Missão militar portuguesa no Afeganistão

  • 1824 Respostas
  • 509026 Visualizações
*

mafets

  • Investigador
  • *****
  • 8606
  • Recebeu: 3217 vez(es)
  • Enviou: 996 vez(es)
  • +4059/-6467
Re: Missão militar portuguesa no Afeganistão
« Responder #1740 em: Março 27, 2018, 11:27:38 am »
Os EUA não "doavam" - sem pagarem o custo de transporte - este tipo de veículos aos aliados há algum tempo atrás sem grande esforço...?

Já agora 2 questões: partindo do principio que desde que o "ocidente" descobrir necessitar de MRAP's já houve evolução nos modelos, em que geração estes se enquadram? E este tipo de equipamento tem lugar contra força "convencionais"? É o ideal para usar em cenários tipo República Centro Africana ou era melhor, por exemplo, os URO VAMTAC S3 com extras seriam mais indicados?


Penso que sem sombra de duvida que são muitos mais adequados do que qualquer versão dos Vamtac Uro mesmo sem contar com engenhos improvisados, o nível de protecção balística é superior. Só trouxe a questão da doação á baila porque já aconteceu em alguns países e penso que para portugal seria mais que necessário veículos deste tipo visto Hummers ou os Vamtac Uro serem completamente desadequados e até já termos perdido pessoal devido á fraca protecção dos mesmos.

 :P

O problema principal das versões com o upgrade como o português não está na protecção desadequada mas sim na falta de um casco em V e num chassi mais alto (portanto um problema de desenho do veículo original o qual não foi feito para o front). Grande parte do ferimentos resultam da projecção dos passageiros dentro do veículos aquando da explosão de minas ou engenhos improvisados, já que os protegidos dificilmente vêm o anterior atingido mas a projecção literalmente desfaz o resto do veículo.

https://taskandpurpose.com/humvee-failed-battlefield-sparked-culture-war-back-home/
Citar
Meanwhile, in Afghanistan and Iraq, the Humvee was taking a beating of its own — becoming a symbol of the brash decision-making that led the United States to rush into a war some thought it was unprepared to fight. Despite its imposing snarl, the Humvee was always meant for use far from the front lines, but as the military found itself fighting in urban settings such as Baghdad and Fallujah, it was increasingly pressed into action on the battlefield.

That was problem for the men and women inside who suffered the devastating consequences of running combat patrols in vehicles not equipped to take fire. Troops wound up working independently to make their Humvees safer. As Army Spc. Thomas Wilson told then-Defense Secretary Donald Rumsfeld in 2004, he had “to dig through local landfills for pieces of scrap metal and compromised ballistic glass.”At a press conference in Kuwait, Wilson famously asked Rumsfeld why stronger armor wasn’t “readily available.” To which Rumsfeld offered up a now-infamous reply: “You go to war with the Army you have.”

At the beginning of 2005, the Army responded to complaints like Wilson’s with an armoring spree. But the attempt to make Humvees safer with add-on armor kits wound up taxing their suspensions and slowing them down.

“The armour had all sorts of problems. You had armored doors that weighed hundreds of pounds and they were hard to open…it was like doing a one arm sideways bench press,” Paul Scharre, a former infantryman who deployed to Afghanistan in 2002, told Army-Technology.com. “The additional armour to the turret — because the turret was originally unarmoured — would make the vehicles really top heavy which decreased the roll angle considerably…it was much easier to flip.”

The bigger problem with reinforced armor though was that it did little to reduce the damage inflicted by an improvised explosive device. A favored weapon of insurgents in Iraq, IEDs turned Humvees into scrap metal, and by 2007, the Pentagon had settled on a solution: the Mine Resistant Ambush Protected vehicle, or MRAP. In May of that year, then-Defense Sec. Robert Gates called the MRAP “the highest priority Department of Defense acquisition.” Later in the month, Congress authorized $4 billion to build the exceedingly heavy, armored steel trucks whose v-shaped hulls and high ground clearance made them better able to deflect blasts.

Troops in Iraq began training on MRAPs in November, as their need was becoming ever more apparent, with IEDs accounting for 69% of all casualties in Iraq and Afghanistan, or 19,248 in total. By May 2008, with around 3,000 MRAPs on the roads in Iraq, they were proving far more effective than the Humvee. Despite a surge in roadside IEDs, deaths in the attacks were down.

A Humvee from the 630th MP Company destroyed by an IED while responding to an attack on a Bradley fighting vehicle that killed five U.S. soldiers and an Iraqi interpreter in eastern Baghdad, June 21, 2007, in Baghdad, Iraq.



Saudações
"Nunca, no campo dos conflitos humanos, tantos deveram tanto a tão poucos." W.Churchil

http://mimilitary.blogspot.pt/
 

*

LM

  • Investigador
  • *****
  • 2454
  • Recebeu: 891 vez(es)
  • Enviou: 3090 vez(es)
  • +532/-73
Re: Missão militar portuguesa no Afeganistão
« Responder #1741 em: Março 27, 2018, 12:35:58 pm »
E os "URO VAMTAC S3", evoluções dos Hummers ("problema de desenho do veículo original o qual não foi feito para o front") continuam com essas falhas?

Porque temos o concurso por nós lançado para 4x4 e julgo que não será para trabalho de retaguarda... desconfio no entanto que os MRAP's em conflitos mais convencionais não sejam substitutos de APC(W) tipo PANDUR II...
Quidquid latine dictum sit, altum videtur
 

*

Cabeça de Martelo

  • Investigador
  • *****
  • 20052
  • Recebeu: 2925 vez(es)
  • Enviou: 2199 vez(es)
  • +1225/-3447
Re: Missão militar portuguesa no Afeganistão
« Responder #1742 em: Março 27, 2018, 02:22:14 pm »
E os "URO VAMTAC S3", evoluções dos Hummers ("problema de desenho do veículo original o qual não foi feito para o front") continuam com essas falhas?

Porque temos o concurso por nós lançado para 4x4 e julgo que não será para trabalho de retaguarda... desconfio no entanto que os MRAP's em conflitos mais convencionais não sejam substitutos de APC(W) tipo PANDUR II...

A versão em concurso não é essa, mas sim os Urovesa VAMTAC ST5.


https://boinas-verdes.blogspot.com/2015/07/uro-vamtac-st5.html
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

*

Stalker79

  • Investigador
  • *****
  • 1983
  • Recebeu: 499 vez(es)
  • Enviou: 2478 vez(es)
  • +168/-22
Re: Missão militar portuguesa no Afeganistão
« Responder #1743 em: Março 27, 2018, 04:51:18 pm »
Ok, mas mesmo o URO Vamtac ST5 é apenas uma evolução do S3. Não é comparável nem pode de maneira nenhuma oferecer o nível de protecção de um MRAP estilo o DASH.
Penso que não seria nada do outro mundo ter, nem que fosse 15 ou 20 unidades deste tipo de blindado no nosso exercito para que pudessem ser destacados para cenários de maior intensidade onde as Pandur não podem ir.  (visto que alguém se esqueceu de comprar os "extras")



 :NU:
 

*

Cabeça de Martelo

  • Investigador
  • *****
  • 20052
  • Recebeu: 2925 vez(es)
  • Enviou: 2199 vez(es)
  • +1225/-3447
Re: Missão militar portuguesa no Afeganistão
« Responder #1744 em: Março 27, 2018, 05:19:09 pm »
Pois, mas eu não faço menor ideia das modificações que a versão ST5 tem em relação à anterior geração e o que isso reflete nas performances da dita viatura. Tu sabes?

Já agora, a última coisa que eu queria era algo estilo o DASH...

Somos pobres, mas um KMW AMPV, ou um Iveco LMV ou mesmo um Oshkosh M-ATV caiam que nem ginjas.
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

*

Stalker79

  • Investigador
  • *****
  • 1983
  • Recebeu: 499 vez(es)
  • Enviou: 2478 vez(es)
  • +168/-22
Re: Missão militar portuguesa no Afeganistão
« Responder #1745 em: Março 27, 2018, 06:10:57 pm »
Pois, mas eu não faço menor ideia das modificações que a versão ST5 tem em relação à anterior geração e o que isso reflete nas performances da dita viatura. Tu sabes?

Já agora, a última coisa que eu queria era algo estilo o DASH...

Somos pobres, mas um KMW AMPV, ou um Iveco LMV ou mesmo um Oshkosh M-ATV caiam que nem ginjas.


Pelo que consigo encontrar, as alterações são ao nível de pormenores tanto na motorização, blindagem e pouco mais. Um "make-over" para tentar corrigir as falhas inerentes a plataforma do HUMMVEE. Mas basicamente é ainda o mesmo chassis e sofre das mesmas deficiências.
Agora quanto aos KMW AMPV, Iveco LMV 2 ou Oshkosh M-ATV, estamos perfeitamente de acordo, mas deveriam ser a viatura do concurso das 160 e não designadas para substituir um APC mais pesado como algo estilo o DASH, COUGAR, CAIMAN ou o RG-33 fazem.

 :G-beer2:
 

*

LM

  • Investigador
  • *****
  • 2454
  • Recebeu: 891 vez(es)
  • Enviou: 3090 vez(es)
  • +532/-73
Re: Missão militar portuguesa no Afeganistão
« Responder #1746 em: Março 27, 2018, 06:35:32 pm »
Julgo que a grande evolução é do "original" I3 (esse mt parecido com o HMMWV) para o S3... do S3 para ST5 a evolução parece muito menor.

https://21stcenturyasianarmsrace.com/2016/10/28/armored-cars-uro-vamtac/
Quidquid latine dictum sit, altum videtur
 

*

perdadetempo

  • Analista
  • ***
  • 611
  • Recebeu: 234 vez(es)
  • Enviou: 457 vez(es)
  • +59/-6
Re: Missão militar portuguesa no Afeganistão
« Responder #1747 em: Março 28, 2018, 12:26:29 am »
Para ajudar na comparação um link dum artigo em que se vê nalgumas fotografias o ST5 e o HUMVEE que veio substituir:

https://21stcenturyasianarmsrace.com/2016/10/28/armored-cars-uro-vamtac/


O HUMVEE é aquilo que se pode chamar um jeep muito grande enquanto que o VANTAC ST3/ST5 ( ou o Iveco LMV) é construído sobre um chassis de pequeno camião bem mais resistente. Abaixo fica o melhor artigo que consegui arranjar sobre o veiculo em inglês:

https://21stcenturyasianarmsrace.com/2016/10/28/armored-cars-uro-vamtac/

ou este nesta revista em castelhano:

http://www.ejercito.mde.es/Galerias/Descarga_pdf/Unidades/Zaragoza/agm/Revista_Armas_y_Cuerpos_125.pdf e sempre sobre a versão S3.

Infelizmente os galegos parece que chumbaram nas cadeiras de marketing e web design e não são capazes de actualizar o seu site com as versões mais recentes daquilo que fabricam para o mercado militar.

Cumprimentos,






 
Os seguintes utilizadores agradeceram esta mensagem: Stalker79

*

Cabeça de Martelo

  • Investigador
  • *****
  • 20052
  • Recebeu: 2925 vez(es)
  • Enviou: 2199 vez(es)
  • +1225/-3447
Re: Missão militar portuguesa no Afeganistão
« Responder #1748 em: Março 28, 2018, 10:56:26 am »
Citar
Protección anti-minas y contra IED, sustentada en los siguientes elementos:

Estructura anti-deformación; chapa inferior con difusor en forma de V y elementos de absorción de la onda expansiva; suelo elevado con manta anti-minas/anti-fragmentación; puertas con difusor anti-deformación; cierres de seguridad; asientos separados del suelo, con reposacabezas especiales, apoya-piés y cinturones de seguridad con 4 ó 5 puntos de sujeción; elementos estructurales unidos mediante juntas especiales y reducción al máximo de juntas por soldaduras; y utilización de chapas plegadas para evitar las soldaduras.

7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

*

raphael

  • Investigador
  • *****
  • 1617
  • Recebeu: 358 vez(es)
  • Enviou: 326 vez(es)
  • +97/-42
Re: Missão militar portuguesa no Afeganistão
« Responder #1749 em: Março 28, 2018, 11:12:00 am »
E na volta o Exército como é seu apanágio vai querer várias variantes do ST5...que na prática algumas terão utilidade reduzida...como neste folheto em anexo:

http://www.fuerzasmilitares.com/Folleto-EUROSATORY-07-06-2016.pdf

gosto especialmente deste excerto... "Ballistic  protection  is  at  level  3,  while  customers  can  choose  mine  protection  between  level  2a  and  2b,  and  the  level  of  protection  against  ieDs 
remains classified.
"
Um abraço
Raphael
__________________
 

*

Cabeça de Martelo

  • Investigador
  • *****
  • 20052
  • Recebeu: 2925 vez(es)
  • Enviou: 2199 vez(es)
  • +1225/-3447
Re: Missão militar portuguesa no Afeganistão
« Responder #1750 em: Março 28, 2018, 12:14:41 pm »
Citar
Ballistic and Anti-Mine Protection

The vehicle's basic structure must allow level 3 ballistic protection to be installed to the crew cabin, including the windows and roof, achieved using additional modules (addons), in accordance with Annex A of STANAG 4569 (Ed. 01), and tested and certified under the conditions of AEP 55, Volume 1 (Ed. 01)

When the add-on modules are removed, the vehicle must guarantee level 1 ballistic protection, in accordance with Annex A of STANAG 4569 (Ed. 01), tested and certified under the conditions of AEP 55, Volume 1 (Ed. 01)

The crew cabin must be provided with complementary internal ballistic protection with a spall-liner type antishrapnel device

Provided with armour, without the installation of additional modules, which guarantees protection against the effects of level 2a anti-tank mines, in accordance with Annex B of STANAG 4569 (Ed. 01), tested and certified under the conditions of AEP 55, Volume 2 (Ed. 01)

Base of the cabin provided with a ballistic floor mat to protect occupants against 2.84 g (FSP) .30 fragments at a speed of 600 m/s, in accordance with STANAG 2920 (Ed. 02) which, in conjunction with the anti-mine protection defined in [62], should protect against 13.39 g (FSP) .50 fragments at a speed of 600 m/s (in accordance with STANAG 4569 (Ed. 01)

Provided with seats for the crew equipped with devices to attenuate the detonation of mines (vertical acceleration force dissipaters) and safety devices aimed at minimising the respective effects

Provided with "glass" elements that, when hit, do not project particles and, in the case of those used by the driver, allow driving after the impact

Doors and hatches provided with combat locks, allowing them to be locked from inside the vehicle

Vehicle hatch provided with gunner ballistic protection (turret), with the following requirements:
(a) Installed to the hatch ring on the roof of the crew cabin
(b) Possibility of removal in air transport or other situations
(c)Minimum height of 0.40 m from the roof, with 360°, with the exception of the sector necessary for operating the weapon
(d)(Level 3 ballistic protection, in accordance with Annex A of STANAG 4569 (Ed. 01), and tested and certified under the conditions of AEP 55, Volume 1 (Ed. 01)

https://eportal.nspa.nato.int/eProcurement/DownloadFile.aspx?id=%2fuploadpublicfolder%2feProcurementRFPAttachments%2fDWI17001__RFP%5cTab+6.0_24042017_DWI17001_VTLB_SOW_FINAL.pdf
« Última modificação: Março 28, 2018, 12:16:39 pm por Cabeça de Martelo »
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

*

Stalker79

  • Investigador
  • *****
  • 1983
  • Recebeu: 499 vez(es)
  • Enviou: 2478 vez(es)
  • +168/-22
Re: Missão militar portuguesa no Afeganistão
« Responder #1751 em: Março 28, 2018, 01:59:49 pm »
Eu também peço desculpa por estar a lançar um pouco de confusão no meio da conversa. Mas no fundo, o que queria dizer simplesmente é que talvez fosse mais adequado e próprio dispor de viaturas pesadas blindadas (como os MRAPS) para alem das blindadas ligeiras como é o caso do concurso que temos a decorrer e que o vencedor mais provável será o URO Vamtac ST5.
Nunca quis implicar a substituição de umas por outras, até porque foi por isso que falei num numero de cerca de 15/20 unidades, não seriam necessárias mais visto serem principalmente para utilizar nas missões no estrangeiro.



(peço desculpa pela qualidade da imagem mas penso que dá para perceber a minha ideia)

 :G-beer2:
 

*

Cabeça de Martelo

  • Investigador
  • *****
  • 20052
  • Recebeu: 2925 vez(es)
  • Enviou: 2199 vez(es)
  • +1225/-3447
Re: Missão militar portuguesa no Afeganistão
« Responder #1752 em: Março 28, 2018, 02:12:29 pm »
Uma questão que agora surgiu-me. A viatura Turca não ultrapassa e muito o peso permitido? Não era 9000kg de peso máximo?
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

*

raphael

  • Investigador
  • *****
  • 1617
  • Recebeu: 358 vez(es)
  • Enviou: 326 vez(es)
  • +97/-42
Re: Missão militar portuguesa no Afeganistão
« Responder #1753 em: Março 28, 2018, 02:21:30 pm »
Eu também peço desculpa por estar a lançar um pouco de confusão no meio da conversa. Mas no fundo, o que queria dizer simplesmente é que talvez fosse mais adequado e próprio dispor de viaturas pesadas blindadas (como os MRAPS) para alem das blindadas ligeiras como é o caso do concurso que temos a decorrer e que o vencedor mais provável será o URO Vamtac ST5.
Nunca quis implicar a substituição de umas por outras, até porque foi por isso que falei num numero de cerca de 15/20 unidades, não seriam necessárias mais visto serem principalmente para utilizar nas missões no estrangeiro.



(peço desculpa pela qualidade da imagem mas penso que dá para perceber a minha ideia)

 :G-beer2:

Se é só para missões no estrangeiro...com toda a logística associada em termos de manutenção e transporte...é preferível a solução atual...recorrer ao empréstimo por parte de um aliado NATO, baixando assim consideravelmente a fatura....quase um renting de curta duração.
Um abraço
Raphael
__________________
 

*

NVF

  • Investigador
  • *****
  • 5327
  • Recebeu: 3962 vez(es)
  • Enviou: 9806 vez(es)
  • +8449/-245
Re: Missão militar portuguesa no Afeganistão
« Responder #1754 em: Março 28, 2018, 03:34:08 pm »
Até ao dia em que precisares deles para uma missão sem apoio dos aliados. Mas para isso é que serve o Uber.
Talent de ne rien faire