Tecnologia Portuguesa

  • 624 Respostas
  • 200606 Visualizações
*

Lusitano89

  • Investigador
  • *****
  • 21188
  • Recebeu: 2544 vez(es)
  • Enviou: 257 vez(es)
  • +1164/-1487
Re: Tecnologia Portuguesa
« Responder #450 em: Abril 02, 2010, 12:39:57 am »
Português desenvolve aplicação que controla cadeiras de rodas com o olhar


Uma aplicação capaz de conduzir uma cadeira de rodas eléctrica através do olhar foi desenvolvida por um professor do Instituto Politécnico da Guarda (IPG) no âmbito do projecto 'Magic Key', que tem permitido desenvolver aplicações informáticas para pessoas deficientes.

O investigador Luís Figueiredo disse hoje à Lusa que o sistema da sua autoria, denominado Magic Wheelchair, recorre a “uma câmara de alta definição e uma aplicação informática que determina a direcção do olhar do utilizador", tendo assim um controlo absoluto sobre a cadeira de rodas.

"Se [o utilizador] olhar para a direita, ela vira para a direita. Se olhar para a frente, anda para a frente. Se fechar os olhos ela não anda e se baixar os olhos para baixo, a cadeira anda para trás", explicou.

A intenção do investigador não foi criar uma cadeira de raiz, mas sim adaptar o sistema a uma cadeira já existente, eléctrica ou manual. O dispositivo destina-se "a pessoas que estejam completamente imóveis, não possam usar nenhum dispositivo tradicional ('joystick' ou por impulsos na cabeça) e tenham apenas a capacidade de movimentar os olhos".

Apesar de o Magic Wheelchair dar "autonomia total ao utilizador em ambientes interiores”, em ambientes exteriores há interferência da luz solar com os sistemas, confessou Luís Figueiredo, contando que está a procurar solucionar aquela limitação.

“Resultados foram muito bons”


Ainda assim, o dispositivo já foi testado com Pedro Monteiro, presidente da Associação Portuguesa de Esclerose Lateral Amiotrófica, cuja doença o impede de utilizar qualquer movimento voluntário do seu corpo, sendo a única excepção a capacidade de movimentar os seus olhos, e “os resultados foram muito bons”.

Luís Figueiredo não possui estimativas de quanto custa, por exemplo, instalar a aplicação numa cadeira eléctrica já existente, mas deixa claro que "se houver uma única pessoa que com este sistema possa melhorar a qualidade de vida, vale a pena investir". O projecto tem vindo a ser apoiado, para além da Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG) do IPG, pela Guarda Digital - Associação Distrital para Sociedade de Informação e pela Fundação PT.

O professor venceu em 2006 e em 2008 o prémio engenheiro Jaime Filipe, atribuído pelo Instituto da Segurança Social, com as aplicações informáticas "Magic Eye" (controlo do rato do computador apenas com os olhos) e "Magic Key" (controlo completo do computador movendo o cursor do rato através de movimentos laterais e subtis da cabeça e a tecla do rato pelo movimento de piscar de olho).

Ciência Hoje
 

*

Lusitano89

  • Investigador
  • *****
  • 21188
  • Recebeu: 2544 vez(es)
  • Enviou: 257 vez(es)
  • +1164/-1487
Re: Tecnologia Portuguesa
« Responder #451 em: Abril 17, 2010, 12:27:04 am »
Estudantes inventam pesca sem rede


Quatro antigos estudantes e um docente do Instituto Politécnico de Leiria (IPL) são os autores de um novo sistema de pesca industrial que dispensa a utilização de redes. São bolhas de ar que aprisionam os cardumes, depois aspirados para o barco com recurso a uma bomba. A patente de âmbito nacional e internacional está registada e o interesse por parte de investidores “é muito grande”, segundo Leopoldina Alves, directora do Centro de Transferência e Valorização do Conhecimento (CTC) do IPL.
Vocacionado para a pesca do cerco, o projecto Bubble Net surgiu na Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar de Peniche. Já recebeu financiamento superior a 30 mil euros, o que possibilitou criar um protótipo e realizar testes.

Uma das principais vantagens do conceito Bubble Net é que “seria uma arte limpa, permitindo pescar sem provocar danos no meio marinho”, explicou Humberto Jorge, presidente da Associação Nacional das Organizações de Produtores da Pesca do Centro (Anopcerco). Mais: evitaria o desperdício de pescado e o custo de aquisição e manutenção das redes. Humberto Jorge conclui que se trata previsivelmente de um investimento oneroso, mas compensador a longo prazo.

Leopoldina Alves admite que “há um risco associado” ao negócio, sobretudo porque está vocacionado para o mercado internacional e para armadores com frotas de grande dimensão.
Desde Maio de 2008 até Fevereiro, o IPL registou 32 invenções no INPI – Instituto Nacional de Propriedade Intelectual.

Ionline
 

*

Cabecinhas

  • Investigador
  • *****
  • 1505
  • Recebeu: 5 vez(es)
  • Enviou: 11 vez(es)
  • +4/-0
Re: Tecnologia Portuguesa
« Responder #452 em: Abril 17, 2010, 06:15:57 pm »
Parabéns pelo projecto e tudo mais... mas fica a questão se somos nós que inventamos porque raio teimamos em baptizar as coisas com estrangeirismos?
Código: [Seleccione]
Bubble Net
Um galego é um português que se rendeu ou será que um português é um galego que não se rendeu?
---
 

*

Doctor Z

  • Analista
  • ***
  • 825
  • +1/-0
    • http://www.oliven
Re: Tecnologia Portuguesa
« Responder #453 em: Abril 26, 2010, 11:03:57 am »
Citação de: "Cabecinhas"
Parabéns pelo projecto e tudo mais... mas fica a questão se somos nós que inventamos porque raio teimamos em baptizar as coisas com estrangeirismos?
Código: [Seleccione]
Bubble Net
Boas,

Se calhar porque se vende melhor para os estrangeiros, isto é apenas marketing...
Blog Olivença é Portugal
"Se és Alentejano, Deus te abençoe...se não
és, Deus te perdoe" (Frase escrita num azulejo
patente ao público no museu do castelo de
Olivença).

:XpõFERENS./
 

*

Cabecinhas

  • Investigador
  • *****
  • 1505
  • Recebeu: 5 vez(es)
  • Enviou: 11 vez(es)
  • +4/-0
Re: Tecnologia Portuguesa
« Responder #454 em: Abril 26, 2010, 11:06:29 am »
Se um produto é bom, tanto vende se o nome for português, francês, alemão, etc... chamo a isso síndroma de inferioridade, é como a questão da própria palavra de "marketing"!
Um galego é um português que se rendeu ou será que um português é um galego que não se rendeu?
---
 

*

Lusitano89

  • Investigador
  • *****
  • 21188
  • Recebeu: 2544 vez(es)
  • Enviou: 257 vez(es)
  • +1164/-1487
Re: Tecnologia Portuguesa
« Responder #455 em: Maio 01, 2010, 08:17:54 pm »
Português torna buscas na Internet mais inteligentes


Lógica de Markov permite  que o computador consiga decidir quais as hipóteses mais prováveis e mais eficientes

Imagine que está em casa e deseja saber mais sobre o Programa de Estabilidade e Crescimento do Governo, de que tanto se ouve falar na comunicação social. Vai a um motor de busca e procura pelo "PEC". Ao serem-lhe apresentados os resultados, aparece-lhe uma página em que se mistura o Plano de Estabilidade e Crescimento com o pagamento especial por conta. O motor de busca devolveu os resultados sem distinção. Pedro Oliveira vai ajudar os computadores a perceberem a diferença entre os dois e a pesquisar exactamente aquilo que queremos procurar, com ajuda da Web semântica, uma extensão da rede actual. Recebeu o Prémio Nacional de Trabalhos em Inteligência Artificial 2009, atribuído pela Associação Portuguesa para a Inteligência Artificial.

O objectivo do projecto é que, perante um número grande de possibilidades, o computador consiga decidir quais as hipóteses mais prováveis e mais eficientes, o que irá tornar a Web mais inteligente.

A investigação, denominada "Probabilistic Reasoning in the Semantic Web using Markov Logic", foi desenvolvida no âmbito do mestrado em Engenharia Informática da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, que obteve a nota máxima de 20 valores.

"A Lógica de Markov é um conjunto de procedimentos e algoritmos baseados em matemática e aprendizagem computacional que nos permite raciocinar sobre conhecimento incerto e complexo", explica ao DN Pedro Oliveira. Aplicando-a para a área da Web semântica, à qual já chamam "Internet do futuro", fazendo com que "perceba melhor o seu próprio conteúdo" e "entendam o significado das palavras".

"É um trabalho de grande peso teórico e muito de raciocínio, que irá contribuir para que os computadores tenham a capacidade de entender a linguagem natural, dos humanos", explica Paulo Gomes, orientador da tese de mestrado. Uma das tecnologias desenvolvidas ocorre ao nível dos motores de pesquisa, que se tornam mais precisos, porque a palavra ganha um significado.

"Por exemplo, ao utilizar um motor de busca para pesquisar informação sobre uma determinada empresa, em vez de lhe ser apresentado um conjunto de páginas que eventualmente possam ter informação sobre essa empresa, como acontece com os motores de busca actuais, ser-lhe-ia apresentado directamente informação relevante sobre ela, como por exemplo o seu número de empregados, CEO, lucro anual, etc.", explica o aluno da Universidade de Coimbra.

Pedro Oliveira sabe que alguns motores de busca já tentam fazer este tipo de pesquisa, "mas baseiam-se em 'adivinhar' essa informação, não sendo muito fiáveis em muito dos casos".

É por isso que a Web semântica irá ser um passo em frente: " O significado do conhecimento é explícito, o que permite aos motores de busca raciocinar sobre o conhecimento que estão a apresentar, como, por exemplo, sugerir empresas semelhantes ou mostrar automaticamente informação sobre empresas subsidiárias", diz. Este trabalho deu a Pedro Oliveira a oportunidade de estagiar numa empresa nos EUA, líder no sector de tecnologias relacionadas com a Web semântica. O Prémio Nacional de Trabalhos de Licenciatura em Inteligência Artificial, no valor simbólico de 250 euros, promove a investigação nesta área e ainda não tem data de entrega.

DN
 

*

HJAB

  • 54
  • +0/-0
Re: Tecnologia Portuguesa
« Responder #456 em: Maio 01, 2010, 09:02:28 pm »
Excelentes exemplos da capacidade dos Portugueses: obrigado
 

*

Lusitano89

  • Investigador
  • *****
  • 21188
  • Recebeu: 2544 vez(es)
  • Enviou: 257 vez(es)
  • +1164/-1487
Re: Tecnologia Portuguesa
« Responder #457 em: Maio 11, 2010, 08:04:53 pm »
Papa recebe t-shirt electrónica que mede ritmo cardíaco


Bento XVI vai receber no Porto uma t-shirt eletrónica que permite monitorizar clinicamente os batimentos cardíacos, numa oferta conjunta da Universidade Católica e da Diocese.
Em declarações à Lusa, o presidente do Centro Regional do Porto da Universidade Católica, Joaquim Azevedo, explicou que esta t-shirt está a ser produzida por uma empresa lançada por Luís Meireles, antigo aluno e investigador da instituição universitária.

A empresa foi gerada no Centro de Incubação e Desenvolvimento de Empresas em Biotecnologia da própria Universidade Católica do Porto.

A t-shirt monitoriza os batimentos cardíacos, armazenando dados de forma contínua. É composto por uma pequena caixa de hardware colocada num bolso e permite a realização de um exame preciso e rigoroso ao coração.

A oferta foi decidida na sequência da vontade manifestada pelo bispo do Porto de entregar a Bento XVI lembranças que espelhassem o potencial tecnológico das universidades da região.

A universidade pública do Porto também acedeu à vontade manifestada pelo prelado Manuel Clemente, tendo anunciado segunda feira que vai entregar a Bento XVI uma guitarra em fibra de carbono, desenhada por uma empresa incubada na Faculdade de Engenharia.

O papa fecha sexta feira no Porto a sua viagem de quatro dias a Portugal.

Lusa
 

*

Lusitano89

  • Investigador
  • *****
  • 21188
  • Recebeu: 2544 vez(es)
  • Enviou: 257 vez(es)
  • +1164/-1487
Re: Tecnologia Portuguesa
« Responder #458 em: Junho 09, 2010, 01:12:24 pm »
Universidade de Sevilha recorre a tecnologia portuguesa para melhorar qualidade dos edifícios


A Universidade de Sevilha está a implementar uma solução tecnológica desenvolvida em Portugal que pretende tornar os edifícios de serviços e da indústria em espaços simultaneamente confortáveis e sustentáveis.

Criado pela “spin-off” WSBP – We Solve Buildings Problems, formada por um grupo de investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), a JANUS E2S parte do conceito “analisar o passado e observar o presente para melhorar o futuro”.

Esta tecnologia baseia-se numa rede de sensores inteligentes que monitorizam em tempo real as condições meteorológicas, o consumo de energia do edifício e a qualidade ambiental interior (sensação de conforto percepcionada pelos ocupantes, inerente às condições físicas e psicológicas a que estes estão expostos), através da medição dos níveis de dióxido de carbono, da temperatura e da humidade, sendo que a informação é enviada para uma base de dados acessível através para uma plataforma Web.

Depois de conhecida a “radiografia” do desempenho do edifício, a empresa elabora um conjunto de recomendações técnicas, hierarquizadas por grau de complexidade e por nível de investimento.

São exemplo disso as alterações comportamentais dos ocupantes do edifício no que respeita  à abertura e fecho de portas e janelas ou  aos períodos de funcionamento de computadores e impressoras; a deslocação de consumos para horas de tarifa mais económica; a melhoria do isolamento térmico do edifício e instalação de sistemas inteligentes de sombreamento, entre outros.

Análise do “metabolismo” do edifício

A JANUS E2S distingue-se por ser uma tecnologia que efectua uma análise detalhada do “metabolismo” do edifício. “As avaliações correntes do desempenho dos edifícios são baseadas apenas na medição dos consumos de energia. Esta tecnologia avalia o problema na sua globalidade, tendo em conta não só a quantidade de energia consumida, mas também a qualidade ambiental conseguida no espaço interior, as condições meteorológicas exteriores e os impactos económicos e ambientais das soluções tecnológicas utilizadas”, afirma Manuel Gameiro da Silva, investigador da FCTUC e um dos responsáveis da empresa.

De acordo com estudos da União Europeia, o maior potencial de poupança de energia, para o cumprimento dos objectivos da política 202020, está nos edifícios de Serviços (na ordem dos 35 por cento), que são responsáveis por uma importante percentagem das emissões de gases com efeito de estufa.

Estes Indicadores exigem a “adopção de medidas racionais de utilização da energia. Por outro lado, estudos científicos [Seppanen and Fisk, 2005 A procedure to estimate the cost effectiveness of indoor improvement in office work - 8th Rehva World Conference Clima 2005, Lausanne] indicam uma relação directa entre o desconforto no local de trabalho e a fraca produtividade dos colaboradores. Assim, ao melhorar o conforto ambiental consegue-se um aumento de produtividade”, sustenta Manuel Gameiro da Silva.

Ciência Hoje
 

*

Lusitano89

  • Investigador
  • *****
  • 21188
  • Recebeu: 2544 vez(es)
  • Enviou: 257 vez(es)
  • +1164/-1487
Re: Tecnologia Portuguesa
« Responder #459 em: Julho 05, 2010, 05:15:23 pm »
Empresa de software de Coimbra conquista prémio europeu


A empresa de software FeedZai, uma ‘startup’ tecnológica da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), foi distinguida com o Prémio Europeu de Empresas Inteligentes, na categoria “Modelos Digitais”, revelou hoje a faculdade.
Entre as mais de duas centenas de concorrentes, a FeedZai foi distinguida com o prémio “Smart Entrepreneurship Competition 2010”, na categoria “Modelos Digitais”, atribuído em Burgos (Espanha), segundo uma nota divulgada hoje pela FCTUC.

A competição foi promovida pela European BIC Network, uma rede internacional que reúne centros de inovação empresarial de 26 países de todo o mundo, desde a China, Rússia e México até à Inglaterra, Finlândia e Áustria, entre outros.

Fundada em dezembro de 2008 por três engenheiros formados na FCTUC, a empresa de produtos de "software" iniciou a atividade há cerca de um ano e está a incubar no Instituto Pedro Nunes (IPN), disse hoje à Agência Lusa o seu CEO, Nuno Sebastião.

“O prémio foi muito gratificante. É um prémio de uma rede de incubadoras europeias [a BIC], em relação à qual o IPN ainda está em processo de adesão”, afirmou, ao destacar a importância do galardão tendo em conta que “Portugal não é visto lá fora como um país tecnológico”.

O prémio representa ainda, segundo Nuno Sebastião, “um selo de qualidade e certificação, o que significa uma porta de acesso às mais prestigiadas e importantes instituições da Europa, como a Agência Espacial Europeia (ESA), que se mostrou interessada em desenvolver parcerias de negócio com a FeedZai”.

"O nosso foco é mundial, o nosso produto é internacional. Logo após a cerimónia, tivemos a oferta de uma incubadora de Londres para abrir lá uma sucursal", disse hoje Nuno Sebastião.

Especialista em processamento de dados em tempo real, a FeedZai está a desenvolver o produto "Pulse", com aplicação em diversas áreas, nomeadamente energia, banca e telecomunicações, testando-o com clientes selecionados, nacionais e estrangeiros, e prevendo-se que saia para o mercado em dezembro, adiantou o presidente.

A solução "Pulse" tem a capacidade de “analisar quantidades gigantescas de informação por segundo, conseguindo prever as necessidades de uma rede de energia de um país ou, na área das telecomunicações, prever as necessidades de uma operadora móvel”, explica, na nota, Paulo Marques, docente da FCTUC e CTO da empresa.

Distinguida no ano passado com o Prémio BES Inovação, a FeedZai foi a primeira empresa a ser criada no âmbito do programa Carnegie Mellon - Portugal.

Lusa
 

*

Lusitano89

  • Investigador
  • *****
  • 21188
  • Recebeu: 2544 vez(es)
  • Enviou: 257 vez(es)
  • +1164/-1487
Re: Tecnologia Portuguesa
« Responder #460 em: Julho 09, 2010, 05:55:04 pm »
Torneira que poupa água desenvolvida em Portugal


O desperdício doméstico de água em Portugal atinge anualmente três mil milhões de metros cúbicos, o que equivale a 750 milhões de euros, mas está em vias de ser minimizado.

Um investigador da Universidade de Aveiro (UA) criou uma torneira misturadora inovadora que vai permitir reduzir o desperdício de água em casa. Este dispositivo, que se encontra patenteado a nível internacional, permite reutilizar a água que é desperdiçada cada vez que se abre a torneira da água quente e se espera que ela aqueça.

“Em média, são três litros de água potável que correm directamente para o esgoto, por cada utilização”, estima Vítor Costa, que desde 2007 tem vindo a trabalhar neste projecto que permite que a torneira só forneça água quando já está quente, de acordo com a temperatura desejada.

“A água fria, que se encontra na tubagem, entre a caldeira/esquentador e a torneira, é guardada num reservatório e entra novamente na rede, o que pode representar uma economia de centenas de litros de água no final do mês”, adiantou o docente da UA.

O sistema pode também ser usado em instalações antigas sem a necessidade de fazer grandes obras de construção. “Pode usar-se com uma torneira usual, mas é preciso acrescentar um componente hidráulico e um reservatório que vai acumular a água”, explicou.

Desenvolvido em conjunto com a Metalúrgica Luso-Italiana, uma empresa portuguesa que concentra a sua actividade no fabrico e comercialização de torneiras, este sistema misturador com função de poupança de água deverá chegar ao mercado ainda este ano. “Temos alguns protótipos que funcionam e, neste momento, estamos na fase de fazer as últimas afinações”, referiu Vítor Costa, que prevê que o produto possa estar à venda “muito em breve”.

De acordo com o investigador, a perspectiva de comercialização e conquista de mercado por um produto deste género é “muito grande” e, embora o sistema seja “mais caro” do que uma torneira convencional, a diferença de preços irá compensar a médio/longo prazo, em termos da poupança da água.

O investigador sublinha ainda que a escolha deste produto pode ser importante para obter uma boa classificação energética dos edifícios, acrescentando que o sistema não usa qualquer fonte adicional de energia.

Ciência Hoje
 

*

Lusitano89

  • Investigador
  • *****
  • 21188
  • Recebeu: 2544 vez(es)
  • Enviou: 257 vez(es)
  • +1164/-1487
Re: Tecnologia Portuguesa
« Responder #461 em: Julho 16, 2010, 02:55:04 pm »
Biossensores made in Portugal ganham prémio de inovação em Barcelona


Os biossensores colam-se às mãos para captar o sinal de sudação. A partir desse momento, estamos à mercê da máquina que consegue captar em tempo real os impulsos emotivos. É uma espécie de polígrafo, mas não é a mesma coisa.

Da fase de serenidade, passamos ao entusiasmo assim que sai uma gargalhada ou para agitação quando o assunto da conversa resvala para a declaração de IRS. Um gesto do interlocutor, como um toque nas costas ou um espirro, provoca reacções emocionais imediatas que são expostas no ecrã de um pequeno computador.

Hugo Gamboa, de 34 anos, doutorado em Engenharia Electrotécnica e de Computadores, vai explicando as aplicações dos sensores de medição e a linha de produtos que a sua empresa, a Plux, desenvolve para o mercado. Esta tecnologia sem fios, única a ser fabricada em Portugal, já é usada por universidades europeias e empresas em estudos e medições de biossinais de pacientes.

Da saúde ao desporto, passando pela investigação, o potencial dos biossensores é imenso e a empresa portuguesa, fundada em 2007, quer levá-lo ao mercado. Acabou de receber o primeiro prémio na categoria de Biggest Innovation na área da Saúde no HiT Barcelona World Innovation Summit, depois de um processo de selecção feito pelo Audax/ISCTE. Na plateia, estavam investidores de capitais de risco europeias e americanas, público que Hugo Gamboa quer captar.

Vontade de crescer

"Estamos à procura de parceiros externos. A equipa que temos está bem para a actividade actual mas para ter mais acesso ao mercado é preciso crescer", diz, no pequeno escritório da Plux, no centro de Lisboa.

A empresa de engenharia de biossensores vende em média cerca de 50 aparelhos por ano e as receitas servem para cobrir as despesas. Ter um gestor de marketing em Barcelona foi o passo mais recente para dar impulso à comercialização do produto - um kit composto de mala, computador com um software de biofeedback (técnica usada para a reabilitação muscular), sensores de medição, entre outros equipamentos.

Para já, Espanha, Inglaterra, Irlanda, Suécia, Holanda e Noruega são alguns dos países com quem já fazem negócio. "Este ano, queremos ter uma estrutura de marketing madura, depois de uma fase em que investimos muito no desenvolvimento do produto. A investigação é, para nós, a parte mais fácil. Agora precisamos de ganhar mercado", continua.

Para dedicar tempo à Investigação e Desenvolvimento, a pequena empresa recebeu os primeiros fundos do QREN em 2008 e já este ano conseguiu captar cerca de um milhão de euros para os seus projectos.

A produção é toda feita internamente pela equipa de 14 trabalhadores, mas o previsível crescimento vai implicar uma parceria com uma empresa nacional.

Hugo Gamboa mostra duas malas brancas onde estão guardados os biossensores e restantes equipamentos. São os dois produtos (Bioplux Clinical e Bioplux Research) que saíram de anos dedicados à pesquisa, incluindo nos tempos livres e antes mesmo de a empresa se formalizar.

"Somos quatro sócios: eu, um colega de curso do Instituto Superior Técnico (Filipe Silva), um aluno muito bom que tive na Escola Superior de Tecnologia de Setúbal (Hugo Silva) e um amigo de longa data com experiência em gestão (Rui Falcão)", conta.

No trabalho de doutoramento que estava a fazer na área da Biometria Comportamental, Hugo precisou de comprar biossensores. "Eram caros e de má qualidade. Têm mercado na investigação, mas o custo é perto de dez mil euros", diz. Foi da necessidade e das conversas com Filipe Silva que nasceu o espírito empreendedor. Para conseguir montar o produto, Hugo deixou de dar aulas, continuou o seu doutoramento e dedicou-se aos biossensores made in Portugal sem salário certo.

Para arrancar com a Plux, os sócios investiram capital próprio e têm conseguido não se financiar na banca, também graças aos fundos comunitários. "Ter a marca CE no produto é um processo muito burocrático, mas pelo qual tivemos de passar para conseguir resultados. Estamos a apostar no Brasil, onde teremos de produzir o equipamento de acordo com outras regras, que não comunitárias".

Este ano, querem chegar a Dezembro com mais dinheiro do que o suficiente para pagar as contas.

É nas universidades que validam o produto (a nível médico ou nas aplicações desportivas, por exemplo) e outras empresas de maior dimensão, como a ISA e a Critical Software, ajudam a impulsionar o negócio. Actualmente, os kits da Plux estão em 14 clínicas que usam diariamente o serviço nas suas unidades de Fisioterapia.

A parceria estabelecida no ano passado com a Atral Cipan para a distribuição foi fundamental para dar os primeiros passos no mercado. Outros utilizadores são as universidades, em trabalhos de investigação que ajudam a perceber melhor o funcionamento do corpo humano (ver caixa).

A Plux está integrada numa holding (a iZone) detida por Rui Falcão e que reúne várias empresas tecnológicas.

Público
 

*

Lusitano89

  • Investigador
  • *****
  • 21188
  • Recebeu: 2544 vez(es)
  • Enviou: 257 vez(es)
  • +1164/-1487
Re: Tecnologia Portuguesa
« Responder #462 em: Julho 17, 2010, 05:11:03 pm »
Portugueses testam plástico biodegradável


Morango, pimento, melão e vinha. É nestas culturas que o consórcio liderado pela empresa portuguesa Silvex vai testar um novo tipo de plástico biodegradável, denominado Agrobiofilm. O objectivo é substituir o filme de polietileno utilizado para cobrir as culturas, que tem várias desvantagens a nível ambiental. Se tudo correr como previsto, este plástico biodegradável poderá começar a ser comercializado já em 2011, embora a fase de testes só termine dentro de dois anos.

Segundo explica ao i Paulo Azevedo, director-geral da Silvex, o projecto compreende mais duas PME europeias, a norueguesa BioBag e a francesa ICSE. A Silvex irá produzir para o mercado global e terá o exclusivo da comercialização do plástico em Portugal e Espanha, mas o produto também será vendido noutros mercados - até porque na fase de investigação estiveram envolvidas várias universidades e centros de pesquisa de França, Espanha e Dinamarca. Em Portugal, a parceria coube ao Instituto Superior de Agronomia, da Universidade Técnica de Lisboa.

"O projecto tem um custo total previsto de um milhão e meio de euros", revela Paulo Azevedo, sendo que dois terços serão financiados através do sétimo programa-quadro da União Europeia. Neste momento, já há testes a decorrer em Portugal (melão e pimento) e em França (vinha). Os ensaios com morango iniciam-se em Setembro.

Para que serve

Os agricultores usam filmes para cobrir as culturas porque isto permite-lhes aumentar o seu rendimento, poupar água de rega, conservar melhor os nutrientes, proteger contra infestações sem recurso a herbicidas, evitar o apodrecimento dos frutos, diminuir a amplitude térmica... as vantagens são muitas, mas as desvantagens também.

O filme de polietileno usado actualmente - só em Portugal e Espanha são 90 mil toneladas por ano - coloca vários problemas no final de cada ciclo da cultura (número de dias desde a plantação à colheita). Primeiro, o filme parte-se em mil pedaços à medida que o tempo avança, o que torna "virtualmente impossível a sua completa remoção dos campos", como indica Paulo Azevedo, e é uma tarefa dispendiosa, porque realizada manualmente. Também pode provocar a perda de subsídios por parte dos agricultores, se os inspectores do Ministério da Agricultura encontrarem restos de plástico no solo.

Depois, para reciclar o polietileno é preciso tratá-lo. Uma tarefa complicada, visto que no final se encontra cheio de humidade, restos de plantas, sujo de terra e contaminado com resíduos de pesticidas. O tratamento é tão moroso que "ainda persistem práticas perigosas para o ambiente e saúde dos consumidores, como sejam o enterramento no solo e queima a céu aberto no campo", alerta Paulo Azevedo.

São estes os problemas que o Agrobiofilm resolve integralmente. O produto é obtido a partir da matéria-prima MaterBi, feito pela empresa italiana Novamont. No final de cada ciclo, este plástico é enterrado e decompõe-se, sendo inofensivo para o ambiente. Além disso, consegue adaptar-se conforme se trate de morangos ou pimentos. Como? "O filme será desenhado para cada cultura", indica Paulo Azevedo, tendo em conta o seu ciclo e porte, o tipo de solo e as condições meteorológicas. Por fim, será uma boa alternativa na agricultura biológica, em que a proibição do uso de herbicidas obriga a uma dispendiosa monda manual das infestações.

Ionline
 

*

Lusitano89

  • Investigador
  • *****
  • 21188
  • Recebeu: 2544 vez(es)
  • Enviou: 257 vez(es)
  • +1164/-1487
Re: Tecnologia Portuguesa
« Responder #463 em: Julho 24, 2010, 04:47:11 pm »
Investigadores fazem tecido que não se suja


Um tecido "à prova" de café, vinho ou azeite que será transformado em toalhas de mesa e guardanapos; um couro livre de cheiros desagradáveis e tingido com substâncias amigas do ambiente; e um ladrilho que é também um interruptor de iluminação. São estas as mais recentes inovações do Centro de Nanotecnologia e Materiais Técnicos, Funcionais e Inteligentes (Centi), em Famalicão, que, em breve, estarão no mercado.

Segundo o director do Centi, António Vieira, estes produtos foram pensados para "facilitar o dia-a-dia das pessoas, protegendo o ambiente e poupando recursos". Um bom exemplo é o easyclean , um tecido que repele a sujidade e que a empresa Têxteis Penedo transformará em toalhas de mesa e guardanapos, fruto da parceria com o Centi e o Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário (Citeve).

Além de não se sujar, este produto têxtil, sem substâncias nocivas para o ambiente, é fácil de limpar. E por isso não precisa de ser lavado com frequência, reduzindo a factura da electricidade, da água e dos químicos dos detergentes.

O segredo está na fórmula química que os cientistas desenvolveram com nanomateriais que não deixam as substâncias aquosas e oleosas penetrar no tecido. António Vieira diz que "a tecnologia, com ligeiras adaptações, poderá ser aplicada noutros tecidos de algodão para várias aplicações".

Também para melhorar o dia-a-dia e proteger o meio ambiente, e um "baixo risco de reacções alérgicas", o Centi criou couros biocoloridos, reflectores de luz e antimicrobianos - "livres de odores desagradáveis". O projecto Nanoleather foi desenvolvido em parceria com o Centro Tecnológico das Indústrias do Couro (CTIC) e a empresa Curtumes Rodrigues.

Os investigadores desenvolveram uma formulação química, com recurso "a tecnologias de funcionalização à nanoescala e ecológicas", que permite que o couro seja tingido com um produto amigo do ambiente.

Trata-se de "gerar cor in situ na matriz de colagénio do couro, pela utilização de enzimas e agentes naturais adequados, em condições preestabelecidas de pH e temperatura", diz Vieira. Os cientistas fizeram ainda um "revestimento no couro à nanoescala reflector de luz", que permite, por exemplo, que o estofo do carro forrado com este material aqueça e assim envelheça menos quando é exposto ao sol.

Também a pensar no consumidor, a indústria de cerâmica Dominó para a criação de um ladrilho interruptor de iluminação. Trata-se do Sensortile, um produto de última geração que controla a "intensidade de emissão de luz de cargas luminosas". A inovação surge através da aplicação de um material inteligente na cerâmica que responde ao toque, "através da incorporação de LED para iluminação identificativa".

No final, consumidor e empresas envolvidas ficam a ganhar. A empresa Têxteis Penedo, por exemplo, conclui o director do Centi, "poderá facturar, nos próximos um a dois anos, um a dois milhões de euros com as toalhas e guardanapos". Por sua vez, a empresa Dominó espera "que, dentro de dois a três anos, o ladrilho represente cerca de 10% do seu volume de vendas", conclui.

DN
 

*

Lusitano89

  • Investigador
  • *****
  • 21188
  • Recebeu: 2544 vez(es)
  • Enviou: 257 vez(es)
  • +1164/-1487
Re: Tecnologia Portuguesa
« Responder #464 em: Julho 31, 2010, 10:43:33 pm »
Universidade do Minho cria reactor único no mundo


Cinco investigadores da Universidade do Minho (UM), em Braga, criaram um reactor “único a nível mundial”, que permite o tratamento de águas residuais com elevado teor de gordura, segundo disse um dos autores do projecto. Segundo Merijn Picavet, o engenho, entretanto patenteado, aplica-se a uma vasta área de indústrias como matadouros, lacticínios, transformação de peixe, lagares de azeite ou refinarias de óleos.

“A grande novidade é que este reactor consegue tratar as águas industriais com alto teor de gordura, enquanto que todos os que existiam até agora removiam a gordura antes de tratar a água”, explicou o investigador.

Com o tratamento das águas com a gordura, “produz-se mais biogás, que depois pode ser utilizado para produção de calor em caldeiras, para produção de electricidade ou mesmo para ser injectado em redes de gás natural, depois de purificado”, disse ainda o investigador.

O reactor patenteado recebeu vários prémios, nomeadamente o Prémio BES Inovação em 2005 e o Prémio Nacional de Inovação Ambiental em 2006, além de ter sido alvo de um prémio internacional em 2004. Hoje, a UM vai ceder, por contrato, o direito exclusivo de utilização e exploração comercial daquela patente à Ambisys, uma “spin-off” daquela universidade.

Uma “spin-off” é uma nova empresa que nasce a partir de um grupo de pesquisa de uma empresa, universidade ou centro de pesquisa público ou privado, normalmente com o objectivo de explorar um novo produto ou serviço de alta tecnologia.

Carácter exclusivo

A Ambisys passará, assim, a ter a exploração e comercialização directa do produto patenteado, através de uma licença que tem carácter exclusivo a nível mundial. “Esta iniciativa acentua a abertura da universidade à indústria, a sua preocupação ambiental e a aposta na inovação tecnológica”, salienta, em comunicado, a UM.

A Ambisys nasceu em Maio de 2007, da conjugação de interesses do Grupo Monte e do Grupo de I&D em Biotecnologia Ambiental do Departamento de Engenharia Biológica da Universidade do Minho.

É um veículo de transferência de tecnologia Universidade-Empresa e que simultaneamente dá resposta a necessidades do mercado nas suas áreas de intervenção especializada, nomeadamente no projecto, arranque e acompanhamento de processos de tratamento de água, efluentes e resíduos orgânicos.

Ciência Hoje