As metas planificadas acabam por destruír a economia. Criam, por exemplo, a necessidade de aumentos de produção constantes (embora por vezes suceda como no livro 1984, em que esse aumento se consegue alterando os registos de quanto era produzido antes), que levam ao mega-projecto de irrigação que destruiu o Mar de Aral
Isto não é necessariamente verdade, pode acontecer. Aliás, isso até é mais visível numa economia de mercado porque como o patrão nunca submete a sua margem de lucro aos esforços para ganhar à concorrência, o que se exige é que se produza mais por menos ordenados.
O patrão tem que submeter a sua margem de lucro a muita coisa. Ao competir com outras empresas, procurará a melhor relação possível entre os custos e as receitas, obviamente. Quanto a ser mais visível numa economia de mercado... Lembro-me dessas tais plantações de algodão da URSS, lembro-me da história de terem produzido tantas AK-47 que agora não conseguem vender uma arma a ninguém no mercado inundado... Mas não me lembro da história de quando a Ford produziu tantos carros que já ninguém os queria nem dados.
Leva também a que um certo ramo de actividade tenha que ignorar procedimentos e regras para poder apresentar "resultados científicos importantes"
Não é verdade porque os planos são feitos de acordo com as possibilidades e as regras. Aliás, numa economia de mercado isso é mais provável porque aliciados por um aumento do lucro, acabam por desrespeitar regras para produzir mais.
Repito: Chernobyl, reactor 4, Abril de 1986.
Desligaram propositadamente os sistemas de segurança para poder forçar uma experiência que não seria possível realizar normalmente, por o reactor se encontrar fora dos parâmetros que a permitiriam. E fizeram isto por ser a única forma de apresentar o resultado na celebração do 1º de Maio. O resultado, acho que falaram bastante disso há uns dias. Realmente, foi uma experiência que conseguiu apresentar resultados bastante conclusivos e memoráveis.
os ramos da produção procuram sempre produzir o volume necessário do seu produto para a economia existente (regidos pela simples lógica de que o excesso de produção é castigado pela baixa de preços e possíveis perdas no lucro potencial)
Isto em concorrência perfeita seria muito bonito. Mas depois acontecem uns fenómenos que destabilizam tudo isso.
Na economia de mercado são precisos fenómenos, na planificada isso é o estado normal.
A lógica das metas planificadas preocupa-se sempre em aumentar mais e mais a produção
Não é verdade, as metas planificadas devem ter em conta o consumo/procura. Numa situação de aumento populacional, desemprego e atraso industrial em que se encontrava a Russia aquando da revolução é que foi necessário percorrer essa maratona em 10 anos. Mas, numa situação normal, os planos têm concerteza, em conta o consumo e o emprego e todos os dados que possam fazer com que a produção não seja inferior nem supere aquilo que é necessário.
Teóricamente, sim, o planeamento da economia deverá reger-se pela lei da oferta e da procura (com alterações para defender o bem público). Na prática, temos a economia soviética ou o "Grande Salto Adiante".
o qual acabaria por espelhar o resultado de se permitir que os mercados (e os níveis de produção) se auto-regulassem.
Mas a verdade é que os mercados não se auto-regulam. A 5ª feira negra é um exemplo disso, e agora andamos numa selva com um estojo de primeiros-socorros que só dá para meia duzia.
The Crash of 1929 and the subsequent Great Depression were in part longer and deeper for three reasons: [8]
1. The Smoot-Hawley Tariff Act applied tariffs to more than 3,200 products (many more than the previous tariffs).
2. The tariff rates were very high — averaging 60%.
3. Other countries responded by enacting their own tariffs against U.S. goods in retaliation.
Desculpe citar a Wikipedia, mas também não estou para procurar muito.Então o que é que temos aqui? Temos uma auto-regulação do mercado bolsista (a queda, que tendo sido bastante grave para muita gente, poderia não ter tido um efeito muito pronunciado na recessão económica), a que as autoridades reagiram com medidas violentas de regulação. As quais evisceraram (que bela palavra) a economia.
O estudo da maximização de lucros faz com que a que as empresas procurem o ponto em que os custos totais de produção apresentam a maior diferença com o valor da receita esperada com a venda do produto.
Não só não é verdade que a maximização do lucro te auto-regula o mercado, como ainda por cima, acaba por te criar problemas graves a longo prazo.
Exemplo: No mercado energético, nós hoje em dia não estamos a usar a energia mais limpa e barata que existe...então se os mercados se auto-regulassem já a deviamos estar a utilizar não?!?! Claro que não...chama-se, concentração monopolista, submissão do poder político ao poder económico. Em suma, a selva não se auto-regula, e minimizar a area que a selva tem para se "auto-regular" é um caminho errado.
Infelizmente, a energia mais limpa e a energia mais barata não são a mesma, ao que sei. É chato.
Mas a selva autoregula-se. Se há muitos coelhos, aumenta a população de raposas. Se as raposas não chegam para limpar o sebo aos coelhos, acaba a comida de coelho e estes começam a passar fome, e a população diminui. Se as raposas chegam para diminuir a quantidade de coelhos, a quantidade de coelhos acaba por regular a quantidade de raposas, porque só algumas é que conseguem encontrar coelho.
O problema disto é que é f*dido ser um dos coelhos, que ou passa fome ou é comido por uma raposa. Sim, por isso é que se regula a selva (os mercados, e todos são mais ou menos regulados). Numa "selva de mercado", procura-se minimizar as flutuações excessivas das populações, para que se mantenha um equilíbrio entre os coelhos e as raposas sem as partes mais duras de coelhos e raposas que passam fome. Numa "selva planificada" fecham-se as populações de coelhos e raposas em gaiolas e decide-se arbitrariamente o tamanho da população de coelhos, o tamanho da população de raposas, a quantidade de erva que cada coelho deve comer, e a quantidade de coelho para cada raposa.