(...) O Portugal do Fado, Futebol e Fátima é criado por Salazar à sua imagem ? Esta história dos três F não foi criada por Salazar. Não gostava de fado porque dizia que amolecia o carácter. Não gostava de futebol porque achava um jogo para atrasados mentais. E não acreditava nos milagres de Fátima. (...)
(...) Se Salazar aterrasse agora em Portugal em Portugal e se tivesse o poder o que faria ? Punha o país em ordem (...).
(...) Acha que hoje em dia temos uma imprensa livre ? Não, de maneira nenhuma. Nunca tivemos uma imprensa tão dependente economicamente como hoje. Neste momento, a situação da comunicação social é muito mais grave do que era no tempo de Salazar. (...)
(...) É verdade que Salazar, na sua juventude, terá pensado ir para padre ? Penso que sim. Mas a dada altura da sua vida, aí pelos 25 anos, perdeu a fé, não em Deus, mas na hierarquia religiosa. Definitivamente, não gostava de padres. Nunca mais se confessou. Ia à missa, mas não comungava. (...)
Fernando Dacosta
In: Magazine Grande Informação, nº 14, Janeiro 2007
O número de Janeiro, praticamente esgotado, inclui também um excelente estudo da autoria do meu bom amigo Gonçalo Sampaio e Mello (Salazar, o abandono) e o desassobrado texto que ditou a morte em vida de António José Saraiva, Portugal antes e depois (1989). Deste, respigo:
"hoje vemos, com uma dura clareza, como o período da nossa história a que cabe o nome de Salazarismo foi o último em que merecemos o nome de nação independente. Agora, em plena "democracia" e sendo o povo "soberano", resta-nos ser uma reserva de eucaliptos para uso de uma obscura entidade económica que tem o pseudónimo de CEE".
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