Aborto?

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komet

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Aborto?
« em: Fevereiro 15, 2005, 08:54:56 pm »
Talvez um pouco off-topic, mas pode ajudar a quem estiver indeciso quanto ao voto nas próximas eleiçoes.

(IMAGENS CHOCANTES)

http://www.providaanapolis.org.br/parts12.mpeg

É pena que haja gente que diz que promove acima de tudo o avanço civilizacional e defenda este horror.
"History is always written by who wins the war..."
 

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Paisano

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« Responder #1 em: Fevereiro 15, 2005, 09:01:37 pm »
Sou radicalmente contra o aborto, independentemente de qualquer tipo de imagem. :evil:

Minha filosofia de vida se choca frontalmente contra esse tipo de procedimento.
As pessoas te pesam? Não as carregue nos ombros. Leva-as no coração. (Dom Hélder Câmara)
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me163

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« Responder #2 em: Fevereiro 15, 2005, 10:38:09 pm »
Atenção:
o que se segue abaixo é apenas a minha opinião, nada mais que isso.

O problema da questão da liberalização do aborto é de facto complexo. E a solução para o mesmo não pode passar pela simples liberalização do acto, nem pelo radicalismo/fanatismo religioso que defende o contrário.

O problema de não ser liberalizado é que vai continuar a fazer com que alguns se encham de dinheiro com clinicas especializadas fora do país, onde os endinheirados vão.

Ao mesmo tempo, a não liberalização promove os abortos clandestinos, sabe Deus em que condições e que muitas vezes trazem sequelas gravíssimas para as mulheres.

A solução, quanto a mim, passaria pela implementação de um programa realmente eficaz de educação sexual nas escolas, onde se promovesse a prática sexual segura. É claro como água que se as pessoas forem informadas desde cedo, que a taxa de ocorrência de abortos poderá baixar drasticamente.

Se os jovens fossem mesmo ensinados a respeitarem-se uns aos outros e a usarem preservativos ou outros métodos contracepcionais, resolviam-se uma grande parte da percentagem global de abortos acontecidos neste país.

O outro problema é o das familias já existentes, sem recursos, sem cultura, que existem espalhadas por todo o lado infelizmente em grande número e que para os quais o uso do preservativo ou de outro meio de contracepção não existe por falta de conhecimento, na maior parte dos casos.

Nestas situações deveria existir uma assistência social, mais uma vez, eficaz, que pudesse pelo menos tentar conversar com as pessoas e esclarecer as suas dúvidas, e ensiná-los a evitar gravidezes indesejadas, de forma a evitar este tipo de problemas.

Mas como isto é mesmo uma questão cultural, o que me chateia mesmo é que medidas tão simples de implementar como estas, nunca o são, por causa de diversos lobbies.

Primeiro temos o lobby religioso, que no caso português assume formas muito bizarras.

Não temos educação sexual nas escolas eficiente porque isso vai contra o que a Religião Católica defende.

Genericamente não se aconselham prácticas contracepcionais nem planeamento familiar como deveriam existir, porque não foi isso que Deus nos ensinou. Portanto o caminho apontado pela religião que nos ensinam desde pequeninos é de nos contermos e rezarmos muito, que isso resolve o problema.

Ora bem, isso nunca resolveu problema algum em lado nenhum. Eu sou uma prova disso, já que na minha árvore genealógica um dos meus ascendentes é um padre católico.

O que temos de mudar na nossa sociedade é a forma como encaramos a sexualidade, e como a devemos ensinar aos nossos filhos.
Se isso for feito de forma correcta e coerente, muitos destes problemas deixarão de existir tal como existem hoje em dia.

Se não for feito de forma correcta, e continuarmos a castrar o ser humano, este tipo de coisas vai continuar a existir, por pura falta de informação.

Ou seja, o que me parece que acontece é que temos uma religião que não se adaptou à evolução do ser humano e da sociedade humana, aliás, tentou castrar a sociedade durante os últimos dois mil anos, mas isso é outra história.

Se calhar o que nos falta fazer é reformar a religião, por esse ser de facto o weakest link desta corrente.

Se a religião católica assumisse de uma vez por todas, que o problema do aborto é um assunto a resolver, talvez conseguisse mover as suas vastas influências, e fazer com que a sociedade adoptasse hábitos saudáveis relativamente à sexualidade.

O outro lobby com imenso poder, e que toda a gente se esquece é o farmacêutico.
Quantos biliões são investidos em novas drogas para tornar mais eficazes os abortos que se praticam por aí fora?

Se for liberalizado, maravilha... os negócios vão crescer muito mais. Por isso acredito que sejam ela, a Industria Farmacêutica, que financia os nossos amigos do BE, por exemplo.  Até hoje nunca ninguem conseguiu descobrir quem está por detrás deles, pois não?  :wink:

E devem estar todos contentes com a elevada probabilidade do PS ganhar as eleições, pois parece que estes irão referendar uma vez mais a questão. Portanto, também devem ser uns belos apoiantes do Sócrates.

Portanto, também a este lobby não interessa a implementação de medidas educacionais que visem uma mudança cultural em relação à sexualidade.

No ponto de vista do dinheiro, isto está bem como está, e como existe uma grande probabilidade do aborto ser liberalizado, vais ser mais uma mama para os senhores dos negócios, que irão abrir clinicas especializadas por todo o lado e encher os bolsos de dinheiro à custa de uma desgraça social que ninguem quer resolver como deve de ser.

Mas enquanto continuarmos a ser uma sociedade que privilegia a construção de estádios de futebol que não servem para nada, (eu gosto de futebol e sou adepto do SCP, mas dez estádios novos?! Quando chegavam seis?! Enfim...), e não se resolvem os problemas sociais mais graves que temos, estamos fritos...

Bom, acho que está tudo dito...

Um abraço a todos e peço desculpa pelo tamanho da resposta.
Si vis pacem parabellum
 

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komet

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« Responder #3 em: Fevereiro 15, 2005, 10:46:56 pm »
Concordo absolutamente com o factor educação, e tenho imensa pena que a religião que tanto participou na história deste país, em grandes feitos e outros menos bons, ainda hoje tenha uma influência, na minha opinião, exagerada e de certo modo prejudicial na nossa sociedade.

Mas até lá, penso que se deveria ajudar as portuguesas que se encontram numa situação pior, psicologicamente, e na educação da criança. O abandono por parte do próprio país pelos seus descendentes, é deprimente.
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dremanu

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« Responder #4 em: Fevereiro 15, 2005, 11:31:40 pm »
Excelente "post" o do me163, estou completamente de acordo.

Para mim a educação, e programas que prestam suporte a mulheres que estejam grávidas, mas que não queiram criar os filhos depois de os ter é essencial. As crianças devem ser protegidas, e terem o direito à vida. Eu tenho uma sobrinha e um sobrinho, e não me conformo com a ideia que alguém esteja disposto a acabar com uma vida antes mesmo de ela ter o direito de nascer.

No entanto não sou a favor da criminalização do aborto, só sou a favor de uma liberalização limitada e debaixo de condições especiaís, como por exemplo, se a saúde da mãe estiver de facto em perigo.

Os Americanos até à bem pouco tempo permitiam que o aborto fosse feito até aos 6 meses, o que para mim é um completa aberração, e ainda bem que finalmente alguém teve a coragem de por fim a essa barbaridade. A operação que efectuavam era horrível, puxavam a criança fora e só deixavam a cabeça dentro, e depois com uma tesoura abriam um buraco na base do crâneo onde enfiavam um tubo para sugar o cérebro do feto, chocante.
"Esta é a ditosa pátria minha amada."
 

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me163

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« Responder #5 em: Fevereiro 16, 2005, 10:18:51 am »
Citação de: "komet"
Mas até lá, penso que se deveria ajudar as portuguesas que se encontram numa situação pior, psicologicamente, e na educação da criança. O abandono por parte do próprio país pelos seus descendentes, é deprimente.


Sem dúvida Komet, é realmente deprimente ver que a sociedade actual apenas dá um valor limitado ao cidadão enquanto cidadão productivo, pagante de impostos, mas esquece-se que as crianças vão ser os pagadores de impostos do futuro e que os idosos merecem outro tipo de tratamento.

Citação de: "Dremanu"
No entanto não sou a favor da criminalização do aborto, só sou a favor de uma liberalização limitada e debaixo de condições especiaís, como por exemplo, se a saúde da mãe estiver de facto em perigo.


Eu também concordo que em circunstâncias especiais o aborto seja permitido. Mas isso é que a actual lei já contempla, ou seja, no caso de malformações graves do feto, de riscos pra saúde da mãe ou em caso de violação, já é permitido fazer abortos em clinicas e hospitais.

Portanto agora temos é de ter visão e coragem para dar o passo seguinte,  e operar a tal mudança cultural.
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emarques

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« Responder #6 em: Fevereiro 16, 2005, 11:19:15 am »
Também é preciso dar um outro "passo seguinte", e cumprir a lei que temos em todos os aspectos, não apenas no de levar o aborto ilegal aos tribunais. Ao que parece, muitos casos em que a lei permitiria a provocação do aborto são bloqueados pelas comissões de ética hospitalar até que passem os prazos. Depois disso, a mãe ou aguenta o filho porque um qualquer padre numa comissão se acha dono da verdade ou acaba por fazer um aborto ilegalmente (este argumento é de memória. Se o puderem rebater e provar que não temos uma interpretação assim tão cretina da lei, por favor façam-no, ficaria agradecido)

A Espanha tem uma lei extremamente semelhante à portuguesa. Porque é que muitas mulheres portuguesas vão a Espanha abortar?

Isso sim, se alguma vez se descriminalizasse até às 10 semanas, como foi referendado (com apenas 32% de participação, o que torna o referendo não vinculativo), sempre gostava de saber se a partir daí já se poderiam julgar as pessoas que o fizessem depois desse prazo sem que fossem pôr-se à frente dos tribunais a gritar contra a barbárie. Eu não tenho nada contra que se faça cumprir a lei. Preferia que a lei fosse mais permissiva, porque acho que ninguém tem nada que impôr a sua visão da vida aos outros, mas entretanto que se cumpra a lei.
Ai que eco que há aqui!
Que eco é?
É o eco que há cá.
Há cá eco, é?!
Há cá eco, há.
 

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J.Ricardo

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« Responder #7 em: Março 01, 2005, 07:10:24 pm »
Sou totalmente contra a legalização do aborto, a gravidez indesejada no dias de hoje é fruto da incopetência dos praticantes, é impenssável que por culpa de um "idiota" que esqueceu de usar camisinha ou uma "tonta" que esquece de tomar a pilula, seja tirada uma vida inocente!
E não adianta falar que falta educação sexual, nos meios de comunicação o que mais se fala é do uso da camisinha, não só contra gravidez indesejada, mas também para prevenção de doenças venéreas. Só fica grávida, nos dias de hoje, quem quer!!!
Na minha opinião, cada um deve ser responsável pelos seus atos e deve aguentar as consequências, se ficou grávida, dançou, se não quiser, que "entregue" o filho p/ adoção, mas nunca matar!!!
 

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Yosy

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« Responder #8 em: Março 01, 2005, 07:28:42 pm »
Sou a favor da liberalização do aborto por isto: o facto de ele ser proibido não evita que se façam abortos clandestinos, o que pode resultar na morte da mulher. Assim ao menos dá-se a hipótese de se fazer com segurança.
 

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Miguel

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« Responder #9 em: Março 01, 2005, 07:38:04 pm »
No caso de um rapariga de 15 anos que faz hum.. pela 1° vez, acontece que pode engravidar, nesse caso deve-se ponderar a possibilidade do aborto até, porque por medo da familia a rapariga apenas divulga que está gravida com 3 ou 4 meses...

Alias temos que aceitar, que não podemos ser o unico pais da CEE onde é proibido o aborto.

Quantos abortos clandestinos existe nas nossas aldeias ? hein

um pouco de realismo senhores.

Ser contra o aborto então porque não ser por a 1° relação no casamento  :lol:  enfim, prontos...
 

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Ricardo Nunes

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« Responder #10 em: Março 01, 2005, 07:47:07 pm »
Citação de: "Yosy"
Sou a favor da liberalização do aborto por isto: o facto de ele ser proibido não evita que se façam abortos clandestinos, o que pode resultar na morte da mulher. Assim ao menos dá-se a hipótese de se fazer com segurança.


Pessoalmente até sou um pouco pró-aborto ( mas admito, encontro-me dividido ) mas é com toda a certeza que lhe digo isto: esse é um argumento descabido de qualquer sentido. Não é por se praticar um acto que este se legaliza.
Violações também existem. Então o melhor é legalizar as violações. O consumo de drogas pesadas existe. Sendo assim vamos legalizar a cocaína, heroína e tantas outras de modo a melhorar a vida dos toxicodependentes... etc etc...

Existe um sem número de argumentos bastante coerentes a favor da despenalização voluntária da gravidez... por favor não apresente aquele que é o mais idiota de todos.

Um abraço,
Ricardo Nunes
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Miguel

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« Responder #11 em: Março 01, 2005, 07:56:51 pm »
Citação de: "Ricardo Nunes"
Citação de: "Yosy"
Sou a favor da liberalização do aborto por isto: o facto de ele ser proibido não evita que se façam abortos clandestinos, o que pode resultar na morte da mulher. Assim ao menos dá-se a hipótese de se fazer com segurança.

Pessoalmente até sou um pouco pró-aborto ( mas admito, encontro-me dividido ) mas é com toda a certeza que lhe digo isto: esse é um argumento descabido de qualquer sentido. Não é por se praticar um acto que este se legaliza.
Violações também existem. Então o melhor é legalizar as violações. O consumo de drogas pesadas existe. Sendo assim vamos legalizar a cocaína, heroína e tantas outras de modo a melhorar a vida dos toxicodependentes... etc etc...

Existe um sem número de argumentos bastante coerentes a favor da despenalização voluntária da gravidez... por favor não apresente aquele que é o mais idiota de todos.

Um abraço,



Ricardo eu sou a favor da liberização dos consumos de drogas(incluindo duras) porque:
1° seria melhor para controlar o trafico e doentes
2° para os consumidores seria possivél controlar, o que eles fazem
3° acabava-se com esses centros de toxicodependencia illegais que sabemos bém todos que existem.

Eu falo assim porque não somos todos iguais, e existe sabemos pessoas mais fracas, e devemos de as ajudar, e não as excluir.

E sobre o alcoolismo cronico ? o que pensar?
o alcool também destroi as pessoas! verdade?
 

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Ricardo Nunes

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« Responder #12 em: Março 01, 2005, 07:59:31 pm »
Miguel, o importante aqui é a validade do argumento. Eu dei exemplos. Poderia ter dado outros.

Não me parece correcto legalizar algo apenas porque acontece. Tem de haver razões morais e práticas para que uma actividade ( qualquer que ela seja ) passe a ser livre numa sociedade de direito.
Ricardo Nunes
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Paisano

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« Responder #13 em: Março 02, 2005, 01:23:32 am »
Citação de: "J.Ricardo"
Sou totalmente contra a legalização do aborto, a gravidez indesejada no dias de hoje é fruto da incopetência dos praticantes, é impenssável que por culpa de um "idiota" que esqueceu de usar camisinha ou uma "tonta" que esquece de tomar a pilula, seja tirada uma vida inocente!
E não adianta falar que falta educação sexual, nos meios de comunicação o que mais se fala é do uso da camisinha, não só contra gravidez indesejada, mas também para prevenção de doenças venéreas. Só fica grávida, nos dias de hoje, quem quer!!!
Na minha opinião, cada um deve ser responsável pelos seus atos e deve aguentar as consequências, se ficou grávida, dançou, se não quiser, que "entregue" o filho p/ adoção, mas nunca matar!!!


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