Estados Unidos reforçam presença militar em África

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Estados Unidos reforçam presença militar em África
« em: Março 05, 2004, 10:35:23 pm »
Público 2004/03/05

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Washington decidiu aumentar a sua presença militar em África, devido a ameaças terroristas no continente, declarou ontem, em Luanda, o general Charles F. Wald, comandante adjunto das forças norte-americanas na Europa, que supervisionam a maior parte dos territórios africanos.

"Se bem que não seja prevalecente, têm surgido indícios de que a Al-Qaeda [a organização de Osama bin Laden] está a operar" em países africanos, dissera Wald à Reuters, na véspera, quando se encontrava em Acra, capital do Gana.

A concentração das atenções em África faz parte da reestruturação das forças norte-americanas na guerra contra o terror, explicou Wald, salientando que também conta a importância do petróleo africano como alternativa ao do Médio Oriente.

O Comando Europeu pretende fazer a sua presença sentida a Sul do Mediterrâneo mediante exercícios conjuntos, treino do militares e outras espécies de intercâmbio, que passam pela utilização de bases aéreas em Angola e no Gabão.

Em Luanda, Charles Wald disse à Associated Press que os Estados Unidos querem manter a paz e responder a crises no continente africano, apoiando o desenvolvimento de fortes grupos regionais de segurança e fortalecendo as capacidades das polícias e Forças Armadas locais.

Aquele general é um dos três destacados comandantes norte-americanos que nos últimos 15 dias passaram por África, na sequência da visita efectuada pelo próprio comandante dos Estados Unidos na Europa, James L. Jones. Wald afirmou agora que espera voltar todos os trimestres.

A sua actual digressão inclui São Tomé e Príncipe, onde Washington pretende construir um porto de águas profundas equiparável a uma base naval, bem como modernizar o aeroporto. Wald deslocar-se-á ainda à Nigéria, África do Sul, Gabão, Argélia e Níger.

"Seria bom podermos operar periodicamente a partir de São Tomé. Procuramos todos os lugares que possam servir para apoiar uma ponte aérea estratégica", declarou à Reuters, numa das entrevistas dadas nos últimos dias. "As redes terroristas vão procurar um sítio onde possam fazer a mesma coisa que fizeram no Afeganistão e no Iraque. Necessitam de um reduto para se treinarem, equiparem, organizarem e recrutarem. Estão a emigrar para África".


Enquanto isto, outro general da Força Aérea norte-americana, Jeffrey Kohler, desloca-se à Mauritânia e ao Mali, numa clara indicação do crescente interesse do Pentágono nos territórios que se estendem do Sara ao Cabo da Boa Esperança.

"Não podemos ficar à espera que as crises aconteçam", sublinhou na capital angolana Charles Wald. "Não são imunes a ameaças terroristas as áreas que tradicionalmente têm governos fracos ou incapacidade para controlar o seu território", comentou.

A rede Al-Qaeda efectuou ataques mortais às embaixadas norte-americanas no Quénia e na Tanzânia em Agosto de 1998 e a um hotel queniano dem Novembro de 2002. Fontes militares ocidentais suspeitam que grupos terroristas criaram campos de treino em zonas remotas do Mali e do Níger. Preocupam-se muito em particular com o Grupo Salafita para a Pédica e o Combate, que opera na Argélia e o qual terá laços com a Al-Qaeda. O ano passado foi mesmo acusado de ter raptado 32 turistas europeus no Sara argelino.

O general Wald especificou existirem acordos militares dos EUA com a Argélia, a Tunísia, Marrocos, o Mali, o Níger, a Mauritânia e o Chade, para se protegerem as fronteiras e se combaterem toda a espécie de tráficos.

Mais a Sul, Washington pretende garantir que receberá sem problemas petróleo da Nigéria, de Angola, do Gabão, de São Tomé e Príncipe e da Guiné Equatorial, entre outros mercados.


Não deveríamos nós também participar na construção dessa base naval?
"you're either with us, or you're with the terrorists."
 
-George W. Bush-