Pandur II

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dc

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Re: Pandur II
« Responder #2970 em: Novembro 28, 2024, 04:04:01 pm »
-Pois, um MLU desses à frota Pandur, tinha que ser a todos, nomeadamente a questão da blindagem adicional e as melhorias internas.
-Usar uma RWS simples para C-UAS é muito pouco.

Eu tenho sérias dúvidas que a intenção do EP fosse transformar todos os mais de 100 Pandur II APC em IFV. Se de facto tinham essa intenção, foi mero devaneio já que dificilmente arranjavam dinheiro para torres de 30mm como deve ser, mais o resto do conteúdo do MLU.

A RS6 é uma opção que, apesar de não ter o mesmo calibre dos canhões de 30mm já em uso nos Pandur, permite conferir à restante frota Pandur um canhão mais potente, numa RWS mais compacta e que requer menos modificações aos veículos. Daí que a comparação do calibre 30x113mm vs 30x173mm não possa ser feita apenas na performance da munição/canhão, mas também nos custos do programa.

A comparação poderá não ser entre 30 RS6 vs 30 RT-20 (por exemplo), mas sim umas 50 RS6 vs 30 RT-20.

A RS6 ainda oferece as seguintes vantagens, além das já mencionadas:
-capacidade comprovada de incorporar mísseis anti-tanque e anti-aéreos;
-capacidade de ser instalada em 4x4 blindados tipo ST5/L-ATV;
-o 30x113 será o calibre mais provável de ser escolhido para futuros UGVs (ver Milrem THeMIS);
-e o 30x113 é um calibre que pode ser incorporado nos UH-60.

Numa hipotética e futura FND, poderias ter ST5, Pandur e UH-60 a partilharem o mesmo calibre 30mm.

Claro que depois existem contra-argumentos, como:
-limitar o tipo de calibres ao nível de Brigada, isto é em "IFVs", e a BRR ficar com o 30x113mm, a BrigInt com 30x173mm, a BrigMec com 25x137mm (Bradley);
-existiria o argumento em que se convertiam uns 30 Pandur APC com uma torre 30x173mm, e os restantes APC receberiam RWS .50, estas sim com a possibilidade de receber os mísseis.

Agora tudo isto tem que ter em conta 2 pontos:
-o M230 é inevitável. Terá que ser incorporado nas FA portuguesas mais tarde ou mais cedo, nem que seja um dia que os Fuzos recebam um blindado 4x4, e precisem de algum poder de fogo extra naquela plataforma;

-quais os planos para o resto, nomeadamente a nível de V-SHORAD/C-UAS. Se a ideia for usar RWS na frota Pandur para esse fim, então o 30x113mm em RS6 tem que ser incorporado. Se a ideia é ter um sistema de canhão dedicado, então aí a lógica escolheria o Skyranger 30, que também usa o 30x173mm com munição airburst especializada, e aí o 30x113 perde "força" dentro da brigada.

Daí que esta é uma questão muito mais complexa do que comparar torre A vs B, e calibre X vs Y. A decisão devia contemplar quais os planos futuros para a frota e para a brigada.

No entanto parece-me óbvio: nunca iria ser adquirida uma "torre a sério" para tantos Pandur.
 

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LM

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Re: Pandur II
« Responder #2971 em: Novembro 28, 2024, 04:49:02 pm »
Eu tenho sérias dúvidas que a intenção do EP fosse transformar todos os mais de 100 Pandur II APC em IFV. Se de facto tinham essa intenção, foi mero devaneio já que dificilmente arranjavam dinheiro para torres de 30mm como deve ser, mais o resto do conteúdo do MLU.

x2

Se - para além dos já existentes Pandur 30mm "cavalaria" - tivermos mais uns com torre 30mm (que não altere a capacidade de transporte de tropas?) e o resto for com torres 12,7mm (e misseis)... já ficava agradavelmente surpreendido.

Tinha impressão que a GDELS tem muito boas relações com a "Rafael Advanced Defense Systems", que tem uma coleção de RWS muito completa => https://www.rafael.co.il/wp-content/uploads/2024/03/samson-rws-remote-weapon-systems.pdf estou enganado? Ficávamos era com 2 fornecedores de RWS (e tínhamos o BE / Livre / parte do PS a gritar "não comprar israelita!"). 
   
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Re: Pandur II
« Responder #2972 em: Novembro 28, 2024, 07:45:50 pm »

Penso que havia na LPM uma verba para Viaturas Táticas Blindadas Ligeiras e outra verba para Instalação de Morteiros 120mm em Pandur.

A verba para VTBL foi para URO VAMTACs com morteiros 120mm. Digo isto porque VTBL é mesmo o nome do concurso na NSPA ( o nome não tem a palavra "morteiro").

A verba que era para morteiros nos Pandur pode ir para modernização dos Pandur, junto com alguma verba para mísseis AC (houve um despacho), mais averba aprovada para comunicação, mais alguma que o EP possa raspar do fundo de outro programa qualquer.

Será?
 

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dc

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Re: Pandur II
« Responder #2973 em: Novembro 29, 2024, 02:13:59 am »
Tinha impressão que a GDELS tem muito boas relações com a "Rafael Advanced Defense Systems", que tem uma coleção de RWS muito completa => https://www.rafael.co.il/wp-content/uploads/2024/03/samson-rws-remote-weapon-systems.pdf estou enganado? Ficávamos era com 2 fornecedores de RWS (e tínhamos o BE / Livre / parte do PS a gritar "não comprar israelita!"). 

Eu não sei se as duas empresas têm boas relações ou não. Mas sei que existem produtos da Rafael a bordo de produtos da GDELS, portanto não seria nada descabido.

Aliás, eu até acho que devia haver um concurso para escolher a RWS (.50/LG 40mm), em que simplesmente ganhasse a melhor oferta. Pessoalmente colocava como critério a capacidade de acoplar mísseis anti-tanque (do modelo escolhido para substituir o Milan) e se possível mísseis AA de curto alcance (idealmente LMM ou Starstreak ou ambos).

Se a intenção fosse uniformizar os modelos de RWS .50 da BrigInt, e neste concurso se optasse por um modelo diferente das actuais Protector, então era retirar as 7 Protector que temos, substituí-las pela nova RWS, e transferir as ditas para outra unidade.

Estas 7 RWS não são muitas, mas podiam ser usadas num futuro/hipotético blindado 4x4 dos Fuzos.
Ou podiam ser transferidos para a BrigMec, equipando os Leopard afectos ao ERec (não me recordo do seu número).
Ou podem ser transferidos para a BrigMec e fazerem parte de um MLU generalizado à frota Leopard, que incluísse a instalação de RWS em todos os Leos deste mesmo modelo.
 

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Re: Pandur II
« Responder #2974 em: Novembro 29, 2024, 11:01:28 am »
As 7 RWS só podem fazer tiro estático, teriam que receber uma modernização (que nem sei se é possível de ser feito).
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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Re: Pandur II
« Responder #2975 em: Novembro 29, 2024, 11:28:09 am »
As 7 RWS só podem fazer tiro estático, teriam que receber uma modernização (que nem sei se é possível de ser feito).

 ???
Eu diria que só podia ser uma piada de gosto duvidoso, mas depois lembro-me que é das FAP que falamos e que tudo é possível.
Nem comento mais, senão ainda sou banido do Fórum.
 

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LM

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Re: Pandur II
« Responder #2976 em: Novembro 29, 2024, 02:12:43 pm »
https://www.exercito.pt/pt/informacao-publica/noticias/6543

Citar
No âmbito do Processo Aquisitivo Plurianual de Upgrade dos sete Sistemas M151 Protector, que equipam as Viaturas Blindadas de Rodas Pandur II da tipologia Remote Weapon Station (RWS), foram recebidos no Centro de Manutenção da Unidade de Apoio Geral de Material do Exército os primeiros cinco sistemas.

Esta modernização do Sistema M151 implementa novas funcionalidades, tanto ao nível do software, nomeadamente, o Stabilization, Tracking, Surveillance Mode, Define Position, Remote Safe Mode e as Fire Rates, bem como de hardware, com principal incidência na Fire Control Unit.

Na preparação da ação de formação, a ser ministrada por formadores da empresa Kongsberg Defence & Aerospace, prevista para abril, já foram instalados dois Sistemas M151 Protector nas viaturas, por técnicos do Exército.

RWS / Viaturas "blindadas" no Exército => https://assets.exercito.pt/SiteAssets/GabCEME/RCRPP/Comunicados/Comunicado68_14.pdf
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Re: Pandur II
« Responder #2977 em: Dezembro 05, 2024, 02:34:49 pm »


what a scam :mrgreen:
 

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Re: Pandur II
« Responder #2978 em: Dezembro 05, 2024, 03:27:20 pm »
A pagantes?! :o
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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Re: Pandur II
« Responder #2979 em: Dezembro 07, 2024, 03:17:09 pm »
A revista Azimute de 9/2024, entre os vários artigos,

Citar
- O “Soldado de Infantaria” como arma dominante do Séc. XXI
- Implicações ao nível das TTP decorrentes da introdução do novo armamento nas UES
- Impacto do Projeto Sistemas de Combate do Soldado na Secção de Atiradores PANDUR
- O tiro com o novo armamento na 1ª Companhia de Atiradores do 2BI/RG2/ZMA
- Operações em montanha aos baixos escalões no Exército Português
- TACP & Comandos, uma parceria de sucesso – Por caminhos inóspitos, ao serviço da paz na República Centro-Africana
- Sistemas Aéreos Não Tripulados – Distinto olhar sobre a Terra e sobre o Mar
- Luta Anticarro: O emprego tático de Armas Anticarro de curto e médio alcance em Unidades Escalão Batalhão (UEB) ligeiros na atualidade
- Curso de promoção a Capitão em Portugal vs Estados Unidos da América. Análise comparativa
- Jornadas de Tiro – Formação e Treino Operacional
- Sistema de Combate do Soldado em conflitos de alta intensidade – o caso da Ucrânia
- As vantagens e desafios da integração de meios mini e micro UAV em UEP de Infantaria Ligeira face ao atual ambiente operacional
- A atribuição de Equipas de Engenharia de Combate nos baixos escalões das Unidades de Infantaria
- O impacto da transformação das Unidades de Infantaria na formação de Oficiais e Sargentos de Infantaria
- Conclusões do Seminário das Jornadas de Infantaria 2024
- A interoperabilidade e inovação de países NATO na Roménia - Reflexão de um Comandante de Pelotão - 4ª FND
- BIParas/QRF/MINUSCA – O Regresso às Operações de Combate em África
- Operação SICYON – O fator humano como elemento preponderante na condução de Operações
- Lições dos conflitos atuais: Aplicação às unidades operacionais
- Abastecimento aéreo e flexibilidade tática: Lições do conflito Israel/Palestina para o Batalhão Operacional Aeroterrestre
- NWCC – NATO Warfighting Capstone Concept

Compara a antiga orgânica das Secções de Atiradores com a actual:

Citar
a constituição base de uma SecAt equipada com o novo armamento é a seguinte:
CmdtSec, 02 CmdtEsq, 01 Atirador Especial, 02 Atiradores Granadeiros, 02 Apontador de ML, 01
Apontador de MP e 01 Condutor. As caraterísticas e capacidades do armamento, permitem que
a SecAt possa ajustar a composição e articulação da mesma, dependendo da tipologia de
ameaça e da missão a executar. Na viatura, a SecAt transporta adicionalmente 01 Metralhadora Média, 01
Caçadeira Benelli e 01 Carl Gustaf, que podem ser empregues em momentos e ameaças específicas,
como por exemplo, para aumentar o poder de fogo numa posição de apoio.
---
A composição da SecAt PANDUR permite-lhe operar de duas formas distintas, nomeadamente
enquanto Infantaria ligeira e enquanto Infantaria média. Na primeira situação, enquanto Infantaria
ligeira, a SecAt PANDUR não faz uso da Viatura Blindada de Rodas (VBR) PANDUR II 8X8 Infantry
Carrier Vehicle (ICV) e opera de forma apeada com os meios orgânicos que os seus dez Atiradores de
Infantaria conseguem transportar. Esta situação pode ocorrer quando a SecAt PANDUR opera em terreno
impeditivo para a VBR PANDUR II 8X8 ICV ou quando a SecAt PANDUR é transportada por meios aéreos,
no âmbito de uma operação levada a cabo pelo seu escalão superior e que preveja o envolvimento vertical
de forças inimigas durante o combate próximo. Na segunda situação e mais comum, a SecAt PANDUR
faz uso e opera com a VBR PANDUR II 8X8 ICV. Neste caso, a operação com a VBR PANDUR II 8X8
ICV pode apresentar dois momentos distintos, mas operacionalmente relacionados entre si.

Desaparece o LGF M72 A2... aparentemente resolveram a "dificuldade" de ter um Carl Gustav no Pandur.

Já o Comandante da Companhia de Comando e Apoio do 2BIPARA:

Citar
Atualmente, as UEB ligeiras do Exército Português, nomeadamente os 1.º e 2.º Batalhões
de Infantaria Paraquedista (BIPara), Batalhão de Comandos (BCmd) e Batalhões de Infantaria (BI)
das Zonas Militares dos Açores e Madeira, estão equipados com o seguinte armamento anticarro:

• M72 LAW
• Canhão Sem Recuo (CSR) Carl Gustaf M2 e M3
• Sistema de Lança Míssil (SLM) MILAN (sistema anticarro de médio alcance, de 2.ª geração
(míssil filo-guiado), portátil, utilizado pelos BIPara)

Para além do CSR Carl Gustaf M2 e M3, o Exército possui também vários Carl Gustaf M2 que
foram sujeitos a um upgrade que melhorou a sua capacidade de transporte e letalidade, no entanto,
encontram-se há dois anos a aguardar distribuição.


A dificuldade de comprar, pelo menos, algo ligeiro à Instalaza (nem que fosse para "reforçar a diplomacia com o vizinho") ou em outro lado... nunca deixa-me de espantar.


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Re: Pandur II
« Responder #2980 em: Dezembro 07, 2024, 03:29:47 pm »
Já tinha lido a revista, mas tinha reparado nessa parte de ter CG M2 melhorados (que na verdade devem ser M3) ainda por distribuir

E isto com pessoal na Roménia a andar com os M2.....

Incrivel a incompetência deste Exército
 

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Re: Pandur II
« Responder #2981 em: Dezembro 07, 2024, 04:54:10 pm »
Eu preocupava-me era com a falta de ilações relativamente à capacidade anti-aérea do Exército.

É que o cúmulo da incompetência, é falar em mobilidade aérea, num ramo que nem sequer tem capacidade de garantir a segurança do seu espaço aéreo imediato, quanto mais numa extensa área, para realizar aquele tipo de operações.
 

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Re: Pandur II
« Responder #2982 em: Dezembro 07, 2024, 05:54:29 pm »
Eu preocupava-me era com a falta de ilações relativamente à capacidade anti-aérea do Exército.

É que o cúmulo da incompetência, é falar em mobilidade aérea, num ramo que nem sequer tem capacidade de garantir a segurança do seu espaço aéreo imediato, quanto mais numa extensa área, para realizar aquele tipo de operações.

DC neste caso eles nunca fariam referências à temática já que a Azimute é a Revista da Arma de Infantaria e não de Artilharia.

Talvez apareça algo sobre isso na próxima "Armas Combinadas".
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Re: Pandur II
« Responder #2983 em: Dezembro 07, 2024, 10:55:50 pm »
Com o nível de ameaças aéreas actual, era importante haver um mínimo de preocupação para as unidades de Infantaria lidarem com esta ameaça, através do emprego de MANPADS.

Ter toda a capacidade AA do Exército limitada a unidades específicas, como o RAAA1, é muito pouco para as necessidades reais.