O responsável da Exposalão Batalha, onde decorre uma feira internacional de promoção no mercado externo de produtos alimentares portugueses, estimou hoje em 4 mil milhões de euros a contribuição do setor agroalimentar para as exportações nacionais em 2011.
"Se a economia está bem nas exportações, temos de especificar o que está bem. O setor agroalimentar [frutas, legumes, enchidos, queijos, vinhos, carne, doçaria, entre outros] exportou em 2011 cerca de 4 mil milhões de euros e representa mais de 60 por cento de mão-de-obra", disse hoje à agência Lusa José Frazão, no dia de abertura da primeira edição da Intergal, que decorre até sábado.
As 80 empresas expositoras estão presentes "por conta própria" e a Exposalão assume os custos das deslocações de Lisboa à Batalha e estadia dos visitantes e potencias clientes estrangeiros - 60 empresas de 20 países, como os Emirados Árabes Unidos, China ou Japão, entre outros.
Exportar para fora da Europa
"Temos de alargar o mais possível o mercado para fora da Europa, temos chineses interessados na carne portuguesa, por exemplo", disse José Frazão, embora na Intergal também existam clientes europeus de países como a Inglaterra, França, Suíça, Alemanha, Luxemburgo, Bélgica e Holanda, locais onde existem empresas "detidas por portugueses que importam produtos nacionais".
O responsável do centro de exposições da Batalha assinalou ainda que a AICEP (Agência para o Desenvolvimento e Comércio Externo de Portugal) contribui "em larga medida" com ações de divulgação da feira, embora José Frazão lamente a "baixa participação" de empresários portugueses, concretamente de micro e pequenas empresas, em iniciativas de formação que aquele organismo realiza.
"Por vezes o proprietário é o pilar da empresa, são empresas muito pequenas, com cinco a dez empregados, se ele sair é difícil manter a produção", frisou.
Apostar na estratégia de vendas
Por outro lado, defendeu que Portugal "tem de deixar a cultura do produto" para se concentrar na "cultura" das vendas. "A Coca-Cola é 76 por cento publicidade e comunicação e o resto produto. Em Portugal uma empresa abre e quer começar logo a faturar, era importante mudar esta ideia", alegou.
Para José Frazão mais do que a necessidade de "fazer para ter" é preciso "vender para depois mandar fazer" o produto. "Temos de mudar a forma de atuar: não vale a pena ter a casa cheia de produto que depois é escoado por qualquer preço, quando temos é de apostar em amostras, ir vender primeiro, cativar clientes e depois produzir", defendeu.
Frisou ainda que os empresários portugueses "têm de apostar mais" em parcerias dentro do mesmo setor: "se se juntar um bom produto a um bom vendedor ficam ricos num instante", ilustrou
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