a este ponto não parece muito interessado em continuar a escrever a sua história.

In memoriam Nuno P. Monteiro (1971-2021), amigo, professor em Yale e académico extraordinaire. Até sempre.

Excelente artigo do Monjardino!
Ainda há umas semanas ouvi o MDN a falar nos "inimigo" Russo e na segurança do atlântico, no entanto não o vejo a comprar FREEMs, ou mais SSG...
 
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