« Responder #31 em: Abril 13, 2007, 07:48:21 pm »
Deputados PSD alertam para degração condições operacionais Base LajesPonta Delgada, 13 Abr (Lusa) - Os deputados do PSD à Assembleia da República Mota Amaral e Joaquim Ponte alertaram hoje para a "degradação das condições operacionais" da Base das Lajes, na sequência da recente desactivação da Esquadra 711. Num requerimento enviado à Assembleia da República, os parlamentares social-democratas alegam que a desactivação da Esquadra da Força Aérea Portuguesa demonstra que o "Governo prossegue a sua desenfreada política de desmantelamento dos serviços do Estado, agora também nos Açores". Quarta-feira, o Comando da Zona Aérea dos Açores anunciou a desactivação da Esquadra sedeada na Base das Lajes, ilha Terceira, que passa a dispor de destacamentos dos novos helicópteros "Merlin" e dos aviões Aviocar C-212.
Na altura, um responsável do Comando da Base Aérea 4 das Lajes, ilha Terceira, garantiu à agência Lusa que continuarão em permanência na região três helicópteros EH101 "Merlin" e três aviões de busca e salvamento Aviocar.
A mesma fonte explicou que os helicópteros destacados no Açores ficam, agora, dependentes da Esquadra 751, do Montijo, e os Aviocar da Esquadra 502, de Sintra.
No seu requerimento, os deputados do PSD sublinham que as anteriores esquadras prestaram "relevantíssimos serviços" no apoio à população, como transporte de doentes, fiscalização das pescas e auxílio e salvamento de navios.
Mota Amaral e Joaquim Ponte alegam ainda que, nas "peculiares" condições climatéricas dos Açores, este tipo de operações exige experiência e conhecimento do local, que "não se compadece com destacamentos temporários".
"A Base das Lajes - jóia da coroa da valia estratégica dos Açores, há mais de 60 anos operada também pelas Forças Armadas dos EUA, ao abrigo de um acordo bilateral - vai ser degradada nas suas condições operacionais, extinguindo-se as esquadras existentes de aviões de transporte e de helicópteros", alertaram. Os parlamentares sociais-democratas adiantam, também, que "a redução" da presença da Força Aérea Portuguesa nos Açores "afasta Portugal do teatro de operações do Atlântico" e gera um "relativo vazio que afecta a própria imagem da soberania nacional".
"Invocar o argumento do atlantismo para justificar o recuo das nossas unidades dos Açores para o interior do território continental da República, só pode ser entendido como piada de humor negro", frisam os parlamentares.
Perante isso, os deputados social-democratas açorianos questionam se o Governo tem em conta, "ao anunciar as decisões referidas, que elas significam uma desvalorização da posição estratégica dos Açores, a qual tem inquestionável interesse nacional".
"Como pretende o Governo garantir condições de segurança das operações nas Lajes, entregando-as a destacamentos de outras bases, decerto com permanências reduzidas na Terceira", perguntam os deputados, que querem também saber se o Executivo "ouviu as legítimas autoridades democráticas da região" sobre esta matéria. Recentemente, o presidente do Governo açoriano afirmou que trata de "uma falsa questão", alegando "não existir nenhuma alteração" dos meios afectos à Força Aérea na Base das Lajes.
"Não há também, por via disso, qualquer alteração do grau de prontidão e capacidades disponíveis da Força Aérea nos Açores", declarou Carlos César aos jornalistas.
O chefe do executivo açoriano considerou "natural que ocorram mudanças de comandos", acrescentando que a Força Aérea nos Açores dispõe de aviocares e helicópteros, que "são novos e permitem um aumento muito sensível das capacidades".
APE.
Lusa/fim