Adios General, Adios Criminal...

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JLRC

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« Responder #15 em: Dezembro 13, 2006, 10:14:45 pm »
Citação de: "Luso"
Citação de: "JLRC"
Deus nos livre de algum dia termos o sr. Dremanu no poder...

- Ai esse materialismo dialético! Atenção à dissidência! :conf:
 

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Spectral

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« Responder #16 em: Dezembro 13, 2006, 10:15:14 pm »
Aí está alguém que não faz falta nenhuma ao mundo... O barbudo das Caraíbas também está nesse clube...
I hope that you accept Nature as It is - absurd.

R.P. Feynman
 

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Luso

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« Responder #17 em: Dezembro 13, 2006, 10:19:26 pm »
Citação de: "JLRC"
Citação de: "Luso"
Citação de: "JLRC"
Deus nos livre de algum dia termos o sr. Dremanu no poder...

- Ai esse materialismo dialético! Atenção à dissidência! :conf:


Fico contente por este meu erro!
Nem tudo está perdido!  :wink:
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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papatango

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« Responder #18 em: Dezembro 13, 2006, 10:35:19 pm »
Vamos ver umas quantas coisas.

Em, 1970, Salvador Alhende, obtem uma votação de 36.3% dos votos. Os outros dois candidatos (de direita) obtêm 34.9% e 27.9% respectivamente.

Ou seja: Salvador Alhende, nunca seria eleito se no Chile vigorasse o sistema eleitoral a duas voltas que agora está instituído. Mas na altura, quando nenhum candidato obtinha maioria absoluta, era o congresso dos deputados que determinava quem seria o presidente.

Como a tradição parlamentar e civilista (nunca houvera um regime militar no Chile) sempre tinha determinado a eleição do candidato mais votado, os deputados elegeram Alhende, porque este chegou a acordo com o terceiro classificado, depois que Alhende prometeu respeitar várias regras e dar garantias.

Mas Alhende, começa por não respeitar todas as garantias que deu, e inicia uma política de nacionalizações quase selvagem, violando a constituição e as leis.

E aí as coisas pioram, porque os americanos, sem remédios para os problemas do aparecimento do Marxismo (Henry Kissinger era tão imbecil e irresponsável que chegou a decidir entregar Portugal aos soviéticos) resolveram boicotar Alhende.

A política de aumento de salários (irresponsável, diga-se) aumentou enormemente o apoio popular a Alhende, e a economia chilena cresceu num só ano quase 8% e isso implicou uma vitória de Alhende e da Unidade Popular em eleições autárquicas, o que fazia prever um completo controlo do parlamento.

A seguir a um ano de crescimento, as políticas económicas “marxizantes” começam a dar frutos, e começam os problemas. O governo começa a perder o controlo da situação mas Alhende está então refém do Partido Comunista chileno.

Os embargos americanos ajudam, mas desde fins de 1972 e primeira metade de 1973, o que se nota é também o resultado da política absurda de aumento de salários, com políticas de preços fixos (tentada em Portugal em 1975 por Vasco Gonçalves) que resultou na inevitável quebra dos fornecimentos.

Quando o governo fixa um preço, e ao mesmo tempo exige o pagamento de salários altos, as coisas têm que rebentar por algum lado, porque ou há demasiada gente com dinheiro para comprar as coisas, ou então quem produz,  porque paga  salários muito altos, conclui que  é preferível não produzir.

Este tipo de problemas, acabaram por encostar Alhende à parede, e coloca-lo sem grandes saídas. A única saída era dada pelas relações internacionais do PC chileno, e com o apoio de Cuba. Mas Fidel, pouco mais pode fazer que enviar Kalashnikov douradas para Alhende.

O caldeirão tinha que explodir por algum lugar, como aconteceu em Portugal dois anos mais tarde em 25 de Novembro de 1975.

O processo a que chamamos PREC, entre 11 de Março e 25 de Novembro foi parecido ao verão quente, foi muito parecido com o que aconteceu no Chile (embora em muito menos tempo).

Teríamos ganho muito se em 25 de Novembro tivéssemos mandado matar toda a gente de esquerda ?

Uma coisa, é entender as razões que estiveram na origem do golpe.
Outra coisa, é utilizar essas razões como justificação para o comportamento de Pinochet.
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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dremanu

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« Responder #19 em: Dezembro 13, 2006, 11:52:46 pm »
Cada um tem a sua opinião, e eu sinto-me confortável com a minha. Gostaria só de comentar que acho que o pt está a ser bastante subjectivo na sua analize dos factos.

Sim, a ecónomia sofreu um choque tremendo na altura em que todas as políticas económicas da "escola de Chicago" foram postas em prática, e muita gente sofreu bastante durante algum tempo, mas, não se pode esperar que se passe de um sistema para o outro sem haver dificuldades. “- Chile só começou a melhorar depois do Pinochet ter saido!”; Pois claro que começou a melhorar, nessa altura já estava em ascenção e a acelarar o seu crescimento pois o mais dificil já tinha sido feito, e o periodo de transição já tinha sido ultrapassado. Tanto é que nenhum dos governos que procederam ao governo do Pinochet alterou as políticas económicas implementadas por esse governo.

No que toca às acusações de Pinochet ser corrupto, se o homem em 20 anos de governo só acumulou 10 ou 20 milhões de doláres, então é porque não foi lá muito bom ladrão. Um juiz de contas no Brasil acumulou 200 milhões de doláres em menos de metade desse tempo. E se tivermos em conta o que roubam/roubaram outros líderes que estiveram/estam no poder em outros países da América Latina, muito menos pudemos ver o general como um grande ladrão. Neste caso, guardo o meu julgamento até saber mais de onde veio esse dinheiro, e se se pode ou não justificar o ganho do mesmo. Mas, confesso que foi uma das revelações que mais me decepcionou em relação ao general. Odeio corrupção, um homem de honra não se vende a ninguém.

E o Pinochet foi duro, mandou matar muita gente, pois claro que foi, pois como eu disse no meu "post", política na América Latina não é para homens fracos e com pouca disposição para fazer jorrar sangue, especialmente naquela altura em que ele subiu ao poder. Os esquerdistas na América Latina são/eram tudo menos pacifístas, e não há melhor prova disso que o exemplo do Sandero Luminoso no Peru, dos Farc na Colombia, dos grupos revolucionários da Bolívia, dos grupos revolucionários no Brasil, e da tomada violenta do poder pelo Castro na Cuba. E mesmo assim o regime do Pinochet nem foi dos maiores matadores, os Argentinos mataram muito mais, não que este facto justifique moralmente a matança efectuada pelo regime do Pinochet, mas serve para termos uma perspectiva mais equilibrada da realidade, e sobretudo das possiveís motivações que levaram o regime a agir da forma que agiu.

E muito alarido se faz em relação ao numero de mortos, que segundo consta em vários relatórios anda à volta de 3000. É um numero relativamente alto, que provavelmente inclui alguns que eram inocentes, e que lamentàvelmente morreram sem justiça, mas isso é a consequência de todas as guerras, a morte dos inocentes. Mas no meio desses mortos também havia muitos que eram culpados, inimigos a serem eliminados. Talvez a junta militar puderia ter sido mais dócil com essa gente, e deixar-los viver, mas como seria essa postura interpretada pelos esquerdistas? Como um comportamento democrático, a ser emulado, ou como uma demonstração pública de falta de “huevos” para tomar a decisão de “dispachar” inimigos, e portanto algo a ser explorado no futuro para manipular a opinião pública?

Pergunto-me também, quem é que começou a guerra? Terá sido os militares do Chile liderados pelo Pinochet? Ou foram os comunistas do Allende, que como bons comunistas que eram se propunham a roubar a propriadade dos outros e a destruir a nação Chilena em nome dos ideaís marxistas?

Assim, na minha mente, a culpa da ascenção de um Pinochet, um homem militar, cai sobre os próprios comunistas, são eles mesmos os culpados de terem dado razões às pessoas que se opunham a essas medidas, e que estavam dispostos a defender aquilo que lhes pertence de terem dado o seu suporte a um homem militar. Não fosse a existência da agenda radical da esquerda, dificilmente um homem como o Pinochet teria subido ao poder, ou uma ditadura se teria instalado no Chile, ou provavelmente em qualquer outro país da América Latina.  

Então...

As ações do regime do Pinochet tem que ser enquadradas no contexto certo, e as consequências positivas e negativas das mesmas avaliadas de acordo com todas as forças e contra-forças que motivaram/condicionaram a tomada das mesmas. Entrando em julgamentos moraís do comportamento do regime do Pinochet sem debater todos os factores condicionantes é um tanto ou quanto simplista, penso eu.

E num ponto eu concordo com o pt, o regime do Pinochet tornou-se um ponto de foco para a esquerdalhada mundial, porque nele encontraram um inimigo mortal que não só os combateu e derrotou no campo militar e político, mas como também provou que a utilização de políticas económicas liberaís e “direitistas” a longo-prazo geram mais riqueza, mais justiça, e mais democracia que qualquer política económica “esquerdista”.  O Chile está à frente de Cuba(esse exponente máximo do socialismo, e democracia, que só gera pobreza e miséria) em todos os niveís.

Provavelmente todas as medidas económicas tomadas pelo regime do Pinochet puderiam ter sido feitas dentro de um sistema democrático, e conseguiria-se alcançar os mesmos resultados, mas não temos forma de saber como seria essa realidade.

Mesmo assim, a minha opinião é que o Pinochet foi um grande um homem, usou a violência de uma forma objectiva e contra inimigos reaís, não os inventou como em geral fazem as esquerdas para justificarem todas as matanças que efectuam indescriminadamente. Abandonou voluntariamente o poder, deixou o país em bom estado, não começou nenhuma guerra contra ninguém, não se envolveu em guerras contra outros, e em geral, a longo-prazo foi bom para a esmagadora maioria da população do país que governou. E até demonstrou ter consciência pois responsabilizou-se por tudo o que foi feito de errado durante o seu regime.
"Esta é a ditosa pátria minha amada."
 

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sturzas

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« Responder #20 em: Dezembro 14, 2006, 03:56:00 am »
Boas:

"... Não perguntáis à criança porque chora? Não, por que ela chora por o ser... criança!..."

1 - Pinochet assume o poder no Chile em 1973, através de um Golpe de Estado com apoio militar, após um sufrágio universal, que atribuío, o legitimado poder a outra pessoa - Salvador Allende. - (princípio básico de uma democracia, factor presencial "n'uma das emendas da constituição - yhooo", supostamente, mais democrática deste mundo, a "8ª/9ª emenda" da constituição dos USA.

2 - Dada a situação (social-politica-económica), vivida no já então "Centro do Mundo-(1973)", isto é, prestes a debandar do Vietname, com uma derrota (tecnicamente e materialmente falando), no perfeito momento de descontrolo perante a Guerra-Fria (de ambas as partes-* lembrem-me do asterístico), como, relembrando a situação política da altura, por todo o Continente Sul Americano, em que os USA, "tinham relações cordiais com todos países desse mesmo Continente - todos menos Cuba e Chile, e alguns golpes de estado quase".

3 - Nada melhor do que implementar um "regime" "amigo", dada a visão por parte dos dirigentes do país da "8ª ou 9ª emenda", na altura, que por sinal nao difere da actual (mesmo passados quase 35 anos), em lá pôr um amiguinho sanguinário, com bigode e barriguinha proeminente, de preferência.

3 a) - Nessa mesma altura, muito próximo do "Watergate", Saddam estava extremamente confortado, sentado no petróleo, e a chacinar como por divertimento... pessoas, com o apoio de sabem de quem...

4 - Um dos mentores, por acaso até está vivinho e com saúde... talvez não seria de má fé pagar-lhe uma viagem até Haia, na Holanda. Chama-se Henry Kissenger. Este senhor na altura, num ponto de vista pratico e político, tinha uma incisão extremamente "participante" nas realidades políticas de países alheios (Portugal, inclusivé). Em última análise era um Senhor do Mundo.

3 b) - Já repararam que o pai já lá andou e pôs-se a andar?

5 - Nunca poderei, num ponto de vista humano (não político, como é evidente), permitir que alguém possa cometer, com provas evidênciais, de crimes contra a humaninade, e possa permanecer através de impunidade política, sem ser julgado no devido direito, nos Tribunais. Nem que fosse criado UM para a ocasião!

3 c) - Já repararam que o filho está a ficar com eles apertados? Sim, no Iraque!

6 - Permitir tal coisa, é qual-quase ser presidente da República Islamista(?) do Irão, e dizer, que os Sionistas irão desaparecer e que o Holocausto não existiu! Espero que sim, especialmente se o Sionismo, de que ele fala, for aquele que pratica e se rege pela "8ª/9ª emenda".

É de forma ler, analisar, pensar, e depois sem dúvida exteriorizar um sentimento que nunca pode ser conteido. O senhor que faleceu tinha processos em Tribunal relativos a três mil crimes (3000 crimes).
Estes números perante um tribunal, não me surpreende que aquele "amiguinho barrigudo, bigodudo, fascizóide" não tivesse feito diluir 60000-80000 alminhas, de esquerda como é óbvio e, de preferência. Se não houver mais à esquerda escolhe os que estão na parede da direita.

Choca-me o presidente da "8ª/9ª emenda". Choca-me o presidente do Irão. Choca-me toda a classe de governantes de Portugal. Também me chocam os Ditadores. Aqueles que os defendem... não compreendo.

Um ser humano independentemente da cor política, rácica, religiosa entre as outras 4 que fazem o arco iris, não pode ser trocado por números do espectro económico, de mais valia para os existentes. Houve um geração que não pode pensar e agir, como nós estamos a fazer, simplesmente, porque foi aniquilada, ou foi torturada, ou não foi...!

Lamento... por este defunto, não presto qualquer tipo de vassalagem.

3 d) Bem, espero que eles agora não saíam de lá, porque a malta lá na  Mesopotânea não tem PlayStation. Acho estes jogos de estratégia a dar no pêlo são mais reais, não sei... mais reais...!
NA PAZ E NA VIDA... QUE RESERVA TÃO CALMA E TRANQUILA... MAS SE OUVIRES O TROAR DA GUERRA... ENTÃO IMITA O TIGRE...
 

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Pantera

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« Responder #21 em: Dezembro 14, 2006, 09:28:05 am »
Citação de: "Cabeça de Martelo"

60.000? Onde vistes isso?  :roll:


podes ver aqui

http://noticias.terra.com.br/mundo/inte ... 94,00.html

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?s ... ews=254129

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Leonidas

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« Responder #22 em: Dezembro 14, 2006, 10:29:56 am »
Saudações guerreiras

Eu, até agora, ainda não entendi de que maneira é que se pode justificar o crescimento económico (ou o que for compreensível á razão humana) com uma política ditatorial em que pura e simplesmente quem está no poder não tem o menor respeito pelo seu semelhante ao ponto de o matar !!!! Porque se acha no direito de ter poder sobre a vida e a morte?????? Em nome de quê, numa ditadura, seja ela de direita seja ela de esquerda????? O que é que torna uma ditadura tão atractiva? Será assim um sistema não ditatorial tão utópico? O que legitimará um sistema ditatorial? Eu ainda não entendi isso !!!

O Dremanu é capaz de me explicar o que se passa com a China? De que maneira a interpreta? Agora já têm razão, porque pura e simplesmente aderiram totalmente a uma economia capitalista?????? Não sei se se deu conta, mas é essa a interpretação que faço das suas palavras. O dreamanu tem a tendência de ir do oito ao oitenta, e é isso que estraga tudo. Por isso é que não tem sustentação o argumento económico. Aliás, torna-o ainda mais perigoso para justificar o que quer que seja e em que regime for, porque o que interessa e sempre interessou são as pessoas.  

As coisas não são lineares – aliás, creio que nunca foram - e cada vez mais se revestem em enorme complexidade e de difícil análise, daí não ser talvez aconselhável ver as coisas de uma maneira “tradicional”. Daí ter colocado a China que é um dos casos mais paradigmáticos, mas que não é o único. É mais fácil arranjar-se um padrão, coisa que cada vez mais começo a achar utópico.

E nos países ditos democráticos como será? É a economia capitalista que predomina, e daí? Será que uma economia puramente capitalista não terá tantas consequências nefastas como uma de economia planificada?
O que “torna” o capitalismo algo humano é uma coisa chamada solidariedade e que tem como consequência as políticas sociais, que o compensa.
 
Um caso que para mim é de sucesso e um grande exemplo civilizacional para todos nós, chama-se Índia. Esse país que é neste momento o 2º mais populoso do planeta e que tem mais ou menos, 3 vezes mais população do outro paradigma (para mim, claro), os EUA. A Índia que consegue ser á sua maneira um dos melhores exemplos em oposição a qualquer regime autoritário e até aos EUA !!! A Índia, ao contrário de determinados seres que acham o multiculturalismo uma das maiores aberrações ao cimo da terra por causa da sua ingovernabilidade - e outras patologias associadas ás suas razões - afinal é exactamente o contrário apesar de todos os males que padecem, como em qualquer sociedade.

E só espero que seja ainda mais rápido a sua transição para uma democracia, pois o seu vizinho ao lado apresenta-se neste momento como um dos melhores exemplos, senão o melhor exemplo para o mundo, na questão paradigmática do que é o desenvolvimento numa terra daquelas se compararmo-la com uma sociedade tipo Indonésia que, sendo mais homogénea na questão religiosa, não consegue viver em paz e desenvolvimento sustentado com ou sem ditadura. Será que isso desde 1947 (data da sua independência da Índia face á Inglaterra) a impediu de crescer e de uma maneira sustentada?  
 
O outro é exactamente um país chamado EUA. Será que, nestes anos todos, foi alguma vez necessário recorrer a um sistema ditatorial para se governarem? Foram os únicos, também? Tiveram algum prejuízo por causa disso? Com a depressão económica dos anos 20 do séc. XX, será que não renasceram em força e se mostraram ao mundo como uma das super potências mundiais? Recorreram a uma ditadura ou foi necessário alguma ditadura para resolver o que quer que fosse, nesses tempos difíceis? Quanto tempo demoraram a sair, 20 anos? Não terá sido menos que isso?

Têm é muitas particularidades que até os tornaram incompreensíveis para Salazar. Coisas como, em nome da (sua) liberdade e outros dignos e altos ideais democráticos até ajudou n países como o Chile, e isso tudo porque a guerra-fria assim o justificava, “assim se pensava”. Será que alguma vez o justificou? Não foram outros os propósitos para que os EUA aceitassem, ou melhor que fechassem os olhos ao que se passava nesses países – e não vamos mais longe, Portugal? Não passou tudo de uma grande hipocrisia?

Repare-se no que está a acontecer no Iraque !! Nem daqui a 2 milhões de anos se irá encontrar as tais “weapons of  mass destuction” !! Nem daqui a 2 milhões de anos se irão encontrar os tais covis dos tais vis terroristas que eles afirmaram que existiam com toda a certeza deste mundo e ao que parece da lua também !! Repare-se nos resultados e repare-se nas consequências das suas inocentes sabedorias. (aqui tenho que reconhecer que afinal os covis dos terroristas existem!! Coincidências?)

Será que isso também não passa de uma grandessíssima hipocrisia, que em nome dos ideais da democracia - porque os outros já não são possíveis de invocar – tentam justificar assim a sua presença e tentam dessa maneira ilusória convencerem os outros, porque pela sua verdadeira inocência até eles nem sabiam que estavam lá por causa do petróleo? Terá sido uma qualquer destas justificações para que se tivesse feito o que se fez?  

Quem é cobarde? Não é aquele que exerce força sobre o mais fraco? Não é isso que acontece numa qualquer ditadura? Mas os EUA são uma democracia!!!! Então como descalçar esta bota? Não é isso que acontece com um país que, para o mal e para o bem, é apontado como exemplo (bom ou mau) de sucesso e que até tem um sistema democrático e que de acordo com o seu pensamento civilizacional até é capaz de chamar de «BÁRBAROS» meio mundo, só porque (os outros) não utilizam bombas de orientação laser, por exemplo? (o que provoca menos danos colaterais, e onde só morrem os maus) Sabe-se qual é esse país? chama-se EUA (Estados Unidos da América e não Emiratos Unidos das Arábias).

Será que os governantes dos EUA levaram em consideração o seu próprio povo? Será que os pais que ficaram sem os seus filhos no Iraque, chorarão com a mesma intensidade aqueles iraquianos que diariamente são vítimas de uma situação que, para a qual, em nada contribuíram para que tal acontecesse? E nós portugas?  

Não quero ser acusado de ser tendencioso, por isso digo que, o mesmo sistema durante a guerra-fria foi utilizado pelos soviéticos. No entanto a diferença é que eles (URSS) não tinham um sistema democrático e é isso que interessava na altura, porque o argumento económico é pura e simplesmente irrelevante. Será que eles, os “mauzões”, gostariam menos dos seus filhos, que os outros que habitavam noutro país fora da influência comunista, apesar das atrocidades cometidas nesse mesmo países?

Quem vive sobre um sistema democrático tem uma responsabilidade diferente, dado que não basta exigir dos que não o têm, que é dar e zelar pelo bom exemplo, porque é isso que também é intrínseco á natureza da democracia, o respeito pela liberdade individual e colectiva como base para um desenvolvimento sustentado seja ele humano ou económico.

Num sistema ditatorial há anarquia? Lógico que não!! Também existem leis, mas só que são administradas de forma arbitrária porque sem qualquer mecanismos de controlo, o que não é compatível com o justo respeito pelo ser humano, sendo ele sempre o principal visado e para o qual se fizeram as leis que o protegem da anarquia mesmo nesses países “democráticos”!!!!

Talvez seja por isso que ela, para alguns, seja tão atractiva. Não há regras. Perdão, existem as “nossas” regras, porque nós é que temos razão. E com isso até prestamos um favor ao mundo, eliminamos/matamos/assassinamos, aqueles que não têm razão. Esses são a maior ameaça. Imaginemos então um mundo pintado só com as cores (imiscíveis) da direita e com as cores (imiscíveis) da esquerda !! Quanto tempo duraria esse mundo?  

Outro caso paradigmático - e este a nível planetário – é a simples razão de não conseguirmos implementar aquilo que já temos em nossa casa. Se aceitamos que dentro de nossa casa se reja todo pelas regras mais democráticas e respeito mútuo, porque razão é que se mudará de atitude fora de portas, neste caso fora de fronteiras? É muito simples.Para mim resume-se mais a cada um á sua maneira fazerem pela vida.

É o mundo que temos e não aquele que gostaríamos que fosse. Mas, mesmo assim, nada,. mas nada justifica a morte seja de quem for, só porque eram isto ou aquilo. Se se acha que matar um ser humano é exactamente a mesma coisa que ir á caça e matar um coelho, estamos a precisar de tratamento. Será que nos temos em boa pessoa?

Para aligeirar um pouco mais as coisas, permitam-me mais umas linhas de reflexão...
Como é que se pode ser contra o aborto e não ser-se contra a pena de morte? Como é que se pode ser contra a pena de morte e não ser-se contra o aborto? O que é que distingue um pecador da pureza de um anjo nesta singela comparação? O que os tornam de tão importantes e exemplos modernos e viris de justiça?  O que os torna tão exemplares? Será por serem os valores de esquerda ou de direita? Quem está certo e quem está errado?

Este matou 10 milhões. O Outro matou 20 milhões. Houve ainda um outro que conseguiu 30 milhões. Houve só um que matou uma pessoa. Destes 4 seres qual é o mais sanguinário se todos morreram pelos mesmo motivos: porque não eram como nós.  O que contará é a atitude ou o número de “troféus”?  

Cumprimentos
 

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Luso

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« Responder #23 em: Dezembro 14, 2006, 12:23:12 pm »
O tema é interessante porque somos confrontados com desafios a valores que temos como sagrados, valores esses que têem um significado especial perante o momento histórico presente. Além disso, a nossa prespectiva tende a ser individualizada e sem o peso da resposnabilidade de gerir ou defender um país. E é aí que a coisa fina mais fino.
Sem querer proferir sentenças definitivas, pergunto-me se um chefe de uma nação, ou um responsável político ou militar não deve ser capaz de executar acções per si condenáveis se essas acções se traduzirem num bem maior, mesmo que essas acções custem a vida de pessoas, a reputação dos mandantes e, para quem acredita, até no risco da condenação aos fogos do inferno.
Quando é que os fins justificam os meios?
Quando e em que circunstâncias é que estaremos dispostos abdicar dos nossos princípios pessoais ou das nossas vaidades morais?
Não será esta uma escolha pessoal?
Julgo que todos temos limites diferentes para o abandono desses princípios, que julgo serem abaláveis face às circuntâncias.
Aliás, creio que isso será mesmo um facto, e por isso o treino e formação militar vai também de encontro a isso e não tanto na criação de grupo de meninos de coro.
Quanto ao preço a pagar: julgo que isso também dependerá do indivíduo, já que estabelecer uma convenção ou definição de massacre conduz ao ridículo, ao eufemismo ou ao seu contrário.

Pergunto se não será isto tudo uma questão de estômago, tanto para aceitar a acção como para a executar, e da recepção que temos da relação custo-benefício desse acto (linguagem económica fria mas não será disso mesmo que aqui falamos?).
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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P44

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« Responder #24 em: Dezembro 15, 2006, 10:00:22 am »
Citação de: "JLRC"
Citação de: "dremanu"
Pinochet foi um grande homem, um grande líder, dos melhores que a América Latina alguma vez já teve.

Deus nos livre de algum dia termos o sr. Dremanu no poder...

x2

Citação de: "JLRC"
Citação de: "papatango"
Pois eu, na minha opinião pessoal, acho que o Pinochet, não passou de uma bandido, e do típico ditador de meia tigela. Um assassino, ladrão e totalmente corrupto, como mais recentemente se veio a verificar.

Talvez fosse interessante não só visitar o Chile, como ver as estatísticas para ver em que posição o Chile estava antes de 1973, e em que posição se encontrava em 1983, dez anos depois de Pinochet ter chegado ao poder.

A ideia da competência de Pinochet e de que o sucesso do Chile (em termos de América Latina) tem alguma coisa a ver com ele, é um «cuento» - mais um - extremamente mal contado.

O Chile, com o choque económico que se seguiu a 1973, foi um país em vias de sub-desenvolvimento, onde ficou absolutamente demonstrada a impossibilidade de aplicar as teorias da chamada “escola de Chicago” na América Latina. Havia gente a morrer de fome nas estradas entre Santiago a Iquique, e o desemprego atingiu níveis inimagináveis. Não se notava na região de Santiago onde se concentra grande parte da população mas era visível em muitos outros lugares do país. Mas claro, no Chile como na URSS ou na China comunista, a censura também tem as suas vantagens: Permite esconder a incompetência.

Em 1970, o Chile tinha uma renda idêntica à da Argentina, e em 1981 essa renda era de apenas 65% da Argentina, com a agravante de que os ricos estavam muito mais ricos e os pobres eram indigentes que morriam literalmente de falta de comida. Os programas «sociais» de que o Dremanu fala, devem ser os mesmos que foram preparados de emergência, para impedir uma catástrofe.

A recuperação da economia chilena pouco ou nada tem a ver com o período de Pinochet, mas sim com a recuperação que se seguiu à saída do ditador.

= = = =

Mas como se isso não fosse suficiente, Pinochet transformou-se no imprescindível aliado do comunismo internacional.

Ao se fazer coincidir a política de um criminoso depravado e genocida, com as receitas da economia liberal (que têm dificuldade em funcionar sem liberdade) Pinochet transformou-se numa arma de arremesso do comunismo internacional, que o mostra (com alguma razão, há que dize-lo) como exemplo da economia de mercado.

Pinochet, é uma vergonha para a raça humana, e isto, para aqueles que o consideram gente, o que não é o meu caso, que considero que Pinochet, não foi mais que um miserável animal pestilento.
Fidel Castro, os neo-sovieticos, deveriam erguer estatuas a Pinochet, porque a sua política a sua forma de actuação só serviram os comunistas, e só lhes serviram para justificar as suas políticas igualmente genocídios e criminosas.

Mas se isso não fosse suficiente, haveria ainda outro argumento.

Não podemos, por uma questão de principio aceitar a violação mais miserável dos direitos das pessoas, com base na possibilidade de essa violação poder dar no futuro uma vida melhor às pessoas.

O bem estar de uma sociedade, não se pode basear no assassínio na violação e na morte de uma parte dessa mesma sociedade.

Se homenageamos Pinochet, por causa das suas grandes capacidades como governante (que são um mito) então por uma questão de honestidade, teremos pela mesmíssima ordem de razões, que homenagear Hitler, Estaline ou Mao Tsé-tung.E isso, eu não vou fazer nem nesta nem na próxima vida.

Completamente de acordo, papatango. Excelente post.


x2
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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Miguel

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« Responder #25 em: Dezembro 15, 2006, 02:44:04 pm »
Esse tal ditador foi um criminal.

Portanto nem deviamos estar aqui a fazer publicidade a esse criminoso, como qualquer outro criminoso.
 

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JLRC

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« Responder #26 em: Dezembro 15, 2006, 10:48:34 pm »
Citação de: "Miguel"
Esse tal ditador foi um criminal.

Portanto nem deviamos estar aqui a fazer publicidade a esse criminoso, como qualquer outro criminoso.


Tens toda a razão Miguel. Concordo contigo a 100%.
 

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Spectral

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« Responder #27 em: Dezembro 16, 2006, 02:54:06 am »
olha olha, também faço um "me2 post" ao do miguel ;)
I hope that you accept Nature as It is - absurd.

R.P. Feynman
 

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Von Einsamkeit

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« Responder #28 em: Abril 21, 2007, 01:50:15 am »
Pinochet nao era um Anjo, bem longe disso, Mas era ele ou uma Republica Sovietica no Chile, e ninguem permitiria isso, seja a Argentina ou o Brasil, e muito menos os EUA
Ele é um soldado unido,
Quer na paz ou quer no perigo,
O seu lema é avançar.
Respeita o seu comandante,
Gritando sempre: Avante!
Por SALAZAR! SALAZAR!
 

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oultimoespiao

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« Responder #29 em: Abril 21, 2007, 03:14:41 am »
Pinochet nao comeria na minha mesa mas fidel tambem nao! Ha uma tentativa internacional de branqueamento dos crimes e da ideologia marxista, e um alinhamento com a jihad de diabolizacao dos eua e da direita europeia! So respeitarei a esquerda quando a esquerda pedir desculpa pelos crimes que cometeu contra a humanidade!