Força de Submarinos da MB

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Vitor Santos

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Re: Força de Submarinos da MB
« Responder #15 em: Julho 12, 2021, 07:54:14 pm »
Comando da Força de Submarinos completa 107 anos


Por Guilherme Wiltgen

A Ideia do Submarino na Marinha do Brasil

A ideia de dotar a Armada Brasileira com uma nova arma para a Guerra Naval germinou com o desenvolvimento, ainda embrionário, do submarino no final do século XIX e início do século XX.

Eventos históricos, como as experiências com protótipos realizadas por Luiz Jacintho Gomes e Emílio Júlio Hess, foram alvos de reportagens sensacionais e de grande importância para a época, com repercussões no exterior.


Em 1891, o então Primeiro-Tenente Felinto Perry encetava, com entusiasmo e competência, uma campanha para aquisição de submarinos para o Brasil. Seus trabalhos, publicados nos periódicos da época, foram motivos de reflexão e de ampla discussão, despertando o interesse público e motivando a Alta Administração Naval.

Em uma sentença, já àquela época, o Tenente Perry destacava o valor do submarino para a defesa da soberania do Estado: “…que o Brasil veja, o quanto antes, iniciada a sua Marinha no manejo dessa arma poderosa incontestavelmente, fator importantíssimo na defesa das fronteiras marítimas.”

Em 1904, o Ministro dos Negócios da Marinha, Almirante Júlio César de Noronha, incluía três submersíveis no Programa de Construção Naval. A aprovação deste programa pelo Congresso Nacional deveu-se, em particular, ao prestígio parlamentar de Laurindo Pitta, que habilmente motivou a Câmara dos Deputados para tramitação do projeto, em defesa da reconstituição do Poder Naval brasileiro.

O epílogo da campanha de aquisição de submersíveis para a Marinha do Brasil e o início da vida dessa nova categoria de navios na MB vieram a se concretizar em 1911, quando o Ministro da Marinha, Vice-Almirante Joaquim Marques Baptista de Leão, criou a Sub-Comissão Naval na Europa, em La Spezia, Itália, para fiscalizar a construção de três submersíveis encomendados ao Governo italiano.

Foi nomeado para o cargo de Chefe dessa Sub-Comissão o Capitão-de-Corveta Felinto Perry.

A Flotilha e a Força de Submarinos – Da Criação aos anos 60 – A Flotilha de Submersíveis


A 17 de julho de 1914 foi criada a Flotilha de Submersíveis, administrativamente subordinada ao Comando da Defesa Móvel, com base na Ilha de Mocanguê Grande, na Baía de Guanabara (Rio de Janeiro).

Operativamente, a Flotilha era subordinada ao Chefe do Estado-Maior da Armada.

A Flotilha de Submersíveis teve como seu primeiro Comandante o Capitão-de-Fragata Felinto Perry, incorporando três submersíveis da classe “F”:

Submersível F-1 – Comandante: Capitão-Tenente Mário de Oliveira Sampaio
Submersível F-2 – Comandante: Capitão-Tenente Alberto de Lemos Brito
Submersível F-3 – Comandante: Capitão-Tenente Álvaro Nogueira da Gama


Em 1917, sob o comando do Capitão-de-Fragata Heráclito da Graça Aranha, foi incorporado à Flotilha o Tender Ceará, a fim de servir de base de apoio móvel para os submersíveis e como sede da então criada Escola de Submersíveis que, em 1915, formou, no Brasil, a primeira turma de Oficiais Submarinistas.

A Flotilha de Submarinos

Em 1928, a Flotilha de Submersíveis e a Escola de Submersíveis tiveram suas denominações alteradas, por decreto, para Flotilha de Submarinos e Escola de Submarinos. Em 1929, mais uma unidade era incorporada à Flotilha de Submarinos, o Submarino-de-Esquadra Humaytá.

Também construído na Itália, o Humaytá, sob o comando do Capitão-de-Corveta Alberto de Lemos Basto, cumpriu uma histórica travessia de 5.100 milhas marítimas, em 23 dias, de La Spezia ao Rio de Janeiro, sem escalas, feito inédito à época.


Em 1933, após a desativação dos classe “F”, a Flotilha foi extinta, permanecendo em atividade o Tender Ceará e o Submarino-de-Esquadra Humaytá.

Em 1937, com a incorporação dos submarinos da classe “T”, construídos em La Spezia, reativou-se no organograma da Marinha a Flotilha de Submarinos. Foram incorporados:

Submarino Tupy – Comandante: Capitão-de-Corveta Armando Pinto Lima
Submarinos Tymbira – Comandante: Capitão-de-Corveta Euclydes de Souza Braga
Submarino Tamoyo – Comandante: Capitão-de-Corveta Mário de Faro Orlando


Durante a Segunda Guerra Mundial, a Flotilha de Submarinos, incorporada à Força Naval do Nordeste, baseada em Recife, participou ativamente do adestramento de escoltas a comboios, do adestramento de tática anti-submarino para unidades de superfície e aeronaves, que, juntamente com a 4ª Esquadra Norte-Americana, operaram contra as forças do eixo.

Em 1955 e 1957, novas unidades foram incorporadas à Flotilha de Submarinos, respectivamente, a Corveta Imperial Marinheiro (V 15) e os Submarinos da classe “Fleet-Type” o Humaitá (S 14) e o Riachuelo (S 15).

“Fleet-Type” Humaitá (S 14)
“Fleet-Type” Humaitá (S 14)

A corveta, de procedência holandesa, cujo primeiro Comandante foi o Capitão-de-Corveta Maurilio Augusto da Silva, serviu à Flotilha, até o ano de 1969, como navio de socorro e salvamento. Os submarinos, de origem americana e remanescentes da Segunda Guerra Mundial, eram navios de grande raio de ação e dotados de equipamentos e sistemas muito mais avançados do que aqueles até então conhecidos pelos nossos submarinistas; foram seus primeiros Comandantes:

Submarino Humaitá – Capitão-de-Fragata Lorival Monteiro da Cruz
Submarino Riachuelo – Capitão-deFragata Fernando Gonçalves Reis Vianna

Força de Submarinos

Em 1963, a Flotillha de Submarinos recebeu a atual denominação, Força de Submarinos. Aquele ano foi marcado por dois fatos significativos: a criação da Escola de Submarinos como Organização Militar autônoma dentro da estrutura orgânica do Ministério da Marinha, tendo como primeiro Comandante o Capitão-de- Fragata Alfredo Ewaldo Rutter Mattos, e a aquisição, junto ao governo norte-americano, de mais dois submarinos da classe “Fleet-Type”:

Submarino Rio Grande do Sul – Comandante : Capitão-de-Fragata: Nelson Riet Corrêa
Submarino Bahia – Comandante: Capitão-de-Fragata: Abílio Simões Machado

Uma Década Marcante – Os Anos 70

A década dos anos 70 foi particularmente marcante para a história da Força de Submarinos. Foram adquiridos, juntos ao governo norte-americano, sete submarinos da classe “GUPPY” (Greater Underwater Propulsion Power) e um Navio de Salvamento de Submarinos; posteriormente, na Inglaterra, foram construídos três submarinos da classe “OBERON”.

Submarino Amazonas (S 16)
Submarino Amazonas (S 16)


As unidades incorporadas à Força de Submarinos e seus respectivos Comandantes foram:

Classe GUPPY

S. Guanabara (S 10) – Capitão-de-Fragata Nelson Antonio Fernandes
S. Rio Grande do Sul (S 11) – Capitão-de-Fragata João Geraldo Matta de Araújo
S. Bahia (S 12) – Capitão-de-Fragata Antonio Cordeiro Gerk
S. Rio de Janeiro (S 13) – Capitão-de-Fragata Aloysio Bastos Vianna da Silva
S. Ceará (S 14) – Capitão-de-Fragata Jelcias Baptista da Silva Castro
S. Goiás (S 15) – Capitão-de-Fragata Edoardo Russo
S. Amazonas (S 16) – Capitão-de-Fragata Fernando Luiz Pinto da Luz Furtado de Mendonça

Classe OBERON

S. Humaitá (S 20) – Capitão-de-Fragata Guenter Henrique Ungerer
S. Tonelero (S 21) – Capitão-de-Fragata Murillo Carrazedo Marques da Costa
S. Riachuelo (S 22) – Capitão-de-Fragata José Luiz Feio Obino
NSS Gastão Moutinho (K 10)- Capitão-de-Corveta Emanoel Medrado Vaz Santos

A grande novidade da época foi o sistema do esnorquel, que equipava os submarinos da classe “GUPPY”.

Este sistema permite recarregar as baterias e os grupos de ar comprimido, bem como renovar o ar ambiente, com o submarino em imersão, na cota periscópica. O submarino Rio Grande do Sul, primeiro da classe “GUPPY” a ser recebido, foi também, o primeiro submarino brasileiro a operar o esnorquel.

S-20-Humaitá

Submarino Humaitá (S 20)

Os submarinos da classe “OBERON”, de geração mais moderna que os “GUPPY”, trouxeram importantes melhoramentos no campo da detecção acústica e eletromagnética, introduzindo uma gama de equipamentos eletrônicos altamente sofisticados, além de um Sistema de Direção de Tiro computadorizado, marcando o advento da informática nos nossos submarinos.

Esta década marcou, também, a introdução de novos procedimentos doutrinários do emprego operativo dos submarinos, contribuindo , sobremaneira, para a atualização profissional do pessoal submarinista da Marinha do Brasil.

A Modernização – Os Anos 80


A década de 80 foi novamente importante para a Força de Submarinos. Ela marcou o início da fase em que o Brasil deu partida na busca de sua auto-suficiência para projetar e construir a sofisticada arma de guerra naval que é o submarino, na capacitação de nossa Marinha para o salvamento de submarinos sinistrados e no preparo de nossos mergulhadores para atenderem às necessidades do País em serviços marítimos a grandes profundidades.

Na área de mergulho e salvamento, foi construído o Centro Hiperbárico, para formar e adestrar pessoal nas técnicas de mergulho de saturação, desenvolver a pesquisa em medicina hiperbárica e realizar experimentos e testes hiperbáricos em materiais e engenhos submarinos. Também, foi incorporado à Força de Submarinos o Navio de Socorro de Submarinos Felinto Perry que, tendo como primeiro Comandante o Capitão-de-Fragata Chrysógeno Rocha de Oliveira, veio capacitar nossos mergulhadores para exercícios mais complexos e com maior segurança.

Nessa década, o contrato assinado com o estaleiro alemão HDW iniciou a capacitação técnica brasileira para a construção do primeiro submarino no Brasil. Fruto desse contrato, que estabelecia a construção de um submarino IKL na Alemanha e um segundo no Brasil, engenheiros e técnicos de diversos setores realizaram estágios no HDW, acompanhando a construção do Submarino Tupi (S 30), que veio a ser incorporado, sob comando do Capitão-de-Fragata Paulo Sérgio Silveira Costa, em 6 de maio de 1989.

O Submarino Tupi, um moderno submarino diesel-elétrico, de reduzida assinatura acústica (baixo nível de ruído), com capacidade de atingir altas velocidades em imersão e de operar a grande profundidade, além de dotado de sofisticados sensores, é marca indelével da modernização da Força de Submarinos.

Uma Realização Nacional – Os Anos 90

A década de 90 marcou uma realização nacional: a construção e incorporação do primeiro submarino totalmente construído no Brasil, pelo AMRJ, o Submarino Tamoio (S 31).

O Submarino Tamoio, tendo como primeiro Comandante o Capitão-de-Fragata Flávio de Morais Leme, foi incorporado em 12 de dezembro de 1994.

Foi nessa década que se consolidou a capacitação brasileira na construção de submarinos.

Seguindo-se ao Tamoio (S 31), em 22 de outubro de 1997, o segundo submarino construído no País, o Timbira (S 32), foi incorporado sob o comando do Capitão-de-Fragata José Carlos Juaçaba Teixeira.

O terceiro submarino da mesma classe, o Tapajó (S 33), também totalmente construído pelo AMRJ, foi entregue à Esquadra brasileira em 21 de dezembro de 1999, tendo como primeiro Comandante o Capitão-de-Fragata Júlio César da Costa Fonseca.

O Futuro e a Realização de um Sonho – O Século XXI

Tikuna S 34.-2

Consolidados os conhecimentos e a capacidade para a construção de submarinos, a Marinha decidiu incrementar o seu Programa de Reaparelhamento com a construção de um quinto submarino.

A Força de Submarinos, neste início do século XXI, vê nascer o Submarino Tikuna (S 34). O Tikuna não é um submarino da classe Tupi, apesar da grande semelhança na aparência externa, são consideráveis as diferenças entre eles, constituindo uma nova classe.

Incorporando novidades tecnológicas em diversos sistemas, notadamente na geração de energia, no sistema de direção de tiro e nos sensores, o Tikuna deverá selar a independência tecnológica na área de projeto e de construção de submarinos.

Saltos mais altos estão planejados para este século XXI


O início da construção dos submarinos convencionais (S-BR) no Brasil, baseados na classe Scorpène de tecnologia francesa, faz parte do Acordo Estratégico Brasil-França que originou o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB) da Marinha do Brasil.

Os quatro submarinos convencionais (S-BR) incluídos no PROSUB, representam o primeiro passo para a construção do submarino com propulsão nuclear brasileiro (SN-BR), marco maior deste programa.


Considerado um dos mais complexos meios navais já idealizados pelo homem, o submarino com propulsão nuclear tem vantagens táticas e estratégicas significativas. Com enorme autonomia, pode desenvolver velocidades elevadas por longos períodos de navegação, aumentando sua mobilidade e permitindo a patrulha de áreas mais amplas no oceano, sendo ainda considerado também extremamente seguro e de difícil detecção.

Os quatro submarinos convencionais (SBR), Classe Riachuelo, serão batizados com os seguintes nomes e receberão os indicativos visuais abaixo:

Submarino Riachuelo (S 40)
Submarino Humaitá (S 41)
Submarino Tonelero (S 42)
Submarino Angostura (S 43)

Já o primeiro submarino nuclear (SNBR) da Marinha do Brasil, será batizado como Submarino Nuclear Álvaro Alberto (SN 10),  será o segundo navio a ostentar esse nome na Marinha do Brasil, em homenagem ao Almirante Álvaro Alberto da Mota e Silva, que se destacou desde o início de sua carreira militar no campo da Ciência & Tecnologia.

Com relação aos submarinos convencionais, teremos a repetição dos nomes dos três submarinos da classe Oberon, que era formada pelo Humaitá (S 20), Tonelero (S 21) e Riachuelo (S 22), e o quarto será o segundo navio a ostentar este nome na MB, sendo o primeiro a Cv Angostura (V 20), pertencente a classe Imperial Marinheiro.

O atual Comandante da Força de Submarinos é o Contra-Almirante Thadeu Marcos Orosco Lobo.


 :arrow:  https://www.defesaaereanaval.com.br/naval/comando-da-forca-de-submarinos-completa-107-anos
 
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Re: Força de Submarinos da MB
« Responder #16 em: Julho 15, 2021, 02:15:29 pm »
 

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Re: Força de Submarinos da MB
« Responder #17 em: Maio 07, 2022, 07:52:46 pm »








 

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Re: Força de Submarinos da MB
« Responder #18 em: Maio 07, 2022, 07:53:18 pm »

 
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Re: Força de Submarinos da MB
« Responder #19 em: Maio 07, 2022, 07:54:21 pm »


 
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Re: Força de Submarinos da MB
« Responder #20 em: Junho 14, 2022, 02:39:40 pm »
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Submarino Riachuelo – S40 em saídas de testes de mar antes da entrega à MB

Imagens de divulgação do submarino Riachuelo – S40, nas últimas saídas de mar antes da entrega ao setor operativo da Marinha do Brasil.

Segundo a Itaguaí Construções Navais (ICN), as saídas de mar estão sendo fundamentais para que os testes sejam concluídos com qualidade e eficiência.

O Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB) envolve a construção de quatro submarinos S-BR de propulsão convencional (diesel-elétrica) e um de propulsão nuclear SN-BR, o primeiro do tipo a ser fabricado no Brasil.

O primeiro submarino S-BR foi lançado ao mar em 14 de dezembro de 2018.

Os próximos submarinos S-BR são o Humaitá (S41), Tonelero (S42) e Angostura (S43).

O último submarino do programa a ficar pronto será o SN-BR Álvaro Alberto, nome em homenagem ao Almirante Brasileiro que foi o pioneiro no uso da tecnologia nuclear no País.

O Álvaro Alberto, primeiro “submarino convencional com propulsão nuclear” brasileiro (SN-BR), tem seu lançamento ao mar previsto para 2031.

 :arrow:  https://www.naval.com.br/blog/2022/06/13/imagens-submarino-riachuelo-s40-em-saidas-de-mar-de-testes-antes-da-entrega-a-mb/




 

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Re: Força de Submarinos da MB
« Responder #21 em: Junho 14, 2022, 02:40:30 pm »
 

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Re: Força de Submarinos da MB
« Responder #22 em: Setembro 01, 2022, 08:07:12 pm »
Submarino “Riachuelo” reforça a soberania do País na Amazônia Azul


Construção do submarino permitiu a transferência de tecnologia, a utilização de mão de obra brasileira e o desenvolvimento da indústria nacional

Revolucionando a tecnologia brasileira e a indústria naval, o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB) representa um significativo avanço tecnológico no País, pautado em capital intelectual, engenharia sensível e tecnologia de ponta, além de incentivar a política de defesa, impulsionar a capacitação de pessoal e fortalecer a soberania nacional. Um importante avanço do PROSUB foi a Mostra de Armamento do Submarino (S40) “Riachuelo”, realizada hoje (01), no município de Itaguaí (RJ).

O “Riachuelo” é o primeiro da classe dos quatro submarinos convencionais com propulsão diesel-elétrica que permitirão maior poder de dissuasão nos 5,7 milhões de km2 da Amazônia Azul, cuja riqueza das águas, do leito e do subsolo marinho são importantes para o desenvolvimento econômico, científico e ambiental. É nessa área marítima que os brasileiros desenvolvem atividades pesqueiras, por onde trafegam 95% do nosso comércio exterior e exploram recursos biológicos e minerais.

Para proteger esse patrimônio e garantir a soberania brasileira no mar, a Marinha do Brasil (MB) investe na expansão da força naval, como é o caso do S40, um importante elemento surpresa indispensável para negar o acesso de embarcações inimigas em território nacional, aumentando o poder dissuasório das Forças Armadas brasileiras. Para atingir esse efeito, esse tipo de navio se vale de suas características particulares, notadamente, a capacidade de ocultação e o poder de causar danos a forças navais adversárias.

Presente ao evento, o Ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira destacou que a história do Brasil evidencia a participação da Marinha do Brasil em diversas passagens decisivas para a formação de nossa nacionalidade e que a entrega do novo meio naval construído no Brasil permite ao Brasil incrementar a capacidade de defesa na área marítima conhecida como Amazônia Azul. “O Programa de Desenvolvimento de Submarinos é de importância estratégica para o País. A construção desses novos submarinos no âmbito do PROSUB cumpre dois grandes objetivos: o aprimoramento da capacidade operacional de nossa Marinha com a considerável elevação de seu poder dissuasório e a ampliação da proteção de suas águas jurisdicionais alcançando uma presença mais efetiva no Atlântico Sul e ainda o incremento de nossa indústria naval e o desenvolvimento de novas tecnologias, contribuindo para o fomento da economia nacional com a criação de milhares de empregos diretos e indiretos”.

De acordo com o Comandante de Operações Navais, Almirante de Esquadra Marcos Sampaio Olsen, a Força de Submarinos conta, a partir de agora, com uma classe de submarinos mais silenciosos e letais, preparada para atuar em prol da garantia da soberania do Estado brasileiro. “Características como alta taxa de discrição, aumento da capacidade de detecção e do tempo de permanência em zona de patrulha, além da precisão e da densidade na aquisição de dados em operações de esclarecimento e ataque, fazem da chegada do Submarino ‘Riachuelo’ um dos momentos mais esperados dos últimos anos”.

Para o Comandante do Submarino “Riachuelo”, Capitão de Fragata Edson do Vale Freitas, “as capacidades operativas do S40 o credenciam para a redução do controle exercido pelo oponente, facilitando a atuação das demais forças. Permite, ainda, realizar minagem, operações de inteligência e resgate ou infiltração de elementos de operações especiais em águas inimigas”.


Submarinos Classe “Riachuelo”

Devido às diversas tecnologias e inovações, os submarinos Classe “Riachuelo” (S-BR) são mais versáteis que os submarinos Classe “Tupi” (“Tupi”, “Tamoio”, “Timbira” e “Tapajó”) e são considerados operativamente superiores a diversos submarinos disponíveis atualmente no mundo.

Eles contam com sensores avançados - como o conjunto de sonares e os periscópios com câmeras para visão noturna -, além de um sistema de gerenciamento de combate dotado de modernos e complexos algoritmos, que permitem ao submarino detectar e classificar alvos a longas distâncias. Os S-BR contam, também, com maior autonomia que seu ascendente da Classe “Scorpène”, devido a uma alteração no projeto que incluiu uma seção intermediária para aumento das acomodações e dos tanques de água.

Por meio de um processo de transferência de tecnologia, a construção dos S-BR está sendo realizada por mão de obra brasileira (engenheiros e técnicos) contando com a assistência técnica de franceses da empresa Naval Group. O Programa de Nacionalização já qualificou cerca de quarenta empresas brasileiras para a fabricação de componentes do submarino, em mais de cem projetos, sendo os principais deles: a fabricação das válvulas de água salgada pela empresa Micromazza, a fabricação das baterias pela empresa NewPower e a fabricação do Mancal de Escora pela empresa Miba.

Para a construção dos submarinos brasileiros convencionais e, no futuro, do Submarino Convencionalmente Armado com Propulsão Nuclear “Álvaro Alberto”, foi construído em Itaguaí um complexo naval que possui diversas instalações, equipamentos e sistemas especializados. Hoje, ele é um dos mais modernos estaleiros de construção naval existentes, já que a construção de submarinos exige mão de obra altamente qualificada e um parque industrial equipado, de modo a possibilitar a execução das diversas atividades de fabricação, comissionamento e testes. Tudo isso exige a integração de tecnologias sofisticadas, seguindo rigorosas normas e padrões de qualidade e segurança.

Capacitação da primeira tripulação

Os treinamentos da primeira tripulação duraram cerca de dois anos e quatro meses e foram divididos em três etapas: preliminar, em terra e a bordo. Na capacitação preliminar, a tripulação foi submetida a exames teóricos e entrevistas individuais. Também foi elaborado um Plano de Capacitação Preliminar, executado pelo Centro de Instrução e Adestramento Almirante Áttila Monteiro Aché.

As fases de capacitação em terra e a bordo foram realizadas por instrutores da Défense Conseil International, que é uma empresa parceira do Ministério da Defesa francês, responsável pela transferência internacional do seu know-how militar para as Forças Armadas dos países amigos. “Nos qualificamos nos diversos sistemas do submarino e realizamos exercícios, com propósito de tornar a tripulação autônoma na condução segura do meio. No mar, foram feitos treinamentos voltados para a condução do ‘Riachuelo’ e controle de avarias, de modo que todos tivessem a capacidade de exercer suas funções com segurança e destreza”, reforça o Comandante do S40.


“Lançado ao mar pela primeira vez em dezembro de 2018 e tendo executado sua imersão estática em novembro de 2019, o Submarino ‘Riachuelo’ foi submetido, desde então, a um extenso programa de testes de aceitação no mar, na superfície e em imersão, para que hoje pudesse ganhar sua alma - uma tripulação experiente, aprestada e motivada que também se preparou diligentemente para recebê-lo e para garantir o cumprimento de sua missão”, destacou o Chefe do Estado-Maior da Armada, Almirante de Esquadra Renato Rodrigues de Aguiar Freire.

Após a Mostra de Armamento, o Submarino “Riachuelo” será submetido à Comissão de Inspeção e Assessoria de Adestramento, que lhe garantirá a capacidade plena de emprego. Em seguida, cumprirá Avaliação Operacional, processo importante para o estabelecimento de parâmetros de operação, que servirão de base para todas as unidades da classe, previstas no escopo do Programa de Submarinos (PROSUB).

A população poderá ver o novo meio naval durante a Parada Naval e Aeronaval, que ocorrerá na orla do Rio de Janeiro (RJ), no dia 7 de setembro. Durante o evento, três aeronaves e 20 navios da Marinha do Brasil e de outros países convidados para as comemorações do Bicentenário da Independência percorrerão a orla, a partir das 9h30, com início na praia do Recreio e término no Forte de Copacabana.

Características básicas do“Riachuelo”

O Submarino “Riachuelo” possui um comprimento total de 70,62 metros, diâmetro de casco de 6,2 metros, deslocamento na superfície de 1.740 toneladas e deslocamento em imersão de 1.900 toneladas. Seu sistema de combate é dotado de 6 (seis) tubos lançadores de armas, com capacidade para lançamento de torpedos eletroacústicos pesados, mísseis táticos do tipo submarino-superfície e minas de fundo.

O “Riachuelo” será o sétimo navio da Marinha a receber este nome, em homenagem à Batalha Naval do Riachuelo, ocorrida em 11 de junho de 1865, durante a Guerra da Tríplice Aliança. Além do Submarino “Riachuelo”, a Marinha do Brasil possui os Submarinos “Tupi”, “Tamoio”, “Timbira” e “Tapajó”, da Classe “Tupi”, e o Submarino “Tikuna”, da Classe de mesmo nome.

 :arrow:  https://www.marinha.mil.br/agenciadenoticias/submarino-riachuelo-reforca-soberania-do-pais-na-amazonia-azul




 

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Re: Força de Submarinos da MB
« Responder #23 em: Setembro 01, 2022, 08:09:57 pm »
 

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-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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Re: Força de Submarinos da MB
« Responder #25 em: Setembro 03, 2022, 05:17:26 pm »
 

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Re: Força de Submarinos da MB
« Responder #26 em: Janeiro 05, 2023, 03:44:41 pm »
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Submarino “Humaitá” (S41) realiza primeiro teste de propulsão no mar

O Submarino “Humaitá” realizou, entre os dias 12 e 16 de dezembro, a primeira navegação na superfície com seu próprio sistema de propulsão, em área marítima localizada no litoral sul do Rio de Janeiro. Esse é um dos principais testes realizados antes das primeiras imersões dinâmicas, a caminho da entrega do submarino ao Setor Operativo da Marinha do Brasil.

Fotógrafo: 3ºSG-ET Cássio





 

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Re: Força de Submarinos da MB
« Responder #27 em: Fevereiro 24, 2023, 04:28:19 pm »
Marinha do Brasil aposenta submarino


 

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Re: Força de Submarinos da MB
« Responder #28 em: Fevereiro 25, 2023, 11:39:07 pm »
Submarino ‘Timbira’ dá baixa do serviço ativo da Marinha


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Por Guilherme Wiltgen

A Marinha do Brasil publicou a Portaria Nº 37/MB/MD, datada de 17 de Fevereiro de 2023, dando baixa do serviço ativo da Armada o Submarino Timbira (S 32).

Esse é o primeiro Submarino da Classe Tupi a ser desativado, é baseado no projeto alemão IKL 209 da HDW (Howaldtswerke Deutsche Werft).

O Submarino Timbira foi o segundo submarino a ostentar esse nome na Marinha do Brasil, em homenagem ao guerreiro Timbira da nação indígena do Maranhão.

O S 32 teve sua quilha batida em 15 de setembro de 1987, sendo lançado ao mar em 5 de janeiro de 1996 no Dique Flutuante Alte. Schieck, no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ), tendo como madrinha a Sra. Ruth Leite Correa Cardoso.

A cerimônia foi presidida pelo Almirante de Esquadra Mauro César Rodrigues Pereira, Ministro da Marinha ná época.

A Mostra de Armamento foi realizada no dia 16 de dezembro de 1996.

Abaixo, a portaria publicada no Diário oficial da União:

PORTARIA Nº  37/MB/MD, DE 17 DE FEVEREIRO DE 2023

Dá baixa, do Serviço Ativo da Armada, no Submarino “Timbira” e dá outras providências.

O COMANDANTE DA MARINHA, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelos arts. 4° e 19 da Lei Complementar n° 97, de 9 de junho de 1999, e o inciso V do art. 26 do anexo I ao Decreto n° 5.417, de 13 de abril de 2005, resolve:

Art. 1° Dar baixa, do Serviço Ativo da Armada, no Submarino “Timbira”.

Art. 2° Proceder à alienação do casco do ex-Submarino “Timbira”, na forma da legislação em vigor.

Art. 3° Esta Portaria entra em vigor em 28 de fevereiro de 2023.

MARCOS SAMPAIO OLSEN


O primeiro Comandante do Submarino Timbira foi o Capitão de Fragata José Carlos Juaçaba Teixeira e seu atual Comandante é o Capitão de Fragata Fábio Luiz Braslavsky Leite Malta de Oliveira.

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Vitor Santos

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Re: Força de Submarinos da MB
« Responder #29 em: Fevereiro 25, 2023, 11:49:38 pm »