São Tomé e Príncipe

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legionario

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Re: São Tomé e Príncipe
« Responder #75 em: Maio 20, 2024, 11:34:26 am »
São Tomé e Principe , Super-Tucanos e um navio classe "Viana do Castelo"  (com uma coisa grande) não ficavam bem juntos  ?  Eu acho...
 

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dc

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Re: São Tomé e Príncipe
« Responder #76 em: Maio 20, 2024, 05:11:24 pm »
Se fosse eu a comandar os destinos do nosso Governo, lixava os russos facilmente!
Comprava todo o material militar russo aos países que fazem parte da CPLP, pelo menos, e oferecia à Ucrãnia!!!!!

Melhor bofetada não existe!!!!

Creio que também teriamos que discutir a parte prática do negócio, que é a substituição do material russo por outro não russo, o qual naturalmente teriamos que ser nós a pagar ...

Só para  Angola são 50 tanques T-72 que precisam ser substituidos... (para não contar com os 200 T-55 e os 50 T-62)
Mais 600 (seiscentas) BRDM, equivalentes às Chaimite, a que se juntam 250 BMP-1 e BMP-2
Nas viaturas sobre rodas 8x8, temos umas duzentas BTR...

E mais de 500 peças de artilharia de 122mm e outras 48 de 130mm e mais 70 BM-21

Para Moçambique é mais fácil porque só temos que substituir os 60 tanques T-54, mais 40 BMP-1 e quase trezentas BTR.

Na Guiné Bissau, teriamos que substituir os 10 T-34 que é suposto eles ainda terem... Talvez eles quisessem substitui-los pelos nossos M-46 Patton ...

Algo me diz que não é possível ...

Vou responder aos dois ao mesmo tempo, aproveitando a citação dupla.

Eu já tinha deixado no ar a ideia de que, se tivéssemos uma indústria de Defesa "a sério", era inteiramente possível dar vazão a uma boa parte do material russo que eles possuem. Era também possível fazê-lo com apoio da UE, nomeadamente para aquele material que não produzíssemos.

E é aqui que pego no que foi dito mais abaixo:
Sem dúvida e isso não está em causa. A questão é: Como?
Isto porque com a entrada da Russia e outros "players" vai levar a uma especie de leilão de quem oferece mais ao país.

Se tivessemos uma industria militar desenvolvida a coisa podia resolver-se à moda dos Estados Unidos, encomendava-mos novo para nós, injetavamos dinheiro na nossa industria e despachavamos equipamento obsoleto para lá. Mas infelizmente nem para nós temos....

Tirar lições de como os EUA fazem, é meio caminho andado. Nós infelizmente temos pouca indústria militar, mas se tivéssemos em áreas específicas, conseguíamos dar vazão a algumas necessidades desses países com material produzido em Portugal. Noutros casos não seria possível, mas mesmo esses podiam ser co-financiados pela UE/NATO/CPLP, por exemplo para carros de combate. Ter mais países alinhados com o Ocidente é sempre benéfico.

Agora:
-Foi um erro enorme ter-se denunciado o contrato dos Pandur, e consequentemente o fim da sua produção em Portugal. Teria sido mais benéfico resolver os problemas, e continuar a produzi-los, e hoje estaríamos a falar de um potencial mercado, só em países da CPLP, para 500-1000 viaturas.
-Outro erro foi não termos optado pela produção nacional das armas da FN que adquirimos, o que permitia produzi-las para vender aos ditos países, de forma a conseguirem substituir as suas armas antigas de proveniência soviética (que depois transitariam para a Ucrânia).
-Ao substituir o armamento ligeiro nestes países, decorre uma transição para os calibres NATO, que muitos deles podiam/deviam ser igualmente produzidos em Portugal, nomeadamente 5.56, 7.62 e até 9mm. As munições de origem soviética transitariam para a Ucrânia.

E existem outros exemplos em como se pode desenvolver a indústria nacional, e que terão nestes países um potencial mercado. Posso dar o exemplo das viaturas tácticas médias/pesadas (camiões), das lanchas de fiscalização e NPOs, até mesmo a realização de MLU a F-16 vindos do AMARG, para substituir os caças soviéticos em operação em alguns destes países, primariamente Angola e Moçambique, já que os outros pouca capacidade teriam para isso.

A isto, acresce a CPLP no seu todo, para a qual eu propunha a criação de consórcios, isto é, frotas conjuntas e financiadas por todos membros, da mesma forma que tal já acontece na NATO, com a frota dos E-3, a dos MRTTs e a dos C-17. O objectivo seria ter capacidades mais complexas e caras, que os membros não tenham capacidade de sustentar sozinhos. Que podiam incluir:
-uma Guarda Costeira, com OPVs e lanchas de fiscalização
-capacidade de transporte aéreo, possivelmente com alguns C-390
-capacidade de patrulha marítima, com C-295MPA ou similar, ou quiçá o avião português que está em desenvolvimento (podiam estar incluídos na GC)
-capacidade SAR, com helicópteros ocidentais (podiam estar incluídos na GC)
-capacidade de transporte marítimo/navio hospital, com 2 ou 3 embarcações
-frota de combate aos incêndios, com aeronaves dedicadas de um ou mais modelos (nomeadamente Canadair, Air Tractor, e eventualmente um modelo de helicóptero)

É natural que com isto, o interesse de outros países para entrar na CPLP aumente ainda mais, e com o crescimento da CPLP, teria que haver um reforço destas capacidades.

É também de notar que uma das criticas à CPLP, sempre foi a falta de reais benefícios económicos para alguns dos países (em que atirar 18 milhões para o país e este dinheiro acabar em destino incerto não ajuda a economia). Ao ter uma CPLP reformulada, que tem capacidade inerentes, e não apenas uma "cena diplomática", passam a haver benefícios a vários níveis para o país, tanto a nível da educação como da empregabilidade.

De repente, abre-se o caminho para postos de trabalho, como pilotos das diversas aeronaves, para marinheiros dos navios, para toda a cadeia logística necessária para sustentar e manter estes meios, e ainda os postos de trabalho criados para as infraestruturas, tanto na sua construção ou modernização/remodelação, como na sua sustentação.

Eu não acho provável que Timor Leste tivesse capacidade de construir um NPO. No entanto podendo ter capacidade de realizar a sua manutenção, já seria um grande passo. Muitos destes países, não tendo capacidade de edificar uma indústria de Defesa, terão muito mais facilidade em dinamizar a economia através da renovação de aeródromos/aeroportos, portos e docas navais, para receber os meios da CPLP, ou através da manutenção destes meios (pelo menos dos mais simples).
 
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Re: São Tomé e Príncipe
« Responder #77 em: Maio 22, 2024, 10:29:48 am »
DC desculpa mas eu não acredito que eles nos comprassem um único Pandur, uma única SCAR, seja lá o que for. Se for dado, eles aceitam, vendido? Não me parece.
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 
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Re: São Tomé e Príncipe
« Responder #78 em: Maio 22, 2024, 10:41:30 am »
DC desculpa mas eu não acredito que eles nos comprassem um único Pandur, uma única SCAR, seja lá o que for. Se for dado, eles aceitam, vendido? Não me parece.

Precisamente.
Ia tudo para o "livro". A experiência assim o diz. E depois há a questão das "reparações". Pelos vistos ainda lhes devemos alguma coisa.
Há que esquecer África, considerando a mentalidade actual.
Quem quiser Africa tem que ir para lá e fazer África sua.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 
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Re: São Tomé e Príncipe
« Responder #79 em: Maio 22, 2024, 10:48:11 am »
É isso mesmo que os Chineses e Russos estão a fazer, mas como não são Europeus... eles aceitam tudo, até porque as elites locais foram todas compradas.
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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dc

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Re: São Tomé e Príncipe
« Responder #80 em: Maio 22, 2024, 07:59:55 pm »
DC desculpa mas eu não acredito que eles nos comprassem um único Pandur, uma única SCAR, seja lá o que for. Se for dado, eles aceitam, vendido? Não me parece.

Certo, mas isso também é outro problema que era preciso ir resolvendo diplomaticamente, e tornar Portugal, e a CPLP, muito mais influente. Por vezes basta dar a entender as vantagens de estar alinhado com o bloco Ocidental, ao invés do bloco China/Rússia. Não é difícil resumir os interesses russos e chineses na região, nem os riscos de se alinharem muito com aqueles países.

Uma CPLP mais forte e mais útil teria sido o primeiro passo, e não só em África. Uma CPLP que junta esforços dos seus membros, para criar capacidades conjuntas (dei exemplos na mensagem anterior), era demasiado aliciante para algum pequeno país fazer birra, alinhar-se com a Rússia ou China e arriscar-se a perder os verdadeiros benefícios que a CPLP lhes concedia.

Muitos destes países até têm recursos naturais, e pretendem crescimento económico também com a indústria e o turismo. Ao se manterem afastados da Rússia e da China, conseguirão receber uma maior percentagem do lucro dos recursos naturais, e com o nível de segurança e certeza proporcionado por uma CPLP mais forte, o turismo cresce. Também crescem as relações económicas entre os membros.
Ao manter estes países alinhados com o Ocidente, abrem-se portas que beneficiam a UE. A UE quer deslocalizar indústrias da China, na Europa não existe mão de obra suficiente para tudo. Mas esta mão de obra existe em África, na América Latina, no Médio Oriente e vários países asiáticos menos desenvolvidos. Ao manter estes países seguros, é possível melhorar o grau de educação e estabelecer indústrias.

Com o crescimento económico, mais poder de compra terão. Mas isto começa, com uma boa capacidade diplomática, e uma CPLP muito mais proactiva e útil.

Quanto à substituição directa do material soviético das nossas ex-colónias, tivéssemos nós indústrias, era inteiramente possível conseguir até financiamento da UE, EUA e NATO para ceder material em troca do que eles têm para ir recambiado para a Ucrânia.
Pelo valor certo, eles pagavam qualquer coisinha, nem que fosse apenas 20-50% do preço base, com o resto co-financiado pela UE.

Se para formar aquela Guarda Costeira da CPLP que falei, vendêssemos a custo simbólico os 4 NPOs originais, e isto permitisse encomendar mais 4 novos para nós, seria mau? Fortalecias a CPLP com uma capacidade conjunta interessante, com um meio nacional, que seria maioritariamente mantido pelo AA. Isto criava logo um bom precedente para aquilo que a CPLP se poderia tornar, caso todos os membros contribuam alguma coisa.

E fazer o mesmo com os 4 C-130 modernizados (este caso até seria primeiro, por o seu substituto já vir a caminho). Colocá-los ao dispor da CPLP, com tripulações provenientes de vários países e com a frota sustentada por todos.
 

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papatango

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Re: São Tomé e Príncipe
« Responder #81 em: Maio 23, 2024, 06:22:28 pm »
Há uma tremenda diferença entre o wishfull thinking e a realidade.

Primeiro, existe uma influencia muito grande por parte dos russos ao nível das elites governantes, especialmente em Angola e Moçambique, que são os casos mais conhecidos.

A realidade é que, quase cinquenta anos após as independências, os países africanos não passaram da cepa torta. Cabo Verde é o único que conseguiu algum sucesso, pois sem ter praticamente recursos naturais, tem uma renda per capita superior à de Angola, sem ter diamantes nem petroleo.

Angola continua agarrada ao governo de um só partido, o que quer dizer que ainda que tenha eleições, nada indica que alguma vez  a oligarquia dominante do MPLA deixe e teta sem uma guerra civil.

Moçambique provavelmente poderá contar com mais apoio da Commonwealth do que de Portugal.
A Guiné e São Tomé continuam a ser miseráveis. A Guiné é pior que São Tomé, naturalmente, porque na Guiné nem sequer turismo existe e aquili é por isso considerado um narco-estado.

A outra coisa que acho que não faz sentido, é achar que só porque fabricamos um produto, temos automaticamente autorização para o vender onde muito bem entendermos.
Uma coisa era ter a possibilidade de vender para países africanos, outra coisa era uma autorização efetiva, que nunca sequer foi considerada porque a questão não teve seguimento.

Portugal no inicio recebeu F-16A standard e só bastante mais tarde entrou no programa que transformou os F-16 em F-16AM, ou seja uma versão muito mais sofisticada do avião. Inicial,mente, mesmo durante o governo de Cavaco Silva, os americanos continuavam a considerar que era perigoso ter portugueses metidos com tecnologias mais sensíveis.

Os portugueses são geralmente vistos como corruptos e desleixados.
Vide o escandalo dos submarinos holandeses, onde meteram portugueses para estudar a cortiça como forma de isolar o ruido dos navios, e pouco tempo depois os planos enviados para Portugal estavam na Russia.

Achar que de um momento para o outro vamos entregar coisas aos africanos, que depois vão evidentemente estar na mão dos russos, não parece fazer muito sentido.

Além do mais, falar da CPLP e da relação entre Portugal e a Africa, é esquecer o elefante na sala.
A CPLP irá para onde o Brasil quiser. E foi até onde foi possível, quando o Brasil tinha presidentes que eram chefes de estado, como por exemplo o Fernando Henrique Cardoso.

Depois, foi uma queda no precipicio, nos governos de Lula ainda se mascarou a realidade, colaborando com o Brasil, e esquecendo que o partido do Lula era afinal uma organização criminosa.
Depois com a "presidenta" Ivana Rousseva, ficou claro o desconforto... Como o Bolsonaro, ficou pior ainda, não por o homem ser de direita ou de esquerda, mas porque era (e é) um absoluto cretino imbecil.

Agora temos um Brasil que não quer saber de CPLP nenhuma para nada, a não ser para ajudar os russos, com um Lula absolutamente radicalizado, controlado por uma especialista de primeira linha na área que é necessária para manter o Lula feliz, e garantir que o Brasil continua a obedecer aos russos.

A CPLP neste momento tem alguma expressão militar.
Permite aos brasileiros vender aeronaves de transporte e eventualmente aviões de treino ou combate aproximado.
E os brasileiros não precisam da CPLP para vender aviões para a Nigéria, o Mali ou a Mauritania.

Se nós tivessemos capacidades para fabricar armamentos, estariamos a cometer um erro suicida ao apostar apenas nos PALOP, que queira-se ou não são apenas dois, o resto é meramente decorativo.

É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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legionario

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Re: São Tomé e Príncipe
« Responder #82 em: Maio 23, 2024, 08:15:46 pm »
São Tomé e Principe é um pequeno país com pouco mais de 200 mil habitantes. O que convém a um micro-estado é uma pequena força do tipo GNR, com as 3 valências . São Tomé não precisa de Pandur's , é completamente ridiculo, precisa sim de meios de vigilancia e de intervenção para defender a sua ZEE. 
São Tomé  sózinho nunca conseguirá fazer peso face a uma Nigéria que tem mais militares que São Tomé tem de população. Aqui pode entrar Portugal. Podemos ser solidários com este país lusófono mantendo uma pequena força aero-naval no território e continuando a participar na formação dos militares sãotomenses. A solidariedade pode e deve alargar-se no campo do ensino e da saúde. Estamos a falar de uma população de 220 mil pessoas e de um território pouco maior do que a Madeira, é uma tarefa assim tão dificli para Portugal ?

NT. São Tomé tem tido dificuldades com os seus vizinhos no traçado das respectivas ZEE.
 

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"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 
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