Os "Avisos" começam a ser preocupantes.
E fazendo uma análise tão séria quanto possível, isto está complicado.
Independentemente das opções do Sócrates, a realidade das relações económicas entre os países da União Europeia é a que é, e a nossa dependência da Espanha, se bem que menos significativa que o que às vezes parece, não deixa de ser preocupante.
Ao contrário de outros países da União Europeia da nossa dimensão como a Bélgica ou a Áustria, que têm vizinhos maiores, nós não temos outros vizinhos e por isso não podemos de um momento para o outro fazer alterações que amorteçam os problemas na Espanha.
Eu também acho que se deve tentar vender produtos em Espanha, só que não se deve depender desse mercado.
Se houver problemas na Espanha eles inevitavelmente vão acabar por nos complicar a vida.
Como já disse anteriormente, se a crise na Alemanha justificou parte da nossa crise de exportações, agora que a crise na Alemanha parece mostrar sinais de se reduzir, teremos uma crise na Espanha para justificar outra crise.
De vantajoso no entanto, é que no caso das empresas exportadoras, a exportação para o mercado espanhol, não só abre mercados como torna as empresas mais competitivas e quanto mais não seja por isso, é uma vantagem.
Outro problema, no que respeita às empresas espanholas, é o da venda abaixo do preço de custo, para rodar stocks. Não é possível a empresas portuguesas lutar contra preços de empresas muito maiores que têm facilidade em utilizar este tipo de expedientes.
O resultado evidentemente, é que se as empresas portuguesas não vendem, vão à falência.
O Dumping, é uma forma de destruir concorrentes e reservar o mercado para momentos melhores.
No computo geral, a opção economica do Sócrates "Espanha, Espanha. Espanha" terá feito algum sentido, mas acredito que foi um erro estratégico.
Nós (e os nossos empresários) não somos estúpidos, e sabemos muito bem que há que aproveitar as vantagens do mercado espanhol. Aliás, como recentemente foi afirmado até na TV, o investimento português em Espanha é maior que o investimento espanhol em Portugal.
Estamos a entrar, de "mansinho" e sem precisar de fazer barulho.
Os espanhóis compram produtos portugueses sem sequer saber que os estão a comprar.
Embora tenha sido um desastre por causa do Plano Real, acredito que a opção do Guterres pelo Brasil, era uma opção mais adequada.
Os países africanos são uma opção, mas cada vez mais estão voltados para a China.
Creio que é tempo de pensar que África não se restringe aos países de língua portuguesa.
Cumprimentos