OS GRANDES PORTUGUESES (CANAL-1)

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antoninho

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« Responder #150 em: Fevereiro 03, 2007, 07:22:39 pm »
Acho que o pessoal está confuso....ser-se humanista (defender a vida humana no sentido universal) até pode ser contrário aos interesse da nação, então pode ser considerada essa pessoa, um grande da nação???
Quantos, a bem da nação, não tiveram que utilizar a carne de canhão que dispunham, para salvá-la, isso faz deles menos grandes????
E mais, quem, ou como se pode comparar tais juízos de valores antagónicos???
Pois a bem da nação pode-se assassinar ou mandar matar, mas na oposição pode-se lutar para preservar vidas que mais tarde se podem virar contra essa nação e a própria democracia, quem é o grande????
O carrasco, ao defender a pátria, ou o defensor da vida humana???
Como premiar um individuo com ideias totalitárias de direita com raízes nacionalistas, ou outro com ideias igualmente totalitárias, mas importadas de uma potência estrangeira????
Pois eu digo, a história é lixada e quem a escreve, muitas das vezes sofre arrebates de consciência.....
 

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PereiraMarques

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« Responder #151 em: Fevereiro 07, 2007, 10:45:39 pm »
E que tal um ranking pessoal, quer quiser explica, quem não quiser não explica, a mim não me apetece explicar... c34x

1.º: D. Afonso Henriques
2.º: D. João II
3.º: Infante D. Henrique
4.º: Luís de Camões
5.º: Marquês de Pombal
6.º: Vasco da Gama
7.º: Fernando Pessoa
8.º: Aristides de Sousa Mendes
9.º: António de Oliveira Salazar
10.º: Álvaro Cunhal
 

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Luso

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« Responder #152 em: Fevereiro 07, 2007, 10:49:42 pm »
(...) O Portugal do Fado, Futebol e Fátima é criado por Salazar à sua imagem ? Esta história dos três F não foi criada por Salazar. Não gostava de fado porque dizia que amolecia o carácter. Não gostava de futebol porque achava um jogo para atrasados mentais. E não acreditava nos milagres de Fátima. (...)

(...) Se Salazar aterrasse agora em Portugal em Portugal e se tivesse o poder o que faria ? Punha o país em ordem (...).

(...) Acha que hoje em dia temos uma imprensa livre ? Não, de maneira nenhuma. Nunca tivemos uma imprensa tão dependente economicamente como hoje. Neste momento, a situação da comunicação social é muito mais grave do que era no tempo de Salazar. (...)

(...) É verdade que Salazar, na sua juventude, terá pensado ir para padre ? Penso que sim. Mas a dada altura da sua vida, aí pelos 25 anos, perdeu a fé, não em Deus, mas na hierarquia religiosa. Definitivamente, não gostava de padres. Nunca mais se confessou. Ia à missa, mas não comungava. (...)

Fernando Dacosta

In: Magazine Grande Informação, nº 14, Janeiro 2007

O número de Janeiro, praticamente esgotado, inclui também um excelente estudo da autoria do meu bom amigo Gonçalo Sampaio e Mello (Salazar, o abandono) e o desassobrado texto que ditou a morte em vida de António José Saraiva, Portugal antes e depois (1989). Deste, respigo:

"hoje vemos, com uma dura clareza, como o período da nossa história a que cabe o nome de Salazarismo foi o último em que merecemos o nome de nação independente. Agora, em plena "democracia" e sendo o povo "soberano", resta-nos ser uma reserva de eucaliptos para uso de uma obscura entidade económica que tem o pseudónimo de CEE".

http://combustoes.blogspot.com/
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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hellraiser

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« Responder #153 em: Fevereiro 08, 2007, 12:41:43 am »
A minha lista dos que estão em votação.

1.º: D. Afonso Henriques
2.º: Luís de Camões
3.º: Infante D. Henrique
4.º: D. João II
5.º: Vasco da Gama
6.º: Marquês de Pombal
7.º: Fernando Pessoa
8.º: Aristides de Sousa Mendes
9.º: António de Oliveira Salazar
10.º: Álvaro Cunhal

O meu top 10 pessoal:

1º D. Afonso Henriques
2º D. Nuno Álvares Pereira
3º Luís Vaz de Camões
4º Infante D. Henrique
5º Vasco da Gama
6º Martim Moniz
7º Marquês do Pombal
8º Fernão Magalhães
9º Padeira de Aljubarrota
10º Aníbal Augusto Milhais
"Numa guerra não há Vencedores nem Derrotados. Há apenas, os que perdem mais, e os que perdem menos." Wellington
 

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Yosy

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« Responder #154 em: Fevereiro 08, 2007, 08:58:00 pm »
A minha lista:

1.º: Infante D. Henrique
2.º: Aristides de Sousa Mendes
3.º: D. Afonso Henriques
4.º: Vasco da Gama
5.º: D. João II
6.º: Marquês de Pombal
7.º: Álvaro Cunhal
8.º: António de Oliveira Salazar
9.º: Luís de Camões
10.º: Fernando Pessoa

SIM, não sou comunista mas tenho uma grande admiração pelo Álvaro Cunhal - o sacrifício com que ele defendeu os seus ideais e o seu recusa completa de qualquer culto da personalidade (raríssimo entre líderes comunistas).
 

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papatango

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« Responder #155 em: Fevereiro 08, 2007, 10:41:42 pm »
É um desafio interessante.
Tendo em consideração a importância que tiveram para a História e para a Cultura.

D. João II
Vasco da Gama
D.Afonso Henriques
Infante D. Henrique
Marquês de Pombal
Luis de Camões
Fernando Pessoa
Oliveira Salazar
Aristides Sousa Mendes
Alvaro Cunhal
« Última modificação: Fevereiro 08, 2007, 11:17:54 pm por papatango »
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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dremanu

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« Responder #156 em: Fevereiro 08, 2007, 11:12:10 pm »
É simplesmente impossível de identificar qual é o maior, todos eles são importantes, mas aqui fica a minha lista:


D.Afonso Henriques
D. João II
D.Diniz
D. Nuno Álvares Pereira
Infante D. Henrique
Afonso de Albuquerque
Vasco da Gama
Marquês de Pombal
Luis de Camões
Fernando Pessoa
"Esta é a ditosa pátria minha amada."
 

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« Responder #157 em: Fevereiro 12, 2007, 10:53:24 am »
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SMS anónimo apela ao voto em Salazar



Ana Pago e Lília Bernardes    
 
O remetente é anónimo, a chamada de valor acrescentado e ninguém sabe como surgiu a ideia. Mas nem os contornos indefinidos chegam para esconder a existência de uma campanha de telemóvel montada a favor de António de Oliveira Salazar - que, aos poucos, ganha força rumo ao primeiro lugar do top, numa altura em que Os Grandes Portugueses caminham para a final na RTP.

A história, insólita, começa invariavelmente com uma mensagem de telemóvel que apela ao utilizador para marcar o número 760 102 003. O repto reproduz-se nos telefones móveis e alarga o círculo de contactos. E muitas pessoas acabam por ligar, movidas pela curiosidade ou pelo sentimento de urgência. A surpresa surge depois, quando os nove dígitos são teclados e uma voz feminina anuncia: "O seu voto foi para António de Oliveira Salazar. Este voto altera qualquer voto anterior efectuado por esse telefone."

"Recebi um SMS dizendo para ligar para este número [760], marquei-o por curiosidade e qual não foi o meu espanto quando percebi que estava prestes a votar no antigo ditador", conta ao DN uma utilizadora que pediu anonimato. Como ela, muitas mais pessoas receberam a mensagem. "Deve haver muita gente que vai ao engano", observa, formulando a hipótese de "um lobby nitidamente a favor de Salazar".

Uma vez marcado o número, a mesma voz feminina que indica o sentido de voto vai instruindo o utilizador a servir-se das teclas para indicar a idade, o sexo e os quatro dígitos do código postal. Se as operações forem seguidas à risca, o voto é validado. Caso contrário, ouve-se um "sem resposta, obrigada" e telefonema e voto ficam ambos sem efeito.

Contactada pelo DN, a PT confirmou que as chamadas são, de facto, "de valor acrescentado e normalmente associadas a concursos [como Os Grandes Portugueses]", mas não conseguiu identificar a origem das mensagens.

Já a televisão pública, pela voz do director de programas, Nuno Santos, garante que "a RTP é completamente alheia a esta situação, não tendo nada a ver com a utilização indevida que alguém fez deste número e do concurso".  


http://dn.sapo.pt/2007/01/30/media/sms_ ... lazar.html
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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Luso

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« Responder #158 em: Fevereiro 12, 2007, 12:46:23 pm »
De www.notíciasverdadeirasefresquinhasdoluso.pt

Citar
"SMS anónimo apela voto a Cunhal

Segundo fontes anónimas, diversos sms têm sido enviados apelando ao voto em Cunhal para dar vitória à sua "candidatura" como "Grande Português". Os alegados remententes contam com a estupidez crónica dos destinatários para obterem mais votos".


O que eles inventam para desacreditar a votação.

Primeiro alteram o formato original remetendo para uma "segunda volta";
Depois lança-se um livro denunciando o mafarrico do Salazar;
Agora lança-se a suspeita sobre a votação.

Afinal, do regime da Abrilada não seria de esperar outra coisa.
 :roll:
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ricardonunes

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« Responder #159 em: Março 21, 2007, 02:17:38 pm »
Salazar continua à frente e Cunhal cai para terceiro


Citar
A votação que garantia, ontem, a vantagem de Salazar no concurso Os Grandes Portugueses (ainda se pode votar até ao fim da Grande Final do programa, no próximo domingo) estava nos 52 mil. Afinal, um número que não encheria o estádio da Luz (65 647 lugares); um resultado inferior à população de concelhos como a Figueira da Foz (63 144 habitantes), Amarante (61 029) ou Mafra (62 009); um score que ainda era inferior ao conseguido por Garcia Pereira nas Presidenciais de 2001 (reeleição de Jorge Sampaio), em que o candidato do PCTP/MRPP obteve 68 900 votos (1,59%).

Além disso, como sublinham algumas das personalidade contactadas pelo DN, a escolha televisiva não é sequer comparável a uma eleição política, onde cada eleitor tem apenas direito a votar uma vez, já que o mesmo cidadão pode ir fazendo as chamadas que entender, desde que feitas de telefones diferentes.

E, no entanto, quando D. Afonso Henriques surge em segundo lugar no concurso da RTP, com "apenas" 30 mil votos, e Álvaro Cunhal caiu para terceiro, com 25 mil, pode ter sido já encontrado o vencedor do programa que os políticos remetem para o puro domínio do entretenimento e a que os historiadores não reconhecem validade científica.

Jaime Nogueira Pinto, o defensor de Salazar no programa, que ignorava o evoluir do resultado, disse ao DN que os factores mais importantes para se compreender esta vantagem, "para além dos que admiram a obra", terão sido "a exclusão do seu nome da lista inicial, o que irritou as pessoas", e a consequente "politização do concurso, quando originalmente era um programa mais virado para uma certa neutralidade histórica".

"Não estamos perante uma eleição nacional", mas de um acontecimento que "respeita a condição dos votos por chamada telefónica", explica Nuno Santos, director de programa da RTP sobre o facto de Oliveira Salazar ir à frente nos Grandes Portugueses, escusando-se, no entanto, a confirmar os números.

Reforçando a segurança da votação que chega à RTP, em três níveis - validados pelas empresas Foronesolutions, WTVision e PricewaterhouseCoopers -, Nuno Santos diz que se parte para domingo, dia da Grande Final, com "tudo ainda em aberto". Tendo em conta experiências anteriores, como o caso de Dança Comigo - mas "com o devido cuidado, pois trata-se de um programa com características diferentes" -, segundo Nuno Santos, os valores poderão vir a ser igualmente distintos.

Na final da votação do Dança Comigo, que durou 15 a 20 minutos, foram recebidas perto de 60 mil chamadas. Se se projectar estes valores para as duas horas e meia da final de domingo é relativamente fácil chegar a um número. Para tal, contribuirá também a argumentação dos defensores dos dez finalistas -Leonor Pinhão (D. Afonso Henriques), Odete Santos (Álvaro Cunhal), Jaime Nogueira Pinto (Salazar), José Miguel Júdice (Aristides de Sousa Mendes), Clara Ferreira Alves (Fernando Pessoa), Gonçalo Cadilhe (Infante D. Henrique), Paulo Portas (D. João II), Hélder Macedo (Camões), Rosado Fernandes (Marquês de Pombal) e Ana Gomes (Vasco da Gama).

Mas nunca será uma amostra representativa sobre o que pensam, de facto, os portugueses acerca do ditador de Santa Comba Dão.
DN
Potius mori quam foedari
 

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Bravo Two Zero

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« Responder #160 em: Março 26, 2007, 01:48:39 pm »
Não era uma novidade..................
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António Oliveira Salazar venceu esta noite o programa da RTP1 «Os Grandes Portugueses», à frente do líder histórico do PCP, Álvaro Cunhal, e do antigo diplomata português Aristides de Sousa Mendes, responsável pela fuga de muitos judeus ao regime Nazi, durante a II Guerra Mundial.

O líder do regime ditatorial, que terminou no dia 25 de Abril de 1974, superou ainda, com 41 por cento dos votos, outros sete finalistas.

No quarto lugar ficou o primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, à frente do autor dos Lusíadas, Luís de Camões. D. João II foi o sexto desta lista, que nos restantes lugares contemplou ainda o Infante D. Henrique, Fernando Pessoa, Marquês de Pombal e Vasco da Gama.

«Apenas um concurso»

O professor universitário Jaime Nogueira Pinto, que apresentou o documentário sobre o antigo ditador, recusou que a censura e a polícia política fossem falhas que lhe pudessem ser atribuídas. «Isso não é uma fraqueza de Salazar, é uma fraqueza de um regime que não é um regime democrático», disse, durante o programa conduzido pela apresentadora Maria Elisa.

«A principal fraqueza é talvez uma falta de atenção e até talvez de conhecimento da vida das pessoas comuns. A partir de uma certa altura Salazar está desligado, concentrado em grandes questões, como as de África e as internacionais», afirmou ainda, quando ainda não tinham sido revelados os resultados da votação.

Depois de anunciada a esmagadora vitória de António Oliveira Salazar, que obteve 41 por cento dos votos, o académico reagiu, desdramatizando. «Isto essencialmente é um concurso. Não vamos fazer disto nem uma catástrofe política nem uma grande restauração política», defendeu, explicando que aceitou participar no programar por considerar que «uma parte da história do século XX que está muito mal contada».

«Imagem terrível de Portugal»

Ana Gomes, que apresentou o documentário de Vasco da Gama, lamentou o resultado da votação. «Acho que dá uma imagem terrível de Portugal e dos portugueses e que não corresponde à realidade do país, embora não ponha em causa a realidade da votação», disse, concordando, com Jaime Nogueira Pinto, num aspecto: «Isto é apenas um concurso. Fico triste mas não dramatizo».

«Aceitámos as regras do jogo»

Paulo Porta, que representou o rei D. João II, também desvalorizou o resultado do concurso. «Todos nós aceitámos as regras do jogo de submeter personagens históricos a voto. Não vale a pena estar a criticar o método que obviamente é duvidoso». Uma explicação: «Neste tipo de concursos mobilizam-se sobretudo as pessoas que tem maior empenhamento nalguma ideia»

«Fica disto tudo que os portugueses acham que o século XX português foi bom. Eu, pessoalmente, não acho. Acho que tivemos muito poucos momentos felizes e prósperos», disse ainda Paulo Portas.

«Branqueamento do fascismo»

A voz mais crítica da noite foi a de Odete Santos, que apresentou o documentário de Álvaro Cunhal. «A apologia ao fascismo é proibida pela constituição», disse logo no momento em que a vitória de Salazar foi anunciada.

«Quero dizer que afinal o PCP tinha razão na carta que mandou à RTP, há não muito tempo, sobre este programa e o que iria resultar daqui, que era o branqueamento do fascismo», frisou, apontando: «Isto são sinais dos tempos. A nível mundial eles são muito maus e são no sentido da direita e se, um dia lá poderem chegar, do fascismo, porque o capitalismo aproveita todos os regimes menos um: o comunismo».

Odete Santos lamentou ainda a escolha de «uma pessoa que advogou a pobreza para o país». «O povo vivia à luz das candeias (...), o povo sofria de analfabetismo, porque, para Salazar, um povo culto era ingovernável, a frase é dele. É pena que isto tenha acontecido, mas o mundo não terminou e o fascismo não levará por diante», concluiu.


Partilho desta opinião:

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Qual poderá ter sido a grandeza de um homem que só prejudicou Portugal e os Portugueses?
Referiram que 'tratava bem das Finanças', mas estivemos 'orgulhosamente sós' durante demasiado tempo e hoje ainda estamos a 'pagar' por isso.
Isto para não falar da falta de LIBERDADE de expressão que, ao mínimo descuido, era punida severamente com perseguições, torturas,...
Esta foi uma passagem da história 'contada' por uma pessoa que merecia ser esquecida, e não 'aplaudida de pé', como aconteceu através do resultado da votação.
Mas tenho FÉ de que este resultado seja apenas de uma minoria, nada representativa da opinião pública portuguesa.
Foi lamentável e é vergonhoso que se dê esta importância a quem não a merece... de todo!
"Há vários tipos de Estado,  o Estado comunista, o Estado Capitalista! E há o Estado a que chegámos!" - Salgueiro Maia
 

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« Responder #161 em: Março 26, 2007, 02:01:48 pm »
Citação de: "Bravo Two Zero"


Partilho desta opinião:

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Qual poderá ter sido a grandeza de um homem que só prejudicou Portugal e os Portugueses?
Referiram que 'tratava bem das Finanças', mas estivemos 'orgulhosamente sós' durante demasiado tempo e hoje ainda estamos a 'pagar' por isso.
Isto para não falar da falta de LIBERDADE de expressão que, ao mínimo descuido, era punida severamente com perseguições, torturas,...
Esta foi uma passagem da história 'contada' por uma pessoa que merecia ser esquecida, e não 'aplaudida de pé', como aconteceu através do resultado da votação.
Mas tenho FÉ de que este resultado seja apenas de uma minoria, nada representativa da opinião pública portuguesa.
Foi lamentável e é vergonhoso que se dê esta importância a quem não a merece... de todo!


Idem!
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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« Responder #162 em: Março 26, 2007, 02:16:27 pm »
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CRÓNICA
 Filipe Luís
 
 
     
 Sexta, 23 Março 2007
 
 
 
 
Quero prestar o meu tributo a Salazar: graças a ele, eu ainda conheci a Idade Média. Ao vivo e... a preto e branco.
 
O salvador da Pátria
«Ditador ou salvador?», diz a frase publicitária de «Os grandes portugueses». Para as vítimas da tortura da polícia política, da censura e dos crimes do Estado Novo, para o país analfabeto, miserável e atrasado, para os estropiados da Guerra Colonial, para os criadores, os progressistas e os amantes da liberdade, para os defensores dos direitos humanos, o adjectivo «salvador» é uma afronta inominável. Mas para os muitos que votaram no «Botas», Salazar salvou o País da banca rota, equilibrando as Finanças, e salvou a Pátria da II Guerra Mundial, mesmo que para isso tenha feito tábua rasa da «mais antiga aliança do Mundo», com a Inglaterra. De um certo modo, a frase faz, pois, sentido.

Não é, porém, justificável a histeria que se levanta nem o escândalo que se implanta por causa de todo este interesse mórbido em volta da personagem. O que hoje Salazar evoca não é um saudosismo perigoso, mas curiosidade pura. Trata-se de uma figura estranha, um ícone de um outro tempo, uma bizarria da História. Quere-se saber mais de Salazar, colocá-lo na casa do Big Brother nacional, descobrir-lhe as intenções, os amores, as contradições, perguntar no fim: «Como foi possível?». O desconcertante Salazar, tão anti-americano como Francisco Louçã – ele proibiu em Portugal a «água suja do imperialismo», a Coca-Cola, lembram-se? –, o rato de sacristia que, afinal, hostilizou Paulo VI e expulsou o bispo do Porto, o eco-ditador que queria hortas e um mundo rural de pobrezinhos mas remendadinhos, e que abominava as grandes cidades e o desenvolvimento industrial, o pobretanas ascético que comia os ovos das galinhas de São Bento, o indigente que viu a sua campa tapada por laje rasa, Salazar é um pequeno português, mais tacanho do que déspota. Abominava a coreografia dos fascismos, detestava fardas, assustava-se com as penas de pavão do vizinho Franco, e disse, ao descobrir-se petróleo em Angola, «só me faltava mais esta!». Premonitório: sabemos o que o petróleo fez a Angola.

O fascínio de Salazar vem dessa personalidade esquisita, dessa postura de allien, da inacessibilidade permanente, da voz de cana rachada metálica, da figura de pai austero e impenetrável. Na verdade, não passava de um mestre-escola à antiga portuguesa. Mandava prender e torturar como quem dá reguadas a meninos mal-comportados, tinha dificuldade em discernir entre o bem e o mal, porque o bem que tinha na cabeça justificava todos os safanões. Amou Portugal? Sim, à sua maneira. Mas, ao contrário de Franco, não desenvolveu o país, impediu que se abrissem vias de comunicação, como proibiria hoje a Internet, se pudesse, e fez da sua imagem bucólica de postal ilustrado todo um programa de vida e uma ideologia oficial.

Os traços autistas da sua personalidade não o impediram de perceber muito bem as transformações do mundo do século XX. Em vez de as cavalgar, isolou-se, porque as temeu. Arrastou nessa loucura isolacionista e estagnante todo um povo. Na verdade, o culto salazarista do trabalho era o culto da preguiça de alguém – um país – que não sai do sítio. Reverenciou Deus – mas ofendeu-o com pecados mortais. Defendeu a Pátria – mas destruiu-a na sua alma e personalidade. Exaltou a família – mas nunca constituiu a sua.

Hoje diz-se que isto vai de mal a pior. Quando se elencam os males de Portugal resmunga-se que, nos últimos 30 anos, tudo se foi degradando. Se às crianças não esquece nada, permito-me dar, então, a minha própria imagem desse país ordeiro, seguro e desenvolvido do Estado Novo.

Era criança no dia em que Salazar foi enterrado e houve tolerância de ponto. As praias encheram-se e, pela primeira vez, fui a Tróia. Demorámos, por veredas e buracos, quatro horas, desde Sintra. Nesses tempos, metade dos meus colegas iam descalços para a escola primária, levando, para o lanche, a «ciganita» cheia de vinho. Uma população de pé descalço, literalmente descalço, percorria os caminhos de cabras do País. Esta é a primeira imagem de criança que tenho do Estado Novo. Nunca me interroguei sobre isso. Era normal haver gente descalça.

A segunda imagem é a do homem barbudo que batia à nossa porta todas as sextas-feiras. Rezava o Padre-Nosso e recebia a sua moeda de dez tostões brancos. Era o nosso pobre. Todas as famílias tinham um pobre por conta.

A terceira imagem trago-a de um regresso de uma viagem a Espanha. Depois de Salamanca, a estrada estreitava-se. Entrava-se em Portugal e começavam os buracos, as curvas, a poeira. Uma velhinha, carregada de lenha, arrastava com dificuldade, pela arreata, um burro mais carregado ainda. Dizem que Salazar, confrontado por uma imagem idêntica, por um jornalista estrangeiro, respondeu que esses casos se deviam a «sentimentalismo». As pessoas gostavam do seu burrinho. E de carregar lenha para o lume.

A quarta imagem é a das mulheres de lenço na cabeça. Só vi mulheres destas, muitos anos depois, na Albânia ou no Kosovo.

A quinta imagem é a da candeia, dos candeeiros a petróleo, dos bois a puxar os carros, da charrua medieval, das mulheres a lavar roupa no rio e a corá-la ao sol (como na «Aldeia da Roupa Branca!»), das casas sem quarto de banho, do balde comum, o «bispote».

A sexta imagem é a dos livros da escola primária. A ceifa. A monda. O luar de Agosto - um país rural. E a última «lição» do livro da 4.ª, «O Pai da Nação». O Pai da Nação era Américo Tomaz, o Presidente da República. Meu Pai, indignado, ensinou-me que eu só tinha um Pai – ele próprio. Fui dizê-lo à professora e ela chamou a entidade que hoje se designa por «encarregado de educação», para o avisar, de cenho carregado: «Tenha cuidado com as conversas lá em casa...»

A sétima imagem é a das mensagens televisivas de Natal dos soldados em combate, no Ultramar: «Adeus, até ao meu regresso». Era o meu programa favorito. Nunca percebi porque não havia soldados em Goa, Damão e Diu que, dez anos depois de passarem para União Indiana, ainda estudava como pedaços de Portugal. Mas lembro-me que tinha o destino marcado pelos meus país: a França. «Filho meu nunca vai dar com os costados na Guiné», repetia meu Pai.

Quero prestar o meu tributo a Salazar: graças a ele, eu ainda conheci a Idade Média. Ao vivo e... a preto e branco.


 
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« Responder #163 em: Março 26, 2007, 02:30:07 pm »
Pessoalmente considero muito mais escandaloso ter-se considerado um soviete como grande "português" e ainda por cima colocá-lo à frente de D. João II, Vasco da Gama ou do Marquês. Ou de qualquer um que se diga português, que defenda a sua memória e a sua identidade.
A vergonha está mais aí que em qualquer outra coisa.

Esse facto também mais uma constatação do resultado da incompetência de Salazar. Excesso de compaixão que permitiu que outros destruissem o trabalho de séculos de gerações de portugueses e de futuras gerações não só de portugueses como de africanos.
Mas como a memória de uma mente ignorante é selectiva e prefere a emoção barata e adolescente...

O que vale é ver a morte - infelizmente lenta - da propaganda abrileira.

Livramo-nos lentamente da propaganda socialista e assim começamos a ser mais livres porque passamos a ter horizontes mais alargados.
Porque a verdade vem sempre ao de cima e é isso que alguma gente teme.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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ricardonunes

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« Responder #164 em: Março 26, 2007, 02:36:34 pm »
Salazar, tenha um

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Não percebo a razão de tanta polémica à volta da nomeação de Salazar como o maior português de sempre num concurso televisivo.

A sério que me escapa.

Pessoalmente, não me incomoda que o velho professor de Santa Comba seja, depois de morto, trazido em glória ao mundo dos vivos. É não conhecer o espírito retorcido dos portugueses.

Pensem bem: qual seria a razão dos portugueses quererem Salazar de volta quando têm tantos clones ao dispor, daqueles de trazer por casa e pelo emprego, mais refinados e modernos? De tanto lidar com taxistas, ouvir os protestos no autocarro e os amargos da vida no metro, tenho uma tese: os portugueses escolheram o Salazar por vingança. É verdade. À beira dos salazaritos que andam por aí nas repartições, nas empresas, nos bancos, enfim, nos lugares de posso, quero e mando, o provinciano António Oliveira até parece um menino do coro.

Eu sei bem que aqueles 48 anos foram dose. Censura, guerras, mortes, prisões e perseguições. Coisa de monta, mesmo nos dias de hoje. Caramba, mas nessa altura sabia-se de que lado estavam os bons e os maus, não? E mesmo os maus não deviam ser muitos, a julgar pelos que, depois de 74, apresentaram vastíssimo curriculum de defensores da liberdade. Mas adiante.

Ora, qualquer português tem hoje o seu Salazar de estimação. Eles andam aí, só falta aparecerem nas lojas dos trezentos ou dos chineses. Convenhamos: o que não falta no Portugal de hoje são pequenos tiranetes, estagiários da sacanice e engravatados da canalhice, a juntar aos refinados mangas de alpaca, chefes sinistros, torturadores de gabinete, escroques de unha pintada e trituradores de alma humana. Todos conhecemos um destes e, se calhar, até já bebemos um copo com ele, não vá a besta perceber que andamos mortinhos por lhe chegar a roupa ao pêlo.

Alguns, porém, não estão assim tão alcance da mão. Movem-se em salões e salinhas, corredores e entrelinhas, mansões e quintinhas. Arquitectam as mais modernas maneiras de fascistarem por aí – inventei agora – em democracia e liberdade.

A censura, estúpida e ignorante, continua sobre rodas (talvez por isso agora se chame... auto-censura). Ninguém vai preso por protestar, dizer o que pensa, levantar o varapau. É apenas despedido ou votado ao mais completo mofo e desprezo. Neste Portugal europeu e comunitário, até os agentes da PIDE estariam deslocados. Vinham tirar o lugar a quem? Aos bufos e sabujos da secretária do lado?

Portugal tem um povo raro, de morder pela calada. Raramente os portugueses falam de frente. Preferem roer pragas, furar um pneu ou fazer ronha. Só quando a tampa salta é que ainda puxa do sarrafo. A revolução aconteceu num dia em que parecia que estava tudo bem, não foi? Pois, enganaram-se. «As iludências aparudem», já dizia o outro.

Como passa o dia (e a noite) diante do televisor, o português, manhoso, socorreu-se agora do telecomando e escolheu o Salazar que estava à mão para, em jeito de protesto cifrado, simbolizar no velho pai tirano os muitos salazaritos que lhe estragam a vida. Ou não fosse o telecomando o voto mais livre dos nossos dias. Não? Se me apetecer, mudo de País, de canal, de novela, de políticos e de chatices. Até de humor. Com um simples toque, até desligo do País, apago-o. Com estes dedinhos aqui, ó! E viro costas ao mundo. E ainda me poupo aos engarrafamentos e filas de gente para escolher o doutor ou o engenheiro que os partidos me recomendam para o Governo, a câmara ou a freguesia.

Vá lá, convençam-se: a resposta para a escolha de Salazar é esta e é simples. Não adianta pôr o País mais uma vez no divã por causa disso. Já basta o que ele toma de ansióliticos e antidepressivos para aturar os salazaritos que lhe tiram o sono.

Miguel Carvalho

Visão
Potius mori quam foedari