Fuzileiros da Armada Portuguesa

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Ricardo

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« Responder #150 em: Fevereiro 16, 2008, 05:45:12 pm »
Citação de: "Tilt"
Temos de ser realistas so quem tem a logistica pode fazer missoes no estrangeiro.

Citação de: "Tilt"
Comandos =Exercito estava m a referir aos Fuzos ja nao fazerem missoes agora so vai o exercito e as tropas especiais do exercito.


Está enganado, ao Comando do Corpo de Fuzileiros incumbe aprontar por via da Base de Fuzileiros, o apoio necessário de serviços técnicos e logísticos ao respectivo Grupo de Comando e Serviços (corresponde às CCS do Exército) de cada unidade dos Fuzileiros, quando destacada.

Além disso, só para dar o exemplo, o CF está provido com um pelotão de comunicações, serviço de informática, secções médicas, secções de descontaminação NBQ, uma secção de cães-de-guerra.
 

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Tilt

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« Responder #151 em: Fevereiro 16, 2008, 05:56:29 pm »
Caro Ricardo tem razao em tudo o k diz..........mas na pratica os Fuzileiros têm sempre  de ir em reforço dos batalhoes do exercito,se estiver enganado refira m kual a missao no estrangeiro em k so havia Fuzileiros?!?
 

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Ricardo

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« Responder #152 em: Fevereiro 16, 2008, 08:17:48 pm »
Citação de: "Tilt"
Caro Ricardo tem razao em tudo o k diz..........mas na pratica os Fuzileiros têm sempre  de ir em reforço dos batalhoes do exercito,se estiver enganado refira m kual a missao no estrangeiro em k so havia Fuzileiros?!?


Toda a missão envolve serviços de logísticos, no entanto se restringir ao ramo militar, salvo erro, foi o caso nas seguintes missões exteriores:
- Em 1992, colocados em Angola por precaução juntamente com a fragata "Vasco da Gama", após os acontecimentos violentos que se desenrolaram depois das eleições, para caso se justifique evacuar o corpo diplomático português;
- Em 1997 na «Operação Forez», evacuação de cidadãos nacionais do conflito da República do Zaire;
- Em 1998 na «Operação Crocodilo» evacuação de civis e militares nacionais em situação precária e na «Operação Falcão» providenciando segurança a Embaixada Portuguesa da Guiné-Bissau;
- Em 2000, missões SAR e de ajuda humanitária as vítimas das cheias do Rio Save, em Moçambique;
- Em 2006, missão militar de apoio ao processo político pós-eleições da República Democrática do Congo, integrando a componente das operações especiais da força da União Europeia - EUFOR RD CONGO.

Não esquecer que as missões "caseiras" logicamente também envolve logística!
 

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Tilt

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« Responder #153 em: Fevereiro 16, 2008, 09:50:16 pm »
Ricardo a ultima foi do DAE  nao conta :wink:
Todas as outras que referiste sao com o apoio dos meios de superficie ...........e todas de curta duraçao .Não vais encontrar nenhuma de longa duração em terra sem o apoio e incorporados no exercito,temos de aceitar essa realidade e lutar para que se altere.
 

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Ricardo

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« Responder #154 em: Março 06, 2008, 12:01:42 pm »
A Revista da Armada este mês apresenta artigos interessantes sobre o Corpo de Fuzileiros!
 

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Lightning

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« Responder #155 em: Março 09, 2008, 08:56:09 pm »
Eu sei que os fuzileiros portugueses são uma força anfíbia ligeira estilo os Royal Marines e não como os Marines Americanos que são uma força anfíbia mecanizada, não acham que ao equipar o Corpo de Fuzileiros com os Pandur que se está a mudar a filisofia de actuação de um genero para o outro? Os britânicos possuem a 3ª Brigada de Comandos com 8.000 homens dos Royal Marines e Exército e não possui nenhum blindado anfíbio desse género, preferem o uso de lanchas e helicopteros...

Caso isso acontecesse podiamos imitar a organização dos MEU? (Marine Expeditionary Units) com a exepção dos meios aéreos. O efectivo até é parecido com o do Corpo de Fuzileiros, cerca de 2.000 homens, era mais fácil do que formar a tal Brigada Anfíbia que certos foristas falaram, penso eu...

http://en.wikipedia.org/wiki/MEU

A typical MEU (SOC) structure has 2,100 Marines and sailors. It is equipped with:

7 to 16 light armored vehicles
eight 81 mm mortars
eight TOW missile systems
eight Javelin missile launchers
15 amphibious assault vehicles
six 155 mm howitzers
four M1A1 main battle tanks
two KC-130 re-fueler/transport aircraft (podia ser 2 C-130 da FAP para a parte do transporte)
two reverse osmosis water purification units
one LMT 3000 water purification unit
one sea tractor
four TRAMs (10,000-pound capacity forklifts)
two 4,000 pound capacity forklifts
three D-7 bulldozers
30 5-ton or 7-ton/12-ton trucks
one dump truck
four Mk48 logistical vehicle systems
seven 500 gallon water containers
63 HMMWVs.
 

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João Oliveira Silva

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« Responder #156 em: Março 09, 2008, 10:18:25 pm »
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Eu sei que os fuzileiros portugueses são uma força anfíbia ligeira estilo os Royal Marines e não como os Marines Americanos que são uma força anfíbia mecanizada, não acham que ao equipar o Corpo de Fuzileiros com os Pandur que se está a mudar a filisofia de actuação de um genero para o outro?


Para se ter uma força anfibia mecanizada digna desse nome, os vinte previstos Pandur possívelmente seriam o efectivo de carros adstritos à instrução de condutores. E depois para as unidades de combate, apoio, serviços, médicas, fogos, etç, onde estão os Pandur?
Vamos ser realistas. Os fuzileiros são uma força anfíbia ligeira estilo Royal Marines, centrada no valor do próprio fuzileiro, enquanto combatente austero, pouco dispendioso, mas muito eficaz. São e vão continuar a ser até porque não é preciso mais e também porque as finanças não dão para muito mais.
Tudo isto custa dinheiro, muito dinheiro e mudar a filosofia tipo implica investimentos enormes ( sobretudo em equipamentos e crâneos ) que não são compensadores na relação custo/beneficio, isto é: custam muito e melhoramos pouco.
Portanto, acho que vamos continuar a ter - e ainda bem - uma força anfibia razoável, cuja mais-valia  assenta no valor do elemento humano e não na carissima tecnologia. O pouco equipamento que tem serve o fuzileiro e não é o equipamento que se serve do fuzileiro para o operar. Os 20 Pandur's estão nesta linha.
Precisamos é de meios de projecção de forças, quer aéreos, quer navais ( hello navpol... ) porque o que há serve, mas é escasso.

Cumprimentos,
 

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sniper14

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« Responder #157 em: Março 10, 2008, 09:35:42 pm »
Completamente de acordo sobre a sua definição de Fuzileiro  só é pena que o ramo a que pertencem não os vejam dessa forma, mas apenas e principalmente como alguem que faz aquilo que mais ninguem quer, pode ou consegue.
 

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Lancero

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« Responder #158 em: Março 10, 2008, 10:19:52 pm »
Citação de: "Ricardo"
A Revista da Armada este mês apresenta artigos interessantes sobre o Corpo de Fuzileiros!



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Corpo de Fuzileiros

No mar e onde necessário

Nunca é demais lembrar o Decreto Régio que em 1621 criou o Terço da Armada da Coroa de Portugal, a mais antiga força militar com carácter permanente em Portugal, tendo os Marinheiros do Fuzil, estado presentes em acções de combate, do Brasil ao Mediterrâneo, ganhando por direito próprio a honra de serem designados por D. João IV como a sua guarda pessoal. Já no reinado de D. Maria, o Terço é reorganizado, sendo criada a Brigada Real de Marinha que, aquando das invasões napoleónicas, acompanhou a Família Real na partida para o Brasil, dando origem ao actual Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil 1. Em 1961, foram recriados os Fuzileiros, sendo os Destacamentos de Fuzileiros Especiais, vocacionados para as acções de assalto lançadas a partir do meio aquático, e as Companhias de Fuzileiros Navais orientadas para a guarda e defesa de instalações navais em terra, tendo estado envolvidos em todos os teatros cerca de 12.500 homens dando continuidade à heroicidade, capacidade de sacrifício e espírito de corpo apanágio dos “Soldados da Armada”2. Em 1974 foi criado o Comando do Corpo de Fuzileiros (CCF), que com a LOMAR 3 passou para a dependência do Vice-almirante Comandante Naval. Ao CCF 4 incumbe promover o aprontamento e apoio logístico e administrativo das forças, unidades e meios operacionais que lhe estejam atribuídos e assegurar as acções de formação que lhe estejam cometidas.

Relembramos as missões desempenhadas por Forças de Fuzileiros (FFZ) no Zaire (1996), na Guiné-Bissau (1998/1999), na Bósnia-Herzegovina (2000), em Timor-Leste (2000 a 2004), Moçambique (2000) e na R.D. Congo (2006). Além destes importantes empenhamentos externos, é de realçar a responsabilidade e participação do Corpo de Fuzileiros na formação dos fuzileiros e dos militares que ingressam na Marinha, na cooperação técnico-militar, na protecção de força a instalações, forças e unidades navais, nas escoltas e nas cerimónias protocolares. A colaboração com a Policia Judiciária no combate ao narcotráfico e a cooperação com a Autoridade Marítima são outras tarefas frequentes. Reforçaram-se as sinergias na ligação às restantes componentes da Esquadra através do embarque de FFZ em diversas unidades navais, em missões NATO, no dispositivo naval na Zona Marítima dos Açores, em missões de soberania nacional, nomeadamente nas Ilhas Selvagens, no âmbito da segurança europeia, via FRONTEX 5, nas missões HERA, e ainda noutras missões e exercícios em que a Força Tarefa da Marinha (POTG) foi activada.

Chegados ao Presente, caracterizado por uma envolvente de algumas restrições e dificuldades, em especial nos recursos financeiros e de pessoal, foram adoptadas medidas experimentais de reorganização dalgumas unidades e do estado-maior 6 e tomadas medidas de racionalização interna, que irão prosseguir pois é imperioso continuar a cumprir as missões atribuídas, com maior eficiência, onde possível, melhorando os elevados padrões de desempenho já alcançados, quando possível, mas garantindo sempre a elevada prontidão que nos é exigida. A recuperação e a melhoria das infra-estruturas das Unidades do Corpo de Fuzileiros  está em curso, com impacte positivo na imagem, desempenho e bem-estar do pessoal. As suas capacidades estão também a ser reforçadas, fruto do investimento realizados nos últimos anos, através da Lei de Programação Militar (LPM) o que, aliado à qualidade dos militares que acabam os seus cursos de formação na Escola de Fuzileiros, área onde se continua a investir de forma decisiva, e à qualidade das acções de treino e adestramento realizadas, reforçou o seu valor operacional.

O Futuro já é uma certeza. A entrada ao serviço das viaturas blindadas ligeiras anfíbias (VBLA) 7 e das viaturas tácticas ligeiras com blindagem (VTLB) 8, a participação no Battle Group Anfíbio da União Europeia,  o contributo para as NATO Reaction Force, o crescimento do Destacamento de Acções Especiais e do Pelotão de Abordagem, o início da operação das Lanchas de Assalto Rápido a partir de terra ou com o apoio das Lanchas de Fiscalização Costeiras, a edificação da capacidade de recolha de informações por meios humanos (HUMINT 9) e a continuação do reequipamento do BLD 10 com meios prioritários para os cenários de actuação previsíveis, no âmbito dos compromissos nacionais com a NATO e a UE, permite-nos afirmar que, no espectro das Operações de Combate, de Estabilização ou de Apoio, o Corpo de Fuzileiros, está em evolução para uma força com maior potencial (de comando e combate) e maior mobilidade, mas  como sempre, pronto e disponível para actuar, no mar ou onde necessário, conforme é seu apanágio e tradição.

Os Fuzileiros orgulham-se do seu passado, vivem o presente de forma intensa e acreditam no futuro. Como sempre, preservam os valores da camaradagem, lealdade, espírito de sacrifício, coragem, disciplina e espírito de bem servir, fazendo parte de uma comunidade de elite de reconhecido valor, afirmam-se como actores imprescindíveis no carácter expedicionário da Esquadra, que será reforçado pelo Navio Polivalente Logístico, do tipo LPD 11, com capacidade de projecção autónoma e sustentação credível, permitindo não só o emprego no litoral e nas águas adjacentes, mas também noutros teatros e em outros tipos de operações, nomeadamente de resposta a crises, incluindo o apoio às populações civis em situações de catástrofe ou de calamidades naturais. Para isso, através da implementação do processo de lições aprendidas e tendo presente o incremento de equipamentos e sistemas de armas cada vez mais sofisticados, desenvolvem-se novas doutrinas (incluindo a revisão do  POA 1 (A) 12), treinam-se e experimentam-se novas Tácticas, Técnicas e Procedimentos, validadas nas avaliações operacionais, em apoio dos comandantes na prossecução dos seus objectivos.  Com um investimento seguro na formação será possível prosseguir na senda da excelência, fazendo dos Fuzileiros combatentes mais preparados para as incertezas do mundo moderno e ombreando com os seus congéneres.

Em suma, com uma postura preocupada sempre com a melhor solução, ou seja, orientada para o futuro, o Corpo de Fuzileiros, com os meios operacionais à sua disposição, trabalha e treina a condução de operações a partir do mar com um único objectivo – estar pronto e assim contribuir para o produto operacional da Marinha – procurando como sempre, honrar dignamente o passado, gerir bem o presente e preparar sabiamente o futuro.

 

João da Cruz de Carvalho Abreu

CALM


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Notas

1 O Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil comemora este ano, a 07 de Março, o seu Bicentenário.

2 Sobre a Guerra de África foi recentemente lançada a obra “FUZILEIROS – Factos e Feitos na Guerra de África 1961/1974” da autoria do CFR FZE Sanches de Baêna.

3 LOMAR – Lei Orgânica da Marinha (Decreto-Lei Nº 49/93 de 26 de Fevereiro).

4 As atribuições, organização e competências do CCF constam do Decreto Regulamentar nº 29/94 de 01 de Setembro.

5 FRONTEX – Agência Europeia de Gestão da Cooperação Operacional nas Fronteiras Externas.

6 A Unidade de Polícia Naval foi “integrada” no BF1 e foi criada a Secção de Treino e Avaliação no EM/CCF.

7 Modelo PANDUR II, 20 Unidades com previsão de inicio de entrega para o 1º semestre de 2009 (ver Revista da Armada nº406).

8 VTLB – viaturas tácticas com blindagem tipo HUMVVEE.

9 HUMINT - Human Intelligence.

10 BLD – Batalhão Ligeiro de Desembarque.

11 LPD - Landing Platform Dock.

12 POA 1(A) – Requisitos Operacionais das Forças e Unidades de Fuzileiros
 



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Escola de Fuzileiros

15 anos de formação em liderança
 

 

Génese
 

No início da década de noventa, o malogrado CALM Jorge Mendes, então Director do Serviço de Formação, identificou a liderança como uma necessidade estratégica de formação da Marinha, sustentada pelos acidentes marítimos ocorridos na época e ainda pelos novos desafios, no âmbito da liderança e coordenação de equipas, que representavam as novas fragatas da classe “Vasco da Gama”.

Após uma pesquisa em várias marinhas da Aliança Atlântica, foi escolhido o modelo Inglês, pois era o único que integrava três aspectos essenciais: tarefa, grupo e indivíduo. Por outro lado, estava consolidado na marinha Inglesa desde 1947 e alguns modelos ingleses tinham já sido testados pelos CMG Correia Jesuíno e CMG MN Gouveia Pereira em anteriores estudos efectuados junto dos fuzileiros.

Assim, em 1992, o então 1SAR FZ Machado foi nomeado para frequentar o curso ”Petty Officer Leadership Course” na ”Royal Navy Leadership School” em Bath, actualmente extinta e transferida para Collingwood, tendo sido nomeado para seu tutor e responsável pela delegação portuguesa o então 1TEN Machado da Silva.

Em 1993, foi criado o Gabinete dos Cursos de Aperfeiçoamento em Liderança (CAL), actual Departamento de Formação em Comportamento Organizacional (DFCO). A Escola de Fuzileiros foi o local escolhido pela razão de dispor de espaço físico, quer no interior quer no exterior, para que fosse implementada a componente prática do modelo. Na fase inicial foram sentidas grandes dificuldades orçamentais, quer para equipar os gabinetes e salas de aulas, quer para a construção das pistas de liderança. A maioria dos materiais utilizados nas tarefas de liderança provinha e ainda provém do Depósito de Recuperáveis e Inúteis. Os tanques eram construídos em buracos cavados e reforçados com plásticos que necessitavam de ser reabastecidos após cada tarefa realizada.

No entanto, os pioneiros, que haviam sido reforçados com mais três elementos, enfrentaram com engenho e tenacidade as dificuldades inerentes à concepção de novos cursos dirigidos a todas as classes de Praças a frequentar o Curso de Formação de Sargentos (APL04) e de Sargentos a frequentar o Curso de Promoção a Sargento Chefe (APL05). A utilidade e funcionalidade dos cursos foram posteriormente validadas pela dissertação de Mestrado do então 1TEN Machado da Silva, director dos CAL, comprovando que o modelo escolhido se adequava à visão estratégica da Marinha.
 

eVOLUÇÃO
 

Ao longo do tempo, foram construídas novas pistas de liderança e melhoradas as infra-estruturas existentes, proporcionando deste modo condições singulares para a realização de exercícios práticos em grupo.

Em 1998, foi criado o Curso de Potencialização de Recursos Humanos – Vector de Liderança (APL07), em regra um por ano, dirigido a oficiais da Marinha e equiparados. E ainda, por convite, a entidades externas à Marinha, tais como Oficiais das Forças Militarizadas e de Segurança, quadros médios e superiores da Administração Pública, e também gestores e quadros dirigentes de organizações privadas. No total, o curso já foi frequentado por 77 formandos externos à Marinha.

Em 2005, a Marinha e o Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE) estabeleceram um protocolo de cooperação na área da formação, o qual contempla a realização anual de um módulo de liderança dirigido aos alunos do E-MBA, cuja vertente prática se tem desenrolado na EF.
 

O módulo já foi frequentado por 120 alunos que exercem funções de administração e gestão de empresas dos mais variados sectores de actividade. Com efeito, este tipo de formação acrescentou não só mais responsabilidade ao DFCO atendendo à natureza dos formandos, como também notoriedade, comprovada pelo crescente número de interpelações feitas por organismos da Administração Pública e Empresas do sector privado, no sentido de averiguar a viabilidade da realização de acções de formação.
 

Tarefa Prática de Liderança (TPL).
 



Prova de planeamento.
 Desde 2005, o DFCO tem ministrado anualmente formação em liderança aos oficiais dos três ramos das Forças Armadas envolvidos na divulgação do Dia de Defesa Nacional, perfazendo o total de 97 militares.

No ano passado, o DFCO deu igualmente formação a 40 funcionários e quadros dirigentes do Banco Santander Totta, à Selecção Nacional de Rugby no âmbito do estágio de preparação para o mundial da modalidade e ainda a uma equipa de oito elementos do Grupo de Operações Especiais da PSP no âmbito da preparação para uma competição no estrangeiro.
 

ACTUALIDADE
 

O DFCO dispõe actualmente de um efectivo de seis militares, que permite funcionar, em simultâneo, com 2 equipas de formação. Cada equipa é composta por um oficial a exercer as funções de Chefe de Equipa e Director de Curso, e dois sargentos, um responsável pela área da liderança e o outro pela área da educação física. O oficial mais antigo, que exerce as funções de Chefe de Departamento, possui o mestrado em Comportamento Organizacional (CO). Os dois sargentos da área de liderança frequentaram o curso ”Petty Officer Leadership Course” em Inglaterra e os restantes têm a especialização na área de Educação Física. Ao quantitativo atrás referido, acresce ainda periodicamente dois elementos, um sargento e uma praça, responsáveis por assegurar o apoio logístico do departamento.

Apesar da diversidade ser uma das mais valias de um grupo, existe um conjunto de critérios absolutos de preferência, denominados de valores, que funcionam como elemento aglutinador do grupo, e por isso devem ser aceites e partilhados por todos. Assim, no caso do DFCO, padrões superiores de qualidade, apoio aos formandos, evolução permanente, camaradagem entre formadores e exceder as expectativas são os valores que têm dado sentido à forma como os seus membros se comportam e desempenham as funções atribuídas.
 



Nota: Os cursos têm um número máximo de 24 formandos
 

 
 

A formação ministrada tem por finalidade habilitar os formandos a exercer funções de liderança ao nível de grupos de trabalho, aplicando de forma integrada os conhecimentos de CO. Além disso, favorece o auto-conhecimento e a eventual mudança ao nível das atitudes e dos comportamentos por parte dos formandos. Outra vantagem é o facto de todos os formandos assumirem de forma alternada os papéis de líder e de liderado, o que permite desenvolver a empatia, uma competência essencial no relacionamento interpessoal.
 

Formandos do E-MBA a executar uma TPL.
 

Além de uma componente teórica, composta por inúmeros temas transversais ao CO, os cursos possuem uma vertente prática muito acentuada, que contempla várias provas. As comunicações formais são provas em que cada formando executa uma apresentação, com duração de 10 ou 15 minutos, sobre um tema à sua escolha, para melhorar a eficácia comunicacional.

As tarefas práticas de liderança são as provas que evidenciam mais as capacidades do líder, pois os formandos apenas tomam conhecimento da tarefa, dois minutos antes da sua execução. Dispõem de um tempo limitado, devendo para o efeito erigir soluções criativas e exequíveis com a ajuda do grupo, bem como motivar e coordenar, sob a pressão do tempo, o grupo na execução da tarefa. No caso das provas de planeamento, os formandos têm conhecimento prévio (de vários dias) da prova que irão realizar, pelo que lhes é exigido que elaborem um plano de acção escrito, antes de dirigir e coordenar a execução da prova. A maioria das provas ocorre durante o dia, porém existe uma que se realiza no arco nocturno, na qual os formandos além de fazerem orientação ao longo de um percurso predefinido, têm igualmente de executar um conjunto de tarefas inopinadas.

Nos cursos de aperfeiçoamento de Liderança, de 20 dias úteis, inseridos no Curso de Formação de Sargentos, compete igualmente aos formandos a realização de uma prova de representação baseada no patrono de curso escolhido previamente pelo grupo. As provas têm lugar no anfiteatro da escola e têm como principais objectivos fortalecer a identidade de grupo e promover o trabalho de grupo. Com efeito, o esforço colectivo é determinante para a consecução das provas e distribui-se por várias etapas e tarefas, que vão desde a concepção do guião, das indumentárias e dos cenários, passando pela criação dos efeitos sonoros e luminosos, até à atribuição e ensaio dos papeis, e culminando com a apresentação da prova. A título de curiosidade, a primeira prova, que remonta a 1993, foi baseada na obra “Auto da Barca do Inferno” de Gil Vicente. Desde então, têm vindo a ser encenadas cerca de sete provas por ano, sendo que as quatro mais recentes, duas apresentadas em Outubro e as outras duas em Novembro do ano passado, retrataram respectivamente algumas obras de Eça de Queirós, os feitos do Almirante Lord Nelson na batalha naval de Trafalgar, o reinado de D. João VI e, por último, a viagem de Vasco da Gama à Índia.

Existem também provas de animação desportiva, transversais a todos os cursos, que se destinam não só a melhorar a condição física dos formandos, mas, acima de tudo, a promover a competição intergrupal e assim contribuir para a consolidação do espírito de grupo. É justo salientar o apoio que tem sido prestado pela Unidade de Meios de Desembarque na realização das provas de remo em botes.

Em suma, em todas as provas, o acento tónico recai no trabalho de grupo, favorecendo deste modo a interacção contínua dos formandos e a consequente coesão de grupo.
 

PERSPECTIVAS PARA O FUTURO
 

O DFCO tem como principal objectivo de médio e longo prazo, elevar a qualidade da sua formação e reforçar a sua posição de unidade formadora de referência na Marinha. Procura igualmente, de forma sustentada, oferecer novos cursos e alargar o espectro de formandos.
 

Nesta óptica, considera-se oportuno a possibilidade do DFCO vir a agarrar algumas das oportunidades de formação, que têm surgido, pois este poderá ser um potencial caminho para se estreitarem relações com a sociedade civil. No âmbito interno, perspectiva-se a partir de 2008, o alargamento das acções de formação às praças a frequentar o Curso de Promoção de Marinheiros e aos cadetes a frequentar o mestrado integrado da Escola Naval.
 

Encerramento do 9º e 10º CAL 2007 (APL04).
 

Testemunhos acerca do Curso de Potencialização de Recursos Humanos – Vector de Liderança
 

Testemunho da formanda Dra. Ana Paula Pardal (Subdirectora do Estabelecimento Prisional do Pinheiro da Cruz)

É com muito gosto e prazer que recordo uma das experiências que mais me marcou enquanto formanda. Posso até dizer, com toda a justiça, que foi o curso mais gratificante e que maior gozo me deu em frequentar. Quando soube que a minha inscrição havia sido aceite, o receio e a ansiedade tomaram conta de mim…Eis que cheguei a um mundo que me é completamente desconhecido: uma civil no meio de “gente fardada”! Contudo, após o acolhimento fantástico por parte de todos, formadores e formandos, no final do primeiro dia tinha já a sensação de que pertencia àquela casa desde há muito. Quando vesti a farda, no segundo dia, Pensei: “Sinto-me da casa. Este é o meu grupo”. E foi com a maior vontade, gosto, motivação e satisfação que aderi e trabalhei com pessoas excepcionais, cujos comportamentos, atitudes e posturas profissionais são dignos dos maiores elogios. Não raras vezes recordo as experiências pelas quais passei no curso, situações de grande aprendizagem e reflexão interior. Foram duas semanas extraordinárias de enriquecimento humano e profissional.

 

Testemunho do formando Intendente Manuel Silva Comandante do GOE / PSP

O curso foi muito bem organizado e foi muito interessante. A componente prática foi uma mais valia importante e contribuiu para cimentar os conhecimentos teóricos ministrados que de outra forma rapidamente se diluiriam. As tarefas de campo propostas foram muito bem organizadas e sempre com objectivos concretos em vista. Por outro lado, o facto de existir elementos oriundos de diversos sectores da sociedade e com experiências diversas enriqueceu o curso. Por fim, em minha opinião este tipo de formação é melhor aproveitada por pessoas já com alguma experiência profissional, uma vez que pessoas em início de carreira ou em formação inicial podem não perceber a importância da liderança e da gestão de recursos humanos, na actividade profissional futura.

 

DFCO – Escola de Fuzileiros
 
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

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« Responder #159 em: Março 11, 2008, 10:19:50 am »
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Eu sei que os fuzileiros portugueses são uma força anfíbia ligeira estilo os Royal Marines e não como os Marines Americanos que são uma força anfíbia mecanizada, não acham que ao equipar o Corpo de Fuzileiros com os Pandur que se está a mudar a filisofia de actuação de um genero para o outro? Os britânicos possuem a 3ª Brigada de Comandos com 8.000 homens dos Royal Marines e Exército e não possui nenhum blindado anfíbio desse género, preferem o uso de lanchas e helicopteros...


RMC:

http://www.royalmarines.mod.uk/weapons- ... /index.php

Clica em Viking. :wink:
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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Lancero

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« Responder #160 em: Março 14, 2008, 05:46:30 pm »












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Exercicio de treinos dos fuzileiros navais com vista a missoes de paz e tecnicas de combate, 14 Março 2008, na Penisula de Setubal. André Kosters/Lusa








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Defesa: Secretário de Estado da Defesa em exercícios de treino dos Fuzileiros Navais    

   Lisboa, 14 Mar (Lusa) - O secretário de Estado da Defesa Nacional e  dos Assuntos do Mar, João Mira Gomes, assiste hoje ao exercício de ®aprontamento¯  dos Fuzileiros que decorre, desde o início da semana, em Pinheiro da Cruz,  na Península de Tróia.  

 

   O governante é acompanhado pelo chefe do Estado-Maior da Armada, Almirante  Melo Gomes, durante a visita à Marinha e ao exercício dos Fuzileiros Navais.  

 

   O exercício ®FTX BLD¯, de ®aprontamento¯ dos Fuzileiros, termina a 17  de Março e visa a certificação da Força de Fuzileiros, pertencente à componente  naval, que irá ser atribuída à Força de Reacção Rápida (FRI), a partir de  Abril, o treino de técnicas de combate em áreas urbanas, no âmbito de missões  de paz, e a realização de operações anfíbias no Estuário do Sado, entre  outros.    

 

   O exercício militar anfíbio envolve 480 fuzileiros da Marinha Portuguesa.  
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

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« Responder #161 em: Março 14, 2008, 09:24:26 pm »
Citação de: "Cabeça de Martelo"
http://www.royalmarines.mod.uk/weapons- ... /index.php

Clica em Viking. :D
 

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Lancero

  • Investigador
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« Responder #162 em: Março 14, 2008, 10:04:30 pm »
Mais umas























Crédito: Marinha Portuguesa
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

Respeito
 

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Tilt

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« Responder #163 em: Março 15, 2008, 02:28:42 pm »
O C.E.M.A de boina  :shock:  pura imitação inglesa......... e pena so copiarem o que nao interessa............
 

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Harapan

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« Responder #164 em: Março 21, 2008, 08:58:40 pm »
Fico contente por ver o devido reconhecimento aos operacionais!
Alguem consegue arranjar a reportagem que passou na tvi?
E....aquelas lanchas com os dois motores de 250 são as apreendidas da droga não são?