não sabia onde pôr isto, vai aqui
Já há mais de 450 mil assinaturas online a pedir demissão de RajoyPÚBLICO
01/02/2013 - 12:33
(actualizado às 15:41)
Suspeitas de corrupção sobre o primeiro-ministro espanhol desencadeiam forte reacção nas redes sociais.
Alguns dirigentes do PP confirmam contabilidade paralela, embora cúpula do PP negue
Mais de 450 mil pessoas assinaram desde ontem uma petição online para que o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, se demita, depois de o jornal El País ter publicado documentos que revelam a existência de uma contabilidade paralela que durante duas décadas permitiu aos dirigentes do Partido Popular (PP) beneficiar de dinheiro recebido de donativos empresariais.
Disponibilizada na plataforma Change.org e divulgada nas redes sociais desde ontem com etiquetas como #Rajoydimisión ou #quesevayantodos, a petição exige a “demissão da cúpula do PP” e de “todos os que receberam dinheiro ‘negro’”.
O El País garante que vários dirigentes destacados do PP confirmaram a contabilidade paralela revelada pelos documentos que publicou. Um deles é o actual presidente do Senado, Pío García Escudero, que logo ontem confirmou ter pedido um empréstimo de cinco milhões de pesetas ao partido para reconstruir a sua casa em Madrid, destruída por um atentado da ETA. Outro é Jaume Matas, ex-ministro do Ambiente de José Maria Aznar.
Dois vereadores do PP pediram entretanto a demissão, manifestando o seu espanto com as notícias vindas a público. Eduardo Junquera, vereador de Gijón, ironizou dizendo que se demitia por "motivos de saúde: não por estar doente, mas para não me pôr doente por causa do caso Bárcenas", relata o El País.
Mas a reacção oficial do PP, através de Dolores de Cospedal, secretária-geral do partido, e de Soraya Saénz de Santamaría, vice-presidente do Governo, foi negar a veracidade dos documentos do El País e garantir a honestidade de Mariano Rajoy.
"Sempre vi em Mariano Rajoy uma conduta exemplar e o exemplo de uma vida correcta e dedicada ao serviço público", garantiu a vice-presidente do Governo, que trabalha com Rajoy há 12 anos, no final da reunião do Conselho de Ministros, confirmando que este sábado o primeiro-ministro dará explicações públicas sobre o caso aos espanhóis.
De acordo com o El País, Mariano Rajoy e os seus próximos estão a estudar outras formas de contestar a intensa onda de indignação causada por estas revelações. Uma possibilidade é publicar as declarações de IRS de Rajoy e dos restantes membros da direcção do PP que surgem nos papéis do ex-tesoureiro do PP, Luís Bárcenas – porque não basta negar, há que oferecer provas, defendem alguns dirigentes.
Este escândalo de corrupção está a ser revelado por causa da investigação que está a ser feita a Bárcenas, que está relacionado com o caso Gürtel, uma extensa trama de corrupção e enriquecimento ilícito que envolveu quatro comunidades autónomas governadas pelo PP e várias empresas espanholas. Bárcenas deixou de ser tesoureiro do PP em 2009 e entregou o seu cartão de militante em 2010, mas sempre esteve no coração financeiro do Partido Popular.
Os documentos revelados pelo El País, escritos pela mão de Barcenas, seriam o assentamento do dinheiro recebido de vários empresários e empresas espanholas que depois era canalizado para diversos dirigentes importantes do PP.
Rajoy recebeu 25.200 euros anuais durante 11 anos, segundo estes documentos, mas não era o único a beneficiar deste esquema. Por exemplo, Dolores de Cospedal (actual secretária-geral do PP), Rodrigo Rato (foi vice-secretário-geral), Javier Arenas (ex-presidente do PP da Andaluzia, ex-secretário-geral do PP e hoje vice-secretário para a Política Autonómica), ou Ana Palacio (ex-ministra de Exteriores).http://www.publico.pt/mundo/noticia/mai ... oy-1582951