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Outras Temáticas de Defesa => Área Livre-Outras Temáticas de Defesa => Tópico iniciado por: papatango em Outubro 15, 2006, 10:19:24 pm

Título: OS GRANDES PORTUGUESES (CANAL-1)
Enviado por: papatango em Outubro 15, 2006, 10:19:24 pm
Creio que será interessante criar um espaço para podermos discutir este tema, importante em alturas em que se discutem iberismos e outros disparates.

Quem será para os participantes do Fórum Defesa, o Maior dos portugueses.

Há uma página no site do Canal-1 com algumas sugestões, mas ao que consta parece que podemos votar em quem quisermos, mesmo que não esteja na lista.

No entanto a lista de sugestões está nesta página:

http://www.rtp.pt/wportal/sites/tv/grandesportugueses/bio_resultados.php

Pessoalmente, acho que já sei em quem votar...

Seria interessante, que quem dissesse de sua justiça, aproveitasse para nos falar sobre as razões da sua opção.

Cumprimentos
Título:
Enviado por: ricardonunes em Outubro 15, 2006, 11:03:26 pm
Voto no Cap. Salgueiro Maia, não pelo papel de destaque que teve no 25 de Abril, mas sim num acto de reconhecimento a um Homen que lutou pelos seus ideais, e foi menosprezado no pós revolução.
Título:
Enviado por: Bravo Two Zero em Outubro 15, 2006, 11:15:01 pm
Pois bem, digo da minha justiça:

D Afonso Henriques, Luís Vaz de Camões, D João I, Sebastião José de Carvalho e Melo ( apesar do seu despostismo ) estariam num imaginário " top " para mim.
Mas a figura que me é mais próxima é  Fernando José Salgueiro Maia, capitão de Abril, homem de uma honestidade e humildade rarissimas, sem ambições pessoais e que arriscou a sua carreira e a sua vida por um objectivo altruísta, ao serviço do país e dos portugueses, levando como recompensa o degredo nos Açores e o ostracismo a que foi votado
Título:
Enviado por: Yosy em Outubro 15, 2006, 11:33:07 pm
Eu votei no Infante D. Henrique.
Título:
Enviado por: Luso em Outubro 16, 2006, 09:31:34 am
Noutras situações votaria em D. João II, mas votei noutra personagem.
Se outros insistem em "causas fracturantes" também eu ajudarei à polémica.
Título:
Enviado por: Doctor Z em Outubro 16, 2006, 09:53:20 am
Pessoalmente, votaria no D. Afonso Henrique.

Apesar de haver muitos portugueses de destaque, para mim, penso que
será a figura mais marcante de Portugal.
Título:
Enviado por: Rui Elias em Outubro 16, 2006, 11:38:14 am
Na história politica:

Hesitação entre D. João II e Sebastião José de Carvalho e Melo

Na Cultura:

Hesitação entre Pedro Nunes, Camões ou Eça

Nas artes:

Malhoa ou Nuno Gonçalves

No século XX, para o bem e/ou para o mal, Salazar ou Mário Soares, na politica.

Nas artes: Pessoa, ou  Lobo Antunes.
Título:
Enviado por: Cabeça de Martelo em Outubro 16, 2006, 12:04:20 pm
Citar
Militar brilhante, sem Nuno Álvares Pereira, Portugal poderia não existir. A vitória na batalha de Aljubarrota foi o seu momento de glória. Compensou a sua extrema juventude com uma inata vocação de liderança. Um homem corajoso e obstinado, que não perdeu uma única batalha. Tinha uma dilatada resistência de soldado. Depois, tornou-se Condestável e um dos homens mais poderosos do reino. Após a glória, abandonou tudo e entrou para a Ordem dos Carmelitas: passou a ser Frei Nuno de Santa Maria. "Uma tão grande reviravolta só uma grande alma consegue fazer", diz D. Manuel Clemente, Bispo Auxiliar de Lisboa. Foi beatificado pelo Papa Bento XV.


Dúvidas, há?!
Título:
Enviado por: Pantera em Outubro 16, 2006, 01:26:23 pm
Eu votei em Afonso Henriques e Salazar,este último porque penso que seria muito bom calar a classe politica lá do parlamento,além de ele ter sido um grande lider,no meu ponto de vista.

(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.inepcia.com%2FDr.%2520Salazar.jpg&hash=805c236a1f1d827862926d194d7e393c)

(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fupload.wikimedia.org%2Fwikipedia%2Fcommons%2Fthumb%2F4%2F42%2FStatue_King_Afonso_Henriques_Portugal.JPG%2F200px-Statue_King_Afonso_Henriques_Portugal.JPG&hash=0c1c8d48dbdd902e19041f0956c37eeb)
Título:
Enviado por: JoseMFernandes em Outubro 16, 2006, 01:28:51 pm
Citação de: "ricardonunes"
Voto no Cap. Salgueiro Maia, não pelo papel de destaque que teve no 25 de Abril, mas sim num acto de reconhecimento a um Homem que lutou pelos seus ideais, e foi menosprezado no pós revolução.


Hum...porém...o problema respeitante a Salgueiro Maia ( e extensivo a muitas outras figuras da Historia de Portugal) é se deve ser tomado em conta apenas o seu auge pessoal (que foi o seu papel no dia 25 de Abril) ou também tudo que se passou antes e depois (neste caso posteriormente, no que diz respeito a sua dúbia, e fiquemos por aqui, atitude no 25/11/75, por humanamente compreensiveis que sejam os motivos).Seria pois interessante haver uma ideia global (os altos e baixos) de todos os 'candidatos'... na minha maneira de ver, claro !...
Dito isto, confesso  nao ter de momento acesso a esse programa...que certamente teria curiosidade em  conhecer...
Título:
Enviado por: papatango em Outubro 16, 2006, 02:06:52 pm
Bem, eu acho que a minha opção vai para D. João II.

Dei uma pequena olhada pelas opções já aqui apresentadas, e entendo as razões que devem estar na origem da opção.

No entanto, permito-me fazer umas quantas apreciações:

1)
As personalidades mais recentes, não podem ser analizadas num contexto histórico, porque não passou tempo suficiente para que se possa decidir de facto qual a posição que a personalidade vai ocupar na História.

Mesmo Salazar, não tem ainda uma posição clara.
Eu creio que provavelmente acabará por ficar um bocado numa situação como a do Marquês de Pombal, ou seja, um déspota esclarecido, embora eu ache que não foi exactamente esclarecido.

2)
O que será que define um grande português?

É aquele que pela sua actuação romântica, eventualmente representativa de uma certa maneira de ver o mundo nos identifica com ele?

Ou será aquele que teve uma acção na história, determinante para fazer do país o que é, conduzindo efectivamente (mal ou bem) os destinos de um povo?

Dito isto, D. João II é o homem que lança os alicerces do império português na Índia. É D. João II que cria aquele que foi o primeiro império oceânico na história da humanidade, e que levou um país a dominar uma parte do mundo, baseado no seu poder naval, coisa que apenas o Império Romano tinha feito 15 séculos antes.

Embora chamado de "O Principe Perfeito" foi um individuo violento, que matou os seus opositores com as próprias mãos, embora isso não seja nada de especial para o século XV.

Foi um "fazedor" de impérios. Muito do que somos hoje, deve-se a D. João II, à sua determinação, sagacidade e "esperteza", ao entender que sendo Portugal um país pequeno e com pouca gente, não podiamos agir da mesma maneira que os países maiores.

Coisas como a politica de segredo quanto às descobertas dos portugueses,  mandando matar quem se atrevesse a divulgar informações, são demonstrativas disso.
Um Rei com os pés no chão, que sabia e conhecia os nossos pontos fracos, e que por isso tratou de arranjar soluções para eles.

Cumprimentos

Assinado
C.A.E.D.J.S.A.T.D.M.D.P.  :mrgreen:
Título:
Enviado por: Luso em Outubro 16, 2006, 02:20:24 pm
Citação de: "papatango"
Assinado
C.A.E.D.J.S.A.T.D.M.D.P.  :mrgreen:


- Santinho!
Título:
Enviado por: NVF em Outubro 16, 2006, 04:17:26 pm
Uns amigos deram-me a conhecer o site na semana passada. E' uma iniciativa interessante, semelhante a uma que a BBC desenvolveu no ano passado.

Obviamente, votei em D. Joao II, porque foi, ate' hoje, o portugues com maior influencia a nivel global.

Nos ingleses, e pelas mesmas razoes, votei em Newton.
Título:
Enviado por: Rui Elias em Outubro 16, 2006, 05:02:22 pm
Eu já dei as minhas opçõpes, porque me custa de entre tantas centenas de pessoas nas mais variadas facetas (politica, militar, cultural, científica) escolher só uma, porque em cada época houve gente determinante.

Mas há uma figura que para mim é eternamente esquecuida, mas que também foi a seu modo determinante:

Talvez um Bolívar português, um romântico puro, muito dentro do seu tempo, abnadonando a mordomia do Império brasileiro que ajudara  afundar, e preferindo vir lutar, arriscando-se para um país de que já tinha pouco de seu:

D. Pedro IV.

O que acham dessa figura?
Título:
Enviado por: foxtrotvictor em Outubro 16, 2006, 07:28:30 pm
El Rei D.João I. Viu que os tempos eram de mudança e transmitiu-o a ínclita geração. Depois, por traz de um grande homem está sempre uma grande mulher.
D. Afonso Henriques que me perdoe.
Título:
Enviado por: JLRC em Outubro 16, 2006, 08:18:17 pm
Eu votei em Afonso de Albuquerque, grande português e insigne militar e estratega e tão injustamente tratado pelos homens do seu tempo. Foi ele quem criou o Império Português.
Título:
Enviado por: Miguel em Outubro 16, 2006, 08:27:37 pm
Eu votava em quase todos c34x

E a minha escolha seria para todos aqueles menos conhecidos, e que derem a sua vida em comprimento do dever.

A minha preferencia iria contudo para aqueles que lutarem na praça de Alcacer Quibir!!!

Morte ou Gloria (neste caso foi a morte, mas com honra!)

Para dizer verdade gostava de ter lutado ali, naqule lugar perto do meu Rei a cortar Mouros e por fim cair...
Título:
Enviado por: lecavo em Outubro 16, 2006, 08:35:51 pm
Viva!

Eu já votei: Definitivamente D. João II.

“…Apesar de ter sido muitas vezes dito que a tentativa de achamento de um caminho marítimo para a Índia faz parte dos projectos do infante D. Henrique, tudo parece indicar que o «plano da Índia» é concebido por D. João II quando, ainda príncipe, passa a ter a responsabilidade pela orientação prática das navegações. É dele que parte a iniciativa de reconhecer as condições físicas do Atlântico Sul, de que encarrega Duarte Pacheco Pereira, e a decisão de prosseguir cada vez mais para sul as viagens ao longo da costa africana. São também decisão sua as duas viagens de Diogo Cão, que na segunda atinge como ponto mais meridional a serra da Parda; a viagem de Bartolomeu Dias, que leva, em 1488, navios portugueses pela primeira vez ao Índico; e, também, a missão desempenhada por Pêro da Covilhã que, no Indostão, no Golfo Pérsico e na costa oriental de África, permite recolher preciosas informações de carácter económico. Pode parecer estranho que, sabendo, já no início de 1489, da intercomunicabilidade entre os oceanos Atlântico e Índico, por informações colhidas em geógrafos árabes, não tenha decidido mandar nos anos que ainda viveu, uma armada para o comprovar. Há quem acredite ter havido entre a viagem de Bartolomeu Dias e a de Vasco da Gama armadas «secretas». Porém, carecendo essas teorias de prova histórica, é mais aceitável supor que, para concretização do seu plano da Índia, faltava uma peça essencial: a garantia de que o oceano Atlântico era mar «português». E só o Tratado de Tordesilhas, em 1494, o garante. D. Manuel virá a colher os frutos e a glória do descobrimento do caminho marítimo para a Índia que o Príncipe Perfeito tão laboriosa e inteligentemente preparou. Também nisso foi venturoso.”
Título:
Enviado por: Yosy em Outubro 16, 2006, 09:20:24 pm
Citação de: "Miguel"
Eu votava em quase todos :Soldado2:
Título:
Enviado por: dremanu em Outubro 16, 2006, 10:09:08 pm
Esta lista está muita mal apresentada, qual será a razão porque não foi organizada por categorias? O valor do contributo individual de cada uma das personagens só pode ser avaliado dentro do contexto correto.

Bom, eu também votava em quase todos, mas como tenho que escolher, aqui fica alguns nomes.

Chefes da nação

D. Afonso Henriques
D. Dinis (Grande rei de Portugal)
D. João I
D. João II
D. Manuel I
D. João VI
Ramalho Eanes

Chefes do governo

Marquês de Pombal (O unico que eu admiro)
Salazar (pelo menos era patriota)

Chefes militares

D. Nuno Alves Pereira
Afonso de Albuquerque

Poetas

Camões
Fernando Pessoa

Atletas

Rosa Mota
Carlos Lopes
Eusébio

Artistas populares

Amália Rodrigues
Vasco Santana
Beatriz costa

Figuras religiosas

Santo António

Empreendedores

Belmiro de Azevedo
António Champalimaud

Etc, etc, etc, e muitas há que nem fazem parte da lista.
Título:
Enviado por: Artic Fusion em Outubro 16, 2006, 10:11:31 pm
Sempre conseiderei el rei D.Afonso Henriques como uma grande figura portuguesa pelo que fez pelo país.

Mas existem outras figuras que também admiro muito... de qualquer maneira não tenciono votar.
Título:
Enviado por: Luso em Outubro 16, 2006, 10:16:42 pm
Fico contente for alguém mencionar Eanes.
Também é justa a menção e a História far-lhe-á justiça.

Agora ando aborrecido consigo, Dremanu! Anda desaparecido...
Título:
Enviado por: dremanu em Outubro 16, 2006, 10:34:14 pm
Citação de: "Luso"
Fico contente for alguém mencionar Eanes.
Também é justa a menção e a História far-lhe-á justiça.

Agora ando aborrecido consigo, Dremanu! Anda desaparecido...


 :D

Eu sei, e tenho vontade de participar mais, mas a verdade é que cada vez que me preparo para escrever qualquer coisa, algo se intromete, e que requer a minha imediata atenção, e lá se vai o momento.
Título:
Enviado por: Leonidas em Outubro 16, 2006, 10:43:56 pm
Saudações guerreiras


Citação de: "Papatango"
Mesmo Salazar, não tem ainda uma posição clara.
Eu creio que provavelmente acabará por ficar um bocado numa situação como a do Marquês de Pombal, ou seja, um déspota esclarecido, embora eu ache que não foi exactamente esclarecido.


Para mim são duas personalidades totalmente distintas. Podem coincidir em muita coisa, mas poderão passar de pormenores secundários. É lógico que no principal, o Despotismo, aí foram iguais - se é que se pode falar ou analisar esta igualdade, mas para não complicar admitamos que sim. Agora no esclarecido, aí já tenho as minhas mais que legitimas dúvidas.

No entanto, comparando os dois para aquilo que um e outro fizeram em diferentes períodos, o ti Sebastião leva um grande avanço. Se bem que se sabe que o despotismo em essência está errado, pode-se, porém, aceitar como sendo uma forma de governação aceitável e legítima naquele tempo.

Hoje e já em pleno séc XX esse e “qualquer outro tipo” de despotismo já não será aceitável, porque há outros conceitos que evoluíram e que sobrepuseram, em essência, ao mais esclarecido dos esclarecidos déspotas, e esse foi a forma de olhar o ser humano, no fundo o respeito pela sua liberdade como base para o seu próprio desenvolvimento. O olhar para o ser humano não como propriedade, mas na perspectiva mais humanista e mais fiel àquilo que ele deve tender, o ser em evolução.  

O Marquês de Pombal teve a ousadia de introduzir reformas para a modernização do estado. Uma reforma estruturante, urgente e necessária, embora polémica, foi a do ensino, optando pela expulsão dos jesuítas que eram os que dominavam os estudos universitários (em Coimbra, a única universidade no país desde o séc. XVI - depois de ser definitivamente transferida por D. João III, vinda de Lisboa - até aos princípios do séc. XX, se não me falha a memória).

Aí o Esclarecido assentou que nem uma luva, pois o saber aristotélico já mesmo muito tempo antes do renascimento, havia sido posto em causa, por assentar em princípios errados e só aí. Se não me falha a memória foi também ao Marquês que se atribuiu a iniciativa das bases para a industrialização do país. Portanto, compare só estes dois “pequenos pormenores” e transporte-os para a actualidade. Veja o que Salazar fez (e não fez) nestes dois campos. Veja o impacto que tem isso em qualquer sociedade a partir da revolução industrial? Salazar tinha obrigação de fazer mais e melhor em tudo. Não o fez porque era um déspota, mas retrógrado, esclarecido nunca.

Quanto ao D. João II estamos de acordo. No entanto, recuo um pouco mais no tempo e julgo que o título poderá assentar bem, também a um colectivo, curiosamente e muito sábia e justamente transformada numa pessoa, a Ínclita Geração.

No meio de tanta gente ilustre talvez seja mais fácil, votar naqueles que menos gostamos.  :?

Cumprimentos
Título:
Enviado por: Get_It em Outubro 16, 2006, 11:00:43 pm
Com esta história dos políticos e militares estão também a se esquecer de portugueses ligados às ciências, como António Damásio (http://http), Corino de Andrade (http://http) e Egas Moniz (http://http).

Eu pessoalmente acredito que com esta nova geração de tugas que por aí anda quem vai conseguir chegar ao top 5 d'«Os Grandes Portugueses» vai ser mas é a Floribela e o Luís Figo...

Cumprimentos,
Título:
Enviado por: dremanu em Outubro 16, 2006, 11:04:27 pm
Na minha opinião, o Salazar puderia ter sido um 2o Marquês de Pombal, mas    não foi, não demonstrou ter a mesma capacidade de visão e "punho-de-ferro" para efectuar mudanças com efeito a longo-prazo.

O Salazar demonstrou ser um bom administrator de estado, e pouco mais que isso.

Puderia ter feito muito mais pelo país, para que Portugal e as colónias se tivessem modernizado mais rapidamente, e sobretudo, para que não viessem eventualmente a cair nas mãos da esquerdalhada como veio a acontecer.

Até nisso ele foi fraco, pois deveria ter mandado abater o Alváro Cunhal quando teve a oportunidade de o fazer, em vez disso deixou-o viver. Devia ter feito o mesmo ao Mário Soares, mas também o deixou fugir, enfim, foi bonzinho demais para com aqueles que não deveria ser, e foi duro para o povo Português.
Título:
Enviado por: fgomes em Outubro 16, 2006, 11:27:41 pm
A minha opção vai para D. João II, pela sua visão estratégica que é coisa que temos muito pouco. Ele foi de facto o "Principe Perfeito" no sentido de Maquiavel, ao conseguir ser simultâneamente temido e amado.
Quanto a Salazar acho que ainda não passou tempo suficiente para se avaliar convenientemente o seu papel na nossa História.
Lamento discordar do resto dos foristas, mas o marquês de Pombal, tem um relevo não merecido na História devido a ter a maçonaria a fazer-lhe a propaganda! O processo dos Távoras foi uma vergonha mesmo pelos critérios da época. Também o facto do marquês ter acumulado uma vasta fortuna durante o tempo em que esteve no poder, não abona a seu favor.
Título:
Enviado por: Leonidas em Outubro 16, 2006, 11:39:34 pm
Saudações guerreiras

Citação de: "Dremanu"
Puderia ter feito muito mais pelo país, para que Portugal e as colónias se tivessem modernizado mais rapidamente, e sobretudo, para que não viessem eventualmente a cair nas mãos da esquerdalhada como veio a acontecer.

Exacto. Se compararmos com o Marquês então em vez de ainda estarmos a pagar por tal involução, a todos os níveis, poderíamos estar sempre bem melhor. No entanto entendo onde quer chegar. Salazar era como era, mas teve sempre que fazer qualquer coisa. Sabia-se que depois da 2ª guerra mundial toda a gente estava já a descolonizar. Aí ele não foi em cantigas, porque também não tinha que ir em cantigas dos outros. Os territórios desde o Minho a Timor eram nossos e não esquecer a concessão para administração do comércio em Macau.

Não havia nada que ceder e/ou dar seja a quem for e nisso, mesmo que custando aquilo que custou a todos aqueles que combateram e lá deixaram a vida, ele teve razão e conseguiu manter. Mesmo com todo o sofrimento essas lutas não nos desonram. Foi infrutífero, não pela questão militar, mas pela política. No entanto penso que a esquedalhada só veio adiantar o mais que óbvio. Se não era de uma maneira era de outra. A guerra podia-se tornar mais que insustentável. Aliás, já o era.  Portanto Salazar serviu também por causa disso e por outras razões meramente circunstanciais, mas mais para alem disso é melhor esquecer.

Citação de: "Dremanu"
Até nisso ele foi fraco, pois deveria ter mandado abater o Alváro Cunhal quando teve a oportunidade de o fazer, em vez disso deixou-o viver. Devia ter feito o mesmo ao Mário Soares, mas também o deixou fugir, enfim, foi bonzinho demais para com aqueles que não deveria ser, e foi duro para o povo Português.


Penso que se a morte de Álvaro Cunhal/Mário Soares ou qualquer outro, a verificar-se ás mãos do regime, não o (Salazar) iria dignificar em nada, como também não ficou dignificado com a morte do General (Sem Medo) Humberto Delgado, assim como todos os outros que pereceram e sofreram dura e injuntamente sob o seu regime, afirmando que quem é contra si (o regime) é contra Portugal. Estas criminosas, cobardes e fraudulentas atitudes também precisam de ser sempre denunciadas.  

Cumprimentos
Título:
Enviado por: Marauder em Outubro 17, 2006, 01:52:57 pm
Citação de: "dremanu"
Esta lista está muita mal apresentada, qual será a razão porque não foi organizada por categorias? O valor do contributo individual de cada uma das personagens só pode ser avaliado dentro do contexto correto.


Apoiado!!!

A sério, eu até gostaria de escolher, mas não nos moldes actuais.

Aliás, apoio e partilho a ideia do Dremanu, que até pergunto aos restantes elementos do FD se não vale mais a pena nós fazermos umas eleições paralelas, algo bem feito com pés e cabeça..

Seria uma ideia interessante..
Título:
Enviado por: Spectral em Outubro 17, 2006, 09:41:06 pm
Concordo completamente com o que o Leonidas disse quanto à comparação Salazar / M. Pombal, os contextos são muito diferentes.

Quanto à lista, acho que está um pouco misturada ( além de ter lá gente que não lembra nem ao diabo  :roll: ). Por mim prefiro distinguir entre

a) personagens que pelas suas acções, mudaram Portugal como poucos outros conseguiram

b) personagens que mesmo não tendo uma acção directa muito relevante, representam grandes momentos/épocas da nossa História, ou seja representam um colectivo

c) personagens que pelo seu "ser", a nível individual, têm em si algo de Portugal e que melhor nos representam



e as minhas escolhas são, ...suspense...

a) D. Afonso Henriques (D. João II é uma boa escolha, mas morreu um pouco cedo para ver os seus objectivos alcancados, de qualquer modo ambos são dos melhores monarcas europeus nas suas respectivas épocas)


b) Infante D. Henrique, símbolo dos Descobrimentos


c) Camões. F. Pessoa também seria uma boa escolha, mas acho que Camões, até pela sua vida atribulada, representa melhor quem nós somos.
Título:
Enviado por: Leonidas em Outubro 17, 2006, 11:13:25 pm
Saudações guerreiras

Citação de: "fgomes"
Lamento discordar do resto dos foristas, mas o marquês de Pombal, tem um relevo não merecido na História devido a ter a maçonaria a fazer-lhe a propaganda! O processo dos Távoras foi uma vergonha mesmo pelos critérios da época. Também o facto do marquês ter acumulado uma vasta fortuna durante o tempo em que esteve no poder, não abona a seu favor.


O Marquês ainda é polémico, sim senhor. E a questão dos Távoras claro que ainda dá que falar pelo perpetrado acto terrivelmente brutal e selvático. Mas há outras execuções polémicas também, se bem que, a dos Távora é uma das mais famosas senão a mais famosa. Deportações e pressiguições á nobreza foi sistemático.

Talvez a maçonaria recorra a ele por causa da sua posição anticlerical. Ele também era antinobreza e talvez seja por isso que os républicanos também clamam por ele. O gajo tinha taras assim, gostava de ser do contra.  :mrgreen:  A questão de ele ter acumulado fortuna ou feito fortuna quando esteve no poder, isso era tudo visto como normal e perfeitamente aceitável na época.

Temos que olhar sempre de acordo com a época e nunca em função do pensamento actual.

Cumprimentos

PS: Actualizei, neste tópico, a minha intervenção antecedente na pág. 2.
Título:
Enviado por: papatango em Outubro 17, 2006, 11:23:44 pm
Exactamente por isso, coloco o Marquês e Salazar no mesmo pódium.
São em certa medida reformadores.

Salazar recuperou a economia portuguesa desde o golpe de 1926 até à segunda guerra, sem o apoio do FMI da altura, e por isso enfrentou o periodo da grande depressão com grande contestação popular.

As lutas laborais dos anos 30, inserem-se nas lutas contra os problemas provocados pela depressão internacional, junto com a politica monetarista de Salazar.

Salazar foi deste ponto de vista um reformador, e se tivesse governado tanto quanto o Marquês (25 anos) tería estado no governo de 1926 a 1951, e terís sido visto como um grande democrata e reformador, que aceitou o veredicto do povo e se retirou.

Salazar não soube retirar-se, e como todos os ditadores achou que era insubstituivel. A partir do inicio dos anos 50, embora a economia recuperasse, as vistas curtas do regime passaram a ser uma desvantagem para o país em vez de uma vantagem.

Concordo que o Marquês está relativamente sobrevalorizado, por causa da Maçonaria, que tende a promover os ditadores anti-clericais, mesmo que estes seja déspotas. Mas também havia apoio da Maçonaria a Salazar.

Cumprimentos
Título:
Enviado por: Leonidas em Outubro 18, 2006, 04:24:36 am
Saudações guerreiras

Citação de: "PapaTango"
Exactamente por isso, coloco o Marquês e Salazar no mesmo pódium.
São em certa medida reformadores.


Salazar reformador no sentido reorganizativo, sim. Marquês reformador no sentido inovador (revolucionário/empreendedor), sim. Talvez seja mais fácil assim. Se for no sentido lato para Salazar não concordo, se bem que qualquer um, até hoje, se diz reformador.

Comprimentos
Título:
Enviado por: sierra002 em Outubro 18, 2006, 11:59:58 am
José Saramago, premio nobel de literatura.
Título:
Enviado por: Viriato1143 em Outubro 18, 2006, 12:17:19 pm
:Soldado2:
Eu escolhi tres portugueses para o meu podio:
D.Afondo Henriques
Marques de Pombal
Drº Oliveira Salazar
Título:
Enviado por: Cabeça de Martelo em Outubro 18, 2006, 12:18:32 pm
Sierra qualquer individuo que ganhe o prémio Nobel, tem que ser respeitado, mas Portugal tem inúmeras figuras que muito deram a Nação Portuguesa. Acho que é por isso que todos têm uma opinião diferente...é simplesmente muito dificil escolher uma figura entre tantos e ilustres pessoas!  :wink:
Título:
Enviado por: aero em Outubro 20, 2006, 04:08:21 pm
Aristides de Sousa Mendes

  "Os homens são do tamanho dos valores que defendem. Aristides de Sousa Mendes foi, talvez por isso, um dos poucos heróis nacionais do século XX e o maior símbolo português saído da II Guerra Mundial"
Título:
Enviado por: Marauder em Outubro 20, 2006, 06:56:22 pm
Citação de: "aero"
Aristides de Sousa Mendes

  "Os homens são do tamanho dos valores que defendem. Aristides de Sousa Mendes foi, talvez por isso, um dos poucos heróis nacionais do século XX e o maior símbolo português saído da II Guerra Mundial"


Grande HOMEM que o Aero agora se lembrou...sem dúvida um dos muitos heróis pouco conhecidos da nossa pátria Lusa. Muito por culpa de Salazar mas pronto.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Aristides_de_Sousa_Mendes (http://pt.wikipedia.org/wiki/Aristides_de_Sousa_Mendes)

Para quem não conheçe, recomendo que leiam algo sobre este Homem. A RTP fez um bom documentário sobre ele há uns anos atrás.
Título: Grandes Portugueses
Enviado por: davidromerocarmo em Outubro 20, 2006, 07:27:09 pm
Bem, eu na minha opinião tenho outra ideia acerca dos grandes portugueses, penso mesmo que as grandes personalidades da nossa patria foram D. Afonso Henriques autor de um grande sonho que para ele e para nos é uma realidade bem viva, o nosso Portugal que devemos preservar e defender ate a ultima gota de suor e sangue.
Em segundo plano indentifico D. João I pela sua coragem e determinação com que batalhou frente a castela, e por consequente a sua coragem ao assumir o trono portugues acabando com a crise instaurada no século XIV (1383-1385).
Outro rei que eu gostaria de elogiar apesar de seu curto reinado é D. Sebastião , apesar da sua tenra idade demonstrou o verdadeiro espirito lusitano e ousadia combatendo os mouros em Alcacer Quibir e mais uma vez opondo-se tambem as pretenções de ocupaçao do territorio nacional por parte de castela.
Por ultimo queria prestar homenagem a um homem que é odiado por muitos e amado por muito poucos, Antonio Oliveira Salazar, devemos a este homem o facto de ainda sermos portugueses, nao nos esqueçamos que ele salvou Portugal da banca rota no final da decada de 20, defendeu o nosso imperio colonial que com tanto suor conquistamos no passado de todas as grandes potencias mundiais. Cometeu erros é certo, mas tambem aquele que nunca pecou que atire a primeira pedra, e talvez a figura mais significativa para mim, podem no chamar ditador, fascista o que seja, ao menos o país e as forças armadas no seu tempo nao se encontrava no estado em que estão. Um abraço para todos os membros do forum. :wink:
Título: Re: Grandes Portugueses
Enviado por: Viriato1143 em Outubro 23, 2006, 02:48:32 pm
Citação de: "davidromerocarmo"
Bem, eu na minha opinião tenho outra ideia acerca dos grandes portugueses, penso mesmo que as grandes personalidades da nossa patria foram D. Afonso Henriques autor de um grande sonho que para ele e para nos é uma realidade bem viva, o nosso Portugal que devemos preservar e defender ate a ultima gota de suor e sangue.
Em segundo plano indentifico D. João I pela sua coragem e determinação com que batalhou frente a castela, e por consequente a sua coragem ao assumir o trono portugues acabando com a crise instaurada no século XIV (1383-1385).
Outro rei que eu gostaria de elogiar apesar de seu curto reinado é D. Sebastião , apesar da sua tenra idade demonstrou o verdadeiro espirito lusitano e ousadia combatendo os mouros em Alcacer Quibir e mais uma vez opondo-se tambem as pretenções de ocupaçao do territorio nacional por parte de castela.
Por ultimo queria prestar homenagem a um homem que é odiado por muitos e amado por muito poucos, Antonio Oliveira Salazar, devemos a este homem o facto de ainda sermos portugueses, nao nos esqueçamos que ele salvou Portugal da banca rota no final da decada de 20, defendeu o nosso imperio colonial que com tanto suor conquistamos no passado de todas as grandes potencias mundiais.


 :G-Ok: Concordo Plenamente,so acho que tambem podemos incluir o Marques de Pombal nessa lista de grandes Portugueses
Título: Re:
Enviado por: JQT em Outubro 27, 2006, 07:35:15 pm
Concordo com o Leonidas e o Papatango, mas com uma diferença:

- O português mais capaz: Marquês de Pombal
- O português que prestou um melhor serviço ao país: Salazar

Isto porque ambos tiraram o país do buraco na sua época mas Salazar teve a época mais difícil.
- Salvou a economia numa altura em que tudo parecia perdido. Pela primeira vez desde o Marquês de Pombal tivémos um superávito na balança de pagamentos com o exterior.
- Conseguiu fazer uma transição pacífica de uma ditatura militar para uma civil, algo único no mundo.
- Evitou que a Guerra de Espanha se alargasse a Portugal.
- Evitou a anexação espanhola em 1939
- Livrou-nos da 2 GM (só isso...)
- Pôs Portugal no Século XX em termos económicos, tecnológicos e sociais
- Preservou o Império durante e após a 2GM.

Claro que sou crítico do Salazar em muita, muita coisa. Mas, entre prós e contras, acabo por chegar a esta conclusão.

JQT
Título:
Enviado por: komet em Outubro 27, 2006, 08:39:23 pm
Citar
- Pôs Portugal no Século XX em termos económicos, tecnológicos e sociais


Quando é q foi a nossa revolução industrial? Deve-me ter passado ao lado...
Título:
Enviado por: Yosy em Outubro 27, 2006, 11:36:59 pm
Duas palavras chegam para excluir de uma só vez Salazar como uma grande português: Guerra Colonial.
Título:
Enviado por: JoseMFernandes em Outubro 28, 2006, 12:50:44 pm
Artigo de Helena Matos no PUBLICO de 28/10/2006:

Citar
Salazar contado ao povo e às crianças no país da Floribella

Helena Matos



Antes do 25 de Abril era quase a escravatura e as crianças não podiam ir à escola" ou "O biquini em Portugal era proibido antes do 25 de Abril" - frases como estas abundam nos materiais produzidos pelas e para as crianças portuguesas e no seu estonteamento dão conta daquilo que hoje se pode definir como Salazar contado ao povo e às crianças no país da Floribella. Nesta espécie de versão oficial, existiu um período designado como "antes do 25 de Abril" durante o qual governou um homem muito mau chamado Salazar.
Um dos maiores paradoxos do nosso tempo é termos instituído que no passado os bons pensavam e agiam como nós actualmente agimos e pensamos. A isto acresce uma espécie de crença sobre a simpatia, bondade e outros atributos positivos das personagens que temos como estando do lado certo da história ou seja do nosso lado. Isto transforma em feministas rainhas quinhentistas, Pero Vaz de Caminha num militante do multiculturalismo e Afonso de Albuquerque num facínora. Sobre o designado período "antes do 25 de Abril" (que nunca se explica às crianças e jovens ao certo quando começou e muito menos ao que sucedeu), opta-se por contar meia dúzia de histórias que atestam a maldade do dito Salazar, histórias essas que na escola, em casa, nos táxis e na televisão invariavelmente se cruzam com outras que procuram ilustrar a honestidade e a infalibilidade desse mesmo Salazar enquanto "mago das Finanças".
Como aconteceu ao longo das décadas em que Salazar governou, o retrato do homem que por mais tempo exerceu o poder em Portugal continua a ser feito sobretudo por um conjunto de histórias que foram ao longo dos anos repetidas, com entoações diferentes, quer por aqueles que o idolatraram, quer por aqueles que o denegriram.
Se Portugal e os portugueses valorizassem de facto a democracia, a liberdade de expressão, o parlamentarismo, o debate de ideias... dispensariam de bom grado este acervo de historietas que não só não se contradizem como se complementam e alimentam reciprocamente. São as histórias sobre a mãe, os comboios que partiam para Coimbra, a dona Maria... multiplicadas até ao dia em que, segundo rezam as mesmas histórias, se partiu uma velha cadeira usada até ao apodrecimento pelo então presidente do Conselho.
Confesso que ao ouvir essas histórias tenho a sensação de recuar no tempo e cair no meio da assistência dum espectáculo de revista à portuguesa. Dessas revistas que, não tendo graça alguma, só resultavam porque a existência de censura levava o público a julgar-se muito perspicaz e a bater palmas quando acreditava decifrar significados ocultos nas palavras dos actores. Na verdade tudo aquilo era uma espécie de comédia de enganos que, longe de corroer o poder, antes o sacralizava. A imagem de Salazar reforçava-se a cada gargalhada solta no meio de trocadilhos como estes que tiveram larga vida nos palcos revisteiros e em que o "santinho da pedincha" tanto pode ser o Santo António casamenteiro como o ministro das Finanças: "Ó meu rico Santo António,/ Tu és um demónio,/ Tu és um judeu,/ Ó santinho da pedincha,/ Foste uma pechincha/ Que nos apareceu!/ Até mesmo os pobrezinhos/ Dão cinco reizinhos/ P"ra te dar a ti!/ És um santo milagroso,/ De pau carunchoso,/ Como eu nunca vi!/ Tive uma devota,/ Que era já velhota,/ E veio até mim rezar: Ó Santo Antoninho,/ Dá-me um rapazinho,/ Que eu também quero casar."
Ao contrário daquilo que as historietas fazem correr, a censura não era um exercício de corte das notícias menos abonatórias sobre Salazar. Também o era, mas não de forma tão exaustiva quanto se possa pensar e nem sequer era esse o seu principal objectivo. Não incluindo nestas observações as notícias sobre a guerra colonial, a censura servia geralmente para filtrar os conflitos nos círculos dos apoiantes do regime, modelava a imagem das figuras da oposição, sobretudo da oposição tolerada, e muito particularmente construía uma realidade expurgada de conflitualidade religiosa e onde os dramas morais e sociais eram apresentados de forma asséptica (a este título são eloquentes os recortes do Boletim Diário de Registo e Justificação dos Cortes que Pacheco Pereira actualmente publica em www.abrupto.blogspot.com (http://www.abrupto.blogspot.com)).
Num país como Portugal, cujo povo manifesta uma enorme tolerância para aquilo que é implícito e subentendido, mas simultaneamente reage com enorme reserva a tudo aquilo que lhe exige que clara e publicamente tome uma posição, este tipo de censura que dulcifica a vida não é vista como uma limitação da liberdade, mas sim como um instrumento de apaziguamento. Sublinhe-se que a censura como forma de apaziguamento está longe de ser um mecanismo exclusivamente português e muito menos é um mecanismo pretérito. Antes pelo contrário, é usado frequentemente nos nossos dias. Por exemplo, foi em nome do apaziguamento ou, se se quiser usar uma linguagem mais em voga, em nome da tentativa de evitar um reacendimento dos conflitos que, nesta mesma semana, diversos órgãos de comunicação franceses controlaram as respectivas notícias sobre novos casos de violência suburbana, controlo esse que prossegue uma linha editorial já antiga nesta matéria.
A dificuldade de, em Portugal, ainda hoje se falar em Salazar sem que quem o faz não se enrede em anacrónicas declarações sobre o seu (anti) salazarismo resulta de muitas das características que associamos ao salazarismo serem as mesmíssimas qualidades e fraquezas com que portuguesmente enfrentamos o dia-a-dia. Salazar era um português que governou portugueses. Sabia de cor a vergonha das elites por não se julgarem à altura dum passado que acreditavam maior que o seu presente. Não ignorava, tal como outros não ignoraram depois dele, como era fácil seduzir os que se diziam remediados com um discurso em torno da excepcionalidade do seu destino. E sabia que os pobres, que eram a esmagadora maioria, se reviam na sua história de "filho de pobres", "vindo debaixo"... Nenhum líder português usou com tanta eficácia e durante tanto tempo, a história de Portugal e a sua origem social como legitimação dum projecto político.
Mas não apenas por esta espécie de familiariedade indesejada nos é difícil falar ainda hoje de Salazar. É também difícil porque se tem optado por fulanizar em Salazar um conjunto de omissões e assuntos que ainda não quisemos discutir. Por exemplo, Salazar é a porta de saída airosa para contornar o fracasso de uma geração excepcionalmente apetrechada do ponto de vista técnico, mas que, ao contrário do que aconteceu em Espanha, não foi capaz de assegurar uma transição política para a democracia. E Salazar é também o vocativo que preenche o silêncio de umas forças armadas que, até hoje, não explicaram aos portugueses o que se passou quer na guerra colonial, quer no processo que se lhe seguiu e que elas mesmas designaram como descolonização.
O importante em Salazar não é ele ter sido um grande ou pequeno português. O importante é que ele percebeu quais são e como se podem usar as fraquezas e as forças dos portugueses.
   
Título: Acerca de salazar!
Enviado por: davidromerocarmo em Outubro 29, 2006, 01:45:08 am
Esta bem que salazar possa ter cometido erros, mas como ja disse todos somos humanos, e aliás, se formos ver o que ele conseguiu para este país e do que o nosso Portugal agora tem falta, coloca-se uma grande pergunta que muitos portugueses fazem de hoje em dia, nao fará falta outro salazar? Não teremos nos errado ao fazer do 25 de abril o que ele parece que é hoje, um país desmoralizado e pessimista em todos os niveis. Pensem bem meus caros amigos se um salazar nao nos faria falta nos dias de hoje para mais uma vez nos proteger de uma ameaça muito enublada que paira no ar vinda de Espanha? meditem....... tenham amor e acreditem no nosso país.
Título: Re: Acerca de salazar!
Enviado por: Marauder em Outubro 29, 2006, 12:17:16 pm
Citação de: "davidromerocarmo"
Esta bem que salazar possa ter cometido erros, mas como ja disse todos somos humanos, e aliás, se formos ver o que ele conseguiu para este país e do que o nosso Portugal agora tem falta, coloca-se uma grande pergunta que muitos portugueses fazem de hoje em dia, nao fará falta outro salazar? Não teremos nos errado ao fazer do 25 de abril o que ele parece que é hoje, um país desmoralizado e pessimista em todos os niveis. Pensem bem meus caros amigos se um salazar nao nos faria falta nos dias de hoje para mais uma vez nos proteger de uma ameaça muito enublada que paira no ar vinda de Espanha? meditem....... tenham amor e acreditem no nosso país.


Hum..se quiserem pensar que são felizes...sim..faria falta um Salazar..mas também a mula é feliz com um fardo de palha..

Salazar não tinha estaleca para meter o país de acordo com as novas tendencias económicas..mas não foi o único..no pós-25 de Abril também a malta de esquerda também...ui ui....

E o resultado está à vista.

Para quem não sabe, no combate "ideologico" Agricultura Vs Industria...Salazar ia pela agricultura...e quando abriu os olhos à verdade..e se tornou mais tolerante (sim...a Industria era horrivel, era um mal que afectava as sociedades, pensava muita gente "feliz" cá do burgo)..já era tarde demais..
Título:
Enviado por: Dissident em Outubro 30, 2006, 04:38:07 pm
O que fará de alguém o melhor português?

- Ter sido uma pessoa "à frente" no seu tempo, contribuindo de alguma forma para o progresso da humanidade?

- Ter tido uma papel decisivo no desenvolvimento do país?

Coloco esta questão em relação ao debate em torno da figura de Salazar e do seu legado na História.

Na minha opinião pessoal e seja qualquer for o critério de análise, Salazar nunca pode ser considerado um grande português (quanto mais o maior, se é que esse existe...).

Ao olhar para Salazar e para a sua "regência", o que eu vejo acima de tudo é um indivíduo e uma política retrógrados, desfazados do seu tempo e que prejudicaram o país e os portugueses.

Antes de mais, foi um ditador. Com tudo o que isso implica. Isto não é um mero pormenor, como alguns parecem querer fazer crer, ainda para mais tendo em conta a época em que viveu.

Não pretendo expor aqui um tratado sobre este tema, mas existem algumas ideias falsas que tendem a ser repetidas tantas vezes até soarem a verdade.

Uma delas é que Salazar adoptou boas políticas económicas que permitiram um grande desenvolvimento do país. Isto é completamente falso.

Nos anos 40 do século XX, a grande prioridade do Governo para a economia portuguesa era a agricultura, transformando o Alentejo no celeiro do país. Isto numa época em que a primeira idade industrial já tinha passado, literalmente, à séculos. Esta estratégia, que se enquadrava no isolamento que o Estado Novo defendia para Portugal, foi completamente ruinosa a todos os níveis. Para além de não se terem atingido os objectivos definidos, gastou-se uma enorme quantidade de recursos que poderiam e deveriam ter sido aplicados noutros sectores que beneficiassem de facto o país. Este processo implicou o recurso ao trabalho pesadissimo de muitos camponeses alentejanos (não é por acaso que o partido comunista constituiu uma grande base de apoio no Alentejo), tendo tido também graves consequências ambientais na região que ainda se fazem sentir (o processo de erosão do solo foi acelerado), e também alimentares (o isolamento económico e a baixa produção de cereais levaram a periodos de excassez alimentar, principalmente de pão, que era a base da alimentação do povo).


Perante o fracasso, nos anos 50 e 60 a tónica foi posta no fomento industrial. Este foi de facto um período de grande crescimento económico do país. No entanto, é necessário analisar melhor este período:

- O desenvolvimento industrial foi feito apenas depois do falhanço do plano agrícola e em consequência dele, pelo que não é "obra da visão de Salazar", sendo até contrário à sua ideia rural e tacanha do país. Foi a evidência que se impôs;

- O crescimento foi resultado essencialmente da abertura do país ao exterior (a nível económico), o que mais uma vez foi a evidência que contrariou a tese ultra-isolacionista do ditador;

- O país partia duma base extremamente pobre, o que favorece ritmos de crescimento económico elevados (não vos vou massacrar com a explicação teórica do motivo, mas é verdade - ver actualmente China, India, Angola...);

- O mundo cresceu económicamente muito no período pós guerra e até aos anos 70, principalmente o "mundo ocidental" com o qual Portugal tinha relação comerciais. De facto, o crescimento português neste período não é assinalável quando comparado com outros países, sendo sobretudo resultado do "motor" da economia mundial e não de qualquer política milagrosa e vanguardista de Salazar;

- O Desenvolvimento foi muito baixo. O critério para medir este parâmetro não é o crescimento económico por si só, mas a forma como este crescimento beneficia a população do país. De facto, o condicionamento industrial, o corporativismo, a ausência de políticas sociais e a repressão política permitiram que poucos beneficiassem verdadeiramente do crescimento económico do país. A maioria da população continuou a viver mal e quando se chega ao 25 de Abril Portugal é um país atrasado em todos os indicadores sociais.

- Alguns dos problemas que ainda hoje afectam a economia portuguesa, como a baixa produtividade e competitividade, a dificuldade de inovação e internacionalização das empresas e a baixa qualificação de muitos trabalhadores têm origem na "magnífica visão estratégica" do Estado Novo e nas suas políticas proteccionistas, de condicionamento industrial e de não incentivo e investimento na educação e formação das pessoas (até de algum desprezo por estas áreas, que algumas pessoas foram mantendo até tempos recentes).

Este foi apenas um exemplo relativo a um assunto. Tenho vontade de dar a minha opinião (sim, por que agora, apesar de tudo, posso dar a minha opinião) em relação a outros ideias mas a mensagem já vai longa. Talvez noutra altura o faça.

Acima de tudo, penso que é preciso que as opiniões que temos sejam reflectidas e fundamentadas. Uma mentira repetida mil vezes transforma-se em verdade e hoje em dia arrotam-se muitas postas de pescada sem fundamento.

Para terminar, acho que o Ricardo Araújo Pereira tem toda a razão:
A hipótese de Salazar ser eleito o melhor português é uma tremenda falta de consideração pela sua memória.
Um indivíduo que durante toda a vida se negou obstinadamente e por todos os meios a ser submetido a eleições, corre agora o risco de receber votos dos portugueses para uma eleição já depois de morto.
Há coisas que de facto não se fazem a uma pessoa...
Título:
Enviado por: PereiraMarques em Outubro 30, 2006, 05:24:12 pm
Ora aqui está uma opinião que posso subscrever plenamente...
Título:
Enviado por: JoseMFernandes em Outubro 30, 2006, 06:14:47 pm
Dissident
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O que fará de alguém o melhor português?
- Ter sido uma pessoa "à frente" no seu tempo, contribuindo de alguma forma para o progresso da humanidade?
- Ter tido um papel decisivo no desenvolvimento do país?


Aparentemente e a avaliar por muitos dos 'pré-seleccionados', nem uma coisa nem outra... :) ) ... de várias gerações, antes e depois dele.
Título:
Enviado por: Spectral em Outubro 30, 2006, 06:44:54 pm
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Ora aqui está uma opinião que posso subscrever plenamente...



Acho que já somos dois...
Título:
Enviado por: Yosy em Outubro 30, 2006, 08:48:10 pm
Citação de: "Spectral"
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Ora aqui está uma opinião que posso subscrever plenamente...


Acho que já somos dois...


3 na verdade. Que grande post o do Dissident  :Palmas:
Título:
Enviado por: aero em Outubro 30, 2006, 09:38:50 pm
Citação de: "Yosy"
Citação de: "Spectral"
Citar
Ora aqui está uma opinião que posso subscrever plenamente...


Acho que já somos dois...

3 na verdade. Que grande post o do Dissident  :D  :Palmas:
Título:
Enviado por: P44 em Outubro 31, 2006, 11:28:26 am
Citação de: "aero"
Citação de: "Yosy"
Citação de: "Spectral"
Citar
Ora aqui está uma opinião que posso subscrever plenamente...


Acho que já somos dois...

3 na verdade. Que grande post o do Dissident  :D  :D  :Palmas:

Dissident, Bravo!
Título:
Enviado por: papatango em Outubro 31, 2006, 12:56:03 pm
Permitam-me dar o meu centimozito de prosa:
Acho que se está a dar demasiada importância a Salazar, e uma importância que pessoalmente acredito que não merece.

Mas temos que ser honestos.
Não a merece por não ter sido realmente uma pessoa de grande visão, e da mesma forma não a merece por não ter sido o grande biltre e ditador sanguinário que de facto nunca foi.

A demonização da imagem de Salazar, aparece aos olhos das novas gerações e das pessoas que querem ter uma visão abrangente do nosso passado recente, como algo de estranho e pouco fundamentado.
A sua comparação com políticos criminosos como Hitler, Franco ou Estaline, não faz qualquer sentido. O regime de 1926 foi uma ditadura militar, e tecnicamente a ditadura militar acabou exactamente com Salazar, ao institucionalizar o Estado Novo, e ao controlar os militares.

Ao mesmo tempo, a afirmação de que se tratou de um grande estadista e um grande Homem, também parece exagerada e não muito fundamentada.

A política económica de Salazar, que conseguiu reerguer o país da catástrofe da I República não teve nada de absolutamente brilhante, porque estava nos livros pelos quais Salazar estudou.

A predilecção de Salazar pelo Portugal agrícola e rural, não era nada de estranhar, porque o ideário das ditaduras da época, mesmo a alemã, considerava que a industria era apenas um acessório e que os valores tradicionais da moral «provinciana» e rural deveriam ser os valores da sociedade do futuro.

A meu ver, é isto que realmente é mau em Salazar. Não foi um Homem de grande visão, limitou-se apenas a copiar conceitos que já tinham sido inventados e que faziam sentido para a visão paroquial de uma espécie de reitor e mestre-escola que Salazar tinha de si.

Ou seja, não se pode criticar Salazar pelo que fez:
Nem as coisas boas foram realmente boas, nem as coisas más foram realmente más.

Salazar caracteriza-se exactamente por isso:

Não foi nem carne nem peixe, nem bom nem mau, nem tirano nem democrata.
E fomos governados por tantos anos, por uma espécie de amiba, um «Maria vai com as outras» que desgraçadamente, só ia com as outras, quando as outras já tinham partido havia muito.

Podemos criticar Salazar, pelo que não foi.

Um homem que se caracterizou por não fazer, dificilmente pode ser considerado numa lista de piores ou melhores.

Penso eu de que...
Título:
Enviado por: Rui Elias em Outubro 31, 2006, 01:54:32 pm
E na minha opinião, sacralizar a figura de Oliveira Salazar com base na manutenção de Portugal de fora da II Grande Guerra, qunjdo se sabe que esteve com Deus e com o Diabo, dependendo do decurso do conflito.

Sacralizar Salazar, com base nas reformas que apenas condenaram o país ao atavismo social e económico, nunca lançando o país numa senda de progresso industrial e econímico (esqueceram que era proibida a Coca-Cola e a Pepsi, porque se queria proteger a industria de refrigerantes nacional, ou que se tinha que pagar 2$50 por porte e uso de isqueiro até aos anos 60, para que se protegesse a indústria dos fósforos?).

Sacralizar Salazar por causa da pseudo-manutenção do império colonial, sem meios, e que condenou à implosão do tal império, porque chegados a 74/75, já não haviam condições sociais, politicas, militares e económicas para controlar de forma diferente da que foi, o processo de descolonização, ou dizer que Salazar era um ditador civil em vez de militar, esquecendo que o Estado Novo era de facto tutelado pelas FA's, em que o Presidente era um militar, tal como os presidentes das câmaras Municipais de Lisboa e Porto, é mau para o país e de péssimo sintoma para a memória.

Sacralizar uma figura que já depois da II Grande Guerra manteve através do seu regime, a censura, prisioneiros politicos e assassinatos não me parece de bom senso.

Marquês de Pombal era um dépota?

Era, mas um homem do seu tempo, o do iluminismo.

Salazar foi desde o início um homem anacrónico.

De resto subscrevo totalmente a opinião acima exposta pelo colega Dissident.
Título:
Enviado por: Paisano em Outubro 31, 2006, 06:54:06 pm
Pergunta de um estrangeiro: O maior dos portugueses não deveria ser obrigatóriamente o fundador/criador da nação portuguesa?
Título:
Enviado por: Luso em Outubro 31, 2006, 08:14:41 pm
É uma excelente pergunta/observação, Paisano.
D. João II criou as bases de um império global, coisa nunca dantes vista, empreendimento executado pela nação institucionalmente criada por D. Afonso Henriques.
D. João II significa ver mais além, determinação, força, inteligência. Significa Portugal Universal, maturidade.
Afonso Henriques a infância.
Título:
Enviado por: papatango em Novembro 01, 2006, 12:21:12 am
O primeiro rei, tem importância, mas não podemos esquecer coisas como o conceito de Nação e o conceito de Estado.

Afonso Henriques, não inventou Portugal.
Portugal já existia. Então desse ponto de vista, o maior dos portugueses seria o homem que inventou o Condado Portucalense?

Uma Nação não é definida pelo acto juridico-legal da sua transformação em Estado.

Uma Nação, nasce na cabeça das pessoas, nasce de um desejo comum de um grupo de pessoas que acham que o seu futuro deve ser regido por eles mesmos e não por pessoas que lhes são estranhas.

Uma Nação, não nasce, ela é criada ao longo dos tempos.

Um país como Portugal, pode ter tido o seu acto juridico de formação como Estado (coisa que na altura nem tinha sentido) no ido ano de 1143, com D. Afonso Henriques, mas o que aconteceu quando a sua dinastía entrou em crise e se afundou?

Resposta:
Apareceu uma nova dinastia, a casa de Avis, com D. João I.
Este, com a retumbante vitória de Aljubarrota, mais uma vez reafirmou o direito do povo em traçar o seu próprio destino.

Portugal, não existe por vontade de um Homem, de um Rei, de um Principe ou de um Senhor Feudal.

Portugal existe, por vontade de milhares, centenas de milhares e mais tarde milhões de pessoas.

Os líderes só governam, enquanto tiverem a aceitação tácita do povo. Nenhum sobrevive sem o apoio do povo.
O povo pode até ser instrumentalizado ou de alguma forma induzido, mas na maior parte das vezes, a sua vontade, mal ou bem acaba por ser cumprida.

Por isso, D. Afonso Henriques, como D. João I, ou D. João IV, apenas corporizam essa vontade de liberdade, expressa na autonomia politica.

Desse ponto de vista portanto, quem funda Portugal, é o povo.
É o povo que apoia a sua fundação, que apoia a sua defesa, e que apoia este ou aquele nobre, consoante o acha mais ou menos capaz de defender a autonomia política.

Se Portugal não tivesse sido criado como Estado soberano no tempo de D. Afonso Henriques, teria sido criado mais tarde por outro qualquer nobre, que o povo visse como capaz de corporizar a sua necessidade e ansia de autonomia politica.

= = =

É dificil, num país que foi juridicamente criado como Estado soberano em 1143 (há 863 anos) encontrar um só Homem (ou mulher) que possa ser considerado o maior de todos.

Provavelmente o maior de todos, é aquele que no século XIX foi chamado de Zé Povinho.

Pouco educado, tonto, amigo do seu copito de tintol, mas que no fundo, sabe muito bem quando "eles" estão a passar das marcas.

Provavelmente esse sería o maior de todos.

Cumprimentos
Título:
Enviado por: Luso em Novembro 01, 2006, 09:54:49 am
Citação de: "papatango"
Provavelmente o maior de todos, é aquele que no século XIX foi chamado de Zé Povinho.


Agora políticamente correcto, PT? :mrgreen:
Um "zé povinho" sem "o tal português" não passaria de um corpo decapitado, incapaz de fazer seja o que for a não ser barulho. E isto é um facto, a menos que consideremos os portugueses como um grupo de insectos.
Título:
Enviado por: Leonidas em Novembro 10, 2006, 03:49:05 am
Saudações guerreiras

Citação de: "JQT"
- Evitou que a Guerra de Espanha se alargasse a Portugal.

Combateu a oposição interna de tal maneira que a deixou enfraquecidíssima e sem capacidade de agitação interna. O povo nesse tempo definia-o como o salvador da pátria e isso está tudo dito. Tendo o apoio da (talvez mesmo esmagadora) maioria da população o resto eram favas contadas.

Porque tirou partido pelo lado mais forte e que lhe convinha mais, porque do outro lado não se sabia muito bem o que poderia vir aí. Talvez uma democracia ou um outro regime considerado hostil, fosse visto com desconfiança por Hitler por apoiar ou até envolver-se contra as forças do eixo e acabávamos por ter a II WW praticamente nas fronteiras da metrópole Portugal. Sabe-se que o próprio Hitler tinha intenções de invadir Portugal também, logo era só atravessar a fronteira.

É verdade que evitou que a guerra do outro lado ultrapassasse as fronteiras, mas não foi por isso que Portugal não deixou de estar envolvido, antes o contrário. Já aí era notório que havia uma oposição em Portugal disposta a fazer estragos cá, caso os republicanos espanhóis ganhassem a guerra. O apoio oficial foi todo para o lado nacionalista

Citar
- Evitou a anexação espanhola em 1939
- Livrou-nos da 2 GM (só isso...)

Caro JQT, o que livrou Portugal verdadeiramente da guerra foi Hitler ter mais com que se preocupar e já não era pouco. Aliados idem. Ganho por mil, ganho por um. Talvez a estátua - que é um dos melhores miradouros que conheço em Portugal - que está em Almada nos possa dizer mais. Por Salazar, não sei se estava ou não estava, mas estava concerteza pelo povo português.

Quanto a anexação espanhola é um dos episódios que ainda não domino nada bem. Ainda não tive a oportunidade para me debruçar sobre o assunto. Gostava de saber a explicação oficial ou o(s) motivo(s) que se aponta(m) como o(s) mais provável/veis para que Espanha atacasse Portugal.

Desconfio que isso pudesse envolver a Europa também. No entanto, talvez isso pudesse criar uma ruptura entre aqueles que tiveram que enfrentar um elemento comum e considerado hostil num assunto muito mais perigoso que foi o combate e destruição do regime NAZI na Alemanha que, dada a sua natureza patológica seria a desgraça do planeta se ganhasse. Mais uma vez a atenções, estavam concentradas na Europa central e talvez isso fizesse recuar Franco de invadir Portugal.

Citar
- Salvou a economia numa altura em que tudo parecia perdido. Pela primeira vez desde o Marquês de Pombal tivémos um superávito na balança de pagamentos com o exterior.
 - Pôs Portugal no Século XX em termos económicos, tecnológicos e sociais

Salazar salvador da pátria, assim era ele intitulado pelas multidões. Temos que ver que a ascensão de Salazar ao poder teve a ver mais com a resolução pontual de um problema grave em Portugal na altura que era a grande instabilidade a quase todos os níveis e porque a ditadura militar, sem estratégia eficaz para combater essa crise, também, de repercussão internacional, esteve já sem soluções para o país.

Salazar entendia de finanças mas nada ou muito pouco de economia. Ele era professor em Coimbra de finanças, mas era de Direito se não tou em erro. Ele era famoso por uma tese qualquer e foi chamado para fazer parte de um governo, em que, ao administrar, de um dia para o outro, conseguiu o tal “milagre” que nem o melhor prémio Nobel tinha conseguido.

Mas esse tal “milagre” foi á custa de um ultra-fortíssimo choque que teve um impacto inimaginável, por ser demasiado brusco. Quem pagou isso não foi ele porque era funcionário público, mas todo o setor produtivo em geral. Foi como ressuscitar um ser humano em coma com a dor de umas valentíssimas marretadas. Teve o mérito de fazê-lo recuperar a consciência, mas como foi á marretada imagine-se só como teria ficado. Teve que recuperar da doença e da cura ao mesmo tempo.

(Se cai o Carmo e a Trindade quando se trata de equilibrar as finanças públicas e se o que se está a fazer, que sendo de modo faseado, mas mesmo assim, tendo a consciência do que isso significa na realidade, então imagine-se o que não teria sido na altura e com Portugal na banca rota!!! O sacrifício foi de um sucesso que nem aos americanos lembrou para relançar a sua economia preferindo o “ridículo” “ The New Deal”, coisa que Salazar recusou no pós-guerra por causa da sua “inteligente” ideia de independência.)

Ninguém conhecia o pensamento de Salazar. Ele apenas aproveitou a embalagem para fundar o seu próprio “reino” e com isso fazer o que ele quisesse e foi o que aconteceu. Aposto que ficou deslumbrado com a bajulice que lhe foi feita e com isso iludir-se com a sua dita competência até então demonstrada pelas políticas ORÇAMENTAIS e exclusivamente em Portugal.  

Citar
- Pôs Portugal no Século XX em termos económicos, tecnológicos e sociais

Salazar teve tudo a seu favor. Ele teve o poder de recusar o estratégico plano dos americanos, como já referi. Podia-se aceitar, embora sendo (mais que) discutível a sua posição face a tal oferta, ao optar pela independência económica de Portugal. Fê-lo porque podia, pois contava com um império que lhe fornecia matéria-prima e mercado (este último não sei se alguma vez funcinou) e porque tinha abastecido a 2ª guerra mundial. Estava com os cofres bem recheados, mas nem isso soube aproveitar em condições mais que favoráveis, logo no pós 2ª guerra mundial. E quando se olhou seriamente para uma política industria (que já aqui exposta e bem pelo Dissident) o efeito positivo esbateu-se, senão na totalidade talvez uma boa parte, com a guerra colonial. Se houve muito crescimento os recursos consumidos pela guerra não foram de menosprezar.

O “New Deal” á portuguesa resumiu-se praticamente só ao burgo e pouco mais no resto do país. Embora Portugal tivesse todas as províncias até parece que todo se resumia á metrópole salvo algumas excepções. Também aqui parece que nunca tivemos recursos suficientes para sermos uma verdadeira potência mundial. Vejamos então o alcance da visão do homem. Coisa que, infelizmente, nos tempos que correm parece ainda persistir.    

Tecnologia? Só um exemplo: Como se explica que todos os navios mais importantes da Armada, da ainda existente (uma parte) frota atual, fossem construídos no estrangeiro?
Mais outro: Talvez mais de 70% do país se tivesse de deitar e levantar com as galinhas. Electricidade? Sim, só quando relampejava!!!  

Só uma achega no social, para além de tudo o que foi dito. O ensino não era para quem queria, mas sim para quem podia. Depois da 4ª classe era só para que era rico. Se se tivesse dois filho e um deles varão, era esse que lhe era dado o privilégio e um dos cônjuges tinha que ser funcionário publico ou então ter um negócio que lhe pudesse render algum para sustentar um “fardo” daqueles e ainda com algum sacrifício. Entrar na universidade era só mesmo para muito abastados ou então por ter ganho a lotaria dos santos populares.

As políticas sociais (curiosamente um conceito marxista-leninista) surgiram só com o Marcelo Caetano, com as primeiras reformas. Até aí era trabalhar até morrer.
Uma política social que foi muito promovida foi a perseguição e chantagem a todos aqueles que eram considerados anti regime e a censura como fomento da aprendizagem e castração dos maus pensamentos. Assim se construía o progresso, sempre na linha, não vá o gajo virar comuna!!!

Arroz-doce? Só em casamentos (50 cães de volta de um osso). Carne? Só por festa da paróquia. Uma sardinha? Não é verdade. Era a cabeça para as mulheres e o resto para os homens. Uma sardinha? Não é verdade. Era uma porção de uma sardinha a dividir por 3 pessoas e as “sobras” iam para Espanha. Leite? Qual quê!!! Isso era para mariquinhas. O tinto alimentava um milhão de portugueses, dizia-se e propagandeava-se com orgulho e sabedoria. A Amália foi uma heroína conseguiu cantar o fado em inglês (uma coisa só portuguesa e grosseiramente adulterada) sem ser censurada. Não esqueçam o futebol para o convívio social e discussão das correctas políticas de Salazar. Salazar tinha mais estádios do que as localidades começadas por S. António

A política social nos costumes, hoje é de rir e uma anedota autêntica, castradora e hipócrita. Afinal o politicamente correto também se cultivava.  

Citação de: "Rui Elias"
[size=1~2]Sacralizar Salazar por causa da pseudo-manutenção do império colonial, sem meios, e que condenou à implosão do tal império, porque chegados a 74/75, já não haviam condições sociais, politicas, militares e económicas para controlar de forma diferente da que foi, o processo de descolonização, ou dizer que Salazar era um ditador civil em vez de militar, esquecendo que o Estado Novo era de facto tutelado pelas FA's, em que o Presidente era um militar, tal como os presidentes das câmaras Municipais de Lisboa e Porto, é mau para o país e de péssimo sintoma para a memória.[/size]

Não entendi de que maneira é que não havia condições para se manter as ex-províncias ultramarinas se elas se mantiveram até a data do início da resistência armada na mais absoluta tranquilidade !!!!! O que está em dúvida era se Portugal teria a possibilidade de aguentar os territórios mesmo que a guerra fosse totalmente ganha. É que os outros invejosos e hipócritas ex-colonisadores (tipo os ingleses) não iriam perdoar e talvez fosse mais que certo a ingerência estrangeira – para além do conflito guerra colonial no contexto guerra-fria e que de certo modo já estava a ser feita - para que a descolonização fosse feita e consequente perda de poder de Portugal no mundo. Numa palavra, (eliminação de) concorrência.  

Para mim a razão principal de derrocada do império não se dá pela falta de meios. Foi, sim, por causa da não-aceitação política, por parte da nova classe que tinha chegado ao poder, uns fartos da guerra e outros porque tinham interiorizado que assim é que estava bem e todos aqueles que achavam que já tava mais que na hora de abalar.

A própria existência de uma ditadura, sendo um regime repressivo, criou anticorpos em todos os opositores(os que já eram por questões ideológica e outros porque se tornaram) a Salazar, logo após o terminus da II guerra mundial que passaram a resistência interna (a possível e sem efeitos práticos) ou externa, onde Salazar aí já não tinha poder nenhum para controlar a não ser com colaboração desses mesmos países. Tudo o que fosse a assemelhar-se com a política anterior ao golpe de estado de 1974 seria completamente rejeitado e impensável de se por em prática.

O Estado Novo era tutelado por um regime que CUSTOU ao país praticamente meio século de retrocesso á Idade-média e com um só objetivo muito simples, que foi o perpetuar a cavalgadura na cadeira do poder. Para isso, Salazar criou ferramentas para que se fizesse respeitar, não pelas suas qualidades de governante, mas pela lógica do terror. Ter ou não militares aqui ou acolá num regime em que não eram eles que mandavam, não aquece nem arrefece. O cargo de PR era meramente figurativo e ai dele se não alinhasse pela bitola de Salazar. Enfardava á grande e com sorte ainda tinha férias pagas em ambiente tropical no resort "Hotel Maravilhas" no Tarrafal para os mais “empreendedores” !!!

Citação de: "PapaTango"
Permitam-me dar o meu centimozito de prosa:
Acho que se está a dar demasiada importância a Salazar, e uma importância que pessoalmente acredito que não merece.
Da minha parte não há qualquer tipo de inconveniente em discutir seja o que for. Não se pode é confundir isso é com veneração e nisso tem razão, porque não o merece.
Está a ter o destaque que tem, porque há outras verdades para além daquelas que são apresentadas. Salazar merece ser discutido e refletido assim como outro qualquer da mesma ou pior estirpe que ele. Se assim não for também não se aprende.

Citação de: "PapaTango"
Não a merece por não ter sido realmente uma pessoa de grande visão, e da mesma forma não a merece por não ter sido o grande biltre e ditador sanguinário que de facto nunca foi.

Quantas pessoas são precisas morrerem para que alguém seja apelidado de sanguinário? Quanto valeu a vida humana á luz do regime? Quantos não morreram sob cativeiro? Quantos não morreram torturados? Quantos não foram torturados? Quantos não foram assassinados? Não basta isto para ser sanguinário? Então e para ser sádico também não?

Se Salazar alguma vez ordenou a morte em nome de Portugal aí já se pode discutir a sua eventual desculpabilização. Outra coisa é quando o faz na protecção do regime e/ou o faz para si - como se queira designar - justificando-se com o interesse nacional. Aí é que... pois... pois...

Uma morte no séc. XXI a.C. não deixa de ser uma morte no séc. XXI d.C.. Um assasinato no séc. XVIII d.C. não deixa de ser um assasinato no séc. XXI d.C.

Salazar matou não em legitima defesa, mas por tão simplesmente não aceitar um não do outro, o que fez dele um assassino e conspurcou o nome de Portugal porque o fez em associação de causa. A fraude foi revelada.

Citação de: "PapaTango"
A demonização da imagem de Salazar, aparece aos olhos das novas gerações e das pessoas que querem ter uma visão abrangente do nosso passado recente, como algo de estranho e pouco fundamentado.


Honra lhe seja feita para aquilo que fez de bem, sempre. Resta saber com que intenção e para que fim é utilizado esse reconhecimento, se para uma base propagandística pró-fascista ou se se está numa de discussão a sério daquilo que representou e representará para todas as gerações pós-Salazar.

Se ele tivesse abandonado o poder quando as pessoas já não lhe reconheciam méritos, talvez hoje a ideia dele não penderia tanto para o lado tão negativo e se fosse capaz de se entender algumas atitudes menos recomendáveis, tudo, claro, dentro do contexto da época, coisa que de resto já aqui foi discutida também.

Se há uma apreciação depreciativa da imagem de Salazar recorrendo á demonização, significa isso que houve algo que falhou na sua política e não porque se inventou algo. Se se tivesse inventado algo então já haveria uma contraposição de argumentos devidamente estudados e fundamentados. Dou este exemplo (não sei se sabiam disto): (*)
Foi estranho o período em que esteve no poder e passou a ser traumático a partir do momento em que o deveria ter abandonado voluntariamente.

(*) A expressão regist[r]ada no Dicionário das Origens das Frases Feitas, de Orlando Neves, vem no plural, embora o uso tenha consagrado o singular, também, como vem abonado no Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa (que dá amigo de Peniche = amigo da onça, «falso amigo, amigo interesseiro, hipócrita, interesseiro»).
   Quanto à origem da expressão, transcreve-se de seguida o que refere Orlando Neves:
 
   «A "amigos" traiçoeiros, falsos ou hipócritas se costuma chamar “amigos de Peniche". Afinal, nem Peniche nem os seus naturais têm que ver com essa ideia de falsidade.
   Mariano Calado, no livro Peniche na História e na Lenda, esclarece completamente o caso:
   "Tendo D. Henrique morrido sem deixar descendência, surgiram, naturalmente, como pretendentes ao trono de Portugal, três netos de D. Manuel: Filipe II, rei de Espanha, D. Catarina de Bragança e D. António, Prior do Crato. Era ao primeiro aquele a quem a força dava mais direitos, demais coadjuvado pela perfídia que, ao tempo, grassava na corte portuguesa; e um exército espanhol, comandado pelo Duque de Alba, invadiu o Alentejo, tendo Filipe sido proclamado rei de Portugal.

   Não o reconheceu, todavia, D. António que, mercê de mil e uma habilidades diplomáticas, conseguiu que Isabel Tudor, rainha de Inglaterra, pusesse à sua disposição uma armada de cerca de 20 000 homens e 'cento e setenta navios grandes e pequenos' para, com ela, reivindicar os seus direitos; e, a 26 de Maio de 1589, os penichenses viram desembarcar, na sua praia do sul, parte dos soldados desse exército, comandados pelo general John Norris.

   Depois de uma leve escaramuça com a guarnição da Fortaleza – a que não faltaria, sem dúvida, a indiferença dos poucos portugueses às ordens do oficial castelhano D. Pedro
Citar
de Gusmão, e que suporiam, talvez, que com a chegada dos bretões seria possível a expulsão do invasor filipino –, a praça foi tomada e o exército inglês caminhou sobre a capital, ao mesmo tempo que, sob o comando do almirante Francis Drake, a esquadra que o desembarcara em Peniche rumava a caminho de Cascais.

   Entretanto, entre o receio de uns e a alegria de outros, chegava a Lisboa a nova do desembarque de D. António, passando entre os seus partidários, a segredar-se, num anseio de esperança: 'Vêm aí os nossos amigos… Vêm aí os nossos amigos que desembarcaram em Peniche…'

   Mas o exército invasor, e sem que o Prior do Crato tivesse a força suficiente para o evitar, avançava na maior das indisciplinas, devastando e roubando as terras por onde passava – Atouguia, Lourinhã, Torres Vedras, Loures… –, até que, tendo chegado às portas da cidade, acampou nos altos do Monte Olivete onde, pouco depois, os canhões do castelo de S. Jorge, por ordem de D. Gabriel Niño, começaram a despejar metralha. Grande foi a surpresa de John Norris em face desse bombardeamento, pois D. António, para conseguir o indispensável auxílio do exército inglês, teria provavelmente garantido não haver necessidade de combater, visto que seria festivamente recebido em Portugal. E o acampamento foi mudado para a Boa Vista e Bairro Alto, de onde, após um breve recontro com os castelhanos, retirou de novo, desta vez para Esperança.
 
   Dentro das muralhas e durante todas estas manobras, a ansiedade patriótica dos 'antonistas' continuava, segredando a ocultas: 'Será hoje que chegam os nosso amigos?… Virão os nossos amigos de Peniche?…'

   D. António bem deve ter insistido e procurado dar novas garantias, mas aquele exército composto de mercenários não poderia sentir o patriotismo e a dor do infeliz e desorientado pretendente; e assim, dias depois e em face do desespero do Prior do Crato, refugiava-se ingloriamente em Cascais, na mesma esquadra que o trouxera de Inglaterra e desembarcara em Peniche.

   '– Porque não entram os nossos amigos?… Porque nos abandonam os nossos amigos de Peniche?…'

   E foram baldadas todas as ingénuas esperanças dos partidários de D. António, pois o auxílio que a este tinha sido oferecido teria, por certo, menos o interesse de participar generosamente na reconquista da independência de Portugal que humilhar o orgulho e poderio de Espanha através de um golpe de surpresa, aliás coadjuvado pela suposta fácil sublevação do povo português, cansado de extorsões e ignomínias.

   Por muito tempo ficou aberta no coração dos 'antonistas', como ferida dolorosa, a desilusão dos amigos desembarcados em Peniche, daqueles amigos que esperavam receber como libertadores e que afinal os tinham abandonado. Mas os homens desembarcados em Peniche, e que traíram as esperanças dos bons portugueses de então, não eram de cá e partiram como vieram, não ficaram em Portugal…"»J.M.C.
01/04/2004[/i]

http://ciberduvidas.sapo.pt/php/resposta.php?id=13442 (http://ciberduvidas.sapo.pt/php/resposta.php?id=13442)

Cumprimentos
Título:
Enviado por: antoninho em Novembro 11, 2006, 09:13:01 pm
Sá Carneiro.........
ainda um dia saberemos o que lhe devemos e a razão do seu desaparecimento da forma que foi feito.......
Título:
Enviado por: Get_It em Dezembro 07, 2006, 02:18:35 am
Citação de: "Ricardo Tavares"
Morango e Salazar entre os 100 mais
2006-12-07 - 00:00:00

Salazar e o jovem Hélder Pestana, que participou nos ‘Morangos com Açúcar’, novela juvenil da TVI, estão entre os 100 mais nomeados para os ‘Grandes Portugueses’, da RTP 1. O ditador, garantem várias fontes ao CM, encontra-se, mesmo, entre os primeiros.

A lista dos 100 portugueses que receberam mais nomeações está guardada a sete chaves, até porque o contrato entre a RTP e a BBC impõe o dever de confidencialidade. A centena de nomes será conhecida, publicamente, dia 14 de Janeiro, altura em que a estação pública nacional transmitirá um programa alusivo. O CM sabe, porém, que António Oliveira Salazar, figura central da polémica que marcou o início de os ‘Grandes Portugueses’, é um dos nomes vais votados.

Com o ditador, que não surgiu, inicialmente, na lista de sugestões para as nomeações, emparceirará, asseguram-nos várias fontes, por exemplo, um jovem de 21 anos, Hélio Pestana de seu nome. O vencedor da segunda eliminatória da segunda edição de ‘Dança Comigo’, da estação pública, para lá de ‘Morangos com Açúcar II’ – fez de ‘Henrique’, o aluno mais bonito e popular do Colégio da Barra –, entrou na novela ‘Dei-Te Quase Tudo’, também da TVI, e fez a voz portuguesa do carro de corridas ‘Chick Hicks’ no filme de animação ‘Carros’, da Disney.

O processo de votação – tem sido controlado pela consultora internacional PriceWatherHouse Coopers – que conduziu aos 100 mais nomeados encerrou, recorde-se, a 31 de Outubro. Mas, antes disso, já a RTP, tendo em conta as tendências de voto, começava a preparar alguns documentários – de 50 minutos cada–, para exibir nos dois primeiros meses de 2007, referentes aos dez portugueses com mais nomeações, cujos nomes serão divulgados, como dissemos, a 14 de Janeiro. De então até final de Fevereiro será reaberta a escolha, a partir da lista de dez nomes, para se apurar o mais votado. Em Março, a estação pública dará a conhecer, durante uma gala, qual é, afinal, o ‘Grande Português’.

fonte: http://www.correiodamanha.pt/noticia.asp?id=223506&idselect=92&idCanal=92&p=200

POR AMOR DE DEUS! Onde este país já chegou, Salazar que não vá, pode-se mencionar no mínimo uma grande coisa que ele fez por Portugal. AGORA ESSE "MORANGO"?! Esse Hélio Pestana nem serviço militar deve ter cumprido em nome do seu país!

Mas pronto, vá lá, com sorte seja o 100º grande português e não esteja mais acima, mas acho que se estiver comprova a má qualidade da votação.

Cumprimentos,
Título:
Enviado por: Pantera em Dezembro 07, 2006, 08:38:36 am
SALAZAR ficou em primeiro,segundo aquilo que eu li,portanto não será muito correcto falar que ficou entre os primeiros.Penso que é apenas a vergonha que está a impedir a comunicação social de falar,no entanto do meu ponto,e se isso aconteceu,o primeiro lugar deveria ter ido para outras pessoas que fizeram bem mais por Portugal tal como o nosso rei,no entanto fico contente se Salazar ficou em primeiro lugar.
Título:
Enviado por: papatango em Dezembro 07, 2006, 02:01:56 pm
Citar
SALAZAR ficou em primeiro,segundo aquilo que eu li

Onde é que leu isso?
Título:
Enviado por: Luso em Dezembro 07, 2006, 02:23:05 pm
- Força Hélito!
Título:
Enviado por: ricardonunes em Dezembro 07, 2006, 02:29:30 pm
E a Floribela :twisted:
Título:
Enviado por: Luso em Dezembro 08, 2006, 12:46:05 pm
Encontrei um comentário sobre a alegada vitória de Salazar aqui...

http://jantardasquartas.blogspot.com/20 ... es_05.html (http://jantardasquartas.blogspot.com/2006/12/grandes-portugueses_05.html)

 c34x
Título:
Enviado por: ricardonunes em Dezembro 08, 2006, 01:20:58 pm
Se o Sr. ficou mesmo em primeiro, a RTP tem uma bota muito dificil de descalçar :lol:
Título:
Enviado por: Pantera em Dezembro 08, 2006, 04:53:01 pm
Citação de: "papatango"
Citar
SALAZAR ficou em primeiro,segundo aquilo que eu li
Onde é que leu isso?


li no blog onde o luso mencionou...
Título:
Enviado por: Luso em Dezembro 11, 2006, 09:51:16 pm
http://www.garfos.letrascomgarfos.net/ (http://www.garfos.letrascomgarfos.net/)

Citar
A culpa é do Toninho11 - Dezembro - 2006 | Política | Notas||


«Ai é ?!»

Consta que Salazar ganhou a ronda dos Grandes Portugueses; “consta”, porque não obtive ainda um resultado oficial.
Os portugueses devem andar a “dormir na forma”. De quem é a culpa de se fecharem maternidades em Portugal? De Salazar, evidentemente; pois ele nem sequer tinha filhos! E de quem é a culpa da entrega em bandeja de Portugal a Espanha? Salazar, of course. E daqui a umas décadas, quando Portugal deixar eventualmente de existir, só podemos culpar Salazar. O espírito do homem anda por aí em assombração (Ó António: escusas de sorrir aí ao lado com ar de gozo, que não adianta! A culpa é tua!)
Esta coisa do Euro forte que nos atrofia as exportações e a economia, só pode ser obra de Salazar: não foi ele que defendeu uma moeda forte, no tempo em que 1 escudo valia 2 pesetas? Só pode ser.
E quando se diz, com a maior “lata”, que “Portugal é uma continuação de Espanha”, quem é o culpado? Obviamente, o Toninho! Não fosse ele amigo daquele espanhol, o Franco. E a corrupção dos políticos? Quem tem a culpa? Hein? O Oliveirinha! Não foi ele que fez fortuna colossal à custa das “cunhas”?
Os portugueses andam, como sempre, enganados. Há que passar a palavra e avisar a malta: a culpa de tudo o que está a acontecer no nosso País, é do Salazar. E de Pinochet. Não esquecer a culpa do Pinochet.
Título:
Enviado por: papatango em Dezembro 12, 2006, 01:12:41 pm
Dei uma saltada ao blog para ver o que lá estava escrito

Citar
Não é que parece que Salazar ganhou, e por larga maioria, o concurso da RTP em que mal se tentava falar dele sem ser para dizer mal, toda a gente ficava abespinhada, e agora o "serviço público" não sabe como dar a notícia ao público que alegadamente serve?


Uma afirmação tipicamente à «portuga».

Não é que parece que...

é a frase «standard» para criar boatos, num país onde os boateiros fazem parte da paisagem

Não importa se há confirmação, não importa se há indicios, não importa se há uma unica razão para que se faça a afirmação. Nada disso importa.
O que importa, é o pretenso facto, sem qualquer explicação.

Eu até nem ponho em causa que tenha ganho o tonto do Salazar, ou um tontito qualquer de uma telenovela, mas quando alguém diz uma coisa, eu gosto pelo menos (na falta de dados concretos) de saber as razões ou os indicios da notícia.

Na falta de indicios, pelo menos um raciocinio mesmo que simples, demonstrativo de que podería mesmo que alegadamente uma razão para afirmar uma coisa.

Neste caso, não há nada, absolutamente nada.

Há apenas alguém que diz que sim, porque Sim!

De Lapalice, não diria melhor.

Eu ficarei na dúvida até ao fim, porque afinal, as regras do concurso determinam que devem ser escolhidos dez nomes e só então decorrerá a fase da votação final.

A votação da primeira fase não pode ser divulgada, porque evidentemente isso condicionaría os resultados da segunda fase, que é o que realmente importa.

Além de não ter nenhum fundamenteo (pelo menos não o apresenta), a "notícia" tropeça ainda na estrutura e organização do concurso.

Cumprimentos
Título:
Enviado por: Yosy em Janeiro 14, 2007, 01:28:14 am
Hoje começou a contagem dos 100 mais - foi até ao número 50.

Nesta lista figurou: Bartolomeu Dias, Padre António de Andrade, Afonso III, Fernão Mendes Pinto. Estes (e outros de que agora não me recordo) só lamento não estarem em lugares mais elevados.

Depois tivemos outros mais curiosos: D. Carlos I, Vasco Gonçalves, Otelo Saraiva de Carvalho.

E ouve pérolas, sim PÉROLAS: Herman José, António Variações, um tipo qualquer dos Morangos, Cristiano Ronaldo, Vitor Baía.

Deixo o melhor para o fim, porque estes dois, além de me terem feito rir bastante, também me deixaram de boca aberta: Maria do Carmo Seabra (não sabem quem é? Foi essa grande figura histórica que foi Ministra da Educação no governo de Santana Lopes) e Alberto João Jardim.  :shock:

Aguardo ansiosamente pelos outros 50, que serão revelados amanhã.
Título:
Enviado por: JLRC em Janeiro 14, 2007, 01:41:05 am
Ó Yosy, você esqueceu-se do ídolo do Papatango, a Brites de Almeida que ficou em 51º. Ganda Brites, vamos a eles....
Título:
Enviado por: Yosy em Janeiro 14, 2007, 03:42:39 pm
Citação de: "JLRC"
Ó Yosy, você esqueceu-se do ídolo do Papatango, a Brites de Almeida que ficou em 51º. Ganda Brites, vamos a eles....


 :lol:

É verdade. Isto só mesmo cá: até pomos na lista personagens míticas.
Título:
Enviado por: Luso em Janeiro 14, 2007, 11:52:27 pm
9 Portugueses e um traidor a soldo de uma potência estrangeira que tudo fez para destruir a obra dos outros restantes...
Curioso.
Título:
Enviado por: ricardonunes em Janeiro 15, 2007, 12:28:28 am
Acho que vai ser uma votação renhida

D. Afonso Henriques;
Álvaro Cunhal;
António de Oliveira Salazar;
Aristides de sousa Mendes;
Fernando Pessoa;
Infante D. Henrique;
D. João II;
Camões;
Marquês de Pombal e
Vasco da Gama.

Concordo com o Luso, 9 Portugueses e um traidor.
O meu voto vai para o que, se ganhar, vai gerar mais polémica do que a que já gerou :wink:
Título:
Enviado por: Pantera em Janeiro 15, 2007, 03:38:45 pm
Citação de: "Luso"
9 Portugueses e um traidor a soldo de uma potência estrangeira que tudo fez para destruir a obra dos outros restantes...
Curioso.


nem mais amigo Luso,concordo totalmente consigo.
Título:
Enviado por: Lancero em Janeiro 15, 2007, 04:04:35 pm
E eles agora vão todos mobilizar-se e tá a pôr os velhinhos e a malta desocupada a votar no homem...
Título:
Enviado por: Pantera em Janeiro 15, 2007, 04:06:11 pm
Citação de: "ricardonunes"
Concordo com o Luso, 9 Portugueses e um traidor.
O meu voto vai para o que, se ganhar, vai gerar mais polémica do que a que já gerou :wink:


mas agora ainda vai haver mais votações??

engraçado se eu votar vai ser em salazar não porque eu considere que foi o melhor,mas só para ver o melão dos parlamentaristas.
lembrando a visita do cavaco à india,em que o presidente não quis ver aquele belo quadro de salazar
Título:
Enviado por: pedro em Janeiro 15, 2007, 05:14:01 pm
Por amor de deus o Álvaro Cunhal um grande portugues??????????????
O homem quase que vendeu Portugal à urss.
Cumprimentos
Título:
Enviado por: Doctor Z em Janeiro 15, 2007, 06:00:36 pm
Citação de: "pedro"
Por amor de deus o Álvaro Cunhal um grande portugues??????????????
O homem quase que vendeu Portugal à urss.
Cumprimentos


Luso, é esse o tal traidor ?
Título:
Enviado por: Luso em Janeiro 15, 2007, 09:13:44 pm
Citação de: "Doctor Z"
Citação de: "pedro"
Por amor de deus o Álvaro Cunhal um grande portugues??????????????
O homem quase que vendeu Portugal à urss.
Cumprimentos

Luso, é esse o tal traidor ?



O que é que lhe parece, Doctor Z?
Título:
Enviado por: typhonman em Janeiro 15, 2007, 09:40:26 pm
E ainda ganha com um pouco de sorte.... :twisted:
Título:
Enviado por: Spectral em Janeiro 15, 2007, 09:41:43 pm
Vender implica que ele tinha interesse financeiro  na aproximação de Portugal à URSS, o que me parece francamente exagerado.

De qualquer maneira, a sua presença nessa lista é, IMHO, descabida, tal como a de outra pessoa...
Título:
Enviado por: ricardonunes em Janeiro 15, 2007, 09:56:47 pm
Porque falam por meias palavras?

Pensando bem faltou uma personalidade na listagem, o Notas Falsas (Alves dos Reis (http://http)), esse sim é um foi um "Grande Português", e, provavelmente uma fonte de inspiração para os nossos governantes :twisted:
Título:
Enviado por: Luso em Janeiro 15, 2007, 10:19:22 pm
Citação de: "Spectral"
Vender implica que ele tinha interesse financeiro na aproximação de Portugal à URSS, o que me parece francamente exagerado.


Bom e velho Spectral, há muita muita coisa por qual se troca um país e até os pais: poder, vaidade, vingança.
Julgo que no caso de Cunhal seria mais por vaidade, uma vaidade doentia que coloca o próprio raciocínio no topo das coisas mais importantes e provavelmente a única coisa sagrada, ao ponto de renegar a realidade e o próprio ser.
Aposto que conheces pessoas dessas. Há muito desse entulho nas universidades.
Título:
Enviado por: Spectral em Janeiro 15, 2007, 10:36:30 pm
Não é para surpreender, mas concordo :wink: ), acho que há a reconhecer a Álvaro Cunhal (entre outras coisas, mas acho que isso seria uma discussão demasiado longa   :wink: ), pelo menos uma dedicação à causa e uma crença pessoal que o sistema por ele proposto consistia um avanço da humanidade. A sua adesão aos ideias comunistas não era certamente movida por motivos financeiros, como no "vendeu Portugal à URSS" deixa a entender. É o problema dos one-liners, de tão sonantes que são não costumam corresponder à verdade...
Título:
Enviado por: Luso em Janeiro 15, 2007, 10:52:24 pm
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pelo menos uma dedicação à causa e uma crença pessoal que o sistema por ele proposto consistia um avanço da humanidade

Um sacerdote de uma religião laica, apologista de uma metafísica... metafísica.

Citação de: "Spectral"
É o problema dos one-liners, de tão sonantes que são não costumam corresponder à verdade...


Sem dúvida. Mais correcto seria dizer que deu direito de superfície à maior parte do território Português.  :wink:
Título:
Enviado por: pedro em Janeiro 15, 2007, 10:54:04 pm
Um exemplo poderia ser os arquivos da pide que foram para a URSS.
Cumprimentos
Título:
Enviado por: Spectral em Janeiro 15, 2007, 11:03:56 pm
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Um sacerdote de uma religião laica, apologista de uma metafísica... metafísica.

mais uma vez de acordo  :roll:  E que o KGB operava em Portugal ? Ou será que a CIA, MI6 e amigos também não andavam por aí ? :roll:
Título:
Enviado por: Yosy em Janeiro 16, 2007, 01:16:04 am
Estão ali DEZ portugueses. Digam o que disserem de Cunhal, concordem ou não com ele, duvido que a maioria de vocês tivessem a coragem de sacrificarem pelos seus ideias como ele o fez.

Salazar também foi um grande português: não leva o meu voto, pela forma como fez a descolonização. Salazar deveria-se ter retirado em 1945; e assim teria hoje estátuas por este país fora.

Uma muito agradável surpresa foi Aristides de Sousa Mendes ingressar no Top Ten - sem dúvida alguma, um GRANDE PORTUGUÊS :Soldado2:
Título:
Enviado por: komet em Janeiro 16, 2007, 01:26:11 am
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Salazar também foi um grande português: não leva o meu voto, pela forma como fez a descolonização.


Salazar fez uma descolonização?  :lol:
Título:
Enviado por: Luso em Janeiro 16, 2007, 09:36:57 am
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Estão ali DEZ portugueses. Digam o que disserem de Cunhal, concordem ou não com ele, duvido que a maioria de vocês tivessem a coragem de sacrificarem pelos seus ideias como ele o fez.


Dizer que Cunhal foi português é o mesmo que dizer que é condição suficiente para qualquer um que tivesse nascido em território nacional. Julgava que era preciso respeitar a história e a cultura portuguesa. E no caso de ser um Grande Português era necessário que tivesse contribuído para o engradecimento de Portugal e do seu prestígio, conceitos para ele que seria certamente definidos como "sectaristas", "imperialistas", "capitalistas", "militaristas", "obscurantistas", contrários à grande "irmandade mundial de trabalhadores unidos pelos valores socialistas". Considerar isto como sendo prório de um grande português mostra a ignorância de uma massa ainda activa que ainda se encontra misturada no povo português e que ainda infecta alguns jovens mais incautos.

Depois o facto de um tipo se sacrificar pelos seus ideiais não é condição suficiente para adquirir a nossa admiração ou respeito. Eu também poderia tornar-me num terrorista, matar gente etc e passar a vida na prisão e ser reencidente. Isso faria de mim melhor pessoa? Era só o que faltava. Aliás, tirando essa do "sacrifício" (preço que pagou pela sua vaidade) que outra... qualidade terá Cunhal?

Cunhal, um soviético-estalinista internacionalista nascido em Portugal, a negação dos restantes elementos do quadro.

Só o facto de aparecer em tal posição e sabendo que Afonso de Albuquerque ficou abaixo dos 50 (?) e de "artistas" também é um sinal do "espírito dos tempos".
Título:
Enviado por: P44 em Janeiro 16, 2007, 10:06:46 am
Vergonha é ter um indivíduo que estagnou e parou Portugal no tempo durante 50 anos! Isso é que é uma vergonha.

 

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Os heróis 'certinhos' de Portugal



Paula Brito    
 
Finalmente estão encontrados os dez "Grandes Portugueses", de onde sairá o maior de sempre. Hoje é a vez da apresentação dos defensores destes finalistas. E até ao anúncio do grande vencedor, em Março, o DN ouviu os especialistas.

O sociólogo Manuel Villaverde Cabral diz que a lista dos dez finalistas é "absolutamente 'conservadora' (...) muito ajuizada, para não dizer extremamente 'certinha'". "Corresponde aos 'valores seguros' da história portuguesa, o que confere uma espécie de 'objectividade' à lista", diz, adiantando que, como "estão todos mortos e enterrados, já não podem estragar nem melhorar a biografia".

Os nomes que provêm de um passado recente - que "ainda não está sedimentado" e por isso tem uma maior "subjectividade" - levaram a que os votantes se afastassem, "pondo-se no lugar do professor primário que lhes ensinou a pouca história que conhecem. Talvez por isso Mário Soares e outros políticos vivos não tenham chegado à final", deduz Villaverde Cabral. Já "as 'imagens' dos mortos é que podem variar conforme a evolução da sociedade", o que explica a presença de Salazar, "mostrando que uma elevada percentagem de pessoas que responderam (...) já chegou ideologicamente àquela posição 'Volta Salazar, estás perdoado!'". Segundo o sociólogo, "isto diz muito sobre o desempenho e a credibilidade dos políticos pós-25 de Abril, dos quais apenas Álvaro Cunhal - graças certamente aos três volumes da biografia de Pacheco Pereira - mereceu ser recordado". Em suma, "Salazar & Cunhal - os heróis-inimigos que simbolizam os 'dois Portugais' do séc. XX, o 'bom' e o 'mau', segundo os gostos das pessoas que assumem uma posição", descodifica Villaverde Cabral, que antevê uma "mobilização a favor e contra Salazar e Cunhal para impedir que qualquer deles ganhe para vergonha dos políticos no activo". Veredicto final para o sociólogo: Vasco da Gama ou Camões, "faces da mesma moeda épica", enquanto a surpresa recai sobre Aristides de Sousa Mendes, nomeação que se deve a "uma certa necessidade, da parte de uma sociedade com baixa auto-estima, de afirmar um valor moral reconhecido fora do país".

Fora do paradigma político

Felisbela Lopes, professora na Universidade do Minho, diz que esta lista "foge ao paradigma do discurso político actual." Ou seja, numa altura em que os políticos "centram o seu discurso na economia, a presença de duas figuras das letras é muito interessante". Depois, é certo que as pessoas "têm uma memória particular" - veja--se na lista dos cem nomes a presença de "personalidades muito faladas, como José Sócrates, ou mediáticas, como o actor de Morangos com Açúcar (Hélio Pestana)" -, "mas existe um legado para lá da parte política", defende a professora.

Relativamente a uma explicação para a inclusão do nome de Salazar, que "eventualmente causará algum mal-estar", Felisbela Lopes arrisca que "pode constar por uma questão negativa". A verdade é que "não sabemos quais foram as motivações dos votantes", diz. "Os próprios media ao centrarem-se em torno desta figura alimentam a popularidade dela", obtendo-se "os efeitos contrários àqueles que o programa pretende". Isto apesar de o programa, segundo Felisbela Lopes, ter a "grande virtude de levar para a televisão pessoas, com carreiras reconhecidas, que habitualmente não frequentam esse espaço, dando agora depoimentos muito válidos" num formato que "não é de informação, nem de entretenimento, mas formativo".  

 
http://dn.sapo.pt/2007/01/16/media/os_h ... tugal.html (http://dn.sapo.pt/2007/01/16/media/os_herois_certinhos_portugal.html)
Título:
Enviado por: Spectral em Janeiro 16, 2007, 03:37:50 pm
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Salazar também foi um grande português: não leva o meu voto, pela forma como fez a descolonização. Salazar deveria-se ter retirado em 1945; e assim teria hoje estátuas por este país fora.


O rol das "coisas m]as" feitas por Salazar antes de 1945 continua a ser bastante extenso. Ditadura, manipula;#ao de elei;#oes, pol]icia pol]tica,censura, uma concep;#ao econ]omica e social anterior }a Revolu;#ao Industrial, etc
Título:
Enviado por: Pantera em Janeiro 16, 2007, 06:42:02 pm
Citação de: "P44"
Vergonha é ter um indivíduo que estagnou e parou Portugal no tempo durante 50 anos! Isso é que é uma vergonha.

 


podes mostrar esses dados do estagnar portugal?
é que fico com a impressão que no tempo de salazar não tinhas tanta pobreza e miséria como existe hoje,ou que tinhas empregado assegurado até ao resto da vida,coisa que não acontece hoje.
E já agora quantos reis de Portugal tiveram a capacidade de fazer uma guerra tão longa e tão dispendiosa como Salazar?Compara o vietname com a guerra colonial e ficas supreendido.

Com Salazar construistes pontes,aeroportos,sem um único "tusto" da europa,hoje precisas, até para construir uns degraus, de fundos comunitários.
Título:
Enviado por: Miguel em Janeiro 16, 2007, 07:24:38 pm
Pantera

No tempo de Salazar nem podiamos falar como o fazemos aqui.

E o que ele queria fazer era uma provincia da Africa do Sul no Mozambique uma Grande Rhodésia em Angola um deserto na Guiné e um ENORME CEMITERIO EM PORTUGAL !!!!!

Vai ao monumento aos mortos em Lisboa e vé pelos teus olhos.

Salazar era o "Pol Pot" portugués, queria transformar Portugal numa naçao agricola e atrasada e controlada pela PIDE etc... etc....

Qual é o nivél de alfebetizaçao hoje em Portugal?
Qual é a percentagem de proprietarios do seu apartamento hoje?

Claro que podemos sempre criticar os governos, mas dizer que o Estado Novo era melhor é uma loucura.

Eu acredito que se Humberto Delgado tivesse sido Presidente talvez as coisas tinham levado outro rumo, e sim até salazar podia ter nomes de ruas.
Título:
Enviado por: Luso em Janeiro 16, 2007, 10:26:49 pm
Citar
“O sociólogo Manuel Villaverde Cabral diz que a lista dos dez finalistas é "absolutamente 'conservadora' (...) muito ajuizada, para não dizer extremamente 'certinha'". "Corresponde aos 'valores seguros' da história portuguesa, o que confere uma espécie de 'objectividade' à lista", diz, adiantando que, como "estão todos mortos e enterrados, já não podem estragar nem melhorar a biografia".

Um riso, esta pérola!

Um “sociólogo” – formado em França e aí exilado político de 63 a 74. Já se sabe o que daí vem. Adiante.
Lista “absolutamente conservadora”. Corresponde aos “valores seguros”. Oh ilustre luminária: não saberá Vossa Excelência que os valores são o que são por serem… “seguros” e “certos”?
Mas enfim, o Senhor Doutor lá fez o seu comentário em tom de sobranceria, típico do género, mas também típico do género foi o facto de não ter proposto uma alternativa. Estes cobardes mandam umas bocas mas nunca expõem claramente as suas opções. Quem seria o seu "Grande Português", que defenderia valores menos seguros (!!!) e "certos"? Certamente o "outro". Ou o Fernando Rocha.

Mas sigamos para o comentário do nosso próximo Primeiro Ministro...
Ou será o Miguel... O Otelo SC?  :shock:
Ou o Mário Tomé?  :shock:


Colocada: Ter 16 Jan, 2007 4:24 pm

Citar
Salazar era o "Pol Pot" portugués, queria transformar Portugal numa naçao agricola e atrasada e controlada pela PIDE etc... etc....
(..)
Qual é o nivél de alfebetizaçao hoje em Portugal?
Qual é a percentagem de proprietarios do seu apartamento hoje?
(...)
Claro que podemos sempre criticar os governos, mas dizer que o Estado Novo era melhor é uma loucura.

Sáb 29 Abr, 2006 1:51 pm    Assunto: 28 de Abril

Citar
28 de Abril de 1889 - Data do Nascimento do Dr. Oliveira Salazar
O Portugal de Salazar foi uma Nação grande, repartida por quatro continentes, com incalculável importância geoestratégica e grandes responsabilidades históricas; o Portugal de hoje é minusculo e exiguo rectângulo.
O Portugal de Salazar foi uma Nação independente com autonomia de julgamento e decisão; o Portugal dos nossos dias abdicou da sobrania e esmera-se na obediência à cartilha de estrangeiros.
0 Portugal de Salazar foi inflexivel na defesa da população ultramarina contra terroristas assassinos; o Portugal abrilino abandonou a mesma população à sanha dos seus algozes.


Recomenda-se Carbonato de lítio (PRIADEL), o Valproato (DIPLEXIL ou DEPAKINE) e a Carbamazepina (TEGRETOL).
Título:
Enviado por: Marauder em Janeiro 16, 2007, 10:42:56 pm
Citação de: "Luso"
28 de Abril de 1889 - Data do Nascimento do Dr. Oliveira Salazar
O Portugal de Salazar foi uma Nação grande, repartida por quatro continentes, com incalculável importância geoestratégica e grandes responsabilidades históricas; o Portugal de hoje é minusculo e exiguo rectângulo.
O Portugal de Salazar foi uma Nação independente com autonomia de julgamento e decisão; o Portugal dos nossos dias abdicou da sobrania e esmera-se na obediência à cartilha de estrangeiros.
0 Portugal de Salazar foi inflexivel na defesa da população ultramarina contra terroristas assassinos; o Portugal abrilino abandonou a mesma população à sanha dos seus algozes.


Se não fosse algo tão triste até começava a rir..

Umas ideias minhas...quando se recebe 1 monte de herança, quem deve receber os louros..somos nós ou os nossos antepassados?
Quando o monte de herança na realidade pertencia já a alguem, quando a gente finalmente o abandona fazemos mal?
As pessoas que eram donas de esse monte e que lutaram contra nós para o ter de volta, são terroristas?
Orgulhosamente sós, com uma indústria de caca, uma guerra colonial que não serviu para nada senão para algumas mentes teimosamente retrógradas , ou dentro da CEE, sem possibilidade de guerras a nível europeu, a receber fundos para realizarmos a nossa tão atrasada rev. industrial?

São pensamentos meus..

PS: A nivel de HOMEM...eu voto no Aristides de Sousa Mendes, a nível de trabalho em prol da nação portuguesa talvez vá para o Marquês de Pombal..
Título:
Enviado por: Yosy em Janeiro 16, 2007, 10:47:02 pm
Nunca pensei dizer isto, mas concordo com o Luso...até certo ponto.

Esse sociólogo disse que era uma lista certinha, como que a denegrir a mesma. Eu não concordo nada, e fiquei agradávelmente surpreendido por ela.

Corresponde aos "valores seguros"... corresponde tanto que até temos lá o Salazar.  :roll:


Uma nota aqui fica: espantou-me, pela negativa, Spínola e Costa Gomes não terem chegado aos 100 mais e Vasco Gonçalves sim.
Título:
Enviado por: Luso em Janeiro 16, 2007, 10:54:23 pm
Marauder, não fui eu que disse isso!
É uma citação de um forista nosso conhecido.
Veja novamente o meu "postal". Leia-o atentamente.
Título:
Enviado por: Marauder em Janeiro 16, 2007, 11:00:11 pm
Citação de: "Luso"
Marauder, não fui eu que disse isso!
É uma citação de um forista nosso conhecido.
Veja novamente o meu "postal". Leia-o atentamente.


AH...tens razão...eu realmente não tinha percebido muito bem o sentido do seu postal na primeira leitura. É o pré e pós. Eu pessoalmente concordo mais com as posições do pós.

Ou então estamos perante um Mr Jekil/Mr.Hide  :D

Sem stresses..
Título:
Enviado por: Luso em Janeiro 16, 2007, 11:06:41 pm
Citar
Eu pessoalmente concordo mais com as posições do pós.

Eu prefiro o "pré", assumidamente, mas reconhecendo que não seria nenhum paraíso. Mas certamente que o inferno também não.  :D  [/quote]

Por mim, temos Ministro! :mrgreen:
Título:
Enviado por: P44 em Janeiro 17, 2007, 11:24:20 am
Citação de: "Pantera"
Citação de: "P44"
Vergonha é ter um indivíduo que estagnou e parou Portugal no tempo durante 50 anos! Isso é que é uma vergonha.

 

podes mostrar esses dados do estagnar portugal?
é que fico com a impressão que no tempo de salazar não tinhas tanta pobreza e miséria como existe hoje,ou que tinhas empregado assegurado até ao resto da vida,coisa que não acontece hoje.


E achas que isso se deve á "Herança de Salazar"?

Citar
E já agora quantos reis de Portugal tiveram a capacidade de fazer uma guerra tão longa e tão dispendiosa como Salazar?Compara o vietname com a guerra colonial e ficas supreendido.

Olha que grande motivo de orgulho...uma guerra estúpida de 13 anos, lançada por um retrógado de todo o tamanho que se recusava a ver os ventos de mudança da História...milhares de portugueses mortos, aleijados , estropiados...e não me venhas com a treta de que a culpa é do 25 de Abril, pois se o Salazar tivesse 2 palmos de testa tinha feito uma descolonização como os Ingleses fizeram e hoeje se calhar tinhas uma "commonwealth" á portuguesa com a qual poderias contribuir para o desemvolvimento deste "País"

Citar
Com Salazar construistes pontes,aeroportos,sem um único "tusto" da europa,hoje precisas, até para construir uns degraus, de fundos comunitários.


E que contribuiu para o ATRASO de Portugal (ainda mais do que já estava)?

Já agora, se o Teu Adorado Salazar estivesse ainda a mandar nem este Forum existia para o louvares :wink:
Um Abraço
Título:
Enviado por: Miguel em Janeiro 17, 2007, 11:59:47 am
Nenhum problema para min

Considero que eu pelo menos tive a lucidez, de mudar algumas ideias que estavem erradas.

Agora algums podem dizer porque eu mudei lgumas ideias, simplesmente porque estudei, ouvi, falei para ter o maximo de informaçoes sobre esse periodo dramatico da nossa historia.

Nada mais e resta os nomes daqueles que estao no monumento aos mortos e toda a geraçao que vive com o stress post traumatico dessa guerra, como o meu pai e tios.
Que nem sequer o estado lhes reconhece isso.
Título:
Enviado por: P44 em Janeiro 17, 2007, 01:35:35 pm
Citação de: "Miguel"
Nenhum problema para min

Considero que eu pelo menos tive a lucidez, de mudar algumas ideias que estavem erradas.

Agora algums podem dizer porque eu mudei lgumas ideias, simplesmente porque estudei, ouvi, falei para ter o maximo de informaçoes sobre esse periodo dramatico da nossa historia.


Ainda Bem! Assim é que é falar! :roll:
Título:
Enviado por: Pantera em Janeiro 17, 2007, 04:40:48 pm
Citação de: "P44"
E achas que isso se deve á "Herança de Salazar"?


é claro que se deve,então deve-se a quem?


Citação de: "P44"
Olha que grande motivo de orgulho...uma guerra estúpida de 13 anos, lançada por um retrógado de todo o tamanho que se recusava a ver os ventos de mudança da História...milhares de portugueses mortos, aleijados , estropiados...
pois então assim temos que criticar tantas batalhas feitos pelos portugueses lá fora,enfim se os nossos antepassados pensassem como voce o unico país a falar portugues seria portugal e toda a nossa história de decobrir povos e terras nunca teria sido feito,porque isso foi sempre a custa quer de riscos quer de guerras.Salazar apenas tentou manter um império que projectou portugal no mundo e que fez de nós aquilo que somos hoje,caso contrário seriamos uma nova zelandia.

Citação de: "P44"
e não me venhas com a treta de que a culpa é do 25 de Abril, pois se o Salazar tivesse 2 palmos de testa tinha feito uma descolonização como os Ingleses fizeram e hoeje se calhar tinhas uma "commonwealth" á portuguesa com a qual poderias contyribuir para o desemvolvimento deste "País"

o desenvolvimento deste país no passado,deveu-se em parte às colónias.Jamais terias o desenvolvimente se não expropria-se bens daquelas terras,além do mais compara o desenvolvimento das colonias no tempo de salazar com agora.E já agora a bendita descolonização pelo seu idolo soares e tantos outros tirou-nos uma parcela no do nosso territorio que era cabo verde.Deveria ter o mesmo estatuto que a madeira ou açores,aquilo nao era colonia nenhuma,fomos nos que a descobrimos e nao a tiramos a niguem,no entanto o bendito soares deu-a simplesmente.


Citação de: "P44"

E que contribuiu para o ATRASO de Portugal (ainda mais do que já estava)?

cada vez mais te afastas de europa,agora quando acabar a mama dos fundos voce vai ver o que é atraso.


Citação de: "P44"

Já agora, se o Teu Adorado Salazar estivesse ainda a mandar nem este Forum existia para o louvares :!:  nem tu nem o Luso por ex.


isso nao sabes tu,podia censurar o forum se pessoas como voce escrevessem cá.E já agora com Salazar para que este forum servia?Não tinhas mais quantidade de armamento e de homens do que agora?Ainda tens muito material do tempo de salazar,que deve ter sido comprado com os fundos comunitarios,só pode.hoje em dia para comparar uma metralhadora tens de pedir um emprestimo ao banco
Título:
Enviado por: Pantera em Janeiro 17, 2007, 04:45:35 pm
mais uma coisita ao p44 que achei piada:

Citar
como os Ingleses fizeram e hoeje se calhar tinhas uma "commonwealth" á portuguesa com a qual poderias contyribuir para o desemvolvimento deste "País"


Exacto,olha para o Reino Unido e vê a miséria que lá impera.
Deve ter a mesma percentagem de pobres que Portugal.
Além do mais o reino unido dos países desenvolvidos é dos mais violentos do mundo.De facto é mesmo só saúde lá.
Título:
Enviado por: Pantera em Janeiro 17, 2007, 04:54:11 pm
Citação de: "Miguel"
Pantera

No tempo de Salazar nem podiamos falar como o fazemos aqui.
E no tempo de afonso henriques?e no tempo de D. João II ? E no tempo de D. Sancho???E num tempo de todos os governantes portugueses??Podias falar???Os tempos mudam e as mentalidades tambem.A pensar assim tenho que condenar todos os governantes portugueses porque nunca vivemos em democracia.

Citação de: "Miguel"
E o que ele queria fazer era uma provincia da Africa do Sul no Mozambique uma Grande Rhodésia em Angola um deserto na Guiné e um ENORME CEMITERIO EM PORTUGAL !!!!!

Vai ao monumento aos mortos em Lisboa e vé pelos teus olhos.
bem esta nao percebi

Citação de: "Miguel"
Salazar era o "Pol Pot" portugués, queria transformar Portugal numa naçao agricola e atrasada e controlada pela PIDE etc... etc....
ó Miguel por amor de Deus,pol pot matou cerca de 10% da sua população-cambodja(cerca de 1 milhão de mortos),como podes comparar com meia dúzia de comunistas mortos??
Todos os regimes portugueses tinha a sua "policia" secreta.nao podes condenar apenas salazar

Citação de: "Miguel"
Qual é o nivél de alfebetizaçao hoje em Portugal?
Qual é a percentagem de proprietarios do seu apartamento hoje?
muito feito pelo dinheiro da união europeia nao pelo esforço ou trabalho dos portugueses.Mais uma vez são duas épocas distintas penso que não é bom comparar.Já agora para que servir um curso superior naquela altura?para trabalhar na NASA?para trabalhar em computadores?PAra que estudar depois da 4 classe naquela altura???Sinceramente gostava que alguem me explicasse isso.


Citação de: "Miguel"
Claro que podemos sempre criticar os governos, mas dizer que o Estado Novo era melhor é uma loucura.

Eu acredito que se Humberto Delgado tivesse sido Presidente talvez as coisas tinham levado outro rumo, e sim até salazar podia ter nomes de ruas.

O Humberto mudava de posições como quem muda de calças.Nunca percebi se era nacionalista, comunista, ou sei lá o que era?

Abraços Miguel
Título:
Enviado por: Luso em Janeiro 17, 2007, 05:08:39 pm
Não alimentem "trolls".
Título:
Enviado por: Marauder em Janeiro 17, 2007, 05:12:31 pm
Citação de: "Miguel"
Nenhum problema para min

Considero que eu pelo menos tive a lucidez, de mudar algumas ideias que estavem erradas.

Agora algums podem dizer porque eu mudei lgumas ideias, simplesmente porque estudei, ouvi, falei para ter o maximo de informaçoes sobre esse periodo dramatico da nossa historia.

Nada mais e resta os nomes daqueles que estao no monumento aos mortos e toda a geraçao que vive com o stress post traumatico dessa guerra, como o meu pai e tios.
Que nem sequer o estado lhes reconhece isso.


Tiro o meu chapéu...

"Velhos são aqueles que já não conseguem aprender e reconhecer os erros feitos". O Miguel tornou-se jovem outra vez..
Título:
Enviado por: Marauder em Janeiro 17, 2007, 05:28:04 pm
Pantera...se possível, deverias fazer uma viagem ao passado para viveres em tal período.

Hás-de experimentar em criança não teres quase nada para meter no pão..com muita sorte um pouco de manteiga. E depois vem falar....com a minha mãe.

Quem diz em casa de minha mãe diz no Alentejo, quem diz Alentejo diz muitas outras regiões de Portugal.

Recomendo que penses seriamente nas coisas. Nas eleições do Saddam 99% da população votou nele, em Portugal de Salazar não havia fome ou pobreza. Não é por ela não ser visível que não a há..aliás..devia-se até desconfiar. Afinal...não era o Estado Novo que controlava as notícias que se circulava, como podes tu saber que não havia fome. Eu também não te posso dar muitas garantias, mas uma coisa te digo, no Alentejo existe muito mais qualidade de vida..e mais comida à mesa.

Não mistures alhos com bugalhos. Salazar foi sem dúvida um bom ou grande ministro das finanças...fez um trabalho impecável quando ocupou esse cargo em 1928, sarou as borradas das repúblicas que o antecedeu. E muita obra fez pelo pais, mas pensa...olhando à sua herança...será que fez o suficiente?
CLARAMENTE QUE NÃO..

e agora te digo que durante a guerra, metade do orçamento de estado foi sugado por esta. Agora tira as tuas ilações.

Eu já nem falo do atraso na legislação a favor da criação de indústria em Portugal, planeada em em 33 e implementada mal e porcamente lá para finais de anos 50.

Ponderação...que cegos já basta os que andam no metro, sem ofensa a estes infelizes é claro.

Cumprimentos
Título:
Enviado por: Pantera em Janeiro 17, 2007, 05:36:31 pm
eu nunca disse que não havia fome ou miséria,é um engano seu.
disse que não havia praticamente desemprego,é diferente.

Citar
pensa...olhando à sua herança...será que fez o suficiente?
fez muito mais que do muita gente que cá anda.E fe-lo com o nosso dinheiro e não com o dinheiro dos outros.

Citar
agora te digo que durante a guerra, metade do orçamento de estado foi sugado por esta. Agora tira as tuas ilações.


Hum..as minhas ilações,deixa ver....Que poucos países conseguiriam fazer isso?É essa a ilação?

abraços
Título:
Enviado por: Marauder em Janeiro 17, 2007, 05:50:56 pm
Citação de: "Pantera"
eu nunca disse que não havia fome ou miséria,é um engano seu.
disse que não havia praticamente desemprego,é diferente.
É normal, o sector agrícola não modernizado usa muita mão de obra. Basta somente analisar os movimentos demográficos, as suas causas e os períodos em questão para perceber. Isto associa-se à indecisão de Salazar em modernizar o país..decisão que veio tarde, mas veio.


Citar
fez muito mais que do muita gente que cá anda.
É verdade, mas e então? Isso não apaga os outros erros.

Citar
E fe-lo com o nosso dinheiro e não com o dinheiro dos outros.
Secalhar se tivesse usado o "nosso dinheiro" para o "nosso" desenvolvimento e não a "nossa" guerra, não seria necessário receber tanto dinheiro dos outros.

Citar
Hum..as minhas ilações,deixa ver....Que poucos países conseguiriam fazer isso?É essa a ilação?


Não, se te queixas do que falta hoje e nos últimos 30 anos, pensa nesse dinheiro que foi para um saco sem fundo. E a coisa ainda fica mais preta se tu agarrares nessa quantia e actualizares para o valor de hoje...realmente uma fortuna..
Título:
Enviado por: Miguel em Janeiro 17, 2007, 07:13:35 pm
Citar
Não, se te queixas do que falta hoje e nos últimos 30 anos, pensa nesse dinheiro que foi para um saco sem fundo. E a coisa ainda fica mais preta se tu agarrares nessa quantia e actualizares para o valor de hoje...realmente uma fortuna..


Exatamente!!

Ainda por cima teriamos poupado a vida de milhares de jovems.

Teriamos evitado o autentico Exodo dos Portugueses para o estrangeiro.

E hoje podiamos ser uma grande naçao da Europa com 15 milhoes de habitantes e um PIB superior.
Título:
Enviado por: ricardonunes em Janeiro 17, 2007, 07:58:47 pm
Citação de: "Miguel"
Citar
Não, se te queixas do que falta hoje e nos últimos 30 anos, pensa nesse dinheiro que foi para um saco sem fundo. E a coisa ainda fica mais preta se tu agarrares nessa quantia e actualizares para o valor de hoje...realmente uma fortuna..

Exatamente!!

Ainda por cima teriamos poupado a vida de milhares de jovems.

Teriamos evitado o autentico Exodo dos Portugueses para o estrangeiro.

E hoje podiamos ser uma grande naçao da Europa com 15 milhoes de habitantes e um PIB superior.


Ter investido a defender o que nós Portugueses criámos, foi deitar dinheiro à rua :?:
A meu ver faz mais sentido o dinheiro investido nos conflitos de África a defender o nosso investimento, do que o dinheiro que se despende neste momento a enviar tropas para conflitos que não têm nada a ver conosco.

Mas se têm dúvidas vão perguntar a quem deixou uma vida de trabalho para trás.
Título:
Enviado por: Marauder em Janeiro 17, 2007, 08:12:36 pm
Citação de: "ricardonunes"
Ter investido a defender o que nós Portugueses criámos, foi deitar dinheiro à rua :?:
A meu ver faz mais sentido o dinheiro investido nos conflitos de África a defender o nosso investimento, do que o dinheiro que se despende neste momento a enviar tropas para conflitos que não têm nada a ver conosco.

Mas se têm dúvidas vão perguntar a quem deixou uma vida de trabalho para trás.


Não é por termos criado lá infraestruturas, etc que nos fazem ganhar a razão. Os povos tem direito à sua auto-determinação..tal como teve o povo português no tempo de D. Afonso Henriques.

Relativamente a quem deixou uma vida de trabalho por lá, são situações a lamentar.
Título:
Enviado por: ricardonunes em Janeiro 17, 2007, 09:24:51 pm
Citação de: "Marauder"
Os povos tem direito à sua auto-determinação...


E acabaram por a ter, e o resultado é o que se vê.
Continuamos, nós e o resto dos países civilizados, a sustenta-los.

Em relação ás infra-estruturas... é como o que o meu avô diz (foi de visita a Angola o ano passado e veio doente), ocupassem mas não destruíssem.

Não tenho nenhum rancor para com os "ocupas", mas sim para com quem lhes minou a cabeça.
Título:
Enviado por: Pantera em Janeiro 17, 2007, 09:40:48 pm
Citação de: "ricardonunes"
Citação de: "Marauder"
Os povos tem direito à sua auto-determinação...

E acabaram por a ter, e o resultado é o que se vê.
Continuamos, nós e o resto dos países civilizados, a sustenta-los.

Em relação ás infra-estruturas... é como o que o meu avô diz (foi de visita a Angola o ano passado e veio doente), ocupassem mas não destruíssem.

Não tenho nenhum rancor para com os "ocupas", mas sim para com quem lhes minou a cabeça.

Nem mais Ricardo  :wink:


Citar
É normal, o sector agrícola não modernizado usa muita mão de obra. Basta somente analisar os movimentos demográficos, as suas causas e os períodos em questão para perceber. Isto associa-se à indecisão de Salazar em modernizar o país..decisão que veio tarde, mas veio.

Pois mas será que isso tambem se passou nos outros países?Ou será que era mesmo a politica de Salazar.É que pelo menos era um emprego,antes empregado e ganhar pouco do que desempregado.


Citar
Secalhar se tivesse usado o "nosso dinheiro" para o "nosso" desenvolvimento e não a "nossa" guerra, não seria necessário receber tanto dinheiro dos outros.

Se calhar se os nossos navegadores como o Vasco da Gama e outros tantos não tivessem gasto dinheiro em viagens e barcos e porcarias hoje seriamos mais evoluidos,não?Lembra-te que foi as colonias que nos deram desenvolvimentos,tal como as colonias era desenvolvidas,

Citar
Não, se te queixas do que falta hoje e nos últimos 30 anos, pensa nesse dinheiro que foi para um saco sem fundo. E a coisa ainda fica mais preta se tu agarrares nessa quantia e actualizares para o valor de hoje...realmente uma fortuna..

pois mas se pensares naquela altura até poderia ir para um saco com fundo.Se tivessemos ganho a guerra certamente as colonias eram bem mais desenvolvidas e se calhar Portugal também.Penso que ninguem esperava que a guerra tomasse outro rumo do que não a vitória.
Título:
Enviado por: papatango em Janeiro 17, 2007, 10:36:07 pm
Podemos criar uns tópicos para discutir as questões Salazar ou Cunhal, que parecem ser os mais controversos.

Já agora a minha pequena análise (ninguém me pediu mas eu dou na mesma) :mrgreen:

Dois Primeiros Ministros
Marquês de Pombal e Salazar

Dois Monarcas
Afonso Henriques o Fundador e D. João II, o Rei do Império

Dois Poetas
Fernando Pessoa e Camões

Dois Navegadores

Vasco da Gama e o Infante D. Henrique (que nunca navegou mas não deixa de estar ligado às navegações)

Um Humanista
Aristides Souza Mendes (não sei que outra coisa lhe chamar)

Um político da oposição
Álvaro Cunhal

Confesso que não entendo a opção por Álvaro Cunhal, porque ele não se destacou por coisa nenhuma.
Se consideramos que se trata de escolher os Grandes Portugueses, então teremos que escolher aquelas pessoas que pelas suas acções condicionaram o futuro do país.

De Cunhal a Cristovão de Moura, de Carlos Lopes a Amália Rodrigues, encontramos muitas pessoas que são importantes, sem dúvida, mas que são importantes apenas num determinado contexto e num determinado periodo da História.

Hoje, podemos dizer com segurança, que a Democracia em Portugal acabaria por triunfar e que o Comunismo acabaria sempre por ser derrotado.
É por isto, que aquelas pessoas, sendo importantes, não podem ser consideradas (do meu ponto de vista) para O Maior dos Portugueses.

= = =

Logo, eu pessoalmente continuo a "botar" pelo D. João II.
Todos os outros foram importantes.

Afonso Henriques, foi o primeiro rei, mas Portugal não existe porque D. Afonso Henriques criou o país como Estado independente, mas porque interpretou bem os desejos do povo. Portugal existiria de qualquer maneira, mais tarde ou mais cedo, seria inevitável.

Os navegadores foram muito importantes, mas nunca teriam navegado e as suas navegações nunca seriam importantes se não tivesse havido quem os mandou navegar e descobrir.

Os poetas são importantes e é engraçado que dos dez dois sejam poetas, mas cantaram em verso o que os navegadores fizeram.

Souza Mendes foi sem dúvida um grande Homem, de que todos os portugueses se deveriam orgulhar (e já agora lembro que Salazar o deixou morrer na miséria) mas ele não condicionou de nenhuma maneira a História e o futuro de Portugal.

Cumprimentos
Título:
Enviado por: Marauder em Janeiro 17, 2007, 11:11:19 pm
Ricardo, por maior que fosse a minha mágoa ao ver as infraestruturas (do tempo dos tugas) degradadas de moçambique, a verdade é que é a terra deles. Se destruíram em vez de ocupar...foi uma desinteligência deles, mas também, aquilo que não destruíram não tiveram a mínima preocupação com manutenção..

E como é que a gente os sustenta? São os milhões de euros que a UE ou a ONU dá a África que os sustenta? Ou os perdões da dívida?

Chegue-se ao pé de um angolano ou moçambicano ou etc e pergunte pelo sustento que tem recebido de nossa parte.. (é certo que o dinheiro vai..mas não sabemos para aonde)

Outro aspecto: se a África se desenvolvesse a nível económico teríamos todos a ganhar. Para começar, diminuição da imigração ilegal. E segundo, as vantagens económicas de poder realizar negócios em África.

Citação de: "Pantera"
Pois mas será que isso tambem se passou nos outros países?Ou será que era mesmo a politica de Salazar.É que pelo menos era um emprego,antes empregado e ganhar pouco do que desempregado.
Sim, um emprego é melhor do que 1 ou mais bocas por alimentar sem dúvida. As grandes potencias europeias já tinham à muito tempo se industrializado.

Agora, se a desertificação do interior /movimentos demográficos foram assim tão fortes quando estes aconteceram bem....no caso português a isso juntamos a guerra colonial. Esta usou muitos recursos humanos, e muitos outros foram para França, Alemanha, etc.


Citação de: "Pantera"
Se calhar se os nossos navegadores como o Vasco da Gama e outros tantos não tivessem gasto dinheiro em viagens e barcos e porcarias hoje seriamos mais evoluidos,não?Lembra-te que foi as colonias que nos deram desenvolvimentos,tal como as colonias era desenvolvidas,

Os nossos antepassados fizeram bem em investir nas descobertas. Estando cercados por Espanha, não restava muito senão o mar. Ainda por cima após a batalha de Toro, a Espanha demonstrou dominar em questões terrestres.

E as colónias trouxeram prosperidade na medida que forneciam produtos que o mercado europeu ansiava. É claro que com o aumento da oferta devido aos outros países colonizadores, as receitas diminuiram relativamente a alguns produtos. Depois entram também no mercado os produtos industriais /manufacturados...

Ou seja, observou-se a uma diminuição da grande receita gerada por ter...colónias. O ganho estava agora não em ter os recursos naturais, mas em gerar produtos destes. E nisso Portugal falhava redondamente devido a uma inexistente industrialização. Vendia-se matéria prima relativamente barata para países industrializados.

Outra questão. O uso das províncias ultramarinas como mercado. O Estado Novo nunca ligou a estas como mercado. Somente lá para a década de 30, finais de 30, é que decide usar o mercado ultramarino como receptor de produtos antiquados que já não tem mercado em Portugal. Somente nos anos 50 é que se decide transformar as economias ultramarinas....e no entanto a guerra já estava bem perto.

Portugal podia ter aproveitado de forma muito mais eficiente e proveitosa as colónias. Depois, tal como todos os impérios coloniais, chegou a hora da "morte". Enquanto que uns foram sem dar luta, Portugal investiu sangue a proteger a terra que não era nossa.

Citação de: "Pantera"
pois mas se pensares naquela altura até poderia ir para um saco com fundo.Se tivessemos ganho a guerra certamente as colonias eram bem mais desenvolvidas e se calhar Portugal também.Penso que ninguem esperava que a guerra tomasse outro rumo do que não a vitória.


Se Portugal tivesse ganho a guerra estaríamos bem piores. Para além de termos que sustentar os portugueses, teríamos que sustentar muita outra gente.

Mesmo o petróleo e os diamantes de Angola, não sei se compensariam as despesas todas. Tirando isso, provavelmente tudo o resto seria negativo. Não terias ganho a guerra, mas somente uma batalha. Terias ataques às forças portuguesas (sim...não é por ganhares a guerra que eles decidem que já não querem ser independentes), terias a comunidade internacional inteira contra ti. Não terias recebido os trocos da CEE....

Penso que toda a gente é unânime ao afirmar que se Portugal não tivesse entrado na CEE estaria bem pior.

Mas isto já é no campo especulativo..já não é factual..
Título:
Enviado por: Luso em Janeiro 17, 2007, 11:17:16 pm
A razão leva-me a votar D. João II. Nem há discussão.
Todavia, ao votar Salazar o meu voto representa um dos dois métodos(legais) que ainda posso aplicar aos fieis de uma religião que destruiu (e que ainda se esforça por destruir) um dos meus valores mais sagrados que é a comunidade a que pertenço, de onde venho e que constitui parte do meu ser.

D. João II é um campeão muito maior que Salazar para derrotar qualquer Vasconcelos Vermelho (seria obsceno pensar sequer em tal confronto). Daí que a minha preferência pelo "velhinho" se deva a um certo... voluntarismo: com ele participo claramente na vitória sobre algumas das facetas mais assassinas da condição humana: a cegueira e a vaidade.
Título:
Enviado por: Luso em Janeiro 17, 2007, 11:30:10 pm
Citação de: "Marauder"
Enquanto que uns foram sem dar luta, Portugal investiu sangue a proteger a terra que não era nossa.


Bom...
Voltemos aos conceitos.
A terra é de quem, afinal?
De quem sobre ela tem poder efectivo?
É dada por alguma "tradição"?
O que é feito do "slogan" (tão caro aos utopistas chãos) de " a terra pertence a quem a trabalha?"
Contraditório, não?
Irónicamente trágico, quanto a mim...

Curioso: nunca vi nenhum "vermelho" lamentar a desgraça em África. Nunca vi o "Berloque" a indignar-se contra Mugabe, por exemplo, ou a propósito de Darfur.
Quanto à defesa do bem estar da humanidade e sua correlação com filosofias políticas estamos conversados. E não me falem do tio Adolfo que daqui levam uma corrida!

Aos povos enganados apenas sugiro: estudem, vejam por vós próprios uns e outros, os exemplos do passado e do presente. Estudem, pensem. O futuro é de facto vosso. É por isso que estou tranquilo. É por isso que estou confiante. É por isso que vos desejo sucesso.
Como diria o Fernando Pessoa, "quem puder compreender, que compreenda!".
Título:
Enviado por: ricardonunes em Janeiro 17, 2007, 11:34:13 pm
Citação de: "Luso"
A razão leva-me a votar D. João II. Nem há discussão.
Todavia, ao votar Salazar o meu voto representa um dos dois métodos(legais) que ainda posso aplicar aos fieis de uma religião que destruiu (e que ainda se esforça por destruir) um dos meus valores mais sagrados que é a comunidade a que pertenço, de onde venho e que constitui parte do meu ser.

D. João II é um campeão muito maior que Salazar para derrotar qualquer Vasconcelos Vermelho (seria obsceno pensar sequer em tal confronto). Daí que a minha preferência pelo "velhinho" se deva a um certo... voluntarismo: com ele participo claramente na vitória sobre algumas das facetas mais assassinas da condição humana: a cegueira e a vaidade.


Um pensamento racional, mas á que ter em atenção que as "massas" se vão apostar na "vaidade", e não na razão.
Título:
Enviado por: Luso em Janeiro 17, 2007, 11:46:24 pm
Citação de: "ricardonunes"
Um pensamento racional, mas á que ter em atenção que as "massas" se vão apostar na "vaidade", e não na razão.


- Fixar baionetas!
Título:
Enviado por: ricardonunes em Janeiro 17, 2007, 11:59:14 pm
Citação de: "Luso"

- Fixar baionetas!


HÁ CARGA!
Título:
Enviado por: ricardonunes em Janeiro 18, 2007, 01:03:01 am
Para o Sr. Marauder, e para os defensores do despesismo durante a luta que Portugal travou para defender os seus interesses além fronteiras.

Citar
"Não parece haver dúvidas sobre a influência directa e indirecta dos gastos de guerra na evolução do produto nacional e, em especial, o seu efeito nas indústrias transformadoras.
Tudo leva, pois, a crer que os financiamentos de guerra também concorrem para a melhoria do produto nacional e que não foram sem proveito económico os gastos de elevadas somas no custeio de operações em África."


Citando o Sr. José Dias de Araújo Correia (1894-1974)
Título:
Enviado por: Marauder em Janeiro 18, 2007, 07:56:48 am
Citação de: "ricardonunes"
Para o Sr. Marauder, e para os defensores do despesismo durante a luta que Portugal travou para defender os seus interesses além fronteiras.

Citar
"Não parece haver dúvidas sobre a influência directa e indirecta dos gastos de guerra na evolução do produto nacional e, em especial, o seu efeito nas indústrias transformadoras.
Tudo leva, pois, a crer que os financiamentos de guerra também concorrem para a melhoria do produto nacional e que não foram sem proveito económico os gastos de elevadas somas no custeio de operações em África."

Citando o Sr. José Dias de Araújo Correia (1894-1974)


Impacto na indústria transformadora?A nossa grande indústria militar?

A indústria transformadora (forma geral) deve o seu desenvolvimento ao boom económico que Portugal passou na década de 60, e não ao esforço de guerra. O boom económico deu-se a dois motivos: a despreocupação que a nação tinha com o desemprego (a maior parte emigrava, o que poupava trabalho ao Estado Novo), e à entrada da EFTA e exploração de indústrias de trabalho intensivo. Foi nessa altura em que se começam a fixar as multinacionais estrangeiras em Portugal para explorar os baixos salários portugueses. A própria GM Azambuja provém desse período.

É possível também encontrar citações acerca de quem defenda o contrário ricardonunes.

Ricardonunes, eu não rejeito completamente a guerra colonial. Tenho a consciência que vivíamos em alturas diferentes, pensamentos diferentes (de certa forma o cortar do cordão umbilical com o "nosso" império iria provavelmente envolver sangue, embora há quem tenha feito quase sem o derramar). O que me chateia é que a guerra tenha durado tanto tempo e causado tanto mal financeiro quer emocional a Portugal. Porque é que ninguém teve coragem de ao fim de alguns anos bater o pé e pensar que a guerra não ia levar a nada? Porque é que eles não olharam para os casos em redor... enfim uma tristeza. Uma geração perdida.
Título:
Enviado por: Viriatuga em Janeiro 19, 2007, 01:03:47 pm
Acho estranho votar no Salazar, ja que se ele estivesse vivo(e no poder) nao se poderia votar :?

mas é a vossa opinião e teem o direito de a exprimir
Título:
Enviado por: Pantera em Janeiro 19, 2007, 02:21:00 pm
Citação de: "Viriatuga"
Acho estranho votar no Salazar, ja que se ele estivesse vivo(e no poder) nao se poderia votar :?

mas é a vossa opinião e teem o direito de a exprimir


E com o Cunhal no poder poderias votar?E com Afonso Henriques?E com D. João II? E por aí fora...os tempos mudam as mentalidades também
Título:
Enviado por: Viriatuga em Janeiro 20, 2007, 01:07:22 am
Sim mas isso era noutra época e as mentalidades eram diferentes no tempo do Salazar ja quase toda a europa occidental era democratica, nao compare a epoca de Salazar a de D.Afonso Henriques
Título:
Enviado por: ricardonunes em Janeiro 20, 2007, 01:22:25 am
Começou a tristeza da palhaçada eleitoral.

Magistrada participou na conferência como cidadã


Citar
O Procurador-Geral da República (PGR), Pinto Monteiro, esclareceu esta sexta-feira que a participação de Maria José Morgado na conferência a propósito do aborto, promovida pelo Partido Socialista na passada quarta-feira, foi feita na “qualidade de cidadã e de jurista” e não na de magistrada do Ministério Público.
Numa nota divulgada pelo seu gabinete, Pinto Monteiro salienta que “é vedado aos magistrados do Ministério Público o exercício de actividade político-partidária de carácter público, mas não o exercício do direito de cidadania”, acrescentando que na mesma conferência participaram “outros especialistas na matéria”.

As reacções do PGR surgem na sequência do requerimento entregue no Parlamento pelo antigo líder do CDS-PP Paulo Portas, onde este questiona a legalidade da participação de Maria José Morgado na conferência, intitulada ‘Sim à despenalização’.

Recorde-se que a magistrada defendeu que o aborto ilegal “é um negócio de dinheiro sujo, não tributado” que cria corrupção, comparando algumas clínicas que realizam abortos em Portugal a ‘slot machines’ dos casinos.

CM (http://http)

O que se deve discutir, ideias, ideais, interesses, convicções, fica para depois.
Neste momento o que interessa é quem pode debater a causa, seja do SIM ou do NÃO.
Título:
Enviado por: Luso em Janeiro 21, 2007, 01:23:45 am
Humm...
Votei.
Estranho a necessidade das perguntas sobre a idade, sexo e código postal. Vai servir para tirar nabos da púcara.
Lá vão .60c mas queria poder falar da experiência. Alegadamente a votação anula outras tentativas de voto, sendo considerada válida a última.
Bom, quem tiver vários telemóveis... :roll:
Título:
Enviado por: Luso em Janeiro 21, 2007, 07:48:12 pm
http://claro.motime.com/ (http://claro.motime.com/)

Citar
EL HOMBRE

A eleição do “maior” de um Portugal praticamente milenar serve muito mais para nos informar de como vai a “cultura dominante” no momento, de como vão as cabeças das pessoas, do que para qualquer coisa. Ficamos a saber mais sobre os portugueses que respondem do que acerca da matéria sobre a qual respondem.

Dita esta elementaridade, gostei de, pelo meio da poeira que a coisa levantou, ler o Ferreira Fernandes que à sua maneira disse tudo:

“ Há que dizer que maiores de Portugal há muitos, desde que sejam D. João II ”

E explica: “ Dos finalistas quatro estão relacionados (com os Descobrimentos): o Infante, o do pontapé de saída, Vasco da Gama, o do maior feito, Camões, o que os cantou, e D. João II que os organizou.

Os Descobrimentos foram uma empresa pensada: ter os melhores pilotos, formando-os ou contratando estrangeiros, legislar para esconder o saber da concorrência, fazer e procurar  as melhores cartas de marear, arranjar dinheiro, proteger os homens de ciência, saber o que se quer. A obra, a empresa, vista assim no seu conjunto, tem uma cara, a de D. João II.”

Escassas décadas depois da sua morte bizarra, a Inquisição instalava-se entre nós com suas fogueiras, seu índex e sua censura. Pouco depois, Camões falará de “uma apagada e vil tristeza”. Seguro do que escreve, Pedro Nunes escreverá já a medo. Fernão Oliveira escapa à fogueira por pressão inglesa, entre os exílios e os cárceres inquisitoriais ainda consegue tempo para escrever a primeira gramática do português, a primeira história de Portugal, uma obra sobre a construção naval, o primeiro tratado de estratégia marítima e outras obras que serão silenciadas, algumas até hoje…

Até hoje…? Assaltado o poder real por gente que odiava D. João II, o projecto estratégico posto em marcha pelo estratega maior vai ser desviado dos seus objectivos (e Albuquerque morrerá “mal com el-Rei por amor dos homens e mal com os homens por amor d’ el Rei”) e os fabulosos recursos que gera desviados para fins diversos e mesmo contrários dos que o projecto supunha e, portanto, de efeito negativo. Os resultados do projecto estratégico de D. João acabam assim usados contra o próprio projecto, a visão que o suporta e os seus agentes económicos, políticos e militares.  

Durante séculos, são os recursos gerados pelo projecto joanino que irão alimentar as fogueiras, a censura e o índex, consolidar as suas posições e enriquecer “santos ofícios”, seus “familiares” e outros domini cannis. E assim Portugal entristeceu até chegar a um século XX dominado pelo triste complexo neo-corporativo e salazarento. Houve, com certeza reacções e revoluções. Intervalos e homens. Castelo-Melhor, Ericeira, Pombal, a longa guerra civil do século XIX, a República…

Castelo-Melhor, depois de ganhar a guerra com Espanha, acabou desterrado, Ericeira suicidou-se, Pombal ripostou a tudo mas acabou como Castelo-Melhor e ainda teve de ver a “Viradeira”, a guerra civil do século XIX acabou mal e a República espetou-se nas suas baionetas. Só no fim do século XX, se esgotam as fontes de recursos geradas pela estratégia de D. João II e que haviam sido desviadas para ser utilizadas “contra a lei e contra a grei”.

Se ele não tivesse sido envenado (Fernando Campos, na “Esmeralda Partida” tem óptimas páginas sobre o assassinato do Rei) e morto prematuramente (aos 40…), se o projecto estratégico não tivesse sido virado do avesso (pelos Braganças e seus aliados, com o apoio de Castela-Aragão) não seria apenas Portugal que tinha sido muito diferente, seria todo o globo a ser outro. Por isso, pelo que fez e pelo que não lhe deram o tempo de fazer, ele é o estratega maior da história e, obviamente, o Maior dos Portugueses.

“Cuida-te, Rei” tinha-lhe dito a feiticeira à beira do caminho… “Murió El Hombre” foi como Isabel a Católica comunicou à sua corte a morte de D. João II.

“El Hombre…”
Título:
Enviado por: Lancero em Janeiro 21, 2007, 10:09:31 pm
Uma leitura demorada

Citar
2007-01-21 - 00:00:00

História

Diferentes mas iguais


Salazar já era conhecido em Coimbra quando Álvaro Cunhal, em 10 de Novembro de 1913, ali nasceu: ainda não se formara em Direito, mas já se fizera notar com inflamados textos a zurzir a pouca vergonha da República nas páginas do jornal católico ‘Imparcial’ e admiradas conferências no Centro Académico da Democracia Cristã. A mãe de Cunhal, Mercedes, pia e devota senhora, só não se cruzou com Salazar nas missas de domingo celebradas na Sé Nova porque nesse tempo havia o bom costume de os homens ficarem à parte das mulheres.

Um e outro, separados por 24 anos, foram crianças de saúde frágil e educadas no temor a Deus. Com uma diferença: Cunhal teve mais berço. O pai, Avelino, era advogado e amante das artes. Salazar nasceu numa família de poucas letras. Veio ao mundo fora de tempo.


O resto: aqui - http://www.correiomanha.pt/noticia.asp? ... idCanal=19 (http://www.correiomanha.pt/noticia.asp?id=228114&p=22&idselect=19&idCanal=19)
Título:
Enviado por: Luso em Janeiro 22, 2007, 09:58:00 pm
http://viriatos.blogspot.com/2006/02/le ... tides.html (http://viriatos.blogspot.com/2006/02/lenda-do-aristides.html)
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A LENDA DO ARISTIDES

Desafiado pelo valoroso blogue Portas do Cerco a participar num discussão ali em curso sobre a mistificação conhecida por caso Aristides de Sousa Mendes, contribuo para esse peditório reproduzindo um excelente artigo publicado há algum tempo no semanário "O DIABO". Não sei quem é o autor, mas o que vale não é quem o disse, e sim o que foi dito. O pequeno artigo podia perfeitamente chamar-se "para bom entendedor meia palavra basta"; e bonito seria que se pudesse ficar por aqui, até por respeito para com um falecido e a sua família. Mas a falsificação da História talvez exija mais; e a quem queira saber mais recomendo a leitura do livro do Embaixador José Carlos Fernandes, editado pelo Instituto Diplomático e que certamente ainda não terá sido retirado da circulação. Quanto aos documentos originais do processo Sousa Mendes, onde se poderia constatar fácilmente quais os fundamentos do procedimento disciplinar e quem é que se queixou dele, esses provavelmente já terão sido postos a recato. Mas a mentira, neste caso, é demasiado coxinha para ir longe.

A LENDA DO ARISTIDES
Eram dois irmãos gémeos, de prosápia afidalgada, vindos de Cabanas de Viriato, onde tinham solar conhecido e onde nasceram a 18 de Julho de 1885. Ambos se formaram em Direito pela Universidade de Coimbra. E ambos ingressaram na carreira diplomática, um em Maio de 1910 e outro em Junho do mesmo ano. Um chamava-se Aristides de Sousa Mendes do Amaral e Abranches, o outro César de Sousa Mendes do Amaral e Abranches.Apesar da extrema igualdade de origem, rapidamente se distinguiram pela diversidade de qualidades, embora os dois fossem tidos por naturalmente bondosos, pacíficos, de bom trato e de formação familiar tradicional. Já em 1913 o César passara na carreira à frente do irmão, sendo promovido a 1.° secretário de Embaixada. E, em 1926, alcançou as plumas brancas dos diplomatas pela sua ascensão a Ministro Plenipotenciário de 2ª classe, tendo representado Portugal na chefia das Legações de Estocolmo, de Varsóvia, do México e de Berna. Numa breve passagem pela política, César de Sousa Mendes do Amaral e Abranches foi Ministro dos Negócios Estrangeiros, na última fase da Ditadura, em Governo já presidido por Oliveira Salazar. O irmão Aristides, porém, ia-se arrastando por postos consulares de minguado relevo, tendo falhado no concurso para conselheiro de Embaixada e acumulando processos disciplinares, porque, com frequência, as contas dos consulados por ele geridos... não andavam certas. Era bom homem, segundo se dizia. Mas também ganhara fama de limitados dotes intelectuais, tinha catorze filhos e, pelos postos por onde andara, constava ser propenso a aventuras dispendiosas, em proporção com os ganhos de que dispunha.A guerra apanhou Aristides de Sousa Mendes do Amaral e Abranches no consulado de Bordéus. Aí choviam os pedidos de foragidos que pretendiam, a todo o custo, lhes fosse reconhecida a qualidade de portugueses e, com ela, passaportes que lhes permitissem alcançar lugares tidos por seguros.De harmonia com as instruções do Governo de Lisboa, o Aristides de Sousa Mendes, tal como os outros cônsules de Portugal naquela altura, foi largo na concessão de passaportes. Mesmo em casos em que,normalmente, essa concessão seria duvidosa, ou negada liminarmente. Porém, no caso do consulado em Bordéus, houve refugiados que, tendo beneficiado de tais facilidades, depois de servidos, se queixaram ao Ministério dos Negócios Estrangeiros por a concessão de passaportes ter sido condicionada por contribuições para obras assistenciais patrocinadas pelo cônsul. Dessas queixas proveio a devassa, o inquérito e a passagem à disponibilidade, ou à situação de aguardar aposentação, para o cônsul Aristides, a quem sempre foi abonada a pensão respectiva. Aquele funcionário achava-se próximo do limite de idade e o seu passado não o abonava especialmente, o que, admissivelmente, terá contribuído para a solução adoptada, não obstante o ambiente favorável de que gozava o irmão César, sempre beneficiado pela amizade do Embaixador Teixeira de Sampayo, Secretário-Geral do Ministério, e pela simpatia de Oliveira Salazar. Naturalmente que se os rendimentos de cônsul no estrangeiro sempre se tinham mostrado insuficientes para as necessidades de Aristides de Sousa Mendes, essa insuficiência se tornou mais acentuada quando retirado para o seu solar em ruínas de Cabanas de Viriato. Mas tal situação, comum a muitos outros diplomatas, não deveria ser levada à conta de ajuste de contas políticas, ou castigo por desobediência a ordens superiores, que não se terá verificado.Aristides de Sousa Mendes do Amaral e Abranches foi, segundo dizem os que o conheceram, um homem bom, pouco dotado, talvez, para a carreira que seguiu, e infeliz nalguns passos da sua vida. Não merecia ser usado como joguete numa pseudo-glorificação que apenas visa, canhestramente, tentar demonstrar que Salazar não se mostrou favorável aos refugiados da guerra. Quem ainda se lembre das ruas de Lisboa, pejadas desses fugitivos da guerra e dos seus horrores, quem tenha colhido os depoimentos de muitos deles, sabe que isso não corresponde à verdade. Aristides de Sousa Mendes, sempre monárquico tradicionalista, fiel aos ideais do Estado Novo, nem sequer poderia enfeitar-se com os ouropéis de reviralhista e de revolucionário com que é costume ornar a memória de alguns. Realmente, não mereceu a especulação tecida em torno do seu nome. Esclarecedora quanto ao assunto parece ser a carta que o embaixador Carlos Fernandes recentemente dirigiu à Sra. D. Maria Barroso Soares. Tanto mais que o referido Embaixador sempre se mostrou afeiçoado ao Cônsul Aristides e compreensivo das dificuldades que ele experimentou em diversas ocasiões, só lhe repugnando as falsidades acumuladas e propaladas por motivo da constituição de uma "Fundação Aristides de Sousa Mendes" à qual aquela senhora preside. Realmente, o amor da verdade exige da gente de bem um particular empenhamento no desfazer de lendas mal engendradas.
Título:
Enviado por: ricardonunes em Janeiro 22, 2007, 10:21:17 pm
Citação de: "Luso"
Mesmo em casos em que,normalmente, essa concessão seria duvidosa, ou negada liminarmente. Porém, no caso do consulado em Bordéus, houve refugiados que, tendo beneficiado de tais facilidades, depois de servidos, se queixaram ao Ministério dos Negócios Estrangeiros por a concessão de passaportes ter sido condicionada por contribuições para obras assistenciais patrocinadas pelo cônsul.


Tanta bondade e amor "$" ao próximo :twisted:
Sempre desconfiei, desconfio, deste tipo de actos.
Título:
Enviado por: fgomes em Janeiro 22, 2007, 10:35:35 pm
É interessante esta fonte citada pelo Luso, pois existem algumas coincidências com uma história que o meu pai me contou. Durante a II Guerra Mundial, o meu pai teve vários colegas de liceu que eram refugiados judeus entre os quais um de origem polaca cuja família estava refugiada em França quando da invasão alemã. Tentaram sair a todo o custo, tendo tentado obter vistos no consulado português de Bordéus, mas foi-lhes pedido algum dinheiro que não tinham. Quem acabou por lhes valer foi o cônsul português em Tolouse.
Não quero de modo nenhum tirar o valor às acções de Aristides de Sousa Mendes, mas considero uma injustiça que não se fale em outros diplomatas portugueses que também salvaram judeus da barbárie nazi. Não há dúvida que Sousa Mendes tem sido usado como arma de arremesso contra Salazar. Por curiosidade, segundo o meu pai, os judeus refugiados tinham todos uma grande admiração por Salazar e achavam Portugal uma espécie de paraíso!
Título:
Enviado por: antoninho em Janeiro 22, 2007, 10:38:34 pm
Mau e então o mestre Bordalo Pinheiro, que deu corpo ao Zé Povinho.....
Povo ingrato que renegas quem te deu ao mundo......
Título:
Enviado por: comanche em Janeiro 29, 2007, 09:45:32 pm
É dificil escolher qual foi o maior português, felizmente existiram muitos ao longo da história, concordo com a escolha da maioria dos foreiros, excluindo Alvaro Cunhal, e Joré Saramago (Iberista-traidor).
Para mim, já li algumas coisas sobre a vida de D. Nuno Alvares Pereira, e fiquei fascinado (leiam a grande enciclopédia Portuguesa Brasileira, está presente nas bibliotecas municipais).
Para mim é ele o grande português, um homem de fé,um grande coração, um amor enorme por Portugal, estratega militar, soldado, um lider.
    Nunca mais houve outro homem assim em Portugal e quiçá no mundo!
Título:
Enviado por: Luso em Janeiro 31, 2007, 10:01:59 pm
http://grandelojadoqueijolimiano.blogspot.com/ (http://grandelojadoqueijolimiano.blogspot.com/)

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Vocês há-dem ver!

Vasco Pulido Valente, adianta hoje na sua crónica no Público, razões para os portugueses votantes num concurso televisivo, terem escolhido Salazar e Cunhal como os maiores portugueses de sempre.
E conclui, em glorioso corolário, que os portugueses rejeitam liminarmente a democracia.

VPV é sociólogo e ensinará algo de sociologia, numa escola superior da dita disciplina.
A sociologia, não é uma ciência exacta e nunca o será, pelo que o exercício analítico de VPV, hoje no Público, admite refutação com base em meras opiniões. São estas, aliás, as que aprecio em VPV, desde sempre. O meu respeito pelo escriba opinativo , advém da sua educação cultural, da sua inteligência analítica e do saber acumulado na leitura livresca.
Para mim, basta como cartão de visita das suas crónicas, que conto entre as melhores de sempre, na escrita de jornal local.
Mas não sendo guru, meste ou professor de opinião, a falibilidade do que pensa, assemelha-se à dos demais mortais que escevem ou comunicam, em jornal ou sítios virtuais.
A prova da sua análise falhada de hoje, reside na foto que encima este escrito. É do dia 25 de Abril de 1974 e resume a essência do que o povo português quer , desde sempre: liberdade! A sério! “Quando houver, a paz, o pão, habitação, saúde, educação”!
Cunhal, em dois ou três anos , que se estenderam por mais uns dez, bem contados e votados, logrou enganá-los.
Como dizia o outro estrangeiro, não se engana toda a gente o tempo todo. O PCP tem hoje um peso eleitoral de significado simbólico, com um núcleo duro de fiéis indefectíveis.
Porém, com estes votos anónimos num concurso trivial de tv, o que os portugueses rejeitaram, ao contrário do que afirma VPV, não foi a democracia. Esta deveria significar mais liberdade e isso, toda a gente o pretende. Agora, como há 32 anos.

Então o que rejeitam os portugueses ao escolherem, paradoxalmente, o obreiro principal do jugo ditatorial que nos oprimiu a liberdade durante mais de 40 anos? E ainda aquele que nos preparava um destino bem pior?
Rejeitam a ilusão de democracia, voilà! Rejeitam o nepotismo dos amigos e correligionários e a corrupção geral que todos sentem instalada no próprio seio do aparelho do Estado e sentem impotência para a desinstalar. Rejeitam o arrivismo e oportunismo dos resistentes ao salazarismo e caetanismo e que lhe retomaram os tiques mais perversos para manutenção do poder.
Rejeitam a cleptocracia de uma classe política que se privilegia em nome da putativa imagem e importância do Estado, passeando e circulando da Assembleia para o partido e deste para as empresas do Estado dominado pelo partido do poder que desnomeia para nomear quem lhe agrada e faz os fretes. Rejeitam deputados que duram há mais de trinta anos em comissões de poder e cujas habilitações passam quase sempre pela luta política na oposição, de entrega de panfletos e reuniões conspirativas que os atiraram durante uns meses para uma prisão política. São esses os príncipes deste regime a que os portugueses não reconhecem pedigree.
Rejeitam por isso este sistema de poder que instalou uns poucos milhares e desinstalou milhões de um progresso que se poderia viver, como outros vivem, por essa Europa fora.
Os portugueses sentem que este sistema político não os serve e é, pelo contrário, o mesmo sistema quem se serve deles, de há trinta anos a esta parte.

Escolheram então Salazar, porquê, exactamente? Por nostalgia? Não, não parece nada. Parece, antes, que escolheram uma ideia difusa de valores sólidos que ultrapassam a própria liberdade. Como não sentiram, na sua maior parte, a ausência de liberdade real, imposta pela censura que era branda e cercada pela ausência de alternância partidária numa Assembleia que se queria nacional, mas restrita a classes, votam agora no nome que lhes parece merecer aprovação pelos valores que apregoava. Salazar deixou uma obra que é visível e outra invisível. O sistema salazarista deixou um sistema de educação que permitiu o aparecimento de um Vasco Pulido Valente e muitos outros que aliás, o vilipendiam por ter cerceado liberdades de associação , expressão e reunião, mas isso para quem agora vota em liberdade pouca importância tem. Ficou ainda a obra real, visível, em edifícios, na coerência dos serviços prestados por uma Administração Pública pobre mas algo agradecida e principalmente ancorada num sistema de valores que pura e simplesmente desapareceu. As pessoas notam esse desaparecimento, porque sentem a falta disso, mesmo que nunca o tenham experimentado: a seriedade, a formação profissional, o respeito pela autoridade de quem tem poder. Rejeitam por isso a bandalheira que se instituiu a seguir e que perdura no Estado mastodôntico que a democracia consistentemente construiu. Ficou ainda uma coisa bem tangível e que tende a desaparecer: ouro. Os cofres cheios de ouro e que agora servem para nos salvar o couro e a pele, ou seja, os dedos. Os anéis, já foram.
Quem votou em Cunhal, disciplinadamente, escolheu o mito que nunca se cumpriu. Escolheu a promessa feita dos amanhãs a cantar. Se fosse na Hungria ou na Polónia, ou mesmo na Rússia, pátrias do socialismo real, Cunhal nem figuraria na lista. Assim…

A menção ao distinto cultor da lígua pátria que se pronunciou publicamente pelo famoso “vocês há-dem ver!” tem a ver única e simplesmente com o valor simbólico daquilo que os portugueses também me parecem rejeitar: não o homem concreto e contentinho com as suas empresas prósperas. Apenas e tão-só, a pessoa que saindo da Carris, passou pelo sindicalismo e alcandorou-se, em púlpitos e palanques, num discurso infalível e por um mérito muito próprio, a “patrão” do PS. ( alguém dixit).
Se alguém simboliza bem o estado actual do nosso Portugal- são esses heróis! O problema é que parece que o povo real, agora, não os compreende...
Título:
Enviado por: Spectral em Janeiro 31, 2007, 10:36:40 pm
Estamos então agora a usar artigos d' "O Diabo", anónimos como é óbvio, como fontes credíveis sobre alguma coisa?... :roll:


Citar
Por curiosidade, segundo o meu pai, os judeus refugiados tinham todos uma grande admiração por Salazar e achavam Portugal uma espécie de paraíso!


Por curiosidade 2, o caso pessoal que conheço ( um judeu refugiado em Portugal nessa altura e que ficou por cá, ainda vivo), tem uma opinião bastante diferente, mas a cada um a sua...
Título:
Enviado por: Luso em Janeiro 31, 2007, 10:55:54 pm
Citação de: "Spectral"
Estamos então agora a usar artigos d' "O Diabo", anónimos como é óbvio, como fontes credíveis sobre alguma coisa?... :roll:
Título:
Enviado por: papatango em Fevereiro 01, 2007, 10:00:33 pm
Já agora, e relativamente ao Aristides Sousa Mendes.

Depreendo que não era um revolucionário nem contrário ao regime de Salazar.
Isso não é exactamente estranho. O regime implantado em 1926, foi aclamado em glória nas ruas das cidades portuguesas na pessoa dos militares que deram o golpe.

O primeiro ciclo do Estado Novo, tinha apoio popular. Isso é evidente e comparando com as ditaduras europeias, a ditadura portuguesa parecia quase uma democracia.

Mas, eu não penso na opinião dos que em Portugal promoveram a figura de Aristides Sousa Mendes.

Ele é o único português que tem lugar de destaque no Yad Vashem em Israel, onde está o jardim dos justos.

Alguém acredita que os detractores de Salazar conseguiriam levar os judeus a prestar aquela homenagem sem que ela fosse legitimamente merecida?

Mesmo que ele tivesse sido um escroque, não se lhe pode reconhecer outra coisa que não tenha sido coragem nas acções que levou a cabo.

= = =

Claro que de aí a ser considerado o maior dos portugueses, vai uma distância muito grande.

Cumprimentos
Título:
Enviado por: Luso em Fevereiro 01, 2007, 10:06:16 pm
Citar
Mesmo que ele tivesse sido um escroque, não se lhe pode reconhecer outra coisa que não tenha sido coragem nas acções que levou a cabo.
= = =
Claro que de aí a ser considerado o maior dos portugueses, vai uma distância muito grande.


Não questiono os méritos que Sousa Mendes possa ter tido.
Apenas a "escala" e o critério.

Entre Aristides e Afonso de Albuquerque, por exemplo. Não há comparação.
Título:
Enviado por: papatango em Fevereiro 01, 2007, 10:19:20 pm
A comparação é sempre muito muito complicada, por estarmos a tratar de pessoas diferentes e que viveram em periodos muito diferentes da História.

Perante tantas opções, é por isso que fico com o D. João II, pelo facto de ter sido o principal responsável pelo Portugal que existe hoje.

Nas suas respectivas áreas, houve seguramente muita gente importante, mas se temos que escolher um...
Título:
Enviado por: Spectral em Fevereiro 01, 2007, 11:02:57 pm
Oh camarada Luso , eu acho que até estamos no "mesmo barco" (sort of)

Repescando um post meu no início desta thread :

"
a) personagens que pelas suas acções, mudaram Portugal como poucos outros conseguiram

b) personagens que mesmo não tendo uma acção directa muito relevante, representam grandes momentos/épocas da nossa História, ou seja representam um colectivo

c) personagens que pelo seu "ser", a nível individual, têm em si algo de Portugal e que melhor nos representam

"

Aristides Sousa Mendes pode ter sido um grande Homem ( e foi!), mas não vejo como se possa encaixar numa das categorias acima, ou seja a sua importância para o que é e o que representa "Portugal". Um grande Homem pode ser um grande Homem aqui ou na Papua Nova Guiné, mas isso não faz dele automaticamente um grande Português. Portanto claramente também não levava o meu voto, que como disse atrás vai para D. João II.
Título:
Enviado por: Yosy em Fevereiro 02, 2007, 06:07:24 pm
Citação de: "Luso"
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Mesmo que ele tivesse sido um escroque, não se lhe pode reconhecer outra coisa que não tenha sido coragem nas acções que levou a cabo.
= = =
Claro que de aí a ser considerado o maior dos portugueses, vai uma distância muito grande.

Não questiono os méritos que Sousa Mendes possa ter tido.
Apenas a "escala" e o critério.

Entre Aristides e Afonso de Albuquerque, por exemplo. Não há comparação.


Pois não. É literalmente impossível comparar os dois. É como comparar maçãs e laranjas e quer decidir qual é o melhor fruto.

Para mim Aristides de Sousa Mendes é um grande Herói Português. Está lado a lado com Fernão de Mendes Pinto, Afonso de Albuquerque, Diogo Cão, entre outros.
Título:
Enviado por: Luso em Fevereiro 02, 2007, 09:00:17 pm
Porque os coloca no mesmo patamar, Yosy?
Título:
Enviado por: Yosy em Fevereiro 03, 2007, 03:10:43 am
Porque ambos praticaram actos de grande coragem, que merecem (e ficaram) na História e que glorificam Portugal.
Título:
Enviado por: antoninho em Fevereiro 03, 2007, 07:22:39 pm
Acho que o pessoal está confuso....ser-se humanista (defender a vida humana no sentido universal) até pode ser contrário aos interesse da nação, então pode ser considerada essa pessoa, um grande da nação???
Quantos, a bem da nação, não tiveram que utilizar a carne de canhão que dispunham, para salvá-la, isso faz deles menos grandes????
E mais, quem, ou como se pode comparar tais juízos de valores antagónicos???
Pois a bem da nação pode-se assassinar ou mandar matar, mas na oposição pode-se lutar para preservar vidas que mais tarde se podem virar contra essa nação e a própria democracia, quem é o grande????
O carrasco, ao defender a pátria, ou o defensor da vida humana???
Como premiar um individuo com ideias totalitárias de direita com raízes nacionalistas, ou outro com ideias igualmente totalitárias, mas importadas de uma potência estrangeira????
Pois eu digo, a história é lixada e quem a escreve, muitas das vezes sofre arrebates de consciência.....
Título:
Enviado por: PereiraMarques em Fevereiro 07, 2007, 10:45:39 pm
E que tal um ranking pessoal, quer quiser explica, quem não quiser não explica, a mim não me apetece explicar... c34x

1.º: D. Afonso Henriques
2.º: D. João II
3.º: Infante D. Henrique
4.º: Luís de Camões
5.º: Marquês de Pombal
6.º: Vasco da Gama
7.º: Fernando Pessoa
8.º: Aristides de Sousa Mendes
9.º: António de Oliveira Salazar
10.º: Álvaro Cunhal
Título:
Enviado por: Luso em Fevereiro 07, 2007, 10:49:42 pm
(...) O Portugal do Fado, Futebol e Fátima é criado por Salazar à sua imagem ? Esta história dos três F não foi criada por Salazar. Não gostava de fado porque dizia que amolecia o carácter. Não gostava de futebol porque achava um jogo para atrasados mentais. E não acreditava nos milagres de Fátima. (...)

(...) Se Salazar aterrasse agora em Portugal em Portugal e se tivesse o poder o que faria ? Punha o país em ordem (...).

(...) Acha que hoje em dia temos uma imprensa livre ? Não, de maneira nenhuma. Nunca tivemos uma imprensa tão dependente economicamente como hoje. Neste momento, a situação da comunicação social é muito mais grave do que era no tempo de Salazar. (...)

(...) É verdade que Salazar, na sua juventude, terá pensado ir para padre ? Penso que sim. Mas a dada altura da sua vida, aí pelos 25 anos, perdeu a fé, não em Deus, mas na hierarquia religiosa. Definitivamente, não gostava de padres. Nunca mais se confessou. Ia à missa, mas não comungava. (...)

Fernando Dacosta

In: Magazine Grande Informação, nº 14, Janeiro 2007

O número de Janeiro, praticamente esgotado, inclui também um excelente estudo da autoria do meu bom amigo Gonçalo Sampaio e Mello (Salazar, o abandono) e o desassobrado texto que ditou a morte em vida de António José Saraiva, Portugal antes e depois (1989). Deste, respigo:

"hoje vemos, com uma dura clareza, como o período da nossa história a que cabe o nome de Salazarismo foi o último em que merecemos o nome de nação independente. Agora, em plena "democracia" e sendo o povo "soberano", resta-nos ser uma reserva de eucaliptos para uso de uma obscura entidade económica que tem o pseudónimo de CEE".

http://combustoes.blogspot.com/ (http://combustoes.blogspot.com/)
Título:
Enviado por: hellraiser em Fevereiro 08, 2007, 12:41:43 am
A minha lista dos que estão em votação.

1.º: D. Afonso Henriques
2.º: Luís de Camões
3.º: Infante D. Henrique
4.º: D. João II
5.º: Vasco da Gama
6.º: Marquês de Pombal
7.º: Fernando Pessoa
8.º: Aristides de Sousa Mendes
9.º: António de Oliveira Salazar
10.º: Álvaro Cunhal

O meu top 10 pessoal:

1º D. Afonso Henriques
2º D. Nuno Álvares Pereira
3º Luís Vaz de Camões
4º Infante D. Henrique
5º Vasco da Gama
6º Martim Moniz
7º Marquês do Pombal
8º Fernão Magalhães
9º Padeira de Aljubarrota
10º Aníbal Augusto Milhais
Título:
Enviado por: Yosy em Fevereiro 08, 2007, 08:58:00 pm
A minha lista:

1.º: Infante D. Henrique
2.º: Aristides de Sousa Mendes
3.º: D. Afonso Henriques
4.º: Vasco da Gama
5.º: D. João II
6.º: Marquês de Pombal
7.º: Álvaro Cunhal
8.º: António de Oliveira Salazar
9.º: Luís de Camões
10.º: Fernando Pessoa

SIM, não sou comunista mas tenho uma grande admiração pelo Álvaro Cunhal - o sacrifício com que ele defendeu os seus ideais e o seu recusa completa de qualquer culto da personalidade (raríssimo entre líderes comunistas).
Título:
Enviado por: papatango em Fevereiro 08, 2007, 10:41:42 pm
É um desafio interessante.
Tendo em consideração a importância que tiveram para a História e para a Cultura.

D. João II
Vasco da Gama
D.Afonso Henriques
Infante D. Henrique
Marquês de Pombal
Luis de Camões
Fernando Pessoa
Oliveira Salazar
Aristides Sousa Mendes
Alvaro Cunhal
Título:
Enviado por: dremanu em Fevereiro 08, 2007, 11:12:10 pm
É simplesmente impossível de identificar qual é o maior, todos eles são importantes, mas aqui fica a minha lista:


D.Afonso Henriques
D. João II
D.Diniz
D. Nuno Álvares Pereira
Infante D. Henrique
Afonso de Albuquerque
Vasco da Gama
Marquês de Pombal
Luis de Camões
Fernando Pessoa
Título:
Enviado por: P44 em Fevereiro 12, 2007, 10:53:24 am
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SMS anónimo apela ao voto em Salazar



Ana Pago e Lília Bernardes    
 
O remetente é anónimo, a chamada de valor acrescentado e ninguém sabe como surgiu a ideia. Mas nem os contornos indefinidos chegam para esconder a existência de uma campanha de telemóvel montada a favor de António de Oliveira Salazar - que, aos poucos, ganha força rumo ao primeiro lugar do top, numa altura em que Os Grandes Portugueses caminham para a final na RTP.

A história, insólita, começa invariavelmente com uma mensagem de telemóvel que apela ao utilizador para marcar o número 760 102 003. O repto reproduz-se nos telefones móveis e alarga o círculo de contactos. E muitas pessoas acabam por ligar, movidas pela curiosidade ou pelo sentimento de urgência. A surpresa surge depois, quando os nove dígitos são teclados e uma voz feminina anuncia: "O seu voto foi para António de Oliveira Salazar. Este voto altera qualquer voto anterior efectuado por esse telefone."

"Recebi um SMS dizendo para ligar para este número [760], marquei-o por curiosidade e qual não foi o meu espanto quando percebi que estava prestes a votar no antigo ditador", conta ao DN uma utilizadora que pediu anonimato. Como ela, muitas mais pessoas receberam a mensagem. "Deve haver muita gente que vai ao engano", observa, formulando a hipótese de "um lobby nitidamente a favor de Salazar".

Uma vez marcado o número, a mesma voz feminina que indica o sentido de voto vai instruindo o utilizador a servir-se das teclas para indicar a idade, o sexo e os quatro dígitos do código postal. Se as operações forem seguidas à risca, o voto é validado. Caso contrário, ouve-se um "sem resposta, obrigada" e telefonema e voto ficam ambos sem efeito.

Contactada pelo DN, a PT confirmou que as chamadas são, de facto, "de valor acrescentado e normalmente associadas a concursos [como Os Grandes Portugueses]", mas não conseguiu identificar a origem das mensagens.

Já a televisão pública, pela voz do director de programas, Nuno Santos, garante que "a RTP é completamente alheia a esta situação, não tendo nada a ver com a utilização indevida que alguém fez deste número e do concurso".  


http://dn.sapo.pt/2007/01/30/media/sms_ ... lazar.html (http://dn.sapo.pt/2007/01/30/media/sms_anonimo_apela_voto_salazar.html)
Título:
Enviado por: Luso em Fevereiro 12, 2007, 12:46:23 pm
De www.notíciasverdadeirasefresquinhasdoluso.pt

Citar
"SMS anónimo apela voto a Cunhal

Segundo fontes anónimas, diversos sms têm sido enviados apelando ao voto em Cunhal para dar vitória à sua "candidatura" como "Grande Português". Os alegados remententes contam com a estupidez crónica dos destinatários para obterem mais votos".


O que eles inventam para desacreditar a votação.

Primeiro alteram o formato original remetendo para uma "segunda volta";
Depois lança-se um livro denunciando o mafarrico do Salazar;
Agora lança-se a suspeita sobre a votação.

Afinal, do regime da Abrilada não seria de esperar outra coisa.
 :roll:
Título:
Enviado por: ricardonunes em Março 21, 2007, 02:17:38 pm
Salazar continua à frente e Cunhal cai para terceiro


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A votação que garantia, ontem, a vantagem de Salazar no concurso Os Grandes Portugueses (ainda se pode votar até ao fim da Grande Final do programa, no próximo domingo) estava nos 52 mil. Afinal, um número que não encheria o estádio da Luz (65 647 lugares); um resultado inferior à população de concelhos como a Figueira da Foz (63 144 habitantes), Amarante (61 029) ou Mafra (62 009); um score que ainda era inferior ao conseguido por Garcia Pereira nas Presidenciais de 2001 (reeleição de Jorge Sampaio), em que o candidato do PCTP/MRPP obteve 68 900 votos (1,59%).

Além disso, como sublinham algumas das personalidade contactadas pelo DN, a escolha televisiva não é sequer comparável a uma eleição política, onde cada eleitor tem apenas direito a votar uma vez, já que o mesmo cidadão pode ir fazendo as chamadas que entender, desde que feitas de telefones diferentes.

E, no entanto, quando D. Afonso Henriques surge em segundo lugar no concurso da RTP, com "apenas" 30 mil votos, e Álvaro Cunhal caiu para terceiro, com 25 mil, pode ter sido já encontrado o vencedor do programa que os políticos remetem para o puro domínio do entretenimento e a que os historiadores não reconhecem validade científica.

Jaime Nogueira Pinto, o defensor de Salazar no programa, que ignorava o evoluir do resultado, disse ao DN que os factores mais importantes para se compreender esta vantagem, "para além dos que admiram a obra", terão sido "a exclusão do seu nome da lista inicial, o que irritou as pessoas", e a consequente "politização do concurso, quando originalmente era um programa mais virado para uma certa neutralidade histórica".

"Não estamos perante uma eleição nacional", mas de um acontecimento que "respeita a condição dos votos por chamada telefónica", explica Nuno Santos, director de programa da RTP sobre o facto de Oliveira Salazar ir à frente nos Grandes Portugueses, escusando-se, no entanto, a confirmar os números.

Reforçando a segurança da votação que chega à RTP, em três níveis - validados pelas empresas Foronesolutions, WTVision e PricewaterhouseCoopers -, Nuno Santos diz que se parte para domingo, dia da Grande Final, com "tudo ainda em aberto". Tendo em conta experiências anteriores, como o caso de Dança Comigo - mas "com o devido cuidado, pois trata-se de um programa com características diferentes" -, segundo Nuno Santos, os valores poderão vir a ser igualmente distintos.

Na final da votação do Dança Comigo, que durou 15 a 20 minutos, foram recebidas perto de 60 mil chamadas. Se se projectar estes valores para as duas horas e meia da final de domingo é relativamente fácil chegar a um número. Para tal, contribuirá também a argumentação dos defensores dos dez finalistas -Leonor Pinhão (D. Afonso Henriques), Odete Santos (Álvaro Cunhal), Jaime Nogueira Pinto (Salazar), José Miguel Júdice (Aristides de Sousa Mendes), Clara Ferreira Alves (Fernando Pessoa), Gonçalo Cadilhe (Infante D. Henrique), Paulo Portas (D. João II), Hélder Macedo (Camões), Rosado Fernandes (Marquês de Pombal) e Ana Gomes (Vasco da Gama).

Mas nunca será uma amostra representativa sobre o que pensam, de facto, os portugueses acerca do ditador de Santa Comba Dão.
DN (http://http)
Título:
Enviado por: Bravo Two Zero em Março 26, 2007, 01:48:39 pm
Não era uma novidade..................
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António Oliveira Salazar venceu esta noite o programa da RTP1 «Os Grandes Portugueses», à frente do líder histórico do PCP, Álvaro Cunhal, e do antigo diplomata português Aristides de Sousa Mendes, responsável pela fuga de muitos judeus ao regime Nazi, durante a II Guerra Mundial.

O líder do regime ditatorial, que terminou no dia 25 de Abril de 1974, superou ainda, com 41 por cento dos votos, outros sete finalistas.

No quarto lugar ficou o primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, à frente do autor dos Lusíadas, Luís de Camões. D. João II foi o sexto desta lista, que nos restantes lugares contemplou ainda o Infante D. Henrique, Fernando Pessoa, Marquês de Pombal e Vasco da Gama.

«Apenas um concurso»

O professor universitário Jaime Nogueira Pinto, que apresentou o documentário sobre o antigo ditador, recusou que a censura e a polícia política fossem falhas que lhe pudessem ser atribuídas. «Isso não é uma fraqueza de Salazar, é uma fraqueza de um regime que não é um regime democrático», disse, durante o programa conduzido pela apresentadora Maria Elisa.

«A principal fraqueza é talvez uma falta de atenção e até talvez de conhecimento da vida das pessoas comuns. A partir de uma certa altura Salazar está desligado, concentrado em grandes questões, como as de África e as internacionais», afirmou ainda, quando ainda não tinham sido revelados os resultados da votação.

Depois de anunciada a esmagadora vitória de António Oliveira Salazar, que obteve 41 por cento dos votos, o académico reagiu, desdramatizando. «Isto essencialmente é um concurso. Não vamos fazer disto nem uma catástrofe política nem uma grande restauração política», defendeu, explicando que aceitou participar no programar por considerar que «uma parte da história do século XX que está muito mal contada».

«Imagem terrível de Portugal»

Ana Gomes, que apresentou o documentário de Vasco da Gama, lamentou o resultado da votação. «Acho que dá uma imagem terrível de Portugal e dos portugueses e que não corresponde à realidade do país, embora não ponha em causa a realidade da votação», disse, concordando, com Jaime Nogueira Pinto, num aspecto: «Isto é apenas um concurso. Fico triste mas não dramatizo».

«Aceitámos as regras do jogo»

Paulo Porta, que representou o rei D. João II, também desvalorizou o resultado do concurso. «Todos nós aceitámos as regras do jogo de submeter personagens históricos a voto. Não vale a pena estar a criticar o método que obviamente é duvidoso». Uma explicação: «Neste tipo de concursos mobilizam-se sobretudo as pessoas que tem maior empenhamento nalguma ideia»

«Fica disto tudo que os portugueses acham que o século XX português foi bom. Eu, pessoalmente, não acho. Acho que tivemos muito poucos momentos felizes e prósperos», disse ainda Paulo Portas.

«Branqueamento do fascismo»

A voz mais crítica da noite foi a de Odete Santos, que apresentou o documentário de Álvaro Cunhal. «A apologia ao fascismo é proibida pela constituição», disse logo no momento em que a vitória de Salazar foi anunciada.

«Quero dizer que afinal o PCP tinha razão na carta que mandou à RTP, há não muito tempo, sobre este programa e o que iria resultar daqui, que era o branqueamento do fascismo», frisou, apontando: «Isto são sinais dos tempos. A nível mundial eles são muito maus e são no sentido da direita e se, um dia lá poderem chegar, do fascismo, porque o capitalismo aproveita todos os regimes menos um: o comunismo».

Odete Santos lamentou ainda a escolha de «uma pessoa que advogou a pobreza para o país». «O povo vivia à luz das candeias (...), o povo sofria de analfabetismo, porque, para Salazar, um povo culto era ingovernável, a frase é dele. É pena que isto tenha acontecido, mas o mundo não terminou e o fascismo não levará por diante», concluiu.


Partilho desta opinião:

Citar
Qual poderá ter sido a grandeza de um homem que só prejudicou Portugal e os Portugueses?
Referiram que 'tratava bem das Finanças', mas estivemos 'orgulhosamente sós' durante demasiado tempo e hoje ainda estamos a 'pagar' por isso.
Isto para não falar da falta de LIBERDADE de expressão que, ao mínimo descuido, era punida severamente com perseguições, torturas,...
Esta foi uma passagem da história 'contada' por uma pessoa que merecia ser esquecida, e não 'aplaudida de pé', como aconteceu através do resultado da votação.
Mas tenho FÉ de que este resultado seja apenas de uma minoria, nada representativa da opinião pública portuguesa.
Foi lamentável e é vergonhoso que se dê esta importância a quem não a merece... de todo!
Título:
Enviado por: P44 em Março 26, 2007, 02:01:48 pm
Citação de: "Bravo Two Zero"


Partilho desta opinião:

Citar
Qual poderá ter sido a grandeza de um homem que só prejudicou Portugal e os Portugueses?
Referiram que 'tratava bem das Finanças', mas estivemos 'orgulhosamente sós' durante demasiado tempo e hoje ainda estamos a 'pagar' por isso.
Isto para não falar da falta de LIBERDADE de expressão que, ao mínimo descuido, era punida severamente com perseguições, torturas,...
Esta foi uma passagem da história 'contada' por uma pessoa que merecia ser esquecida, e não 'aplaudida de pé', como aconteceu através do resultado da votação.
Mas tenho FÉ de que este resultado seja apenas de uma minoria, nada representativa da opinião pública portuguesa.
Foi lamentável e é vergonhoso que se dê esta importância a quem não a merece... de todo!


Idem!
Título:
Enviado por: P44 em Março 26, 2007, 02:16:27 pm
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CRÓNICA
 Filipe Luís
 
 
     
 Sexta, 23 Março 2007
 
 
 
 
Quero prestar o meu tributo a Salazar: graças a ele, eu ainda conheci a Idade Média. Ao vivo e... a preto e branco.
 
O salvador da Pátria
«Ditador ou salvador?», diz a frase publicitária de «Os grandes portugueses». Para as vítimas da tortura da polícia política, da censura e dos crimes do Estado Novo, para o país analfabeto, miserável e atrasado, para os estropiados da Guerra Colonial, para os criadores, os progressistas e os amantes da liberdade, para os defensores dos direitos humanos, o adjectivo «salvador» é uma afronta inominável. Mas para os muitos que votaram no «Botas», Salazar salvou o País da banca rota, equilibrando as Finanças, e salvou a Pátria da II Guerra Mundial, mesmo que para isso tenha feito tábua rasa da «mais antiga aliança do Mundo», com a Inglaterra. De um certo modo, a frase faz, pois, sentido.

Não é, porém, justificável a histeria que se levanta nem o escândalo que se implanta por causa de todo este interesse mórbido em volta da personagem. O que hoje Salazar evoca não é um saudosismo perigoso, mas curiosidade pura. Trata-se de uma figura estranha, um ícone de um outro tempo, uma bizarria da História. Quere-se saber mais de Salazar, colocá-lo na casa do Big Brother nacional, descobrir-lhe as intenções, os amores, as contradições, perguntar no fim: «Como foi possível?». O desconcertante Salazar, tão anti-americano como Francisco Louçã – ele proibiu em Portugal a «água suja do imperialismo», a Coca-Cola, lembram-se? –, o rato de sacristia que, afinal, hostilizou Paulo VI e expulsou o bispo do Porto, o eco-ditador que queria hortas e um mundo rural de pobrezinhos mas remendadinhos, e que abominava as grandes cidades e o desenvolvimento industrial, o pobretanas ascético que comia os ovos das galinhas de São Bento, o indigente que viu a sua campa tapada por laje rasa, Salazar é um pequeno português, mais tacanho do que déspota. Abominava a coreografia dos fascismos, detestava fardas, assustava-se com as penas de pavão do vizinho Franco, e disse, ao descobrir-se petróleo em Angola, «só me faltava mais esta!». Premonitório: sabemos o que o petróleo fez a Angola.

O fascínio de Salazar vem dessa personalidade esquisita, dessa postura de allien, da inacessibilidade permanente, da voz de cana rachada metálica, da figura de pai austero e impenetrável. Na verdade, não passava de um mestre-escola à antiga portuguesa. Mandava prender e torturar como quem dá reguadas a meninos mal-comportados, tinha dificuldade em discernir entre o bem e o mal, porque o bem que tinha na cabeça justificava todos os safanões. Amou Portugal? Sim, à sua maneira. Mas, ao contrário de Franco, não desenvolveu o país, impediu que se abrissem vias de comunicação, como proibiria hoje a Internet, se pudesse, e fez da sua imagem bucólica de postal ilustrado todo um programa de vida e uma ideologia oficial.

Os traços autistas da sua personalidade não o impediram de perceber muito bem as transformações do mundo do século XX. Em vez de as cavalgar, isolou-se, porque as temeu. Arrastou nessa loucura isolacionista e estagnante todo um povo. Na verdade, o culto salazarista do trabalho era o culto da preguiça de alguém – um país – que não sai do sítio. Reverenciou Deus – mas ofendeu-o com pecados mortais. Defendeu a Pátria – mas destruiu-a na sua alma e personalidade. Exaltou a família – mas nunca constituiu a sua.

Hoje diz-se que isto vai de mal a pior. Quando se elencam os males de Portugal resmunga-se que, nos últimos 30 anos, tudo se foi degradando. Se às crianças não esquece nada, permito-me dar, então, a minha própria imagem desse país ordeiro, seguro e desenvolvido do Estado Novo.

Era criança no dia em que Salazar foi enterrado e houve tolerância de ponto. As praias encheram-se e, pela primeira vez, fui a Tróia. Demorámos, por veredas e buracos, quatro horas, desde Sintra. Nesses tempos, metade dos meus colegas iam descalços para a escola primária, levando, para o lanche, a «ciganita» cheia de vinho. Uma população de pé descalço, literalmente descalço, percorria os caminhos de cabras do País. Esta é a primeira imagem de criança que tenho do Estado Novo. Nunca me interroguei sobre isso. Era normal haver gente descalça.

A segunda imagem é a do homem barbudo que batia à nossa porta todas as sextas-feiras. Rezava o Padre-Nosso e recebia a sua moeda de dez tostões brancos. Era o nosso pobre. Todas as famílias tinham um pobre por conta.

A terceira imagem trago-a de um regresso de uma viagem a Espanha. Depois de Salamanca, a estrada estreitava-se. Entrava-se em Portugal e começavam os buracos, as curvas, a poeira. Uma velhinha, carregada de lenha, arrastava com dificuldade, pela arreata, um burro mais carregado ainda. Dizem que Salazar, confrontado por uma imagem idêntica, por um jornalista estrangeiro, respondeu que esses casos se deviam a «sentimentalismo». As pessoas gostavam do seu burrinho. E de carregar lenha para o lume.

A quarta imagem é a das mulheres de lenço na cabeça. Só vi mulheres destas, muitos anos depois, na Albânia ou no Kosovo.

A quinta imagem é a da candeia, dos candeeiros a petróleo, dos bois a puxar os carros, da charrua medieval, das mulheres a lavar roupa no rio e a corá-la ao sol (como na «Aldeia da Roupa Branca!»), das casas sem quarto de banho, do balde comum, o «bispote».

A sexta imagem é a dos livros da escola primária. A ceifa. A monda. O luar de Agosto - um país rural. E a última «lição» do livro da 4.ª, «O Pai da Nação». O Pai da Nação era Américo Tomaz, o Presidente da República. Meu Pai, indignado, ensinou-me que eu só tinha um Pai – ele próprio. Fui dizê-lo à professora e ela chamou a entidade que hoje se designa por «encarregado de educação», para o avisar, de cenho carregado: «Tenha cuidado com as conversas lá em casa...»

A sétima imagem é a das mensagens televisivas de Natal dos soldados em combate, no Ultramar: «Adeus, até ao meu regresso». Era o meu programa favorito. Nunca percebi porque não havia soldados em Goa, Damão e Diu que, dez anos depois de passarem para União Indiana, ainda estudava como pedaços de Portugal. Mas lembro-me que tinha o destino marcado pelos meus país: a França. «Filho meu nunca vai dar com os costados na Guiné», repetia meu Pai.

Quero prestar o meu tributo a Salazar: graças a ele, eu ainda conheci a Idade Média. Ao vivo e... a preto e branco.


 
http://visao.clix.pt/default.asp?SqlPag ... tId=333099 (http://visao.clix.pt/default.asp?SqlPage=Content&CpContentId=333099)
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Enviado por: Luso em Março 26, 2007, 02:30:07 pm
Pessoalmente considero muito mais escandaloso ter-se considerado um soviete como grande "português" e ainda por cima colocá-lo à frente de D. João II, Vasco da Gama ou do Marquês. Ou de qualquer um que se diga português, que defenda a sua memória e a sua identidade.
A vergonha está mais aí que em qualquer outra coisa.

Esse facto também mais uma constatação do resultado da incompetência de Salazar. Excesso de compaixão que permitiu que outros destruissem o trabalho de séculos de gerações de portugueses e de futuras gerações não só de portugueses como de africanos.
Mas como a memória de uma mente ignorante é selectiva e prefere a emoção barata e adolescente...

O que vale é ver a morte - infelizmente lenta - da propaganda abrileira.

Livramo-nos lentamente da propaganda socialista e assim começamos a ser mais livres porque passamos a ter horizontes mais alargados.
Porque a verdade vem sempre ao de cima e é isso que alguma gente teme.
Título:
Enviado por: ricardonunes em Março 26, 2007, 02:36:34 pm
Salazar, tenha um

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Não percebo a razão de tanta polémica à volta da nomeação de Salazar como o maior português de sempre num concurso televisivo.

A sério que me escapa.

Pessoalmente, não me incomoda que o velho professor de Santa Comba seja, depois de morto, trazido em glória ao mundo dos vivos. É não conhecer o espírito retorcido dos portugueses.

Pensem bem: qual seria a razão dos portugueses quererem Salazar de volta quando têm tantos clones ao dispor, daqueles de trazer por casa e pelo emprego, mais refinados e modernos? De tanto lidar com taxistas, ouvir os protestos no autocarro e os amargos da vida no metro, tenho uma tese: os portugueses escolheram o Salazar por vingança. É verdade. À beira dos salazaritos que andam por aí nas repartições, nas empresas, nos bancos, enfim, nos lugares de posso, quero e mando, o provinciano António Oliveira até parece um menino do coro.

Eu sei bem que aqueles 48 anos foram dose. Censura, guerras, mortes, prisões e perseguições. Coisa de monta, mesmo nos dias de hoje. Caramba, mas nessa altura sabia-se de que lado estavam os bons e os maus, não? E mesmo os maus não deviam ser muitos, a julgar pelos que, depois de 74, apresentaram vastíssimo curriculum de defensores da liberdade. Mas adiante.

Ora, qualquer português tem hoje o seu Salazar de estimação. Eles andam aí, só falta aparecerem nas lojas dos trezentos ou dos chineses. Convenhamos: o que não falta no Portugal de hoje são pequenos tiranetes, estagiários da sacanice e engravatados da canalhice, a juntar aos refinados mangas de alpaca, chefes sinistros, torturadores de gabinete, escroques de unha pintada e trituradores de alma humana. Todos conhecemos um destes e, se calhar, até já bebemos um copo com ele, não vá a besta perceber que andamos mortinhos por lhe chegar a roupa ao pêlo.

Alguns, porém, não estão assim tão alcance da mão. Movem-se em salões e salinhas, corredores e entrelinhas, mansões e quintinhas. Arquitectam as mais modernas maneiras de fascistarem por aí – inventei agora – em democracia e liberdade.

A censura, estúpida e ignorante, continua sobre rodas (talvez por isso agora se chame... auto-censura). Ninguém vai preso por protestar, dizer o que pensa, levantar o varapau. É apenas despedido ou votado ao mais completo mofo e desprezo. Neste Portugal europeu e comunitário, até os agentes da PIDE estariam deslocados. Vinham tirar o lugar a quem? Aos bufos e sabujos da secretária do lado?

Portugal tem um povo raro, de morder pela calada. Raramente os portugueses falam de frente. Preferem roer pragas, furar um pneu ou fazer ronha. Só quando a tampa salta é que ainda puxa do sarrafo. A revolução aconteceu num dia em que parecia que estava tudo bem, não foi? Pois, enganaram-se. «As iludências aparudem», já dizia o outro.

Como passa o dia (e a noite) diante do televisor, o português, manhoso, socorreu-se agora do telecomando e escolheu o Salazar que estava à mão para, em jeito de protesto cifrado, simbolizar no velho pai tirano os muitos salazaritos que lhe estragam a vida. Ou não fosse o telecomando o voto mais livre dos nossos dias. Não? Se me apetecer, mudo de País, de canal, de novela, de políticos e de chatices. Até de humor. Com um simples toque, até desligo do País, apago-o. Com estes dedinhos aqui, ó! E viro costas ao mundo. E ainda me poupo aos engarrafamentos e filas de gente para escolher o doutor ou o engenheiro que os partidos me recomendam para o Governo, a câmara ou a freguesia.

Vá lá, convençam-se: a resposta para a escolha de Salazar é esta e é simples. Não adianta pôr o País mais uma vez no divã por causa disso. Já basta o que ele toma de ansióliticos e antidepressivos para aturar os salazaritos que lhe tiram o sono.

Miguel Carvalho

Visão (http://http)
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Enviado por: Luso em Março 26, 2007, 02:43:48 pm
Safa, oh velho Ricardo, comparar Salazar ao badameco de uma repartição, que entrou sem curriculo e apenas por ter ligações a um qualquer partido democrata - ou pseudo-democrata?

E ainda o chamam fascista. Ou é mais "fássista"?
Título:
Enviado por: Lancero em Março 26, 2007, 02:49:08 pm
;)

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PSP - ‘Grandes Portugueses’ podem ser anónimos

O polícia herói que salvou da morte rapaz de 13 anos


(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg69.imageshack.us%2Fimg69%2F2673%2Fgetimagepy3.jpg&hash=6ddb7a2837243705ceb7bea5333f0aa0)

Ainda hoje o agente da PSP Vítor Filipe visita o rapaz de 13 anos que, há pouco mais de um ano, salvou da morte. Passar na estação de Santa Apolónia, perto do local onde viu o jovem Henrique ser consumido pelas chamas, ainda lhe causa arrepios na espinha. Mas o sorriso do menino, depois de um longo período de recuperação, é compensador.
 
Foi numa tarde de Janeiro que o agente Vítor Filipe, ao serviço da Secção de Intervenção Rápida da PSP de Penha de França, salvou o pequeno Henrique da morte. Do alto de uma vagão na estação de Santa Apolónia, não hesitou em tirar o casaco para apagar as chamas nos cabelos e nas roupas do jovem – que acabara de ser electrocutado.

O acto heróico, além de uma amizade para a vida, valeu-lhe uma homenagem numa exposição patente no Centro Comercial Colombo, em Lisboa – até 25 de Março.

Para o organizador, o subcomissário Pestana, o objectivo é mostrar que há ‘Grandes Portugueses numa esquadra perto de si’. “O programa televisivo trata de pessoas que marcaram a História, a exposição demonstra que qualquer cidadão anónimo também é digno desse título”, adiantou o chefe do Núcleo de Operações da PSP de Lisboa.

No caso da PSP, reconhece, “há mais oportunidades para o ser, mas qualquer cidadão tem capacidade para fazer algo além do razoável”.

O agente Vítor Filipe acrescenta outras vitórias à exposição. Além da motivação “é importante mostrar às pessoas que os polícias também ajudam e não têm apenas uma acção repressiva”, disse.

A sua história, descrita pela coragem de um polícia que não temeu pela própria vida para salvar uma criança, é uma entre uma dezena, cujos protagonistas merecem o título de ‘Grandes Portugueses’.

“Não venceram batalhas, não conquistaram continentes, nem tão pouco governaram os desígnios do País”, como descreve o comissário Pestana, mas não hesitaram em arriscar a vida em prol da farda que vestem.

CASOS DE HEROÍSMO

FARO

O guarda principal Carlos Sequeira não hesitou em lançar-se às águas do rio Arade, Silves - em pleno Inverno de 1997 - para salvar uma mulher de 86 anos de uma “trágica morte por afogamento”.

S. PEDRO DE MOEL

Os guardas Mário Custódio e António Loureiro patrulhavam as ruas de S. Pedro de Moel numa noite de 1998 quando recebem a comunicação de que um homem se atirara ao mar. Dirigem-se para o local e vêem o corpo a boiar. “Perante a emergência” lançam-se à água, trazem o corpo para a praia e prestam os primeiros socorros.

ALCÂNTARA

Em Janeiro de 2006 o agente Rui Lemos acabava mais um turno quando viu um jovem saltar a vedação da linha de comboio, em Alcântara, caindo na linha incapaz e ficando sem se mover. Ele e outro agente, Bruno Oliveira, correram em seu socorro. O rapaz salvou-se e eles foram colhidos pelo comboio. O agente Rui Lemos, de 30 anos, não resistiu aos ferimentos e morreu.

PONTINHA

Em 1999, o agente Fernando da Silva acudiu a um fogo, num prédio na Pontinha. Alertado para a permanência de um menor surdo-mudo no edifício, saltou de quatro metros e entrou pelas traseiras, depois de partir um vidro com um extintor que usou para combater e chamas e salvar o menino.

BAIRRO ALTO

Os agentes Ricardo Barata e João Cortês acorreram a um incêndio num prédio no Bairro Alto, em 2002. No meio do fumo, galgaram até ao 2.º andar e salvaram duas idosas que carregaram ao colo embrulhadas nos blusões.

PERFIL

Nasceu em Miranda do Corvo, há 28 anos, e só deixou a terra natal para ingressar no curso de agentes da PSP, em Torres Novas. Vítor Filipe completa seis anos de polícia no próximo mês Junho. Ao serviço da Secção de Intervenção Rápida da Divisão da PSP de Penha de França, em Lisboa, afirma que salvar uma criança da morte foi o episódio que mais o marcou, não só enquanto polícia, mas enquanto homem.
Sónia Simões

 


Fonte (http://http)
Título:
Enviado por: Luso em Março 26, 2007, 02:50:43 pm
Qualquer um desses homens merece muito mais o segundo lugar que o soviete.
Título:
Enviado por: papatango em Março 26, 2007, 03:46:54 pm
Eu pessoalmente fico um bocado surpreendido.
Praticamente 60% das pessoas votaram em personalidades que não aceitavam a Democracia.

Achei no entanto engraçada a D. Odete Santos a gesticular sobre a vitória de Salazar a dizer que se tratava de apologia do fascismo.

É como se alguém começasse a gesticular se o Cunhal tivesse ganho, afirmando que era branqueamento dos crimes do Comunismo.

O programa foi interessante porque as pessoas falaram de História, mas o resultado não tem de facto nada de científico.

Se em vez de estarmos em 2007 estivessemos em 1907, teriamos eleito o João Franco ou o Costa Cabral ou o Fontes Pereira de Melo.

Para quem estuda um pouco a História, os tradicionais 30 a 50 anos são suficientes como distância para analisar os acontecimentos, mas para a maioria da população que não conhece a História, parece que é preciso que passe bastante mais tempo para que quem realmente teve importância a veja reconhecida.

Creio que a sondagem que a RTP fez (e que também está publicada), é mais lógica e bastante mais correcta, e provavelmente técnica e cientificamente mais acertada.

Isto acabou por ser um confronto esquerda-direita, em que uns votaram no Cunhal para evitar que o Salazar ganhasse, e os outros votaram no Salazar para garantir que o Cunhal não ganhava.

Fica no entanto a discussão. Muita gente ouviu coisas sobre o Marquês de Pombal, o Infante D. Henrique ou Vasco da Gama, que de outra forma nunca ouviría.

E isso foi sem dúvida positivo e teve mérito.
Título:
Enviado por: P44 em Março 26, 2007, 03:56:00 pm
Citação de: "Luso"
Esse facto também mais uma constatação do resultado da incompetência de Salazar. Excesso de compaixão que permitiu que outros destruissem o trabalho de séculos de gerações de portugueses e de futuras gerações não só de portugueses como de africanos.
Mas como a memória de uma mente ignorante é selectiva e prefere a emoção barata e adolescente...


Graças a Deus que está cá você, o "Iluminado", o "Escolhido do Senhor" para mostrar a verdade aos pobres ignorantes e obtusos, nos quais me incluo....
Título:
Enviado por: Luso em Março 26, 2007, 04:20:25 pm
Citação de: "P44"
Citação de: "Luso"
Esse facto também mais uma constatação do resultado da incompetência de Salazar. Excesso de compaixão que permitiu que outros destruissem o trabalho de séculos de gerações de portugueses e de futuras gerações não só de portugueses como de africanos.
Mas como a memória de uma mente ignorante é selectiva e prefere a emoção barata e adolescente...

Graças a Deus que está cá você, o "Iluminado", o "Escolhido do Senhor" para mostrar a verdade aos pobres ignorantes e obtusos, nos quais me incluo....


Tento fazer por isso, é verdade.
Título:
Enviado por: hellraiser em Março 26, 2007, 04:58:38 pm
Como venceu o salazar, dizem que quem votou foram fascistas, organizados e pessoas sem cultura. Por alem das demais teorias da conspiração...

Se tivesse vencido um alvaro cunhal ou aristides diriam a mesma coisa?
Será que só os skinheads, nazis e incultos têm telefones e telemoveis? Ou mesmo TV?

Acho mesmo piada... Fez-se justiça a Salazar, é a prova que o povo não come e cala toda a desinformação que se cria a volta dele e a ideia de ditador sanguinário que dele tentam criar. Fez-se justiça, ao homem que tirou Portugal da Banca Rota, devolveu a identidade e sentido de nação a um país então mergulhado na miséria e resignação da cauda da europa, e acima de tudo (e contra o que querem fazer parecer) proporcionou a Portugal o maior crescimento económico desde o inicio do século XX ate ao presente, curiosamente durante a totalidade da Guerra do Ultramar! Que chegava aos 6% e agora temos de nos contentar com menos de 1 ponto percentual. Os seus governos eram sérios, e não havia tachos nem corrupção para ninguém. Fez-se justiça. Os portugueses votaram, e escolheram, agora virem dizer que são incultos, ou isto, ou assado, é simplesmente mau perder, e acima de tudo, falta de carácter e falta de imparcialidade.

Viva SALAZAR!!! :D ahhhhhh

PS3- Já agora isto foi 1 verdadeira vitória para Salazar, é que mesmo depois de morto o "velho" continua a conseguir "sodomizar" o Álvaro Cunhal...  :lol:  :lol:  :lol:
Título:
Enviado por: Bravo Two Zero em Março 26, 2007, 06:31:32 pm
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Viva SALAZAR!!!  

PS- Hoje devem ter esgotado os stocks de rennie e anti-acidos em muitas farmácias... com a quantidade de aziados que ai devem de andar... Só a Odete Santos e a Ana Gomes devem ter rebentado com os stocks na área da grande Lisboa.

PS2- Estou tão contente!!!! Ate vou fumar uma broca à memoria do Salazar, vai ser o maior cigarro de fazer rir que alguma vez foi feito, um verdadeiro montecristo dos fumos alternativos!!!  ahhhhhh

PS3- Já agora isto foi 1 verdadeira vitória para Salazar, é que mesmo depois de morto o "velho" continua a conseguir "sodomizar" o Álvaro Cunhal...    


Acho que as brocas para si vão acabar........... :wink:
Mas, bela democracia que temos: um ditadorzeco e um soviete no pódium...........
Título: D. Afonso Henriques
Enviado por: Miguel Sá em Março 26, 2007, 06:40:53 pm
Sem ele não haveria nenhum concurso

Falaríamos castelhano ou um portunhol.

Mas era um concurso, tem a importância que tem e uma validade relativa
Ficam e muito bem os documentários, conhecer a Nossa História, algo que cada vez menos se ensina nas escolas.
Título: Re:
Enviado por: JQT em Março 26, 2007, 07:30:26 pm
Hellraiser: entre as últimas pessoas que ouvi dizerem que estão com saudades de Salazar estão militantes do PCP. E já não é a primeira vez: há anos atrás estava numa tasca em Loulé à conversa com uns comunistas da velha guarda, enquanto ardia a Serra do Caldeirão, com um incêndio que tinha começado em Ourique. Diziam uns deles: «No tempo do Salazar também fazia muito calor e não havia incêndios assim.»

Sem dúvida que isto é um voto de protesto mas Salazar merece a vitória. Não acho que tenha sido o melhor governante (para mim foi o Marquês de Pombal), mas é aquele a quem Portugal mais deve pela positiva. Vejamos:

1. É um caso único de um ditador (civil) que é convidado para o ser (pelos militares), e de uma transição totalmente pacífica de uma ditadura militar para uma civil.

2. Tirou o país da bancarrota financeira e colocou protegeu a economia através de entraves às importações, de maneira promover o crescimento dos sectores produtivos nacionais. Conseguiu uma coisa que ninguém tinha conseguido desde o Marquês de Pombal: balança comercial e de pagamentos favorável a Portugal (hoje em dia isto é ficção científica). Mais, e um dos maiores feitos de Salazar e de que ninguém fala: Portugal e a URSS foram as únicas economias em todo o mundo que não entraram em crise com a Grande Depressão de 1929. Enquanto por toda a Europa havia fome, Portugal prosperava.

3. Outra coisa de que ninguém fala: Salazar pôs um ponto final a quase um século de domínio indirecto da Inglaterra sobre Portugal. Houve alturas em que fomos praticamente um protectorado britânico e ainda na I República o embaixador inglês mandava mais que os ministros. A economia estava dominada pela Inglaterra. Eram o nosso credor e por via disso pagavam-se ficando com empresas estratégicas: correios, telefones, Marconi (rede de cabos submarinos), Carris. Salazar nacionalizou pacificamente essas empresas e colocou-as em mãos nacionais.

4. Fez frente às ambições espanholas de anexar Portugal; nos anos 30, a República Espanhola proclamou-se República Socialista Ibérica. Mais tarde, em 1939, quando rebentou a guerra e nós não tínhamos aliados, foram os franquistas que ameaçaram aproveitar a ocasião para invadir Portugal. Salazar mobilizou o Exército, dispôs tropas para fazerem uma invasão preventiva da Galiza e a Espanha percebeu com quem se estava a meter.

5. Quando rebentou a Guerra Civil em Espanha, parecia inevitável que Portugal fosse invadido. Não fomos.

6. Quando começou a II Guerra Mundial, também parecia inevitável que não conseguíssemos manter-nos neutrais e fossemos invadidos. A Inglaterra, a Espanha, a Alemanha e os Estados Unidos planearam invadir-nos. A África do Sul planeou invadir Moçambique, mas foi dissuadida. Macau foi cercada pelos japoneses, mas só Timor foi invadido, primeiro pela Austrália e depois pelo Japão, cujas tropas se renderam às portuguesas em 1945. Foi um milagre e a idade de ouro da nossa política externa. De caminho, Salazar também convenceu Franco a manter-se neutral; aqui quem deve a Salazar são os espanhóis. Saímos da guerra ilesos, com o Império intacto, e ricos.

7. Muito menos e mais tarde do que devia ter feito, é certo, mas foi com Salazar que se desenvolveu a nossa África, mais do que qualquer outra potência à excepção da Inglaterra e da Bélgica. E assim também se criaram condições para que centenas de milhares de portugueses emigrassem para lá e tivessem um futuro incomparávelmente melhor do que cá.

8. Houve uma política de habitação social coerente e ordenada, como em mais nenhuma altura em Portugal. Lisboa cresceu 5 vezes. E com habitação social de qualidade, que hoje é irreconhecível (por exemplo, o Bairro de Alvalade, à excepção de S. Miguel, das Avenidas de Roma, João XXI e alto da Almirante Reis, é um bairro de habitação social. Ninguém diria pois não?).

9. Havia disciplina financeira e rigor na maneira como o dinheiro do Estado era gasto. Nem os ministros tinham direito a carro de estado (hoje não há vereador nem assessor de vereador que não use carro da câmara). Em 1966, a então ponte Salazar ficou pronta seis meses antes do prazo e 10% abaixo do orçamentado. Hoje (veja-se as contas do Centro Cultural de Belém, da Expo 98, do Metro do Porto [4x acima do orçamento], da Casa da Música [6x], do Túnel do Terreiro do Paço), conseguir isto é pura ficção científica. O Escudo era uma das moedas mais fortes do mundo, a par do Dólar e mais que a Libra. A inflação era mínima, os impostos eram baixos (em 1974 correspondiam a 20% do PIB; hoje são 50%). A economia cresceu a uma média de 7-8% ao ano entre 1961 e 1973, o maior crescimento na Europa a seguir a Espanha.

10. Apesar do isolamento internacional, fomos convidados a sermos membros fundadores da OTAN, aderimos à ONU nos anos 50, e à EFTA em 1960 (numa negociação formidável em que conseguímos entrar em condições muito favoráveis; o contrário do que se fez com a CEE). Podíamos não ser populares mas Portugal era um país respeitado internacionalmente, não é como hoje em que o PR é recebido por um secretário de estado, como agora na visita oficial à Índia.

É claro que Salazar também fez muita coisa negativa, o que é bem conhecido. Mas é preciso ver também o que fez de positivo para se fazer uma análise justa. E na minha análise Portugal deve muito a Salazar. Basta dizer que se tivéssemos tido um Afonso Costa ou qualquer outro típico político da I República durante a II Guerra Mundial, este povinho tinha sofrido a bom sofrer. As pessoas não dão bem valor ao facto de Salazar nos ter salvo da Guerra, mas perguntem a um francês, um alemão, um holandês, um polaco (morreram dois terços da população) ou mesmo um grego (e a Grécia estava numa situação muito semelhante a Portugal; periférica, neutra e mesmo assim foi invadida e sofreu bastante com a ocupação alemã, que foi particularmente dura) e vão perceber a sorte que tivémos e o quanto devemos a Salazar.

Muitos não estaríam hoje vivos para dizerem mal dele.

JQT
Título:
Enviado por: Miguel em Março 26, 2007, 09:19:57 pm
Se Salazar era bom, porque vivem 5 milhoes de Portugueses no estrangeiro?

Salazar recusou o plano Marshall, hoje podiamos ter o nível de vida de paises como a Belgica,Hollanda etc...

Eu tinha a mesma reacçao que a maioria do povo tempos atraz, mas entretanto informei-me, estudei, analisei, e hoje tenho a minha opiniao.

Salazar NUNCA !!

Contra O Fascismo LUTAR !

Viva a liberdade, viva Portugal e viva o 25 abril.
Título:
Enviado por: ricardonunes em Março 26, 2007, 09:36:01 pm
Citação de: "Miguel"
Viva a liberdade, viva Portugal e viva o 25 abril.

Dez anos depois

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Passados dez anos, será interessante assinalar a evolução do comportamento de muitos dos intervenientes, em especial os políticos e os militares que conseguiram passar de um regime a outro, sempre na crista da onda, e que, com as lutas pelo poder, ajudaram a dificultar a evolução desejada, Por outro lado, não acreditando em democracias musculadas nem no sebastianismo, resta-nos, na orgulhosa situação de implicados no dia 25 de abril de 1974, criticar os muitos que pagam o idealismo e a genorosidade dos Capitães de Abril com o mesmo comportamento que caracterizou o regime nascido a 28 de Maio:

- a corrupção;
- a incompetência;
- o compadrio;
- o circo do Poder.

Até quando?


Salgueiro Maia, 1984
Título: Re:
Enviado por: JQT em Março 26, 2007, 10:44:07 pm
Citação de: "Miguel"
Se Salazar era bom, porque vivem 5 milhoes de Portugueses no estrangeiro?

É certo que houve muita emigração nos anos 40, 50 e 60 (o próprio regime a incentivava, fazendo acordos com os EUA e o Canadá). Mas trinta anos depois do 25 de Abril, nem toda a culpa é de Salazar. E recorde-se que houve um milhão de portugueses refugiados da descolonização de Angola e Moçambique, muitos dos quais foram para a África do Sul, EUA, Brasil e Venezuela.

Citar
Salazar recusou o plano Marshall, hoje podiamos ter o nível de vida de paises como a Belgica,Hollanda etc...

Desculpe mas isso não é verdade, apesar de ser recorrente ser dito. Num primeiro momento, Salazar de facto recusou o plano Marshall porque temia que os EUA se imiscuíssem nos assuntos financeiros do país e a invasão de produtos americanos (tal como aconteceu nos países que receberam). Mas depois aceitou receber a alguma ajuda que os EUA ofereceram (não era muita porque nós não fomos afectados pela guerra). A actual Ponte 25 de Abril foi em parte financiada pelos EUA através do Plano Marshall. Também o material usado pelos bombeiros portugueses era em grande parte oferecido pelos EUA.

Citar
Eu tinha a mesma reacçao que a maioria do povo tempos atraz, mas entretanto informei-me, estudei, analisei, e hoje tenho a minha opiniao.

Salazar NUNCA !!

Contra O Fascismo LUTAR !

Viva a liberdade, viva Portugal e viva o 25 abril.


Vai-me desculpar mas ainda não se informou o suficiente: é que dar vivas à Liberdade e ao 25 de Abril ao mesmo tempo é um contrasenso. Informe-se mais sobre o 25 de Abril sem ser a partir dos que o comemoram.

Cumprimentos,

JQT
Título:
Enviado por: papatango em Março 26, 2007, 11:01:43 pm
O concurso do Canal-1 da RTP era sobre o maior dos portugueses. Mesmo na Inglaterra, quem ganhou foi o Churchill, embora haja que reconhecer que a actuação deste, provavelmente foi determinante para o futuro da Europa.

Os numeros da sondagem da RTP sobre o assunto, dão uma votação para Salazar próxima dos 7% e cerca de 20% para D. Afonso Henriques.

Se é verdade que Salazar foi demonizado a seguir a 25 de Abril de 1974, também não deixa de ser verdade que a sua actuação esteve muito longe de ser a de um génio da politica internacional.

Até 1945/1950 Salazar teve uma acção que podemos considerar de benévola, mas depois, caiu na tentação de tentar conservar, manter e evitar a todo o custo qualquer tipo de mundança significativa.

Creio mesmo que Salazar, depois de 1945, pura e simplesmente não tinha ideia de que destino o país deveria seguir. Chegou a pensar na possibilidade de voltar a instaurar um sistema monarquico, como forma de reformular o regime, mas nada saiu dessas ideias.

O que a partir daí se viu, não parece ter sido governo, mas sim uma espécie de fuga para a frente, andando, sem resolver nada e esperando por algum milagre que mudasse as coisas.
Demasiado cinzento para melhor dos portugueses.

Quanto ao Cunhal, nem sei o que dizer.
Esteve sempre do lado errado da História, esteve sempre entre os perdedores, nada teve a ver com o 25 de Abril, que o apanhou na Rússia, falhou na tentativa de tomada de poder, e mesmo quando o sistema comunista se afundou na lama e a URSS implodiu, mesmo assim recusou-se a admitir que estava errado.
Toda a sua vida foi um rotundo fracasso. Álvaro Cunhal é o retrato do fracassado. Talvês, por isso um 20% de um país de fadistas melancólicos tenha votado nele.

Cumprimentos
Título:
Enviado por: ricardonunes em Março 26, 2007, 11:50:19 pm
Citação de: "papatango"
Os numeros da sondagem da RTP sobre o assunto, dão uma votação para Salazar próxima dos 7% e cerca de 20% para D. Afonso Henriques.


Estudo de opinião Eurosondagem para a RTP (http://http)

Realmente não compreendo este estudo, ou será que quando as pessoas são confrontadas com um inquiridor mudam de opinião?
Têm vergonha de dizer o que pensam?
Será que ainda não lhes explicaram que a PIDE já não existe?

Não sei o que dizer, mas entre esse inquérito e a votação do programa, cheguei a uma conclusão :twisted:
Título:
Enviado por: papatango em Março 27, 2007, 12:34:38 am
A votação do concurso durou meses e as informações que íam saindo cá para fora, davam a indicação de que a escolha estava entre Cunhal e Salazar.

Por isso mesmo pessoas que não gostavam do Cunhal votaram em Salazar, e pessoas que não gostavam do Salazar votaram nele contra Cunhal.

Esta foi uma votação "de pernas para o ar" em que o Cunhal perdeu, porque entre Salazar e Cunhal, os portugueses preferiram o Salazar (coisa que eu não deixo de compreender).

Ou melhor. O Cunhal reuniu mais votos anti-cunhal que o Cunhal reuniu votos anti-Salazar.

Eu lamento, mas o concurso não é uma homenagem a nenhum dos dois políticos, ele foi acima de tudo um concurso de votos contrarios.

Creio que o correcto seria remover as personagens do século XX, para obter um quadro mais aceitável.

Não acredito que o país tenha medo de dizer o que quer que seja, mas a verdade, é que se pensarmos bem, Salazar não foi (nem poderia ter sido 9 um grande governante.

Foi um governante razoável, que receberia uma nota de 17 ou mesmo 18 na primeira fase (15 anos) e que depois decaiu para notas cada vez mais fracas.

Quando caiu da cadeira, provavelmente já não descolava nem uma nota 8.

Eu se tivesse votado num desses dois, provavelmente votaria no Salazar, porque acho que Cunhal nem sequer tinha o direito de estar nesse concurso, mas a bem da verdade, e para ser honesto não tenho exactamente muita admiração pelo Salazar.

Aceito que não se deve demonizar o Salazar. Aceito que parte do seu mandato teve coisas positivas, mas foi demasiado cinzento e provinciano no mau sentido, para o país que eu acho que Portugal deve ser.
Título:
Enviado por: Yosy em Março 27, 2007, 07:40:46 pm
Citação de: "papatango"
O concurso do Canal-1 da RTP era sobre o maior dos portugueses. Mesmo na Inglaterra, quem ganhou foi o Churchill, embora haja que reconhecer que a actuação deste, provavelmente foi determinante para o futuro da Europa.

Os numeros da sondagem da RTP sobre o assunto, dão uma votação para Salazar próxima dos 7% e cerca de 20% para D. Afonso Henriques.

Se é verdade que Salazar foi demonizado a seguir a 25 de Abril de 1974, também não deixa de ser verdade que a sua actuação esteve muito longe de ser a de um génio da politica internacional.

Até 1945/1950 Salazar teve uma acção que podemos considerar de benévola, mas depois, caiu na tentação de tentar conservar, manter e evitar a todo o custo qualquer tipo de mundança significativa.

Creio mesmo que Salazar, depois de 1945, pura e simplesmente não tinha ideia de que destino o país deveria seguir. Chegou a pensar na possibilidade de voltar a instaurar um sistema monarquico, como forma de reformular o regime, mas nada saiu dessas ideias.

O que a partir daí se viu, não parece ter sido governo, mas sim uma espécie de fuga para a frente, andando, sem resolver nada e esperando por algum milagre que mudasse as coisas.
Demasiado cinzento para melhor dos portugueses.

Quanto ao Cunhal, nem sei o que dizer.
Esteve sempre do lado errado da História, esteve sempre entre os perdedores, nada teve a ver com o 25 de Abril, que o apanhou na Rússia, falhou na tentativa de tomada de poder, e mesmo quando o sistema comunista se afundou na lama e a URSS implodiu, mesmo assim recusou-se a admitir que estava errado.
Toda a sua vida foi um rotundo fracasso. Álvaro Cunhal é o retrato do fracassado. Talvês, por isso um 20% de um país de fadistas melancólicos tenha votado nele.

Cumprimentos


Concordo absolutamente com esta análise. Ambos os líderes estiveram do lado errado da História, ambos foram grandes profissionais na sua área assim como intelectuais.

Desta votação, o verdadeiro vencedor foi Aristides de Sousa Mendes, que conseguiu um espantoso 3º lugar - e muita gente não fazia a mínima ideia de que ele era antes do concurso.
Título:
Enviado por: Miguel em Março 27, 2007, 09:17:07 pm
Certo que ao ver os resultados, a sanidade mental de muitos podemos dizer que é preocupante.

Eu prefiro talvez dizer que a maioria sao "incultos" vivam com futebol e novelas e nunca abrem um livro.

Entao nao é de admirar ter os governantes que temos.
Título:
Enviado por: fgomes em Março 27, 2007, 10:52:54 pm
A vitória de Salazar não teria funcionado como uma espécie de voto de protesto?
Título:
Enviado por: Bravo Two Zero em Março 27, 2007, 10:56:44 pm
Citação de: "fgomes"
A vitória de Salazar não teria funcionado como uma espécie de voto de protesto?


Nem mais, foi a suprema ironia
Título:
Enviado por: Duarte em Março 28, 2007, 01:42:34 am
Citação de: "Miguel"
Se Salazar era bom, porque vivem 5 milhoes de Portugueses no estrangeiro?

Salazar recusou o plano Marshall, hoje podiamos ter o nível de vida de paises como a Belgica,Hollanda etc...

Eu tinha a mesma reacçao que a maioria do povo tempos atraz, mas entretanto informei-me, estudei, analisei, e hoje tenho a minha opiniao.

Salazar NUNCA !!

Contra O Fascismo LUTAR !

Viva a liberdade, viva Portugal e viva o 25 abril.


Prefiro lutar contra o comunismo e contra decadência pós- 25 Abril...

Salazar foi o estadista Português mais incompreendido da nossa história. Ao contrário da classe política corrente, foi um homen simples, servidor da pátria, honesto e dedicado, defensor dos valores do país e do nosso lugar na história. Estes simples factos nunca poderão ser esquecidos, por mais que a Abrilada tente encobrí-lo com mentiras e meias-verdades.  

O que me repugna mais é que este traidor da pátria e fantoche dos Soviéticos, Cunhal, tenha sido incluído na votação.. haja vergonha!
 :roll:
Título:
Enviado por: Miguel em Março 28, 2007, 05:32:52 pm
Salazar e o estado novo, foram os piores criminosos do Século XX em Portugal.

Conseguiram destruir a maioria das riquezas em manter un império de papel.

Se o Salazar nao era tao ATRASADO, teria analisado que paises como França e Reino Unido tinham dado independencia as suas ex-colonias num banho de sangue.Ele se era assim tao fino podia ter preparado a descolonizaçao.

Em vez disso preferiu sacrificar um povo,uma juventude num dos piores desastres da nossa historia.

Pessoalmente acho repugnante ver pessoas que votarem no Salazar.

Sinto me envergonhado.

Cumprimentos.
Título:
Enviado por: lecavo em Março 28, 2007, 10:44:56 pm
Viva!


Fiquei triste com a vitória do Salazar. Triste, porque espelha um país inculto. Tirando uma meia dúzia de saudosistas (ou outra coisa qualquer), a esmagadora maioria fala de/o Salazar sem ter a menor noção de quem foi realmente o homem e das consequências negativas (e positivas) que teve para o país.

Salazar, na minha opinião está ao mesmo nível do Cunhal e vice-versa, embora em campos opostos. Se por acaso Cunhal tivesse tomado o poder a seguir ao 25 de Abril, teríamos mais uns anos de ditadura, exactamente igual à que tivemos com o Salazar, com uma pequena diferença, passaríamos a cantar a Internacional. Nem sei mesmo se teríamos dado a independência às ex-colónias. Que me desculpem os comunistas, mas esta duvida tem-me assaltado ao longo dos tempos. Cunhal era um homem "exactamente" igual a Salazar. Tinha ideias fixas, era avesso a mudanças e nada aberto a ideias novas. Tanto um como outro deram disso grande prova. Salazar não conseguiu ver as grandes mudanças que se operaram no mundo. Manteve-nos sós a remar contra a maré, embora orgulhosamente, mas sós. Cunhal teve a "mesma" teimosia, não conseguiu ver as mudanças que se operaram no mundo após a implosão do comunismo soviético (ponham os olhos nos chineses) e da validade do comunismo como política/regímen capaz de tirar a humanidade da escravidão do patronato e da fome, lançando-a na prosperidade. Ao invés disse, o comunismo apenas foi capaz de produzir ditaduras (militares).

Votei no D. João II. Aceitava votações em D. Afonso Henriques, D. Dinis, D. João I, D. Afonso V (pai de D. João II) ou o Infante D. Henrique, etc. Mas teria de ser um voto em homens que tiveram uma importância fulcral para o país. Homens que projectaram o país para a ribalta. Homens que mudaram radicalmente o país, modernizando-o ou projectando a sua importância no mundo. Aristides de Sousa Mendes foi um homem com letra grande, mas na verdade "nada" fez de verdadeiramente grande para o país. Fez sim um gesto pessoal de enorme humanismo e grande coragem ética (aliás, contra a vontade de Salazar). Com ou sem Aristides de Sousa Mendes, Portugal manteve-se exactamente igual.

Este tipo de votação vem apenas espelhar o baixíssimo nível cultural dos portugueses. Não estou aqui a acusar os tais que estão no grupo da meia dúzia de saudosistas que votaram em Salazar, esses sabem muito bem o que querem. Mas refiro-me ao grosso, àqueles que apenas vêm novelas, futebol, que compram os jornais desportivos e que ouvem em conversas de café "faz cá falta um Salazar!"

A democracia trouxe benefícios inquestionáveis ao povo português. O Portugal de hoje, nada tem a ver com um Portugal de pé descalço, sem estradas, sem água canalizada, sem saneamento básico, sem electricidade, sem acesso ao ensino (nos moldes que há hoje), com uma esperança de vida na casa dos 50 anos (hoje de 78 anos), com taxa de mortalidade infantil na casa 55,5% (hoje praticamente 0%), com 44% da população sem qualquer esquema de protecção social, que Salazar e os seus seguidores nos deixaram.

Ganhou Salazar e depois? Que consequências é que isto tem? Nenhumas, apenas espelha o descontentamento do momento em relação a uma situação económica menos boa que o país atravessa, como se no tempo de Salazar a situação do povo fosse boa, quando 50% da população tentava sobreviver, “amarrada” que estava ao sector primário.
Título:
Enviado por: papatango em Março 28, 2007, 10:59:44 pm
Citar
Se o Salazar nao era tao ATRASADO, teria analisado que paises como França e Reino Unido tinham dado independencia as suas ex-colonias num banho de sangue.Ele se era assim tao fino podia ter preparado a descolonizaçao.

Miguel -> O problema do Salazar, era o problema do Portugal da segunda metade do século XX.
Lembre-se que as colónias eram uma das formas de garantir a continuação de Portugal como país independente, com uma voz activa na cena internacional. O Salazar viu-se sem saber o que fazer, sabendo que a descolonização à francesa ou à inglesa resultaria no fim do país.
O que é que você fazia se acreditasse que sem as colónias o país seria engolido?
Entregava as colónias sem mais nem menos?

Lembre-se que nos anos 60 nem os individuos que lutavam contra Salazar e desviaram o paquete Santa Maria, falavam em independência das colónias.

É muito facil criticar toda a gente 50 anos depois, mas na altura, a verdade é que a maioria das pessoas (mesmo da oposição) nem lhes passava pela cabeça entregar os territórios ultramarinos, e ainda por cima a grupos tribais, sem a mais pequena capacidade para organizar estados com pés e cabeça.

E veja o que aconteceu quando os portugueses sairam...

De todas as antigas colónias, apenas uma pode de facto dizer que hoje é mais rica que o que era antes de 1974: Cabo Verde.

= = =

Lecavo ->

Pessoalmente sou mais optimista, e acredito que a maioria das pessoas, hoje em dia tende a ter uma opinião parecida com a sua.

Tratando-se de um concurso, tudo vale, e até votar várias vezes...

De qualquer forma, o Salazar fez parte da História, e por muito que custe a muita gente, ele tinha mais apoio popular que o que muita gente está disposta a admitir hoje.

No entanto, não creio que o seu apoio fosse maioritário e que conseguisse ganhar eleições. Se as eleiçoes que se seguiram à II Guerra Mundial tivessem sido sérias, provavelmente Salazar ganharía. Mas depois, provavelmente acabaría por perder as eleições seguintes.

Outro objecto interessante de reflexão, é o que teria acontecido se vivessemos em democracía quando começou a guerra.

Teria um governo democraticamente eleito decidido entregar as colónias sem lutar?
Se nos colocarmos nos anos 60, com uma população com um nivel cultural relativamente baixo, perante aquilo que foi na prática um massacre de brancos, acham que entregaríamos Angola sem lutar, mesmo que fossemos uma democracía?

Eu pessoalmente estou convencido que não!

Perante o que aconteceu, mesmo que fossemos uma democracía, lutariamos na mesma, só que a luta teria mais legitimidade. E também concordo que sem prespectivas de vitória, provavelmente haveria guerra, mas não tão longa.

Mas ao mesmo tempo, perante uma democracia, haveria referendos em África?
Teria havido uma independencia "Branca" em Angola ou Moçambique como aconteceu na antiga Rodésia...

São tudo enigmas

O que acho, é que guerra haveria na mesma, e se não houvesse Salazar acabariamos por ter problemas de outra índole.


Cumprimentos
Título:
Enviado por: ricardonunes em Março 28, 2007, 11:03:37 pm
Citação de: "lecavo"
Viva!
Ganhou Salazar e depois? Que consequências é que isto tem?


As consequências, os senhores da esquerda (BE e PCP) defensores da democracia, até quando "perdem" num concurso de televisão, são capazes de entupir uma secção na Assembleia da Républica para apresentar o seu "choradinho do coitadinho".
Título:
Enviado por: ricardonunes em Março 29, 2007, 01:11:19 am
Citação de: "Miguel"
Pessoalmente acho repugnante ver pessoas que votarem no Salazar.

Sinto me envergonhado.

Cumprimentos.


E não o repugna o que escreveu desde 09 de novembro de 2004 :?:
Melhorou ou piorou :?:
Título:
Enviado por: hellraiser em Março 29, 2007, 01:55:29 am
Citação de: "Miguel"
Salazar e o estado novo, foram os piores criminosos do Século XX em Portugal.

Conseguiram destruir a maioria das riquezas em manter un império de papel.

Se o Salazar nao era tao ATRASADO, teria analisado que paises como França e Reino Unido tinham dado independencia as suas ex-colonias num banho de sangue.Ele se era assim tao fino podia ter preparado a descolonizaçao.

Em vez disso preferiu sacrificar um povo,uma juventude num dos piores desastres da nossa historia.

Pessoalmente acho repugnante ver pessoas que votarem no Salazar.

Sinto me envergonhado.

Cumprimentos.


Parece-me que precisa de estudar mais sobre Salazar...
Título:
Enviado por: Pantera em Março 29, 2007, 10:00:35 am
Citação de: "Miguel"
Salazar e o estado novo, foram os piores criminosos do Século XX em Portugal.

Conseguiram destruir a maioria das riquezas em manter un império de papel.

Se o Salazar nao era tao ATRASADO, teria analisado que paises como França e Reino Unido tinham dado independencia as suas ex-colonias num banho de sangue.Ele se era assim tao fino podia ter preparado a descolonizaçao.

Em vez disso preferiu sacrificar um povo,uma juventude num dos piores desastres da nossa historia.

Pessoalmente acho repugnante ver pessoas que votarem no Salazar.

Sinto me envergonhado.

Cumprimentos.

De facto engraçado.
Olhe que Salazar nunca teve ou permitiu escravatura humana, tal como fez D. Afonso Henriques ou D. João I.
Salazar nunca invadiu terras que não eram deles tal como D. Afonso Henriques ou mesmo D. João I

Citar
Conseguiram destruir a maioria das riquezas em manter un império de papel.


Sim, deve ser o ouro que Salazar deixou ao nosso povo, penso que era só a 4º maior reserva do mundo.
Título:
Enviado por: Spectral em Março 29, 2007, 07:02:29 pm
Mais ninguém acha irónico que Salazar tenha ganho como ganhava as suas "eleições" ? (i.e. com *batota* )...  :roll:
Título:
Enviado por: hellraiser em Março 29, 2007, 07:12:28 pm
Citação de: "hellraiser"
Citação de: "Miguel"
Salazar e o estado novo, foram os piores criminosos do Século XX em Portugal.

Conseguiram destruir a maioria das riquezas em manter un império de papel.

Se o Salazar nao era tao ATRASADO, teria analisado que paises como França e Reino Unido tinham dado independencia as suas ex-colonias num banho de sangue.Ele se era assim tao fino podia ter preparado a descolonizaçao.

Em vez disso preferiu sacrificar um povo,uma juventude num dos piores desastres da nossa historia.

Pessoalmente acho repugnante ver pessoas que votarem no Salazar.

Sinto me envergonhado.

Cumprimentos.

Parece-me que precisa de estudar mais sobre Salazar...


E já agora aproveite para tomar um risperdal, 1 comprimido de 12 em 12 horas a seguir as refeições.
Título:
Enviado por: hellraiser em Março 29, 2007, 07:13:52 pm
Citação de: "Spectral"
Mais ninguém acha irónico que Salazar tenha ganho como ganhava as suas "eleições" ? (i.e. com *batota* )...  :twisted:  :twisted:
Título:
Enviado por: Luso em Março 29, 2007, 11:10:07 pm
Da Grande Loja...


"A primeira página do Público de hoje, explica-se a si mesma, numa singela e bem explícita alegoria dos problemas que nos afligem como país.

No topo, uma caixa de imagem com um Salazar estilizado por um pintor não identificado ( o Público acha que não tem o dever de). Uma citação de um comentador do jornal ( JPP) deixa no ar a perplexidade do dia: como foi possível, mesmo num concurso banal, de tv, um ditador morto quase há 40 anos, ter ainda uma imagem tão forte junto dos portugueses?
O esforço de desvalorização ( “do ponto de vista técnico-científico, os resultados divulgados pela RTP não valem nada”), feito pelo politólogo Pedro Magalhães, no corpo da notícia assinada por Adelino Gomes, não pega muito, quando diz a seguir que afinal valem os das agências de sondagens. Ora estas, dão uma imagem com algum relevo da figura de Salazar, por forma a não permitir que se possa dizer que os resultados do concurso “não valem nada”.
Para saber se valem ou não, melhor seria interpretar outros factores de ponderação. Por exemplo, especular sobre a motivação dos votantes.


E o Público procurou saber dessas motivações por interpostas pessoas, quase sempre as mesmas e que declinam nomes já conhecidos como Pacheco Pereira, Eduardo Lourenço, José Mattoso e até Vasco Lourenço(!), para além do politólogo. As opiniões destes comentadores, são as do costume, sem novidade e sempre na direcção do pensamento unificado. O Público, ( e Adelino Gomes, em particular) nunca sairiam desse trilho bem marcado- e é pena.

No entanto, é na primeira página do Público de hoje, que numa feliz conjugação de títulos, se atinge o alvo, com recheio, mesmo involuntário.
O primeiro título respeita aos gestores públicos, engendrados por esta democracia de há uma dúzia de anos a esta parte. A notícia de que um gestor anódino da GALP, ao fim de um ano e de ter ganho com a saída, cerca de quinhentos mil contos de indemnização, ter passado para a REN, para ganhar balúrdios, acerta no coração dos pobres de espírito que não compreendem os critérios governamentais que presidiram a estas regras de generosidade sem paralelo, na decência de um país pobretanas e na cauda da Europa. Os portugueses em geral, não compreendem, não aceitam e acham escandaloso que tal aconteça. E tal acontece, devido a uma simples palavra mágica que todos entendem: corrupção. Não a do código Penal, mas a outra mais simples, a moral. O senso comum, no entanto, não a distingue da outra, aquela que vem escarrapachada no segundo título: “Assembleia discute corrupção-Ministério Público contra lei da política criminal”.
Este título que encima uma foto de um símbolo da luta contra a corrupção no país ao lado ( Baltazar Garçon) , lembra-nos a nós leitores que foi na Assembleia que se derrotou a proposta de Cravinho, por ser disparate e até “asneira” e lembra-nos também dos inquéritos parlamentares a casos singulares que dão aquilo que as maiorias querem que dêem. Lembra-nos ainda a ética que existe na Comissão de Ética e outros fenómenos que os portugueses conhecem .
Por causa de asneiras, repetidas e recalcitradas, o público que votou na figura do melhor português de sempre, escolheu Salazar.
É preciso explicar mais?!"
Título:
Enviado por: JoseMFernandes em Março 30, 2007, 09:45:09 am
A crónica que segue publicada, por sinal também no jornal PÚBLICO de hoje, é da autoria de um conhecido opositor a Salazar.
Julguei o texto interessante e a merecer alguma reflexão...

 
Citar
As botas de Salazar

30.03.2007, Jorge Almeida Fernandes

Uma certa esquerda pouco aprendeu: a demonização redunda em propaganda do objecto demonizado


O episódio da "vitória" de Salazar no concurso da RTP confronta a esquerda com a sua histórica dificuldade em pensar o salazarismo. Também a direita sente mal-estar em o fazer, questão interessante mas de que não me ocuparei.
Falo da esquerda e daquela tradição, de matriz comunista ou republicana, que nos "treinou" a pensar o salazarismo não só como regime liberticida mas também, e talvez sobretudo, como autor de todas as pragas históricas e sociais - atraso, pobreza, analfabetismo -, por definição incapaz de mudança e produtor de um país fechado, rural, antimoderno. O retrato político de Salazar oscila entre a hagiografia dos fiéis e os estereótipos da oposição, a quem nunca interessou conhecer o inimigo - era tranquilizador vê-lo como medíocre -, o que lhe custou caro.
Esqueçamos a herança da Monarquia e da República (os contemporâneos encarregaram-se de fazer o balanço) e lembremos apenas que, contra ideias feitas, Portugal sempre foi, por necessidade e tradição, um país aberto ao exterior - pela emigração, pela própria condição colonial e de antigo império, pela atenção dada à actualidade internacional (compensando a censura da nacional) ou pelas ideias e livros que se importavam. Uma anedota ilustra a dificuldade de pensar a relação entre regime e mudança. Num manifesto de Janeiro de 1959, "Aos Portugueses", que até era inovador em alguns aspectos, a oposição do Norte, de republicanos a filocomunistas, pedia desenvolvimento mas denunciava o II Plano de Fomento e "excentricidades como a da Ponte sobre o Tejo", exigindo a suspensão das "obras de fachada".
Ao longo dos anos 1960, esta representação entra em crise. Portugal conheceu nessa época as maiores taxas de crescimento da sua História. Nascia uma nova classe operária e cresciam os serviços, irrompiam novos temas e formas de luta. Os costumes mudavam aceleradamente. O país rural esvaziava-se. Não me detenho nas razões. Limito-me a constatar a rejeição de mitos que nos impediam de olhar a sociedade ou identificar sequer o inimigo.
Exemplo paradigmático da mudança de olhar é o ensaio de João Martins Pereira, "A longa descoberta do caminho marítimo para a Europa", publicado em O Tempo e o Modo, em 1969. "Não adianta pois continuarmos a pretender convencer-nos de que o Portugal de hoje pouco difere do Portugal de há 20 anos", era a mensagem.
Esta ruptura teve largo alcance: modernizou parte das correntes esquerdistas que passaram a privilegiar os temas anticapitalistas e a subestimar os "antifascistas". Contagiou operários e classes médias.
Trinta anos depois do 25 de Abril, assiste-se a um renascimento do "antifascismo", já não como arma de oposição, mas enquanto negócio ideológico. Para o PCP de hoje, trata-se de obter uma relegitimação - agora que o comunismo caiu e foi objecto de uma crítica radical - através de uma narrativa da sua "gesta heróica", que implica a multiplicação do martírio e da resistência. Para outros, mais do que a preservação da memória, é um piedoso ersatz perante a falta de causas numa época prosaica.
Neste pseudotrabalho de memória, nos media e em certa história, há casos de perversão. Para fazer de Salazar um mal absoluto, procede-se à tentativa da sua associação ao próprio mal absoluto encarnado pelo nazismo. Não se trata de simples falsificação. Há uma dimensão psicológica: fica a impressão de que se lamenta que Portugal não tenha podido participar em coisas como o Holocausto.
Eduardo Lourenço lembrava, na Visão, a relação entre Salazar e Cunhal "dois ícones políticos simétricos, (...) um reforçando-se com a referência ao outro pelo maniqueísmo intrínseco e oposto que representavam". Mas há outro plano. Nos anos 1930, Salazar manipulou e ampliou o papel de um PC débil e quase inerte. O PC servia-se desta propaganda gratuita para mascarar a sua impotência. Salazar escolheu o "papão" comunista não pelo seu potencial de ameaça interna, que era nulo, mas em nome do anticomunismo e do inimigo soviético, que eram reais e pagavam dividendos políticos. Quase até ao fim, o regime tentou apresentar toda a oposição como manipulada pelo PCP. Hoje, é o PCP que devolve o favor, restaurando "objectivamente" a figura de Salazar. A demonização redunda em propaganda do objecto diabolizado.
O pior efeito da amálgama de Salazar com todas as desgraças pátrias pode ter um efeito perverso na saúde da democracia. Se o Estado Novo é responsável por todas as misérias e tristezas do país de então, por que não responsabilizar o 25 de Abril pela corrupção, insegurança, fiascos económicos, miséria dos velhos ou frustração dos novos? Começa aqui o risco de fascínio do autoritarismo. Se queremos uma política de memória e explicar às novas gerações o que foi o salazarismo, precisamos de boa história. E bom ensino. Sugiro que os historiadores que se insurgiram contra a RTP denunciem, como fez o prof. Mattoso em declarações ao PÚBLICO, o estado a que o ensino da História chegou em Portugal. Seria mais útil.

Título: Re:
Enviado por: JQT em Março 30, 2007, 10:55:23 pm
A reportagem da TVE no Youtube: http://www.youtube.com/watch?v=Nh1dcYP2S8c (http://www.youtube.com/watch?v=Nh1dcYP2S8c)

Segundo eles, o programa teve pouca audiência, não fez correr tinta nos jornais e foi desprezado como um programazeco.

O 25 de Abril foi em 1973.

Acho que a TVE está com medo de fazer um programa semelhante e que ganhe Franco. Penso yo de ke.

Este então é melhor que os do Almodovar: «Mulher comunista à beira de um ataque de nervos»:  http://www.youtube.com/watch?v=np2sjQruD9w (http://www.youtube.com/watch?v=np2sjQruD9w)

Avante camarada, avante!

JQT
Título: Re:
Enviado por: ricardonunes em Março 30, 2007, 11:26:45 pm
Citação de: "JQT"
Este então é melhor que os do Almodovar: «Mulher comunista à beira de um ataque de nervos»:  http://www.youtube.com/watch?v=np2sjQruD9w (http://www.youtube.com/watch?v=np2sjQruD9w)

Avante camarada, avante!

JQT


Reparem no que se passa no seg. 49 até ao 51 :shock:
Título:
Enviado por: papatango em Março 31, 2007, 12:04:03 am
A reportagem da TVE, é apenas típica da comunicação social espanhola. A revolução "de los claveles de 1973" expressão utilizada pelo correspondente em Lisboa, mostra o tradicional respeito espanhol pela História e pela verdade.

= = =

O concurso foi tão falseado pelas mensagens SMS a pedir o voto em Salazar, como foi falseado pelos pedidos para se votar em Salazar entre os camaradas das Direcções Regionais do PCP.

O concurso é tão falseado, como foi a votação para que ganhasse o Zé Maria no primeiro Big Brother.

É um concurso, e não mais que isso.
Título: Re:
Enviado por: p_shadow em Março 31, 2007, 04:02:01 am
Citação de: "ricardonunes"
Citação de: "JQT"
Este então é melhor que os do Almodovar: «Mulher comunista à beira de um ataque de nervos»:  http://www.youtube.com/watch?v=np2sjQruD9w (http://www.youtube.com/watch?v=np2sjQruD9w)

Avante camarada, avante!

JQT

Reparem no que se passa no seg. 49 até ao 51 :shock:


Ricardo, seu malandro, a chamar a atenção para atentados ao pudor!!!


Cumptos
Título: Re:
Enviado por: Lancero em Março 31, 2007, 11:30:31 am
Citação de: "p_shadow"
Citação de: "ricardonunes"
Citação de: "JQT"
Este então é melhor que os do Almodovar: «Mulher comunista à beira de um ataque de nervos»:  http://www.youtube.com/watch?v=np2sjQruD9w (http://www.youtube.com/watch?v=np2sjQruD9w)

Avante camarada, avante!

JQT

Reparem no que se passa no seg. 49 até ao 51 :?
Título:
Enviado por: lecavo em Março 31, 2007, 09:30:56 pm
Viva!

Andamos todos para aqui a "mandar postas de pescada", uns como detractores do ditador, outros como incondicionais apoiantes da figura que foi A. Oliveira Salazar.

Sendo filho de um perseguido "político". Coloquei político entre aspas, porque na verdade o meu pai nunca foi um político. Explicar o que se passou, par além de moroso e fastidioso, acorda memórias antigas que prefiro ver escondidas. Mas como ia dizendo, como filho de alguém que foi perseguido e teve inclusive de abandonar o país para não ser encarcerado num qualquer “Aljube”, fui crescendo a ouvir dizer que Salazar era um ditador, um tirano, etc.

Por outro lado, estão lá em casa doze livros que segundo me lembro são exactamente iguais. 4 do meu pai, 4 da minha mãe e os últimos 4 pertenceram ao meu irmão. Já há muito que não lhe passo os olhos por cima. Mas tenho que confessar, que acompanhado pelo meu pai, os li todos (4). Fiquei com a consciência que todos eram iguais, embora os 8 mais antigos tivessem algumas diferenças, já que mediavam 20 anos entre eles. Da sua leitura sobravam três coisas: - Deus, Pátria e Família..... e Salazar. Era notório o culto do chefe, do líder da nação. Umas vezes implicitamente, outras explicitamente, estava lá bem vincado o culto (doutrinação) do chefe - Salazar.

Foram 40 anos de doutrinação, que certamente aprofundaram raízes nas mentes de milhões de portugueses. Devendo ter ainda em conta que não havia possibilidade de existência de contraditório, já que a censura ditada pela ditadura o impedia. Ao povo apenas chegava a imagem de um homem votado à nação. Um homem casto, sério e honestíssimo, a par com a sua condição de homem pobre.

Enquanto estadista, foi um ditador. Enquanto economista, teve uma fase inicial (até ao fim da II Guerra Mundial) de grande valor técnico. Equilibrou as contas públicas, modernizou o país, construindo infra-estruturas, reorganizando o estado (forças armadas, polícias, justiça, ensino, etc). Depois entrou naquilo a que chamo sovinismo e tudo parou. Há quem diga que nos anos sessenta tivemos novamente uma fase de grande crescimento económico (também hoje a China e a Índia o têm). Talvez tenha sido (não sei, reconheço que não estou devidamente informado), mas foi também nesta altura (década de 60) que 1,5 milhões de portugueses saíram do país (3% da população), procurando na emigração a salvação para a fome e a miséria. Como politico, considero que falhou redondamente ao não ser capaz de encontrar uma solução para o problema colonial.

Por tudo isto, não o acho digno de “receber” o prémio de “melhor português”.

Já falamos do político, do economista, mas afinal como era o António? Que tipo de personalidade tinha?

Uma vida ao serviço da nação. Foi assim que António de Oliveira Salazar quis ficar conhecido para a História. Um homem sério, ex-seminarista, casto, antiquado, pouco dado a devaneios amorosos. Tudo a bem da nação. Mas a paixão bateu bem cedo à porta deste homem. Conhecido por troca-tintas, Salazar tocou no coração de várias mulheres, deixando-as, sem esperança, a suspirar de amor. Felismina de Oliveira, o seu primeiro amor. Júlia Perestrelo, a jovem a quem dava explicações. Maria Laura, o amor pecaminoso. Maria Emília, a bailarina e astróloga que o ajudava a tomar decisões consoante os astros. Maria, a Governanta de Portugal, e as suas sobrinhas, que rapidamente ganham um lugar no seu coração e ficam conhecidas como as pupilas de Salazar. Mercedes Feijó, a amante do Hotel Borges; ou Christine Garnier, a jornalista que o levou, num acto pouco usual, a abrir os cordões à bolsa para enviar garrafas do melhor vinho para França. Apesar dos rumores e mesmo de algumas notícias de jornal, António de Oliveira Salazar nunca casou. Preferiu levar uma vida de D. Juan. Um destruidor de corações que nunca conseguiu fazer nenhuma mulher feliz.”
(Felícia Cabrita)

Partindo do princípio que se trata de um trabalho sério, este texto da Felícia Cabrita dá-nos já uma imagem bem mais mundana, deste homem, por muitos endeusado. Mas falta-nos ainda muito mais informação. O tempo e o secretismo em que se envolvia, não nos permitirá, talvez nunca, saber afinal quem era este homem, já que todos os textos que li, onde aparecia citado, denotavam ser um homem retraído, tímido, dotado de uma ironia subtil que lhe era característica, a par de um humor mordaz que lhe era igualmente característico. Conhecer profundamente este homem, de forma objectiva, sem paixões, seria certamente muito mais interessante que este leva e traz de opiniões.

“Mais tarde, quando o engenheiro Cunha Leal publicava livros de Memórias em que Salazar não era poupado, mandou-lhe um exemplar com delicada dedicatória autógrafa e uma carta a pedir-lhe a intervenção para que a censura não impedisse a venda do livro. Na carta, Cunha Leal manifestava o desejo de que Salazar lesse o livro. O Presidente respondeu agradecendo a amabilidade da oferta e prometendo intervir junto da censura; quanto a ler o livro, lá isso não prometia...”

“Num dos famosos artigos que publicou nas «Novidades» entre fins de 1927 e princípios de 1928, queixava-se do seu estado de saúde:
Estou com uma constipação formidável. Sinto um enorme peso na cabeça - por dentro, está visto; choram-me os olhos e não vejo claro. É-me impossível estudar ou compreender o que leio; bronco, pesado, estou incapaz de aprofundar um problema, de apanhar a força duma razão, de perceber a nuance de uma ideia, de manter a sintaxe dentro de regrados limites; em suma, estou em óptimas condições para escrever nos jornais...

“Noutro dos artigos da mesma série conta:
Ao arrumar uns velhos papéis, encontro uma carta de há anos em que um amigo me pede que consinta na eliminação duma frase por mim escrita em tese destinada a um Congresso qualquer. Havia quem a julgasse pouco patriótica ou pelo menos pessimista, desalentadora para tantos que queriam trabalhar com entusiasmo e com fé. Mandei que se cortassem as palavras do reparo. Diziam: «a redução das despesas públicas é um problema politicamente insolúvel». A frase desapareceu, mas a verdade... a verdade ficou.

“Um dia, o Ferro apareceu a Salazar muito embaraçado:
- Temos um problema com a Guilhermina Suggia. Ela pede um cachet de quarenta contos pela sua participação. Que é quanto lhe pagam em Londres e não quer baixar o preço dos seus recitais...
Salazar ponderou:
- Realmente, quarenta contos por tocar durante meia hora, é puxado...
E de repente, fitando o Secretário da Informação:
- Olhe lá, o senhor sabe tocar rabeca?
Ferro, surpreendido, gaguejou:
- Não, não sei.
- Eu também não. Não há outro remédio: temos de pagar os quarenta contos à senhora.

Diga-se de passagem que os quarenta contos foram depois dados pela artista a casas de caridade. Simplesmente, não rebaixava o seu cachet.”

A democracia é o pior dos regimes políticos ... exceptuando todos os outros.”- (Winston Churchill)

Há regimes que são maus, outros menos maus e um que, pela sua própria natureza, procura a justiça tendo como base o respeito pela vontade do povo e que, por isso, se designa de democracia. A diferença entre este regime e todos os outros é que só este garante o exercício dos direitos humanos, o respeito pela dignidade humana e a prática da justiça e da liberdade. Mas não é um sistema perfeito porque simplesmente regimes perfeitos não existem.”

Por fim, lanço aqui outra questão: Os “apoiantes” de Salazar, aqueles que votaram nele, estariam hoje disposto a viver num país onde a ditadura e a censura fosse uma realidade?
Título:
Enviado por: ricardonunes em Março 31, 2007, 09:52:25 pm
Citação de: "lecavo"
Por fim, lanço aqui outra questão: Os “apoiantes” de Salazar, aqueles que votaram nele, estariam hoje disposto a viver num país onde a ditadura e a censura fosse uma realidade?


Eu não votei no Salazar, não votei em nenhum.
Mas, se para por ordem neste País desorientado for preciso uma ditadura, que venha :!:
Título:
Enviado por: Luso em Março 31, 2007, 11:33:32 pm
Citação de: "lecavo"
Por fim, lanço aqui outra questão: Os “apoiantes” de Salazar, aqueles que votaram nele, estariam hoje disposto a viver num país onde a ditadura e a censura fosse uma realidade?


Eu vivo e trabalho numa.
Porque essa ditadura não me dá alternativa.
Não mata (mas até podia - quem tem certos amigos pode certas coisas). mas moi (faz-nos questionar a nossa razão de existir).
Tira-nos a esperança;
Não ouve quem quer o bem da comunidade que diz representar;
O valor dos seus actos valem pela propaganda que deles se pode fazer;
É arbitrária;
Protege os incompetentes;
Rouba;
Destroi;
Não faz obra;
Cala a oposição, não perseguindo-a mas comprando-a (a pouca que existe)
Não tem justiça que a castigue pelos seus roubos, porque a justiça e cega e malandra;
Toda a imprensa a protege;
A ditadura em que trabalho é eleita de 4 em 4 anos. E ganha sempre.
Dizem que é uma espécie de democracia.

Dizem que a democracia é boa. Eu não sei porque não a conheço.
Título:
Enviado por: lecavo em Março 31, 2007, 11:58:56 pm
Citação de: "Luso"
Eu vivo e trabalho numa.
Porque essa ditadura não me dá alternativa.
Não mata (mas até podia - quem tem certos amigos pode certas coisas). mas moi (faz-nos questionar a nossa razão de existir).
Tira-nos a esperança;
Não ouve quem quer o bem da comunidade que diz representar;
O valor dos seus actos valem pela propaganda que deles se pode fazer;
É arbitrária;
Protege os incompetentes;
Rouba;
Destroi;
Não faz obra;
Cala a oposição, não perseguindo-a mas comprando-a (a pouca que existe)
Não tem justiça que a castigue pelos seus roubos, porque a justiça e cega e malandra;
Toda a imprensa a protege;
A ditadura em que trabalho é eleita de 4 em 4 anos. E ganha sempre.
Dizem que é uma espécie de democracia.

Dizem que a democracia é boa. Eu não sei porque não a conheço.


E a ditadura é? Já viveu sob o jugo de alguma?

Acho piada a certos discursos tipicamente fadistas. Representam o que somos enquanto povo. Não nos governamos, nem nos deixamos governar. Olhamos o país, como tudo o resto, como o trabalho, até como a nossa propriedade. Quem já viveu em condomínios sabe do que estou a falar. Marcam-se as reuniões e não aparece ninguém. Fazem-se eleições e o pessoal vai passear. Se podermos, não pagamos impostos. Os patrões “roubam” os seus funcionários, estes como “paga” não trabalham. Temos "vergonha" de pedir a factura. Aplaudimos os xico-espertos. Depois, depois culpamos a democracia, como se ela se construísse a si própria, como se não tivéssemos de ser nós a construi-la. É muito mais fácil "arranjar" alguém, de preferência um "gajo" sério, honesto, solteiro, religioso, muito trabalhador e pobre para fazer o serviço por nós. Delegamos toda a responsabilidade nesse gajo, mesmo que para isso tenhamos de hipotecar a liberdade e depois, vamos todos para o Allgarve veranear.
Título:
Enviado por: Luso em Abril 01, 2007, 11:19:34 pm
Citar
E a ditadura é? Já viveu sob o jugo de alguma?

Amigo lecavo, repito-lhe o que disse. Mantenho o conteúdo e abaixo poderá ler um texto cujo teor eu interpreto como igual. Veja como estamos: o lecavo, dada a sua profissão, é um dos guardiões da democracia. O que lhe parece a situação de hoje?

Citar
Depois, depois culpamos a democracia, como se ela se construísse a si própria, como se não tivéssemos de ser nós a construi-la. É muito mais fácil "arranjar" alguém, de preferência um "gajo" sério, honesto, solteiro, religioso, muito trabalhador e pobre para fazer o serviço por nós. Delegamos toda a responsabilidade nesse gajo, mesmo que para isso tenhamos de hipotecar a liberdade e depois, vamos todos para o Allgarve veranear.

Não é a democracia, como princípio que condeno. Apenas a "democracia de Abril", corrupta e mentirosa.
Quanto ao resto, permita-me um pouco de arrogância merecida. Eu já dei a cara. Já me apresentei para combater o que entendo errado. E continuo sempre a lutar e a escolher meios diferentes para o conseguir. Não é fácil, porque não se vê resultados. Mas lá se vai tentando. É teimosia e educação. Compreenda que é um certo sentimento que tenho de "ter o direito de falar" que digo certas coisas. Mas adiante.
Leiam o texto abaixo que é simples e vai directo ao assunto.

http://classepolitica.blogspot.com/ (http://classepolitica.blogspot.com/)

Citar
A liberdade não é um fim em si mesmo.
A liberdade é um meio necessário mas não suficiente, para que os cidadãos atinjam as melhores condições económicas, ambientais e sociais, atinjam o maior bem estar em sociedade.
Uma democracia será uma sociedade onde não existe apenas a liberdade individual e social formalizada em Lei, mas uma sociedade onde se pratica a liberdade e estão criadas as condições para a sua prática plena.
E só nestas condições, poderá existir o desenvolvimento económico e social, pleno e harmonioso da sociedade.

A pratica da liberdade condiciona a que os mais aptos ocupem os lugares de maior responsabilidade na gestão administrativa e económica da sociedade, e não sejam preteridos por outros menos capazes porque pertencentes à família dos ocasionais detentores do poder num dado momento. Uma sociedade que selecciona para os altos cargos da gestão do Estado, não os mais aptos mas os partidários ou familiares de quem ocasionalmente detém o poder, não é uma sociedade que pratica a liberdade, não é uma sociedade democrática.
Uma sociedade onde para os ricos e os pobres não existe um igual direito à Justiça, à Saúde, à Educação não é uma sociedade que vive em liberdade, não é uma sociedade democrática.
Uma sociedade que é permissiva com a corrupção e que não se esforça por combatê-la com a maior eficácia, não é uma sociedade que vive em liberdade.
Quando um governo é condescendente com a corrupção, é um governo que atenta contra os próprios princípios da democracia institucional.
Quando uma classe social se permuta no poder, desenvolvendo ao longo dos últimos trinta anos, os mais urdidos mecanismos de privilégios para si própria, enriquecendo à custa dos cidadãos que vem governando, agravando a diferença de rendimentos entre ricos e pobres e retraindo o desenvolvimento económico e social do País, é uma classe política que deverá merecer o desprezo de todos os cidadãos.

Uma sociedade que não se esforça por desenvolver estruturas que a encaminhem para uma maior solidariedade e igualdade social é uma sociedade que caminha em sentido oposto ao da democracia e da liberdade.
Título:
Enviado por: lecavo em Abril 02, 2007, 01:19:13 am
Viva!

Começo por fazer um reparo à minha atitude. Tenho este feitio, sou muito directo com as pessoas, a tal ponto que quem é interpelado pode julgar que o estou a acusar. Nada mais falso. Discuto apenas ideias (respeitando sempre a do outro), sendo esta a minha forma de o fazer.

Compreendo perfeitamente a sua posição. Também a mim me custa viver neste país, permeio com gatunos, falsários, xico-espertos e toda uma fauna de corruptos. Mas apesar de tudo isto, que me enjoa, me dá asco, prefiro a democracia, mesmo esta nossa democracia inquinada. Pelo menos vivo na esperança que um dia as coisas vão mudar.

Ainda acerca do Salazar. Ganhou, mas e apesar de ter ganho, o que pressupõe alguma abertura a medidas mais duras e inflexíveis, sempre que o governo de hoje toma uma medida dura, vêm logo acusá-los de ditadores. Afinal onde ficamos, é que os ditadores nem sequer permitem que alguém questione uma ideia, uma medida ou o figurão que está por trás dela. É sobretudo esta incongruência que me irrita nalguns dos que conheço pessoalmente e votaram em Salazar.
Título:
Enviado por: Yosy em Abril 02, 2007, 12:17:34 pm
O melhor momento dos Grandes Portugueses: http://www.youtube.com/watch?v=Yks8mLk6 ... ed&search= (http://www.youtube.com/watch?v=Yks8mLk6nKE&mode=related&search=)

 :Palmas:
Título:
Enviado por: P44 em Abril 02, 2007, 03:52:25 pm
Os Gato Fedorento de ontem mereciam um EMMY :wink:
Título:
Enviado por: P44 em Abril 02, 2007, 07:11:49 pm
http://www.youtube.com/watch?v=83MSvx6tWs8 (http://www.youtube.com/watch?v=83MSvx6tWs8)
Título:
Enviado por: Bravo Two Zero em Abril 02, 2007, 07:38:50 pm
Citação de: "lecavo"
Viva!

Começo por fazer um reparo à minha atitude. Tenho este feitio, sou muito directo com as pessoas, a tal ponto que quem é interpelado pode julgar que o estou a acusar. Nada mais falso. Discuto apenas ideias (respeitando sempre a do outro), sendo esta a minha forma de o fazer.

Compreendo perfeitamente a sua posição. Também a mim me custa viver neste país, permeio com gatunos, falsários, xico-espertos e toda uma fauna de corruptos. Mas apesar de tudo isto, que me enjoa, me dá asco, prefiro a democracia, mesmo esta nossa democracia inquinada. Pelo menos vivo na esperança que um dia as coisas vão mudar.

Ainda acerca do Salazar. Ganhou, mas e apesar de ter ganho, o que pressupõe alguma abertura a medidas mais duras e inflexíveis, sempre que o governo de hoje toma uma medida dura, vêm logo acusá-los de ditadores. Afinal onde ficamos, é que os ditadores nem sequer permitem que alguém questione uma ideia, uma medida ou o figurão que está por trás dela. É sobretudo esta incongruência que me irrita nalguns dos que conheço pessoalmente e votaram em Salazar.


 :Palmas:
Título:
Enviado por: Luso em Abril 02, 2007, 08:29:02 pm
Lecavo, só um pormenorzinho que gostaria de acrescentar.

Hoje não temos "ditadores " que nos impeçam de opinar. Mas veja bem: quantos estão caladinhos sob a ameaça do despedimento?

Quantos não são perseguidos por falarem?

No meu dia-a-dia, tenho liberdade para desabafar mas tenho também que ponderar muito bem onde o faço, com quantos decibéis e com quem o faço.
E mesmo que o faça, nada adianta.

A parolice da censura é isso mesmo, julgar que se impede os outros de pensar. Agora pensa-se e fala-se (com cuidado) e adianta o quê?

Resultados?
Os mesmos.

Além disso tenho estado a ponderar una maneira do sistema mudar e, ao contrário de si não tenho a mínima esperança. Esta-me a bastar o sentido de humor e alguma disciplina mental, ainda para mais após ter visto o "300"! :mrgreen:
Título:
Enviado por: p_shadow em Abril 03, 2007, 03:23:27 am
Sem de modo algum estar a "favorecer" o regime antigo, gostava de inquirir junto dos colegas foristas se têm consciência do grau de "censura" que existe ao nível dos media locais, por exemplo. A tal censura "livre", a que o Luso tem referido.

Infelizmente, hoje em dia as pessoas continuam a não saber "o que comem".


Cumptos
Título:
Enviado por: lecavo em Abril 03, 2007, 11:18:34 am
Viva!

Citação de: "Luso"
No meu dia-a-dia, tenho liberdade para desabafar mas tenho também que ponderar muito bem onde o faço, com quantos decibéis e com quem o faço.
E mesmo que o faça, nada adianta.

Mas isso é a vida, eu chamo-lhe diplomacia. Seja em democracia, seja em ditadura, seja ainda nas relações sociais, as relações entre as pessoas pressupõe o uso de diplomacia.

Vou dar-lhe o exemplo do que se passa em minha casa. Também lá "impera" a democracia. Quando a mãe fala, a filha e o pai obedecem :mrgreen: encontra sempre um argumento válido para contornar a questão (possivelmente um dos inúmeros buracos da lei :mrgreen: , mas sempre diplomacia.

Claro que me apetecia falar à vontade (gritar, barafustar). Mas será que posso? Vinha logo a filha dizer que o meu comportamento "ríspido" a traumatizava (atitude ditatorial). A mãe, essa, possui argumentos muito mais fortes :evil:   Portanto, nada de ditaduras, democracia, muita e com muita diplomacia.

Como vê…… não há regimes perfeitos. Mas pela sua natureza, a democracia (com a sua diplomacia) procura a justiça tendo como base o respeito pela vontade do povo. Ou seja, como em minha casa, todos mandam! Mas só dois obedecem….. o pai e a filha.

Citar
ainda para mais após ter visto o "300"! :(
Título:
Enviado por: P44 em Abril 03, 2007, 11:33:36 am
lecavo  :G-Ok:

Quanto ao "300", o Luso deve ter-se imaginado no papel do Líder Espartano (http://http) que passava os Demoníacos Persas (esses filhos do demo, comunas, bastardos, bandidos, raça inferior e impura) a fio de espada...não estou a ver que outra coisa possa ser.... c34x
Título:
Enviado por: Luso em Abril 03, 2007, 06:13:41 pm
Citação de: "P44"
lecavo  :G-Ok:

Quanto ao "300", o Luso deve ter-se imaginado no papel do Líder Espartano (http://http) que passava os Demoníacos Persas (esses filhos do demo, comunas, bastardos, bandidos, raça inferior e impura) a fio de espada...não estou a ver que outra coisa possa ser.... c34x


- Mas que bela imagem, P44! :mrgreen:
Título:
Enviado por: P44 em Abril 03, 2007, 09:05:30 pm
Citação de: "Luso"
Citação de: "P44"
lecavo  :G-Ok:

Quanto ao "300", o Luso deve ter-se imaginado no papel do Líder Espartano (http://http) que passava os Demoníacos Persas (esses filhos do demo, comunas, bastardos, bandidos, raça inferior e impura) a fio de espada...não estou a ver que outra coisa possa ser.... c34x

- Mas que bela imagem, P44! :twisted:
Título:
Enviado por: Yosy em Abril 04, 2007, 12:04:20 am
:lol:

Viva Esparta, P44!
Título:
Enviado por: Leonidas em Abril 06, 2007, 11:43:18 pm
Saudações guerreiras

Citar
Não é a democracia, como princípio que condeno. Apenas a "democracia de Abril", corrupta e mentirosa.

O que é que o 25 de Abril de 1974 tem que ver para o caso? Não desculpabilizando todas as medidas negativas e ataques àquilo que erradamente se consideravam – e infelizmente se consideram ainda como maus costumes/tradições/influências seculares, como por exemplo o catolicismo -  como meio para moldar a sociedade a uma nova ordem, o regime em si teve todas as culpas devido á sua natureza repressiva e castradora a todos os níveis.

Se me perguntar se concordo com tudo o que foi feito pós-25 de Abril, é evidente que não! Não querendo de maneira nenhuma desculpabilizar os erros e todos os excessos cometidos pela nova ordem, o regime anterior teve toda a influência nisso tudo, porque não havia ninguém para dizer como era! Ninguém estava habituado a viver em liberdade, logo os excessos que se cometeram seriam aqueles que qualquer sociedade igual ou parecida á nossa cometeria em qualquer circunstância! Lembremo-nos que, lá por existir uma monarquia constitucional a partir da revolução liberal no sé. XIX, nunca tivemos um período de aprendizagem em plena (á falta de termo apropriado) democracia! Aquilo que havia era uma espécie de, e não uma “qualquer coisa” como temos hoje.

Se o alimento está para o estômago, assim está a instrução para o intelecto a reflexão para o sentido crítico etc etc etc. Se em Portugal não se podia dizer que faltava o pão generalizadamente, salvo em períodos específicos, como por exemplo as grandes guerras, o que faltava era aquilo que ainda hoje não se dá muita atenção, salvo quando alguém de fora se lembra de criticar Portugal e os idiotas que nos têm governado, dois ou três dias depois não resistirem á propagandice ao afirmarem que é desta e é de vez, ou seja: o ensino! Mais do que isso, e dado que já não estamos propriamente na idade da pedra – curiosamente penso que será justo que foi a partir do 25 de Abril de 1974 com o acesso livre GRATUITO E GERAL para 100% da população portuguesa -, ou seja, na minha perspectiva, o que falta é o aperfeiçoamento do que temos!

Há é que saber viver na e com a sociedade que temos! Não quero dizer com isto que tenhamos que aceitar as coisas como elas são, quando temos consciência que não estão bem, mas também pensar que nem tudo é legitimo numa mudança, tal como o Luso critica na mudança que houve com o 25 de Abril! A “política” tem que ser outra e não exactamente aquilo que, de uma maneira geral também acaba por preconizar – e que é o seu mal -, ou seja, politizar, quando se reparar, hoje em dia, o conceito de democracia é mais vasto e é, e terá que ser sempre, um antónimo de manipulação. No fundo aquilo que queremos é a descoberta da verdade!

Citar
A parolice da censura é isso mesmo, julgar que se impede os outros de pensar.

Vai-me desculpar, mas a censura não se restringia somente ao lápis azul! Decerto que já ouviu falar em presos políticos. Não será isso, uma forma de condicionar o pensamento?
No dia em que se sentir perseguido vai de certeza mudar de opinião também!

Citar
Agora pensa-se e fala-se (com cuidado) e adianta o quê?

Muito cuidado, Luso! No mínimo esquece-se que por afrontar em público a ordem estabelecida numa ditadura qualquer iria para á prisão, quando não morto!

Citar
É sobretudo esta incongruência que me irrita nalguns dos que conheço pessoalmente e votaram em Salazar.


É a teoria do relativismo, que é muito engraçada. Criticam e até, pelos vistos, para meu espanto, determinados grupos delinquentes legalmente organizados e disfarçados de partido político, podem subtilmente fazer passar a sua mensagem de ódio com a complacência total das autoridades, só porque legalmente se achou que em nada feria as leis neste país, só porque a liberdade é exclusivo de todos e não só de alguns. Sim, legalmente até posso concordar que sim, mesmo o mais vil criminoso tem direitos, mas somente enquanto ser humano. Moralmente aí não tenho a menor dúvida que não!

Cumprimentos
Título: Coerência, Cunhal e Salazar
Enviado por: Duarte em Junho 07, 2007, 04:15:51 am
Citar
CONCURSO "OS GRANDES PORTUGUESES"

Salazar versus Cunhal e o (des)Norte da Pátria


       Existe, aparentemente, uma dualidade de vários cambiantes a nível nacional.
       Por exemplo, entre o mito e a realidade; entre a inveja e o desprendimento; entre o "Velho do Restelo" e o Infante D. Henrique; entre a traição e o patriotismo; entre Miguel de Vasconcelos e Nuno Álvares; entre nacionalismo e internacionalismo; entre maritimidade e continentalidade; entre cumprir as leis no estrangeiro e violá-las em casa; enfim (a lista podia continuar), entre o Bem e o Mal.
       Creio que tudo isto não se passa só em Portugal e faz parte da natureza humana. Mas como nós somos da Lusitânia concentremo-nos no nosso alter-ego que, pelos vistos, bem precisamos.
       Vem todo este arrazoado a propósito do que se tem passado no programa apresentado por Maria Elisa e onde a isenção parece andar arredada. Num programa que apesar das bases pouco seguras em que assenta poderia servir para alguma pedagogia cívica e cultural vemos, amiúde, sobrepor a estas, as paixões ideológicas, a luta partidária e a desonestidade intelectual.
O expoente do que afirmo tem a ver com a polarização entre as figuras de Salazar e Cunhal.
       Álvaro Cunhal foi sempre um homem, um político coerente e também parece que não há dúvidas de que morreu assim. É capaz de ficar como epitáfio.
       Salazar aparece neste âmbito, como uma espécie de dualidade de Cunhal, no século XX português. E dizemos "uma espécie", pois não o podemos considerar na plenitude do termo, já que não temos termos de apreciação completos. Isto é, enquanto de Salazar podemos apreciar o valor da sua obra e a força das suas ideias porque ele teve oportunidade de concretizar, de Cunhal podemos apenas imaginar o que ele poderia ter feito (e tivemos uma "pequena" amostra nos idos de 74/75), e só podemos avaliar as suas teses pela luz que atravessa as paredes de vidro (fosco) do Partido.
       Sem embargo, não há dúvidas que são realidades opostas, com uma visão diametral das coisas e dos homens e com uma aspiração do que queriam para Portugal e para os portugueses nos antípodas um do outro. Concedemos-lhes aos dois, digamos que em termos académicos, uma recta intenção, quanto ao futuro que ambicionaram para Portugal, mas uma coisa é inquestionável: não podiam nem podem estar os dois certos ao mesmo tempo.
       Ora sendo Cunhal um "herói" de Abril e Salazar excomungado dos livros escolares e do comentário político é corolário natural que quando se fala de um e de outro as coisas estarem desbalanceadas à partida.
        Passando-se as coisas assim, é lógico poder concluir-se que quem estava certo é Cunhal e o outro errado (não vale aqui considerar a tese dos espertos que defende que estavam ambos errados ...).
       Os dois homens têm coisas em comum: subiram a pulso; tinham superior inteligência; foram íntegros no sentido em que nunca se aproveitaram da riqueza material em proveito próprio; foram duros, tenazes e persistentes e, que diabo, não se pode dizer que o grau de coerência de Salazar fosse inferior ao de Cunhal. Agora as semelhanças acabam aqui.
       Para começar as origens, enquanto Salazar era de família humilde, Cunhal nasceu no seio de família burguesa; Salazar era um homem de Fé religiosa; Cunhal tinha fé numa ideologia anti religiosa; Salazar tirou o país da lama e reconstruiu o estado; Cunhal quis subverter o estado e a nação; Salazar era um patriota sem mácula e um nacionalista ferrenho; Cunhal queria pôr Portugal como satélite da União Soviética; Salazar defendeu todos os pedaços da terra portuguesa sem tergevisar e sem olhar a sacrifícios, Cunhal quis alienar todo o ultramar português às teses do marxismo-leninismo soviético; Salazar construiu de tudo um pouco, Cunhal o seu partido e organizações terroristas (ou seriam de libertação?), subvertiam, provocavam greves, punham bombas e, mais tarde tentaram até, aleivosamente, minar o esforço de guerra nacional; Salazar intentou implementar uma doutrina e um sistema político que diminuísse pela via da discussão e da negociação as eventuais fracturas entre as forças do capital e do trabalho; e promovesse a harmonia social através de legislação que salvaguardasse os interesses variados das diferentes corporações e onde portanto tanto a greve como o "lockout" fizessem sentido; Cunhal fomentou a luta de classes, o ódio entre patrões e operários, a apropriação de todos os meios de produção na posse do Estado, etc.; Salazar quis potenciar as características culturais e etnológicas dos portugueses, Cunhal queria mudar tudo isto, pretendia realizar o "homem novo" imbuído e defensor de ideias alheias, utópicas e até anti-naturais; Salazar acumulou ouro e divisas durante décadas que ajudaram a manter o escudo forte e respeitado; Cunhal e seus seguidores delapidaram, em poucos meses, parte dessa riqueza e hipotecaram outra e degradaram as finanças e a moeda de um modo que ainda hoje se repercute; Salazar nunca mandou matar ninguém e era humano na repressão que pontualmente teve que fazer; Cunhal intrigou dentro do partido, promoveu purgas (e tudo isto ainda na clandestinidade - onde os laços de coesão deveriam ser mais fortes) e vários militantes comunistas tiveram morte violenta. No período de menos de um ano (74/75), em que houve na sociedade uma influência indiscutível das forças marxistas, prenderam-se e expatriaram-se mais pessoas do que nos 40 anos do "Estado Novo". E choveram ameaças de morte e instigação ao ódio; Salazar foi um português de Lei que defendeu contra ventos e marés, intransigentemente, os interesses de Portugal contra amigos, adversários, inimigos e, às vezes até, de si mesmo; Cunhal defendeu toda a sua vida, objectivamente, os interesses de uma potência estrangeira - a URSS -, e continuou a defendê-los mesmo depois desta ter desaparecido. Coerência,  aliás, "oblige" !
Por isso deve colocar-se esta pergunta ao país actual, que todos ajudámos a criar: Quem é que foi afinal coerente nos erros e quem foi coerente nos acertos, Salazar ou Cunhal?
Aparentemente os responsáveis pelo programa não pretendiam sequer que a questão se colocasse: Salazar não seria sequer votável
          Quem terá medo da sua sombra?
           Quem anda de consciência pesada?


.                                                
João José Brandão Ferreira
TCor/Pilav (Ref)


fonte:  http://www.policiaaerea.net/artigos/artigo52.html
Título: Re:
Enviado por: sandraseq em Março 22, 2012, 03:17:12 am
Citação de: "Lancero"
;)

Citar
PSP - ‘Grandes Portugueses’ podem ser anónimos


FARO

O guarda principal Carlos Sequeira não hesitou em lançar-se às águas do rio Arade, Silves - em pleno Inverno de 1997 - para salvar uma mulher de 86 anos de uma “trágica morte por afogamento”.



Fonte (http://http)
Carlos Sequeira é o meu pai  :D
Título: Re: OS GRANDES PORTUGUESES (CANAL-1)
Enviado por: Luso em Outubro 19, 2012, 11:52:29 pm
Suspeitava mas não queria acreditar mas confirmo: o "Mourinho" do tiro de combate é Português.
O Fernando Pessoa tinha razão.
Título: Re: OS GRANDES PORTUGUESES (CANAL-1)
Enviado por: HSMW em Outubro 20, 2012, 12:08:55 am
Como não sabia onde colocar aqui fica.
Iron Man World Championship
http://www.sportstats.ca/displayResults ... ode=101475 (http://www.sportstats.ca/displayResults.xhtml?racecode=101475)
13 de Outubro de 2012
33º classificado da geral, 1º classificado do escalão M25-29.
1º Sargento de Serviço de Material Márcio Neves. Tempo 09:08h, "apenas" mais 50 minutos que o 1º classificado da geral.
Título: Re: OS GRANDES PORTUGUESES (CANAL-1)
Enviado por: Cabecinhas em Outubro 20, 2012, 02:32:46 am
Citação de: "Luso"
Suspeitava mas não queria acreditar mas confirmo: o "Mourinho" do tiro de combate é Português.
O Fernando Pessoa tinha razão.

Agora perdi-me?!  :?:
Título: Re: OS GRANDES PORTUGUESES (CANAL-1)
Enviado por: Luso em Outubro 20, 2012, 11:48:47 am
O Costa.
O Chris Costa.
Título: Re: OS GRANDES PORTUGUESES (CANAL-1)
Enviado por: Cabeça de Martelo em Outubro 20, 2012, 05:21:07 pm
Sendo ele de familias ligadas ao mar, Norte-Americano, Costa...é normal e por acaso já tinha comentado essa possibilidade com uns meus conhecidos que gostam destas coisas.

Já agora, como descobriste?
Título: Re: OS GRANDES PORTUGUESES (CANAL-1)
Enviado por: Cabeça de Martelo em Outubro 20, 2012, 05:23:28 pm
Citação de: "HSMW"
Como não sabia onde colocar aqui fica.
Iron Man World Championship
http://www.sportstats.ca/displayResults ... ode=101475 (http://www.sportstats.ca/displayResults.xhtml?racecode=101475)
13 de Outubro de 2012
33º classificado da geral, 1º classificado do escalão M25-29.
1º Sargento de Serviço de Material Márcio Neves. Tempo 09:08h, "apenas" mais 50 minutos que o 1º classificado da geral.

Esse pessoal do Serviço de Material é danado...atenção que ainda levam com a chave inglesa em cima... :lol:  :G-beer2:
Título: Re: OS GRANDES PORTUGUESES (CANAL-1)
Enviado por: Luso em Outubro 20, 2012, 06:34:37 pm
Citação de: "Cabeça de Martelo"
Sendo ele de familias ligadas ao mar, Norte-Americano, Costa...é normal e por acaso já tinha comentado essa possibilidade com uns meus conhecidos que gostam destas coisas.

Já agora, como descobriste?


Pelo boca do próprio!