25 de Abril de 1974

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Duarte

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Re: 25 de Abril de 1974
« Responder #150 em: Abril 28, 2010, 04:41:40 pm »
Citação de: "HJAB"
Mas a grande vantagem não é se são mais ou menos cultos. é a possibilidade dada a todos de o serem;  o que antes não acontecia: só as elites é que tinham essa possibilidade. Não confundamos as coisas: antes existia um determinismo naquilo que cada um poderia ser (imobilismo); hoje existe a possibilidade de qualquer um poder (se o quiser) ser mais culto.

Como? Diga isso ao primo da minha avó, que sendo filho de merceeiro, formou-se em medicina e tornou-se no primeiro cardiologista da nossa terra, em pleno estado novo.
A propagação de mentiras e propaganda por certas pessoas, para quem era tudo péssimo no estado novo, e agora é tudo um mar de rosas, põe em causa a sua credibilidade.

Muito pelo contrário, acho que o mérito pessoal, o trabalho árduo, a dedicação, o estudo, etc.. valiam muito mais para o sucesso individual do que no pós 25A, em que o servilismo político-partidário, ligação à maçonaria, o compadrio e corrupção são os métodos de mobilidade sócio-económica.
слава Україна!

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HJAB

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Re: 25 de Abril de 1974
« Responder #151 em: Abril 28, 2010, 07:30:07 pm »
As histórias do primo ou do vizinho não são argumento válido para uma discussão; o que interessa são as estatísticas. Se vamos por casos particulares então a discussão racional acabou; será sempre possível contrapor (usando essa sua lógica) : "está bem mas eu conheço um primo que..."Isto é que são os seus argumentos?
Quer dizer que numa ditadura, como era o estado novo, o servilismo, o compadrio e a corrupção não eram maiores do que agora?
Uma ditadura define-se precisamente também por isso: a instalação no poder de uma elite que afasta (violentamente) todos os outros e favorece os seus.
Quanto ao culto do Salazar só caracteriza quem o faz: o culto de um avarento que deixou os cofres cheios à custa do desenvolvimento de um pais, mergulhado na ignorância.
Para vós qualquer ditador que tenha um complexo do tio patinhas (mas sem a graça deste último) é  um génio... :D
Se este é o maior político do séc XX Português, então está tudo explicado: o atraso do pais em todas as áreas.
Se no final do estado novo, o pais estivesse desenvolvido, então poder-se-ia dizer: o homem era um ditador, mas lá teve o condão de desenvolver economicamente o pais: mas nem isso.
 

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TOMSK

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Re: 25 de Abril de 1974
« Responder #152 em: Abril 28, 2010, 08:39:37 pm »
Citação de: "HJAB"
Para vós qualquer ditador que tenha um complexo do tio patinhas (mas sem a graça deste último) é  um génio... :D
Isso é porque para vós qualquer engenheiro que tenha um complexo de estouro de dinheiro em obras inúteis já é um estadista.

Citação de: "HJAB"
Se no final do estado novo, o pais estivesse desenvolvido, então poder-se-ia dizer: o homem era um ditador, mas lá teve o condão de desenvolver economicamente o pais: mas nem isso.
Sabe bem que isso não é verdade. No fim da acção de Salazar como Ministro das Finanças, a balança económica do país estabilizou-se e o país desenvolveu-se. Até opositores como Fernando Rosas ou Mário Soares lhe elogiam isso.

A acção como Presidente do Conselho tem que ser analisada separadamente.
 

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sergio21699

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Re: 25 de Abril de 1974
« Responder #153 em: Abril 28, 2010, 08:45:16 pm »
Citação de: "TOMSK"
Sabe bem que isso não é verdade. No fim da acção de Salazar como Ministro das Finanças, a balança económica do país estabilizou-se e o país desenvolveu-se. Até opositores como Fernando Rosas ou Mário Soares lhe elogiam isso.

A acção como Presidente do Conselho tem que ser analisada separadamente.

Sem dúvida que Salazar foi um excelente Ministro das Finanças mas estragou tudo quando decidiu instaurar uma ditadura no nosso país.
-Meu General, estamos cercados...
-Óptimo! Isso quer dizer que podemos atacar em qualquer direcção!
 

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Paisano

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Re: 25 de Abril de 1974
« Responder #154 em: Abril 29, 2010, 02:53:31 am »
Citação de: "papatango"
Paisano ->

Grande PT,

Tudo bem com você?

Citação de: "papatango"
O Brasil não teve 25 de Abril mas também teve ditadura:
Você acha que a democracia portuguesa é mais democrática que a brasileira ?

Não existe esse negócio de democracia mais democrática. Ou se tem democracia ou não se tem.

E se não tem, então, é ditadura.

Portanto...

Citação de: "papatango"
Se não é, então para que serviu o 25 de Abril ?.

Eu devolvo com uma outra pergunta: Seria possivel, antes de 25 de Abril de 1974, existir um local debates como o FD?

E não estou, obviamente, me referindo à parte tecnológia.

Citação de: "papatango"
O que é que é mais lógico, um brasileiro parabenizar os portugueses pelo 25 de Abril, ou um português parabenizar um brasileiro por viver em democracia sem precisar de uma revolução ?

O parabéns é para Portugal e para o Brasil.

Citação de: "papatango"
Os meus parabéns Paisano, os meus parabéns aos brasileiros, por não terem precisado de um 25 de Abril, para viverem em democracia e conseguirem eleger como presidente um homem do povo, coisa que os portugueses nunca conseguiram.

Parabéns a Portugal pelo 25 de Abril de 1974.

E quanto a eleição, tenho certeza que um dia Portugal irá eleger o "Lula tuga".

Um abraço.
As pessoas te pesam? Não as carregue nos ombros. Leva-as no coração. (Dom Hélder Câmara)
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Volta Redonda
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HJAB

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Re: 25 de Abril de 1974
« Responder #155 em: Abril 29, 2010, 06:43:49 pm »
Citação de: "TOMSK"
Citação de: "HJAB"
Para vós qualquer ditador que tenha um complexo do tio patinhas (mas sem a graça deste último) é  um génio... ;)

O problema é que o homem esteve lá décadas e com todo o poder possível (graças á repressão) e mesmo assim o que fez não foi nada de fundamental: nada que o estado democrático, em muito mesmo tempo e com todas as dificuldades de uma democracia, não tenha ultrapassado largamente.

O problema do Salazar (ou melhor de quase todos os outros Portugueses) é que foi um caos de erro de "casting": o homenzinho teria dado um excelente padre numa pequena paróquia, mas alguém lhe meteu na cabeça que dava um bom estadista e o resultado foi o que se viu.
O Salazar era um homem com uma mentalidade do tamanho de um paróquia a querer gerir um país do tamanho de um império.
Isto para não falar nos tiques do homem: aquela mania que só ele tinha razão e os outros teriam de concordar consigo ou então... como os rufias fazem.
Quem quiser elogiar e admirar um pequeno homem como este, que esteja à vontade; por mim não: chega de elogiar medíocres.
E aqui está a diferença fundamental entre o Salazar e os outros responsáveis pós-25 de Abril: podemos inr tentando até encontrar um que melhore mais o nosso país: essa é a vantagem da democracia.
Agora ter de aturar vitaliciamente um mediocre (com tiques de rufia) é que não obrigado...
Só uma última nota: não cite "vermelhos" (como o Fernando Rosas ou o Mário Soares) como fontes ou poderá não ser convidado para o jantar do dia 28 de Maio   :twisted:
 

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Duarte

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Re: 25 de Abril de 1974
« Responder #156 em: Abril 30, 2010, 03:05:47 am »
Se o Dr. Salazar foi "homen pequeno", com diz, esta corja de corruptos que passam por estadistas agora são pulgas parasíticas minúsculas, em comparação  :roll:
Com excepção de SAR D. Duarte Pio, o Dr. Sá Carneiro e o Gen, Eanes, no pós-25A simplesmente não há mais ninguém que possa aparentar sequer ser estadista. E´só engenheiros por curso de correspondência..  :conf:
E vejam onde estão Angola, Moçambique, Guiné, Timor..  :twisted:

Sinagpura, um dos países classificado de regime híbrido, é um dos mais ricos países da Ásia, com um elevado nível de vida, forças armadas modernas, tecnologicamente avançadas e poderosas e possui enormes reservas de ouro. É também um regime autoritário, com censura, um sistema parlamentar dominado por um só partido, e que foi no seu tempo violentamente anti-comunista. O sistema legal é severo, com castigos corporais por alguns crimes e pena de morte por crimes de homicídio e tráfico de droga. Em comparação, no paraíso abrilino, os violadores de crianças e mulheres são soltos ao fim de dois anos de pena.  :roll:

Diag-nos, caro Sr. HJAB, se lhe desagrada tanto o Dr. Salazar, quem é para si um estadista actual Português maior e melhor? Curious minds want to know.   Há tantos por onde escolher. :lol:
« Última modificação: Abril 30, 2010, 04:42:30 am por Duarte »
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Duarte

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Re: 25 de Abril de 1974
« Responder #157 em: Abril 30, 2010, 04:03:12 am »
Citação de: "HJAB"
As histórias do primo ou do vizinho não são argumento válido para uma discussão; o que interessa são as estatísticas.

Não contam? Diz quem? É verdade, aconteceu, e desprova a sua tese ridícula. Aliás, há fontes mais isentas do que eu que o afirmam. Até o facto óbvio do próprio Dr. Salazar, de origins humildes, ter alcançado o cargo de Ministro das Finanças, e Presidente do Conselho põe isto em evidência. :evil:

http://countrystudies.us/portugal/64.htm

Citar
Portuguese business culture permitted a surprising upward mobility of university-educated individuals with middle-class backgrounds into professional management careers. Before the revolution, the largest, most technologically advanced (and most recently organized) firms offered the greatest opportunity for management careers based on merit rather than on accident of birth.

Citar
The Portuguese economy had changed significantly by 1973, compared with its position in 1961. Total output (GDP at factor cost) grew by 120 percent in real terms. The industrial sector was three times greater, and the size of the services sector doubled; but agriculture, forestry, and fishing advanced by only 16 percent. Manufacturing, the major component of the secondary sector, was three times as large at the end of the period. Industrial expansion was concentrated in large-scale enterprises using modern technology.

Citar
There was a striking contrast between the economic growth and levels of capital formation in the 1960-73 period and in the 1980s decade. Clearly, the pre-revolutionary period was characterized by robust annual growth rates for GDP (6.9 percent), industrial production (9 percent), private consumption (6.5 percent), and gross fixed capital formation (7.8 percent). By way of contrast, the 1980s exhibited a pattern of slow-to-moderate annual growth rates for GDP (2.7 percent), industrial production (4.8 percent), private consumption (2.7 percent), and fixed capital formation (3.1 percent).

Citar
Convergence of real GDP growth toward the EC average occurred as a result of Portugal's economic resurgence since 1985. In 1991 Portugal's GDP per capita climbed to 54.9 percent of the EC average, exceeding by a fraction the level attained just before the Revolution of 1974.
 

Só em 1991 é que o PIB ultrapassou o de 1973.
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HJAB

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Re: 25 de Abril de 1974
« Responder #158 em: Abril 30, 2010, 07:29:08 pm »
- O estado novo foi uma ditadura porque não tinha nenhumas das características de uma democracia: onde estavam a associação livre de partidos, as eleições livres, a separação dos poderes (sobretudo o judicial), a liberdade de expressão? O estado novo não tinha nada disto nem o defendia; pelo contrário, tudo fez para o evitar através da repressão, quer a inscrita na lei, quer a feita pelo aparelho repressivo do estado (PIDE e Censura).
- A classificação que apresenta dá razão: vivemos num estado democrático.
- a inclusão da referência às monarquias, não entendo: ou defende o Salazar ou defende a monarquia (o Salazar não era nada monárquico, sabia?);
- as monarquias referidas são países democráticos (democráticos, ou seja o oposto do estado novo);
- O caso de Singapura acaba com a vossa argumentação da genialidade do estado novo: um país mais pequeno, sem recurso naturais, em menos tempo e com muitas mais liberdades que o estado novo consegue fazer o que o “génio” do Salazar nunca conseguiu;
- Qualquer estadista Português pós-25 Abril tem uma moralidade que o Salazar nunca teve: o de ter sido legitimado pela vontade do povo;
- o crescimento económico: o estado democrático conseguiu em 15 anos ultrapassar uma fasquia atingida em 50 pela ditadura…?
- As histórias particulares (como referi anteriormente) não podem contar para uma discussão séria uma vez que dão uma visão parcial, ou seja, representam o caso daquela pessoa; em termos percentuais o que representa isso?
Se aceitarmos a história do seu vizinho, o que podemos extrair daí é que essa pessoa teve uma vida boa durante a ditadura, e depois? Eu aceito perfeitamente que existiram pessoas (para além das que conhece) que se deram muito bem durante a ditadura; aceito perfeitamente que essas pessoas tenham a mesma posição que você (uma relativização da ditadura); acredito perfeitamente também o caso oposto (alguém que pessoalmente sofreu por causa da ditadura e por isso a ataque).
Qualquer uma destas posições valem como testemunhos pessoais, mas nunca nos poderão fazer esquecer o global (não tomemos a árvore – boa ou má - pela floresta).
O importante na avaliação do estado novo, são os factos gerais e aplicáveis ao conjunto do estado, da sociedade e de todas as áreas de vida de um país, não os casos particulares.
Se se contenta, para justificar uma visão mais cor-de-rosa do estado novo, com algumas histórias que lhe contam os seus conhecidos, então não precisa de se tentar munir de factos…

Uma nota final: quem quer abdicar de liberdades e garantias pessoais em troca de recompensas materiais estará a dar mostras de pequenez de espírito, aceitando de bom grado uma existência numa gaiola dourada.
O problema fundamental nesta perspectiva é que o estado novo colocou (quase) o país todo numa gaiola mas esta não era (para quase ninguém) dourada.
Um ser humano que agrilhoa ou que defende quem o faz nunca se pode arrogar moralidade superior aos demais porque esquece o bem fundamental da humanidade o respeito pelo outro.
 

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Luso

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Re: 25 de Abril de 1974
« Responder #159 em: Abril 30, 2010, 09:26:02 pm »
Este é um tema que abomino particularmente ainda para mais sabendo da presença de ignorantes atrevidos e de má-fé. Não há justificação para tão cega e religiosa devoção a uma pseudo-democracia abrilina que apenas se limitou a ceder populações e recursos para serem explorados por cliques de bandidos, e isto obviamente incluindo a metrópole.
Eu também tive a minha lavagem ao cérebro quando era jovem. Mas aprendi a pensar por mim. Mas adiante.

Portugal nas primeiras décadas de 30 estava MUITO atrasado. Isso é indiscutível. Mas esse atraso foi progressivamente combatido com a lenta - mas segura - industrialização reforço das actividades económicas capazes de um módico de independência.

Havia pobreza? MUITA, efectivamente.
Mas iniciou-se e fomentou-se a produtividade interna, diminuindo a dependência do exterior, logo reforçando-se a Independência e a soberania.
E promoveu-se efectivamente o ensino tendo em vista a capacidade produtiva adequada ao estádio de desenvolvimento presente como escolas técnicas para apoiar a indústria e o comércio.
Estava Portugal atrasado antes de 74?
Claro que sim!
Mas estava-se a construir com bases sólidas e sustentáveis um país mais desenvolvido?
Facto.
Só que isto  o desenvolvimento humano individual e colectivo é algo que só para ser alcançado ao longo de gerações e não como fazem os Chico-espertos que julgam poder queimar etapas! E isto a pensar que os abrilinos tinham boas intenções. Alguns teriam.
Mas os que detinham o real poder estavam a soldo de outros que queriam países dóceis como mercado e fontes de matéria prima / mão de obra barata. E com isto lá se foi a Independência e a sustentabilidade.
“Ah e tal… Portugal agora está mais “desenvolvido”…”
E esse “desenvolvimento” é real e sustentável?
O que é que a realidade demonstra?
Que é tudo uma treta e que vamos ter que cair na real. E veremos que a nossa capacidade produtiva é uma lástima, porque fomos viciados em produtos estrangeiros e crédito fácil.
E agora, lindos?

Cá para mim a “democracia” que muitos apregoam serve apenas para permitir a alguns “intelectuais” de ladainha, de paleio, poderem satisfazerem os seus egos, ouvindo-se, e julgarem-se “válidos” e “diferentes” ao pronunciarem lugares comuns e falsas superioridades morais, no conforto das suas poltronas pagas pelos ordenados e sobretudo pensões seguros e garantidas durante as vacas gordas que criaram para si e que as novas gerações terão que aguentar. Muitos agora são “economistas”, “sociólogos” e outras merdas. Resultados? Só paleio, mediocridade, ignorância mas muita vaidade.
Intectualóides da treta!
Converseta e queixumes de ocasião, defendendo modas importadas não enche barriga nem engrandece a alma, oh parolada!
O que interessa são os actos! Bem nos podemos queixar. E o que é que isso adianta?
Zero!
Bela democracia a vossa.
Bela anedota.
Sabem o que vai ter que acontecer?
Vamos dar por perdido mais um século para recuperar a nossa capacidade produtiva, e isto se o conseguirmos e se os “bem-pensantes” e os traidores a soldo de sombras o deixarem.
Perdemos:

1 – Território;
2 – Ensino/instrução de qualidade ou pelo menos útil;
3 – Educação;
4 – Infraestrutura produtiva;
5 -  Vergonha da cara.

Mas pelo menos agora sempre podemos “dizer mal”.
Que merda de consolo.

Pensar nisto é que é pensar na defesa nacional. Significa que há algo a defender.
Mas o pessoal daqui é, na sua esmagadora maioria, deprimentemente limitado!
Ou é poesia, ou brinquedos ou enfaralhar tópicos com copipeistadas que ninguém lê…
São as verdadeiras Conquistas de Abril, pelos vistos.


Citar
Uma nota final: quem quer abdicar de liberdades e garantias pessoais em troca de recompensas materiais estará a dar mostras de pequenez de espírito, aceitando de bom grado uma existência numa gaiola dourada.
O problema fundamental nesta perspectiva é que o estado novo colocou (quase) o país todo numa gaiola mas esta não era (para quase ninguém) dourada.
Um ser humano que agrilhoa ou que defende quem o faz nunca se pode arrogar moralidade superior aos demais porque esquece o bem fundamental da humanidade o respeito pelo outro.

 :mrgreen:
Que adolescente! Lembra-me o conteúdo de uma composição que escrevi sobre a Abrilada quando andava no 9.º ano.

Lindo, repito-lhe: deixe vir a fomeca que resulta e resultará das vossas falsas "conquistas". Passe fome. E queixe-se "livremente" para ver se isso lhe enche a barriga, ou as da sua família. Dos seus dependentes.
Vá enganar meninos de escola!
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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Miguel

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Re: 25 de Abril de 1974
« Responder #160 em: Maio 01, 2010, 12:40:23 am »
Apoiado Luso,  :G-beer2:
 

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FoxTroop

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Re: 25 de Abril de 1974
« Responder #161 em: Maio 01, 2010, 01:22:43 am »
Citar
Lindo, repito-lhe: deixe vir a fomeca que resulta e resultará das vossas falsas "conquistas". Passe fome. E queixe-se "livremente" para ver se isso lhe enche a barriga, ou as da sua família. Dos seus dependentes

Bem, se a "fomeca" vier, voltaremos aos tempos do Salazar, como o meu sogro diz, quando calha em conversa. Aliás, homem sensato, que construiu a sua vida do nada e vindo da miséria, mas não graças ao vosso ídolo (a proposito, já beijaram o retrato do botas hoje?) mas sim graças à abertura que Marcelo Caetano induziu na sociedade portuguesa e que permitiu que milhares e milhares de portugueses saissem do jugo quase esclavagista que tinham no seu proprio país, isto segundo as palavras dele e dos muitos homens da mesma geração dele (+65) com quem tantas vezes falo (podem muito bem ser pérfidos comunistas, mas se assim forem estão muito bem organizados   :twisted:  :twisted:  )
Outra coisa que me intriga um bocado é o facto de existirem membros aqui do forum que entenderam que o nome de utilizador de um dos foristas era uma especie de ultrage por ser o de um conhecido "bermelho" mas aceitam bastante bem o nome de um certo Dr. (esse Dr. ao menos tinha o merito de ninguém lhe contestar o titulo ao contario de um certo Eng.) mas não deixa de ser divertido essa "dualidade democratica"

O que me parece que faz falta a esta minha gente é um pai, pois ainda não cresceram. E ao olhar para o povo deste meu país, para a sua mansidão bovina, o seu recalcamento covarde, a sua tendencia de queixinhas sempre a olhar para trás (quando tudo era bom, sem nunca lá terem passado para o poder afirmar), começo mesmo é a pensar que não merecem a dadiva de poder escolher o seu proprio destino. Merecem mesmo é alguém que os trate de redea curta e que os sodomize quando se portam mal, pois assim são felizes, podem deitar todas as culpas de todos os seus infortunios nesse alguém e viver bovinamente estupidos e mesquinhos. Neste caso concordo com o Luso, o povo português não está(va) preparado para viver por si.

Máxima liberdade, máxima responsabilidade. ui.... tirem lá essa ultima parte que isso de responsabilidade dá dores de cabeça, venha mas é o fado, o futebol, e todos a Fátima ver o papa
 

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Duarte

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Re: 25 de Abril de 1974
« Responder #162 em: Maio 01, 2010, 02:44:40 am »
Citação de: "FoxTroop"
começo mesmo é a pensar que não merecem a dadiva de poder escolher o seu proprio destino.

Mas acredita mesmo que escolhe o seu próprio destino nesta república das bananas? Quando não há homens sérios e honestos em quem votar e apenas tem a possibilidade de ser governado por dois partidos, cada um espelho do outro?  :twisted:


Citação de: "FoxTroop"
Máxima liberdade, máxima responsabilidade. ui.... tirem lá essa ultima parte que isso de responsabilidade dá dores de cabeça, venha mas é o fado, o futebol, e todos a Fátima ver o papa

Mas que liberdade? A liberdade dos cidadãos serem vitimados por criminosos que ficam impunes perante um sistema judicial paralisado? A liberdade de ver violadores de mulheres e crianças em liberdade ao fim de 2 anos de pena? A liberdade de ver corruptos a governarem impunes? A liberdade desta imprensa, que de livre tem pouco?
A liberdade de vermos as capacidades industriais do país destruídas? A liberdade de estarem desempregados? A liberdade de vermos obras megalómonas desnecessárias que apenas servem para enriquecer alguns? A liberdade de sermos governados por políticos que pertencem a sociedades secretas e fazem obediência a grupos estrangeiros?
A liberdade de ver os pilares da sociedade, a família e o casamento, que funcionaram ao longo de milénios, corrompidos por legislação? A liberdade de ver crianças por nascer assassinadas por conveniência económica? A liberdade de ver o processo Casa Pia rolar sem desfecho por uma eternidade? A liberdade de ver o país cada vez mais a perder a sua soberania? A liberdade de ver o país ser absorvido lentamente pela Espanha? A liberdade de ver o país perder a sua moeda própria? A liberdade de ver o país perder a sua identidade nacional? A liberdade da hipocrisia de viver sob uma constituição que proíbe (e bem) os partidos fascistas, mas permite os partidos comunistas, esta ideologia assassina e totalmente ruinosa? Por mim eram todos proíbidos!  Os partidos nada mais são do que "gangs" legalizados, organizações que não servem os interesses do povo, mas apenas servem a sua clientela de "boys". A democracia pode muito bem existir sem partidos.

Quanto à geração dos 65+.. em qualquer país, cada geração vive melhor que a precedente. Portugal não seria diferente. Como disse o Luso, e bem, não é de um dia para outro que o desenvolvimento se procede. Sem os atrasos como a descolonização, as nacionalizações, a instabilidade política do PREC, a corrupção, e as outras "conquistas" de abril, onde estaria Portugal hoje?  Bem melhor, com certeza.
« Última modificação: Maio 01, 2010, 05:17:39 am por Duarte »
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Re: 25 de Abril de 1974
« Responder #163 em: Maio 01, 2010, 04:28:09 am »
Citação de: "HJAB"
-
- O caso de Singapura acaba com a vossa argumentação da genialidade do estado novo: um país mais pequeno, sem recurso naturais, em menos tempo e com muitas mais liberdades que o estado novo consegue fazer o que o “génio” do Salazar nunca conseguiu;

Mais liberdades? Informe-se. Singapura era, e é um regime ainda mais autoritário do que o Estado Novo. Exerce um controlo sobre a vida dos cidadãos que nem no Estado Novo existiam! Penas corporais, pena de morte, partido comunista ilegalizado, repressão activa de comunistas, censura (que ainda existe..), um regime parlamentar "multi-partidário" só em nome, porque vence sempre o mesmo partido que está no poder há décadas. Um país governado por um autocrata benévolo (para os intelectualoides fragéis será um ditador totalitário), em que o estado utiliza meios capitalistas para fins sociais. Cada cidadão é obrigado a poupar 25% do seu rendimento para a reforma, só tem acesso a este dinheiro aos 55 anos, o patrão contribui 10% (era antes 25% também). Este dinheiro é agregado num fundo de desenvolvimento que é investido e utilizado para construção de habitações, escolas, estradas, etc..
O caso de Singapura é uma anomalia no mundo hoje, mas até resulta. Acho que dificilmente encontrará cidadãos insatisfeitos com o regime.

http://www.sustainer.org/dhm_archive/in ... ingaporeed

http://www.ecitizen.gov.sg/

http://www.philstar.com/Article.aspx?articleid=67238

A receita para este sucesso é um governo forte e um sistema educativo que deveria servir de exemplo. Não há engenheiros falsos a governar Singapura!  :lol:
O sistema educativo forma cidadãos, com sentido de dever e civismo, cria unidade nacional e patriotismo (muito importante num país de várias etnias) e vontade de sucesso através do trabalho. Ao contrário do sistema (des)"educativo" Português que cria malandros que ficam à espero dum tacho ou a mama do governo, cérebros lavados a elogiar as tretas de abril que lhes puseram no buraco financeiro em que encontram.

Citação de: "HJAB"
- Qualquer estadista Português pós-25 Abril tem uma moralidade que o Salazar nunca teve: o de ter sido legitimado pela vontade do povo;

Qualquer estadista do pós-25A não chega aos calcanhares do Dr. Salazar, por isso não pode especificar um sequer! Que moralidade? De que interessa serem "legitimados" como diz, se são uma corja de corruptos, traidores, vendidos, incompetentes e oportunistas? Em que consiste esta "legitimização"? É legitimado por quem e como? E o resultado (que é o que interessa!)? Um estado à beira do colapso financeiro? Um estado onde reina o crime, o desemprego, a corrupção, o individamento (individual e público)?

Vá mas é vender este peixe para outra freguesia...
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HJAB

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Re: 25 de Abril de 1974
« Responder #164 em: Maio 01, 2010, 02:59:42 pm »
Por partes então:
Ao luso: sem usar a linguagem baixa que recorre sempre que o contrariam: Não apresentou nada de novo: apenas a sua opinião que o estado novo seria, na melhor das hipótese um "mal necessário" para o desenvolvimento do país. Dados concretos nada!
Acho curioso que se outorgue tanta liberdade de pensamento próprio e depois recorre sempre à defesa de autocracias de todo o tipo.
Numa coisa concordo consigo: pensa por si e, felizmente, o seu processo mental é quase único  :D
Refere que perdemos muitas coisas com a democracia:
1 – Território;
Acredita mesmo que hoje em dia, ou mesmo em 1974 seria possivel manter um império???
2 – Ensino/instrução de qualidade ou pelo menos útil;
3 – Educação;
Intervenções como a sua não são propriamente um modelo de educação:
Misturar, no meio das sua diatribe,  insultos e insinuações revela a pouca educação que terá: a educação começa pelo respeito pelos outros; lá por não concordarem connosco, não nos dá a liberdade de insultar.
Acho também curioso que ataque as "libertinagens" dos outros e reserve para si o direito de as fazer, nomeadamente a nível verbal.
Mas sempre pode culpar a "Abrilada" por isso, não?
4 – Infraestrutura produtiva;
A infraestrutura feudal que existia no estado novo, com autênticos senhores e servos? Fique lá com ela. O importante é o processo de desenvolvimento continuar, mas em moldes humanos.
5 - Vergonha da cara
Com mensagens como as que escreve, não me parece que seja o oposto disto


Ao Duarte:
Políticos capazes: aí concorde consigo, em parte: não temos estamos bem servidos nos últimos tempos. No entanto, a democracia permite tira-los de lá.
Depois ainda não percebi o que consiste o génio do Salazar? um politico banal e um ditador ainda por cima, não esqueçamos.
Se o Salazar era tão bom politico onde está o resultado de quase meio século de governação desse iluminado?
A legitimação pelo povo não lhe interessa? Define apenas o seu pensamento: deve considerar que o destino de um povo só poderá ser decidido por uns quantos iluminados, não? Por ventura inclui-se nesse grupo, ou estaria disposto a fazer parte da grande maioria que seria submetida durante uma ditadura.
Singapura: foi desde o inicio deste país um estado muito mais livre, na lei e na prática do que o estado novo: Singapura tem um modelo de estado baseado no Taoismo, que defende um papel interventivo do estado, quase como um pai severo e legalista. O que disse anteriormente mantém-se: sempre existiram eleições em Singapura; existia um partido dominador mas que se submetia sempre a eleições (os dirigentes eram eleitos); existem falhas na democracia em Singapura: sim. O estado novo era mais livre que Singapura? Em quê concretamente? Pode dar dados concretos?
Só para clarificar, Portugal de hoje é um pais mais livre que Singapura e o estado novo era um estado ditatorial. Se trocava viver em Portugal de hoje, por um outro país mais desenvolvido mas menos livre? Não.

No final de contas tudo isto é muito simples: vivemos num modelo de estado muito melhor que o estado novo. Se não gostam ou não conseguem lidar com a democracia (a diferença de opiniões, a livre associação, a obrigatoriedade de eleições, etc) podem sempre tentar impor uma ditadura nas vossas casas. Ou se calhar não, é que depois da "Abrilada" as mulheres têm os mesmos direitos que os homens, que grande chatice não é?