Saudações guerreiras
Eu, até agora, ainda não entendi de que maneira é que se pode justificar o crescimento económico (ou o que for compreensível á razão humana) com uma política ditatorial em que pura e simplesmente quem está no poder não tem o menor respeito pelo seu semelhante ao ponto de o matar !!!! Porque se acha no direito de ter poder sobre a vida e a morte?
?? Em nome de quê, numa ditadura, seja ela de direita seja ela de esquerda?
? O que é que torna uma ditadura tão atractiva? Será assim um sistema não ditatorial tão utópico? O que legitimará um sistema ditatorial? Eu ainda não entendi isso !!!
O Dremanu é capaz de me explicar o que se passa com a China? De que maneira a interpreta? Agora já têm razão, porque pura e simplesmente aderiram totalmente a uma economia capitalista?
?? Não sei se se deu conta, mas é essa a interpretação que faço das suas palavras. O dreamanu tem a tendência de ir do oito ao oitenta, e é isso que estraga tudo. Por isso é que não tem sustentação o argumento económico. Aliás, torna-o ainda mais perigoso para justificar o que quer que seja e em que regime for, porque o que interessa e sempre interessou são as pessoas.
As coisas não são lineares – aliás, creio que nunca foram - e cada vez mais se revestem em enorme complexidade e de difícil análise, daí não ser talvez aconselhável ver as coisas de uma maneira “tradicional”. Daí ter colocado a China que é um dos casos mais paradigmáticos, mas que não é o único. É mais fácil arranjar-se um padrão, coisa que cada vez mais começo a achar utópico.
E nos países ditos democráticos como será? É a economia capitalista que predomina, e daí? Será que uma economia puramente capitalista não terá tantas consequências nefastas como uma de economia planificada?
O que “torna” o capitalismo algo humano é uma coisa chamada solidariedade e que tem como consequência as políticas sociais, que o compensa.
Um caso que para mim é de sucesso e um grande exemplo civilizacional para todos nós, chama-se Índia. Esse país que é neste momento o 2º mais populoso do planeta e que tem mais ou menos, 3 vezes mais população do outro paradigma (para mim, claro), os EUA. A Índia que consegue ser á sua maneira um dos melhores exemplos em oposição a qualquer regime autoritário e até aos EUA !!! A Índia, ao contrário de determinados seres que acham o multiculturalismo uma das maiores aberrações ao cimo da terra por causa da sua ingovernabilidade - e outras patologias associadas ás suas razões - afinal é exactamente o contrário apesar de todos os males que padecem, como em qualquer sociedade.
E só espero que seja ainda mais rápido a sua transição para uma democracia, pois o seu vizinho ao lado apresenta-se neste momento como um dos melhores exemplos, senão o melhor exemplo para o mundo, na questão paradigmática do que é o desenvolvimento numa terra daquelas se compararmo-la com uma sociedade tipo Indonésia que, sendo mais homogénea na questão religiosa, não consegue viver em paz e desenvolvimento sustentado com ou sem ditadura. Será que isso desde 1947 (data da sua independência da Índia face á Inglaterra) a impediu de crescer e de uma maneira sustentada?
O outro é exactamente um país chamado EUA. Será que, nestes anos todos, foi alguma vez necessário recorrer a um sistema ditatorial para se governarem? Foram os únicos, também? Tiveram algum prejuízo por causa disso? Com a depressão económica dos anos 20 do séc. XX, será que não renasceram em força e se mostraram ao mundo como uma das super potências mundiais? Recorreram a uma ditadura ou foi necessário alguma ditadura para resolver o que quer que fosse, nesses tempos difíceis? Quanto tempo demoraram a sair, 20 anos? Não terá sido menos que isso?
Têm é muitas particularidades que até os tornaram incompreensíveis para Salazar. Coisas como, em nome da (sua) liberdade e outros dignos e altos ideais democráticos até ajudou n países como o Chile, e isso tudo porque a guerra-fria assim o justificava, “assim se pensava”. Será que alguma vez o justificou? Não foram outros os propósitos para que os EUA aceitassem, ou melhor que fechassem os olhos ao que se passava nesses países – e não vamos mais longe, Portugal? Não passou tudo de uma grande hipocrisia?
Repare-se no que está a acontecer no Iraque !! Nem daqui a 2 milhões de anos se irá encontrar as tais “weapons of mass destuction” !! Nem daqui a 2 milhões de anos se irão encontrar os tais covis dos tais vis terroristas que eles afirmaram que existiam com toda a certeza deste mundo e ao que parece da lua também !! Repare-se nos resultados e repare-se nas consequências das suas inocentes sabedorias. (aqui tenho que reconhecer que afinal os covis dos terroristas existem!! Coincidências?)
Será que isso também não passa de uma grandessíssima hipocrisia, que em nome dos ideais da democracia - porque os outros já não são possíveis de invocar – tentam justificar assim a sua presença e tentam dessa maneira ilusória convencerem os outros, porque pela sua verdadeira inocência até eles nem sabiam que estavam lá por causa do petróleo? Terá sido uma qualquer destas justificações para que se tivesse feito o que se fez?
Quem é cobarde? Não é aquele que exerce força sobre o mais fraco? Não é isso que acontece numa qualquer ditadura? Mas os EUA são uma democracia!!!! Então como descalçar esta bota? Não é isso que acontece com um país que, para o mal e para o bem, é apontado como exemplo (bom ou mau) de sucesso e que até tem um sistema democrático e que de acordo com o seu pensamento civilizacional até é capaz de chamar de «BÁRBAROS» meio mundo, só porque (os outros) não utilizam bombas de orientação laser, por exemplo? (o que provoca menos danos colaterais, e onde só morrem os maus) Sabe-se qual é esse país? chama-se EUA (Estados Unidos da América e não Emiratos Unidos das Arábias).
Será que os governantes dos EUA levaram em consideração o seu próprio povo? Será que os pais que ficaram sem os seus filhos no Iraque, chorarão com a mesma intensidade aqueles iraquianos que diariamente são vítimas de uma situação que, para a qual, em nada contribuíram para que tal acontecesse? E nós portugas?
Não quero ser acusado de ser tendencioso, por isso digo que, o mesmo sistema durante a guerra-fria foi utilizado pelos soviéticos. No entanto a diferença é que eles (URSS) não tinham um sistema democrático e é isso que interessava na altura, porque o argumento económico é pura e simplesmente irrelevante. Será que eles, os “mauzões”, gostariam menos dos seus filhos, que os outros que habitavam noutro país fora da influência comunista, apesar das atrocidades cometidas nesse mesmo países?
Quem vive sobre um sistema democrático tem uma responsabilidade diferente, dado que não basta exigir dos que não o têm, que é dar e zelar pelo bom exemplo, porque é isso que também é intrínseco á natureza da democracia, o respeito pela liberdade individual e colectiva como base para um desenvolvimento sustentado seja ele humano ou económico.
Num sistema ditatorial há anarquia? Lógico que não!! Também existem leis, mas só que são administradas de forma arbitrária porque sem qualquer mecanismos de controlo, o que não é compatível com o justo respeito pelo ser humano, sendo ele sempre o principal visado e para o qual se fizeram as leis que o protegem da anarquia mesmo nesses países “democráticos”!!!!
Talvez seja por isso que ela, para alguns, seja tão atractiva. Não há regras. Perdão, existem as “nossas” regras, porque nós é que temos razão. E com isso até prestamos um favor ao mundo, eliminamos/matamos/assassinamos, aqueles que não têm razão. Esses são a maior ameaça. Imaginemos então um mundo pintado só com as cores (imiscíveis) da direita e com as cores (imiscíveis) da esquerda !! Quanto tempo duraria esse mundo?
Outro caso paradigmático - e este a nível planetário – é a simples razão de não conseguirmos implementar aquilo que já temos em nossa casa. Se aceitamos que dentro de nossa casa se reja todo pelas regras mais democráticas e respeito mútuo, porque razão é que se mudará de atitude fora de portas, neste caso fora de fronteiras? É muito simples.Para mim resume-se mais a cada um á sua maneira fazerem pela vida.
É o mundo que temos e não aquele que gostaríamos que fosse. Mas, mesmo assim, nada,. mas nada justifica a morte seja de quem for, só porque eram isto ou aquilo. Se se acha que matar um ser humano é exactamente a mesma coisa que ir á caça e matar um coelho, estamos a precisar de tratamento. Será que nos temos em boa pessoa?
Para aligeirar um pouco mais as coisas, permitam-me mais umas linhas de reflexão...
Como é que se pode ser contra o aborto e não ser-se contra a pena de morte? Como é que se pode ser contra a pena de morte e não ser-se contra o aborto? O que é que distingue um pecador da pureza de um anjo nesta singela comparação? O que os tornam de tão importantes e exemplos modernos e viris de justiça? O que os torna tão exemplares? Será por serem os valores de esquerda ou de direita? Quem está certo e quem está errado?
Este matou 10 milhões. O Outro matou 20 milhões. Houve ainda um outro que conseguiu 30 milhões. Houve só um que matou uma pessoa. Destes 4 seres qual é o mais sanguinário se todos morreram pelos mesmo motivos: porque não eram como nós. O que contará é a atitude ou o número de “troféus”?
Cumprimentos