Outra opinião de umivíduo de um outro forum:
Primeiro ponto é que todos os envolvidos são extremamente racionais. Possuem objetivos e buscam cumpri-los. É vida real. Não vídeo-game.
A terceira guerra ocorreu durante a guerra fria. Ao invés de repetir a segunda guerra virou uma série de conflitos militares na periferia, somados a guerra política e de influência. A guerra fria mudou o mundo e o fim dela mudou mais ainda.
A quarta guerra começou quando o Bush invadiu o Iraque em 2003 e se propôs redesenhar o oriente médio, cuja a prévia foi Afeganistão. Depois a região e o norte da áfrica entraram em guerra. Acentuada com a intervenção européia, conflitos na estrutura social e derrubada de governos. A nova fase começou coma primavera árabe e hoje reflete na guerra civil síria.
Tenham noção que o mundo está em guerra há mais de 10 anos. Os conflitos se espalharam por norte da áfrica, Iraque, síria, egito, emirados arabes unidos, sul da russai e Europa/asia central. As potencias regionais (turquia, irã, arabia saudita) estão metidas nisso, além das grandes países europeus (frança. inglaterra e, em menor medida, Alemanha), Rússia metida até o pescoço por que diz respeito a segurança interna dela e, se distanciando, os EUA que se afastam.
A lista de campanhas militares e ataques aéreos da França, Inglaterra, Rússia são enormes. Esses estão se metendo em intervenções diretas nos últimos cinco anos. Não é por que eles querem, mas por que a situação os empurrou para isso. O pior Irã, Arabia saudita e Turquia passam a fazer o mesmo. São movimento mais disformes e descoordenados do que nas décadas de 1950/1970.
Hoje não há perspectiva que melhore. Ao contrário. A tendência é que se acentue e vá para outras região, acompanhado de repiques de terrorismo, crises humanitária e rusgas entre os países envolvidos. Não é uma guerra direta entre estados, mas entre grupos indefinidos com objetivos que aparentam não ter lógica. É muito pior do que na guerra fria.
Discordo bastante disso Cabeça. Não considero que a Guerra Fria tenha sido uma 3ª GM, simplesmente cai fora de qualquer parâmetro considerado para classificar o conflito como "mundial". Os inúmeros conflitos regionais que se desenvolveram à sombra dos dois blocos teriam, na maior parte deles, sido piores e/ou com implicações de generalização maiores se não fosse justamente o equilíbrio e controlo feito pelas 2 potências dominantes.
Até à situação da Líbia, a intervenção dos países europeus foi decorativa e feita sempre de uma forma que quase roçava a má vontade. A estupidez criminosa do "sarkozinho" que detonou a situação Líbia realmente levou os EUA por arrasto forçado não por falta de vontade politica em DC mas sim porque, pela 1ª vez, houve uma resistência generalizada a uma aventura militar por parte das chefias militares e que passou para publico. E aí, mais uma vez, a intervenção europeia foi feita franceses e ingleses, com todo o resto a não aceitar participar ou a resumir a coisa a participações simbólicas.
Quanto ao Irão, Turquia e Arábia Saudita, bem...tirando os Sauditas, tanto o Irão como a Turquia foram potências e centros de Império. É natural que sintam "apetite" por tentarem moldar os acontecimentos naquilo que eram territórios do "império" e que consideram como suas zonas de influência.
Quanto à Rússia, o aumento da acções dela são resposta a movimentos que colocam em causa interesses que são vitais para Moscovo.. Considero que, neste momento, é a Rússia quem, ao defender os interesses dela, melhor defende os que considero meus, como Português e os da minha Cultura como Civilização.
O "centro do mundo" neste século vai se a Euroásia. É aqui que está o grosso da população mundial, com os pólos tecnológicos e industriais instalados nos seus dois extremos meridionais e, no meio, as enormes reservas de tudo o que é matéria-prima.
A politica americana é portanto bastante simples, para preservar a sua influência e poder no Mundo, tem de controlar esse "meio", sendo o Cáspio um objectivo central e para isso precisa de criar uma "rota" para lá pois não há acesso marítimo directo e os países em redor não são propriamente colaborantes.
Uma das melhores rotas de acesso para isso é justamente detonar o Irão, especialmente depois do falhanço georgiano e do afastamento turco em aproximação aos russos. Para isso é necessário que a Síria caia pois desde o tempo de Xenofonte que a estrada para a Pérsia passa por Damasco.
Portanto os EUA não estão a afastar-se. Perder isto significa voltar a uma situação pré-1914 em que os EUA vão limitar-se a brincar na areia nas Américas e numa série de ilhas no Pacifico enquanto o ponto critico do desenvolvimento da Humanidade vai estar do outro lado de ambos os Oceanos.