Centenário da República Portuguesa (1910-2010)

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Cabeça de Martelo

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Re: Centenário da República Portuguesa (1910-2010)
« Responder #60 em: Setembro 24, 2010, 10:47:48 am »
Citação de: "cromwell"
Caro texou, o que quer você provar com isso tudo que você pos ai?

Eu sei que as mulheres começaram a votar em 1931 e reconheci que havia restrições.

E assim neste forum continuam os ataques aos patriotas portugueses, (por parte dos esquerdistas da ditadura do politicamente correcto), que valentemente atacam a criminosa República, que muito democraticamente, não deixa aos portugueses escolherem o seu regime.


Só espero um dia que o nosso país se volte a chamar Portugal, em vez de se chamar República Portuguesa.

Para ser realista nem precisavam, as eleições já estavam decididas à partida. :lol:
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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Duarte

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Re: Centenário da República Portuguesa (1910-2010)
« Responder #61 em: Setembro 24, 2010, 12:07:08 pm »
Citação de: "Cabeça de Martelo"

Para ser realista nem precisavam, as eleições já estavam decididas à partida. c34x
As eleições não são escolhidas à partida (só os candidatos é que são escolhidos à partida pelos partidos, e aprovados por.. ), não há partido único (P../P.), o sistema não é manipulado pela comunicação social que não é manipulada por... e por.. não há polícia política nem bufos, nem escutas, nem censura de qualquer tipo.. nem sociedades secretas que infiltram o governo a todos os níveis.
слава Україна!

“Putin’s failing Ukraine invasion proves Russia is no superpower"

The Only Good Fascist Is a Dead Fascist
 

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João Vaz

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Re: Centenário da República Portuguesa (1910-2010)
« Responder #62 em: Setembro 24, 2010, 01:43:00 pm »
"Cabalas" àparte, eis as baionetas caladas.



Um cliché avulso, guardado algures nas colecções da Biblioteca do Congresso (Washington).
Hverá por aí mais "cromos" para a troca?

Legenda/Ficha técnica:

"Infantry, Portugal"
Bain News Service, publisher.

[between 1910 and 1915]

1 negative : glass ; 5 x 7 in. or smaller.

Notes:
"2306-5" on neg.
Title from unverified data provided by the Bain News Service on the negatives or caption cards.
Forms part of: George Grantham Bain Collection (Library of Congress).

Format: Glass negatives.

Rights Info: No known restrictions on publication.

Repository: Library of Congress, Prints and Photographs Division, Washington, D.C. 20540 USA, hdl.loc.gov/loc.pnp/pp.print

General information about the Bain Collection is available at hdl.loc.gov/loc.pnp/pp.ggbain

Persistent URL: hdl.loc.gov/loc.pnp/ggbain.09835

Call Number: LC-B2- 2305-5
"E se os antigos portugueses, e ainda os modernos, não foram tão pouco afeiçoados à escritura como são, não se perderiam tantas antiguidades entre nós (...), nem houvera tão profundo esquecimento de muitas coisas".
Pero de Magalhães de Gândavo, História da Província Santa Cruz, 1576
 

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papatango

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Re: Centenário da República Portuguesa (1910-2010)
« Responder #63 em: Setembro 24, 2010, 05:35:11 pm »
Citação de: "cromwell"
Sim, a época onde a criminosa maçonaria era proibida e a nação era respeitada pelos portugueses.
Não me parecia ser tão terrorífico.
Na verdade, a Maçonaria teve um papel de extrema importância no antigo regime. O mais proeminente Maçom era o presidente da República, Carmona.

Citação de: "cromwel"
Só espero um dia que o nosso país se volte a chamar Portugal, em vez de se chamar República Portuguesa.

Você vive numa país que se chama Portugal. Isso não pode ser mudado. O que acontece é que o Estado Português é administrado tendo por base uma forma republicana de governo.
A esse estado, dá-se o nome de República Portuguesa.
A Nação, essa, chama-se Portugal.



Já outra coisa, é o facto de a actual classe dirigente, apresentar características e tiques, que nos lembram os momentos mais graves do periodo de governo repúblicano laico e socialista da primeira república.
Todos as características da verdadeira moral republicana, são encontradas no dia de hoje, desde o poder da maçonaria com preferências sexuais alternativas, até ao triunfo dos pedófilos, o triunfo dos ladrões e dos mentirosos.

A República nasceu de mentiras, nasceu rançosa, nasceu podre, nasceu torta, nasceu corrupta até ao tutano porque foi implantada pela canalha mais suja e mais corrupta que existia em Portugal em 1910.
O que é repugnante, é a limpeza com Sonasol e com Tide que tem sido feita do período mais decadente do século XX português. Até terroristas e pedófilos colocaram no Panteão Nacional.
Os herdeiros políticos dos corruptos e os ladrões que ascenderam ao poder em 1910 podem por isso cantar vitória.

As ninhadas de ratazanas que as incubadoras da classe politica socialista têm em actividade desde o século XIX deram à luz a actual classe de roedores, que consome o país até ao tutano ameaçando a sua própria existência.
Por isso, embora eu ache que a forma republicana de governo faz mais sentido, acho que comemorar a república, é comemorar a vitória das ratazanas e das hienas que governam o país, e também das muitas hienas que estão na oposição, na extrema esquerda e na direita.
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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gaia

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Re: Centenário da República Portuguesa (1910-2010)
« Responder #64 em: Setembro 25, 2010, 04:38:27 pm »
Concordo plenamente contigo papatango, acho de uma forma resumida e explicita, retrataste a triste realidade portuguesa.
 

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cromwell

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Re: Centenário da República Portuguesa (1910-2010)
« Responder #65 em: Setembro 27, 2010, 11:10:39 pm »
A propaganda continua...

Citar
Apresentação em Lisboa

RTP mostra séries sobre centenário da República
Dois meses depois da primeira apresentação das quatro miniséries comemorativas do centenário da República, a RTP escolheu o palco do Teatro Camões, em Lisboa, para apresentar os primeiros 15minutos de cada das produções.

Para José Fragoso, director de Programas da RTP, “trata-se de conteúdos para o futuro, como registo de um momento da nossa História colectiva e, portanto, de património audiovisual”.

A anteceder o visionamento de cada uma das séries, subiram ao palco alguns dos actores e respectivos realizadores de ‘República’, ‘O Segredo de Miguel Zuzarte’, ‘A Noite do Fim do Mundo’ e ‘Noite Sangrenta’.

A cerimónia contou com a presença da ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, que saudou o projecto e anunciou ainda que já está pronta “a proposta de Lei do Cinema que sofreu uma revisão profunda”. Canavilhas revelou ainda que, até ao final deste ano, “irá ser apresentado na Assembleia da República a rede de cinema digital na qual estamos a trabalhar”.

Ri-me à gargalhada quando num promo da mini-série "República", havia um republicano a dizer "Viva à Liberdade!" :lol:

Simplesmente patético. Dá logo para ver que só o pateta do jacobita e maçom do António Reis podia ter feito o acompanhamento histórico e científico desta "mini-bosta" que vai passar na RTP.
"A Patria não caiu, a Pátria não cairá!"- Cromwell, membro do ForumDefesa
 

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SSK

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Re: Centenário da República Portuguesa (1910-2010)
« Responder #66 em: Setembro 28, 2010, 06:21:13 pm »
Não esquecer que quem vence escreve e reescreve a historia. Por isso não tenho mais comentários sobre toda e qualquer serie da RTP e outros...

Porque não fazer algo parecido com o que o Clint Eastwood fez com a ilha de Iwo Jima, a historia vista dos dois lados... Possivelmente os portugueses ficariam com outra ideia de como foi implementada a república em Portugal.

A quem ainda tiver bisavós ou avós bem velhinhos que tenham ouvido relatos dos pais e avós deles sobre a implementação da "liberdade" fora das grandes cidades.
"Ele é invisível, livre de movimentos, de construção simples e barato. poderoso elemento de defesa, perigosíssimo para o adversário e seguro para quem dele se servir"
1º Ten Fontes Pereira de Melo
 

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cromwell

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Re: Centenário da República Portuguesa (1910-2010)
« Responder #67 em: Setembro 28, 2010, 09:46:11 pm »
Citar
   Que república vamos comemorar em 2010? *

Em 2010, a propósito do “centenário da república”, vamos comemorar o quê? Uma ideia -- a ideia de república? Um acontecimento – o derrube revolucionário da monarquia constitucional nas ruas de Lisboa em 5 de Outubro de 1910?  Ou um regime – o que resultou do monopólio do Estado e do constrangimento da vida pública por um partido da esquerda radical, o Partido Republicano Português, entre 1910 e 1926?
 
Repúblicas há muitas, e nem todas as repúblicas são a mesma coisa. A Coreia do Norte é uma república, tal como Portugal, e a Bélgica é uma monarquia, tal como a Arábia Saudita. Mas o actual regime português tem felizmente mais a ver com a Bélgica do que com a Coreia do Norte, e a Bélgica mais a ver connosco do que com a Arábia Saudita. A nossa República Portuguesa, desde 1910, também já foi muita coisa, com situações constitucionais muito diversas: a I República (1910-1917), a República Nova (1918), outra vez a I República (1919-1926), a Ditadura Militar (1926-1933), o Estado Novo (1933-1974), o PREC (1974-1976), a Democracia (a partir de 1976). Comemorar a implantação da república, neste contexto, é comemorar o quê? Todos esses regimes ao mesmo tempo? Só um deles – e qual?

Talvez alguém, um dia, nos venha explicar o que significa a efeméride. Entretanto, examinemos as hipóteses, antes de reflectir um pouco sobre a especulação político-partidária que pode estar por detrás de tudo isto.

Uma ideia?

 Do Governo da República pelo Rei é o título de um livro de Diogo Lopes Rebelo publicado em 1496, no tempo do rei D. Manuel I. Como salientou o historiador Vitorino Magalhães Godinho, os reis e as cortes portuguesas a partir do século XV sempre pensaram no reino de Portugal como uma “república” no sentido clássico: um governo em que, independentemente da origem do poder dos governantes, estes regiam o Estado tendo em conta o bem público e de uma maneira regular e legal, sem arbítrio pessoal. Mais tarde, sobretudo a partir do século XVIII, acrescentou-se a esta ideia de república, o princípio da participação dos cidadãos no governo, através de instituições representativas e em nome da soberania da nação. A monarquia constitucional portuguesa, no século XIX, foi esse tipo de “república”. Portugal já era, neste sentido, “republicano” muito antes de 1910.

 Se é para é para comemorar a ideia de república, a escolha do 5 de Outubro de 1910 não é a mais feliz, embora seja há muito tempo feriado nacional. É que aquilo que desde o século XVIII interessou aos verdadeiros “republicanos” nunca foi saber se o chefe de Estado é electivo ou não, mas o tipo de Estado e vida pública. O ideal republicano era o de uma comunidade de cidadãos independentes a viver sujeitos às leis e não ao arbítrio de outros homens. Por isso, a Grã-Bretanha, apesar de ter um rei, sempre pareceu mais “republicana” do que a República Francesa.

 Nesse sentido, o moderno processo de republicanização não foi obra da revolução de 1910, mas da chamada “revolução liberal” da primeira metade do século XIX: foram os liberais que reduziram o rei a um chefe de Estado com poderes definidos por uma constituição escrita e que estabeleceram em Portugal o princípio do Estado de direito e as instituições e cultura da cidadania.

 Na prática, os liberais fizeram da monarquia constitucional o que eles referiam como uma “república com um rei”, isto é, uma comunidade de cidadãos livres com um chefe de Estado dinástico. A Câmara dos Pares estava aberta a todos os que satisfizessem requisitos legais que nada tinham a ver com o nascimento. A Igreja ainda era oficial (como aliás nas repúblicas desse tempo), mas havia liberdade de consciência e estava previsto o registo civil.

Um acontecimento?
Nesse sentido, se as comemorações de 2010 visam celebrar o fim da monarquia constitucional, governada pelos liberais, estaremos então perante uma festa reaccionária para vitoriar o fim de um regime que trouxe as instituições do Estado moderno, a extinção das ordens religiosas, o Código Civil, e o maior eleitorado, em termos proporcionais, antes de 1975?

 Em 1910, é verdade, a monarquia constitucional estava em grandes apuros. Tinha uma classe política desacreditada e incapaz de assegurar bom Governo e o jovem rei D. Manuel II era atacado por quase toda a gente, da direita e da esquerda. O Partido Republicano Português, um movimento sobretudo lisboeta, conseguira criar um sério problema de ordem pública, que a monarquia constitucional nunca poderia ter resolvido sem se negar a si própria, tornando-se num regime repressivo, o que a sua classe política não podia aceitar. Quando o PRP resolveu tentar a sua sorte em Outubro de 1910, subvertendo a guarnição de Lisboa, quase ninguém apareceu para defender o regime.

Tudo isto é verdade. Mas se o objectivo é celebrar a morte de sistemas políticos apodrecidos, ignorando o que se lhe seguiu, não deveríamos comemorar também o 28 de Maio de 1926, que igualmente pôs fim a um regime desacreditado e já sem defensores?

Um regime?

Gostamos de contrastar o actual regime democrático, desde 1974, com a ditadura do Estado Novo (1933-1974). Mas o regime implantado em Portugal em 1910 e que durou até 1926, a chamada I República, tem tão pouco a ver com a actual democracia como o salazarismo. A I República passou por várias situações e foi dirigida por várias personalidades. Mas na sua versão dominante, associada ao monopólio do poder pelo Partido Republicano Português de Afonso Costa, foi um dos regimes mais intolerantes, exclusivistas e violentos do século XX em Portugal.

 O grande problema da I República de 1910-1926 foi saber-se se era um regime aberto a todos os portugueses, ou só para alguns. Os líderes do dominante Partido Republicano Português de Afonso Costa, situado na esquerda radical, achavam que devia ser só para os militantes do seu partido, que monopolizavam o governo e todos os empregos no Estado. Recusavam o princípio da alternância no poder (“na república não se governa para a direita”) e qualquer desvio à linha anti-católica.  Outros republicanos – como os presidentes Manuel de Arriaga e Sidónio Pais e o próprio “fundador da república”, Machado Santos – quiseram, pelo contrário, fazer uma “república para todos os portugueses”, isto é, conciliadora com a igreja católica e aberta à participação livre no espaço público de quem não era militante dos partidos republicanos ou não tinha ideias de esquerda. Por causa disso, Arriaga foi deposto em 1915, e Sidónio e Machado Santos, assassinados (em 1918 e em 1921 respectivamente).

A “democracia” do PRP assentou na redução do eleitorado através da negação do direito de voto aos analfabetos: durante a monarquia, puderam votar 70% dos homens adultos em Portugal; com a I república, essa percentagem reduziu-se a 30%. A “tolerância” de Afonso Costa consistiu numa guerra de morte à Igreja católica, sujeita a uma “lei de separação” que visava de facto o contrário: a sujeição do clero e dos católicos à prepotência e arbítrio de um Estado hostil. Críticos e oposicionistas ficaram sujeitos à violência dos gangues armados do PRP, que em 1911 trataram de destruir (dizia-se então “empastelar”) todos os jornais ditos “monárquicos” em Lisboa.

A I República foi ainda o primeiro regime a excluir expressamente as mulheres da vida cívica, ao negar-lhes por lei o direito de voto. Nas colónias de África, seguiu uma política dura e racista, que em 1915 chegou ao genocídio das populações do sul de Angola. Afonso Costa forçou ainda a entrada de Portugal na I Guerra Mundial (1914-1918). Em dois anos, houve quase tantos mortos como nos treze anos de guerras coloniais entre 1961 e 1974. É com este regime que a nova democracia portuguesa se quer identificar em 2010?

Uma especulação político-partidária.

O que explica então esta fúria comemorativa? Fundamentalmente, as metamorfoses da esquerda. As esquerdas portuguesas, há trinta anos, eram marxistas, de linha soviética, maoísta ou social democrata “avançada”. Desprezavam os velhos republicanos, patriotas e colonialistas, de que uma parte até aderira ao Estado Novo na década de 1960, por causa das colónias (Norton de Matos, por exemplo, tornou-se uma referência da propaganda colonial salazarista). Basta ler os livros de história publicados na década de 1970 por autores marxistas: o republicanismo era para eles uma coisa “pequeno-burguesa”, de caixeiros com bigodes.

Depois do 25 de Abril de 1974, o coronel Vasco Gonçalves, na tomada de posse do II Governo Provisório, em Julho, avisou logo que a revolução não tinha sido feita para voltar “ao triste passado de antes de 1926”. Exactamente: a república, para as esquerdas portuguesas em 1974, era um “triste passado”. Aliás, um dos partidos logo convidados para integrar o Governo Provisório foi o Partido Popular Monárquico, por via do arquitecto Gonçalo Ribeiro Teles. Tanto Álvaro Cunhal como Mário Soares, filhos de antigos republicanos, evitaram o anti-clericalismo, até para poderem conviver com os “católicos progressistas”, que formaram uma das principais componentes das esquerdas portuguesas na década de 1970.

A Democracia em Portugal, entre 1974 e 1976, foi construída contra o Estado Novo, mas também contra a I República. Desde logo, constitucionalmente. Ninguém queria o parlamentarismo e o desregramento dos partidos. Por isso, a Constituição de 1976 inspirou-se na monarquia constitucional, ao estabelecer um presidente da república que, aparte o ser eleito por sufrágio universal, tinha os mesmos poderes do rei da Carta Constitucional de 1826. Por essa via, o regime com o qual de facto a actual democracia tem mais em comum é a monarquia constitucional de 1826-1910.

As esquerdas portuguesas só mudaram de opinião perante a velha república quando deixaram de ser marxistas e de querer fazer em Portugal uma revolução socialista. Para se distinguirem de uma direita cujo modelo de liberalização económica aceitaram numa forma mitigada, começaram a valorizar outra vez os “valores republicanos”, como fez a esquerda socialista francesa, e sobretudo adoptaram o programa de “fracturas culturais” da esquerda americana.

A fim de dar profundidade histórica a esta reconfiguração ideológica, identificaram-se com o laicismo anti-clerical da velha I República. Mais: ocorreu-lhes que identificar subitamente esta democracia com a I República de 1910-1926 seria a maneira de legitimar oficialmente o exclusivismo de esquerda e fazer com que os liberais e os conservadores não se sentissem em casa no actual regime.

O resultado é um travesti histórico. Os velhos republicanos de 1910 eram profundamente patriotas, machistas e homofóbicos. Foi a I República que, em 1922-1923, proibiu e mandou apreender a Sodoma Divinizada de Raul Leal e as Canções de António Botto, das primeiras defesas abertas da homossexualidade em Portugal. Que diriam os déspotas do PRP se soubessem que a comissão do centenário pensou em comemorá-los com o casamento gay? Saberiam apreciar a ironia da história?

*Artigo do Prof. Rui Ramos publicado na revista do Correio da Manhã, Outubro de 2009

http://www.casarealportuguesa.org/dynam ... asp?id=105
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cromwell

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Re: Centenário da República Portuguesa (1910-2010)
« Responder #68 em: Setembro 29, 2010, 09:48:15 pm »
Desculpem não ter dito isto nas minhas anteriores mensagens, mas se ainda existem foristas que ainda têm orgulho de ser portugueses, que são patriotas e que sacrificariam a sua vida pelo país, por favor, não participem em qualquer festevidade sobre o centenário da República e não vejam as mini-séries republicanas que vão aparecer.

Não é um acto de anti-patriotismo, é um acto de grande patriotismo, pois assim estarão a manifestar o vosso desprezo ao regime repúblicano, que é um regime ilegitimo cujos fundadores causaram um acto traiçoeiro e de vilanagem contra a Pátria e contra o Rei, provocando assim o constante estado de decadência que Portugal tem carregado às costas ao longo destes 100 anos.

Cumprimentos.
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cromwell

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Re: Centenário da República Portuguesa (1910-2010)
« Responder #69 em: Outubro 05, 2010, 12:35:16 pm »
Se alguem vive em Guimarães e se for patriota, por favor vá ao palácio dos duques de Bragança a partir das 15 horas, pois lá estará o duque de Bragança para uma proclamação de lealdade.

http://centenario-republica.blogspot.co ... tugal.html
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cromwell

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João Vaz

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Re: Centenário da República Portuguesa (1910-2010)
« Responder #71 em: Outubro 18, 2010, 10:32:31 am »
Só por curiosidade: porquê um Republicano (Cromwell) a defender a Monarquia? Isto é, se for o Oliver, Lord Protector, que ficou com a cabeça de Carlos I. Será outro Cromwell...?

 :roll:
"E se os antigos portugueses, e ainda os modernos, não foram tão pouco afeiçoados à escritura como são, não se perderiam tantas antiguidades entre nós (...), nem houvera tão profundo esquecimento de muitas coisas".
Pero de Magalhães de Gândavo, História da Província Santa Cruz, 1576
 

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Re: Centenário da República Portuguesa (1910-2010)
« Responder #72 em: Outubro 18, 2010, 01:09:10 pm »
Citação de: "João Vaz"
Só por curiosidade: porquê um Republicano (Cromwell) a defender a Monarquia? Isto é, se for o Oliver, Lord Protector, que ficou com a cabeça de Carlos I. Será outro Cromwell...?

 :roll:

Cromwell é simplesmente uma alcunha que eu uso para este forum.

Não tem nada a haver com posições políticas.
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João Vaz

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Re: Centenário da República Portuguesa (1910-2010)
« Responder #73 em: Outubro 22, 2010, 03:58:30 pm »
Um Adeus Português

5 de Outubro de 1910, à tardinha.



Sic Transit Gloria Mundi...
"E se os antigos portugueses, e ainda os modernos, não foram tão pouco afeiçoados à escritura como são, não se perderiam tantas antiguidades entre nós (...), nem houvera tão profundo esquecimento de muitas coisas".
Pero de Magalhães de Gândavo, História da Província Santa Cruz, 1576
 

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Re: Centenário da República Portuguesa (1910-2010)
« Responder #74 em: Outubro 23, 2010, 02:16:18 pm »
Uma curiosidade, essa praia daqui a uns anos vai desaparecer. Houve uma recreação histórica para retractar esta situação (a partida da familia real de Portugal) e teve uma enorme adesão pública. O mais curioso é que havia alguns monárquicos como figurantes.
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.