Paulo Portas inicia hoje visita de oito dias à China
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, inicia uma visita de oito dias à China hoje, um dia depois de Pequim ter manifestado confiança no esforço do Governo português para «estabilizar as finanças e promover o desenvolvimento económico».
É a primeira visita à China de um ministro do actual Governo português e ocorre num momento considerado «muito especial» das relações bilaterais, nomeadamente no plano económico e financeiro.
«A China acredita que, com base nos seus próprios esforços e no apoio internacional, o Governo português pode estabilizar as finanças e promover o crescimento económico», disse Hong Lei, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, em resposta à agência Lusa.
Mais de cinquenta empresários acompanham Paulo Portas, na maior missão do género enviada por Portugal à China nos últimos cinco anos.
«A China é hoje um dos dez maiores parceiros económicos de Portugal e fez importantes investimentos em grandes empresas portuguesas. Esta visita é a consagração de um momento muito especial nas relações entre os dois países», disse o embaixador português em Pequim, José Tadeu Soares.
A chegada de Paulo Portas a Xangai - primeira etapa da visita - está prevista para hoje cerca das 18h30 (11h30 em Lisboa).
Na segunda-feira, em Xangai, o ministro português participa no fórum Caminho das Exportações, organizado pelo semanário Expresso, e no dia seguinte reúne-se em Pequim com o homólogo chinês, Yang Jiechi.
A agenda de Portas na capital chinesa inclui também encontros com o «número dois» do Governo chinês, o vice-primeiro-ministro executivo, Li Keqiang, com o ministro do Comércio, Chen Deming, e com o director do Departamento Internacional do Comité Central do PCC, Wang Jiarui.
No dia 06 de manhã, o ministro português segue para Hong Kong, rumo a Macau, onde permanecerá até 8 de Junho.
A última grande missão empresarial enviada por Portugal à China, com cerca de 70 executivos, ocorreu em Janeiro de 2007, durante a visita do então primeiro-ministro, José Sócrates.
Entretanto, as exportações portuguesas para a China mais do que duplicaram. Pelas contas chinesas, em 2011 as exportações portuguesas cresceram 54,11 por cento em relação ao ano anterior, para 1,16 mil milhões de dólares.
O investimento chinês em Portugal também cresceu.
A China Three Gorges pagou ao Estado português 2,7 mil milhões de euros por 21,35 por cento do capital da EDP, tornando-se o maior accionista da eléctrica portuguesa, e outra grande empresa estatal chinesa, State Grid, comprou 25 por cento da REN (Redes Energéticas Nacionais) por 387,15 milhões de euros.
Lusa