Naturalmente.
Mas não me parece que vá fazer _tudo_ o que um C-130 faz. Por exemplo, com motores turbo-fan montados naquela posição há um risco enorme de ingestão de objectos pelo motor o que torna o avião um no-go em certo tipo de operação.
E para acalmar os nossos amigos brasileiros, não quero com isto dizer que o KC-390 seja uma má ideia ou um maus avião. A Embraer não chegou aonde está sendo burra nem a fazer maus aviões.
O C-130 é muito usado, e 90% do tempo, como avião de transporte da pista A para a pista B. Nessa função, o KC-390 será melhor, mais rápido, mais económico, mais barato.
O C-130 e o A-400M pagam caro as exigências do transporte tático.
O C-130 é velho e comum, por isso facilmente pensamos que estamos a falar de aviões simples mas é errado.
Por exemplo, estes aviões exigiram o desenvolvimento de motores muito mais potentes que o normal. Tanto quanto sei, no ocidente _nunca_ se produziram motores turboprop com mais de 2700cv, excepto os motores do C-130 (~4.600cv) e os do A-400M (11.000cv -- yep, onze mil).
Os motores turbo-prop e as asas desenhadas para maximizar a sustentação a baixa velocidade também não são grandes opções para voar depressa e a grandes altitudes, onde o ar é menos denso e a economia de combústivel é melhor.
Para forças aéreas dispostas a abdicar do transporte tático, o KC-390 faz muito sentido. Para forças aéreas maiores que a nossa, substituir (grande) parte dos C-130 por KC-390 também. E para operadores civis, também há mercado: o KC-390 pode transportar cargas que não se podem transportar em aviões de carga derivados de aviões de passageiros nem precisa de aeroportos com equipamento de carga como estes.
Para a FAP que neste momento só opera 6 (seis) aviões... ou abdicamos do transporte tático ou compramos outra coisa qualquer.
Ou então há um milagre e compramos outra coisa qualquer e uns KC-390.