1- esta operação tem como objectivo punir a população e servir de exemplo.
De tal forma que se tentou evitar baixas civis. Não duvido que haja em Israel quem pense assim, agora dizer que é o principal e único objectivo, é mentir com os dentes todos.
A tua argumentação tem por base o whisfull thinking, e teres ouvido falar no roof knocking. Em 3 meses, 65 mil toneladas de bombas, incluindo incendiárias, muitas assinadas e com dedicatórias.
2- não trará mais segurança para a região, nem tão pouco se focou na libertação dos reféns
Parar de atacar também não levará mais segurança à região. Dar o benefício da dúvida já foi feito várias vezes, e o resultado é sempre o mesmo, a doutrinação está entranhada. Não é à toa que vês putos de 15 anos a atirar pedras contra a polícia israelita, e usando ambulâncias como escudo. Além de teres ambulâncias prontinhas para intervir num espaço de 20 segundos, algo impossível até nos países de primeiro mundo.
O facto de haver reféns por si só, complica ainda mais esta "santificação palestina". Até porque vimos pessoal médico em Gaza a compactuar com a tomada de reféns para dentro de hospitais. Até pessoal da UNRWA vimos com ligações aos terroristas... mas isso é outra conversa.
Queres segurança na região? Começa com a ONU, que já há muitos anos devia ter tomado medidas para uma "desmilitarização" de Gaza e para o seu policiamento. Mas isso dá muito trabalho, é mais fácil atirar a responsabilidade para Israel, que depois é criticado se policiarem a Faixa, é criticado se fizer uma cerca à volta, e sofria ataques constantes se não tomasse nenhuma das medidas anteriores.
A mesma ONU cujas decisões acerca da Cisjordânia foram todas violadas por Israel, tem as condições e a obrigação de garantir a paz e segurança em Gaza, à revelia deste,
3- os argumentos que usas acerca dos comportamentos (condenáveis) de um lado, aplicam-se também ao outro.
Em nenhum momento condenas a postura palestina no seu todo, a sua doutrinação, a forma como preferem guerra à paz. (Mas depois a guerra chega, e reclamam)
Aliás, o procedimento actual é a desculpabilização dos actos de terrorismo, do extremismo. Arranjar/apresentar soluções é que está quieto.
Da mesma forma que não condeno todo o povo de Israel. Não desculpo o terrorismo palestiniano, estou a apontar o terrorismo israelita.
4- porque é que tens uma faixa de Gaza?
Porque a organização dos dois territórios foi mal feita. Nunca dá bom resultado ter países partidos ao meio, ainda por cima em cenários onde há ou pode haver disputas territoriais ou tensões históricas. Iam a tempo de alterar isto, para uma disposição geográfica que beneficiasse ambos. Mas não, é mais fácil deixar como está, e os conflitos continuarem.
A faixa de Gaza foi onde se refugiaram depois de 1948 os habitantes do centro e sul. Já na altura o Egipto fechou a porta.
5- não consegues perceber porque é que um país criado (bem ou mal nao interessa) em cima de uma população que foi deslocada, e que é o único país com uma religião e cultura diferente no meio de todos os outros, não tem a simpatia dos vizinhos?
Essa é a mesma retórica usada pela extrema direita racista. Trazer emigrantes para um país cuja maioria é de raça/religião/cultura diferente, não costuma ser bem recebido. É o racismo do bem vs o racismo do mal portanto.
No tema em discussão, é uma fantochada achar que os países vizinhos se ralam minimamente com os palestinos. Para muitos deles, os palestinos são um meio para atingir um fim - erradicar os "diferentes" de lá. Se naquele local fosse formado outro país, mas desta feita muçulmano, ninguém piava.
Vemos isto noutras questões: o Irão e forças coordenadas por eles, bombardeiam países vizinhos, e ninguém condena absolutamente nada. A partir do momento em que são os não-muçulmanos a fazer (EUA e RU esta semana), já aparecem comunicados a criticar.
Melhor releres o que escreveste aqui. Não é apenas outra religião, é um país ocidental cravado ali no meio, com o alto patrocínio de outro que invadiu 3 vezes a região em 30 anos. O Irão bombardear os sunitas paquistaneses na fronteira é de realçar, quando os EUA bombardeiam a Síria, o Iraque, o Afeganistão, é tudo normal.
6- achas mais provável uma serie de países mal desenvolvidos orientarem o processo de pacificação que o País mais evoluído e poderoso da região?
Acho que já houve tentativas por parte do dito país evoluído de pacificar as coisas, mas o outro lado nunca quis. "Do rio ao mar" dizem eles. Os outros países da região nem podem ter voto na matéria. Quem teria que ter voto, seria a comunidade internacional, através da ONU, a demonstrar alguma vontade para ter paz na região (que já falei acima). Mas uma organização que demorou uns 2 meses para considerar o Hamas como grupo terrorista, dificilmente terá grande vontade para mudar o status quo.
Achas mal, ninguém quer pacificar a região. A violência mantém os extremistas no poder. O único primeiro ministro que pensou nisso, foi assassinado. Os vizinho árabes não querem saber dos palestinianos para nada.
7- o Hamas foi apoiado por Israel como meio de enfraquecer a AP
E entretanto viraram-se contra Israel. O que deve ser um grande alerta de que dificilmente se consegue confiar em alguém dali (e deve ser esta a razão pela qual nem mesmo outros países da região quiseram pôr mão nos territórios palestinos para organizar a coisa).
8- nos ultimos anos os colonatos continuaram a sua expansão, com centenas de vitimas mortais e milhares de prisioneiros palestinianos.
E não é a realizar ataques terroristas, que isso vai parar de acontecer (pelo contrário, até dá mais força à extrema direita, que de repente conta com algum apoio que não tinha, fruto dos acontecimentos).
Posso usar aquela frase do
causa-efeito aqui?
9- a barreira em torno de gaza deve ser a mais avançada tecnicamente no mundo. Vigiada pelo ar 24h, milhares de câmeras, torres com rws, mais os activos humanos dentro e fora de Gaza.
10- mesmo assim, mesmo com alertas de segurança, após uma semana de feriados religiosos, ocorre um ataque brutal sem precedentes.
11- israel demora horas a reagir dentro do seu proprio território, e de forma tão desorganizada há varias vitimas de fogo amigo.
Da mesma lista de conspirações e teorias de onde vem a teoria de que o Iron Dome falhou porque não conseguiu interceptar a totalidade dos 5000+ foguetes lançados naquele dia, mesmo tendo consideravelmente menos mísseis disponíveis prontos a disparar.
Não baralhes as coisas. Não são teorias, são os factos conhecidos. Se tiveres melhor informação, faz o favor de partilhar. Entretanto podes pensar sobre o que se passou, ou chutar para canto e seguir.
12- começa a campanha de desinformação, ao ponto de as embaixadas em muitos paises ocidentais ( Portugal incluido) reunirem com jornalistas e outros formadores de opinião para propagar informação falsa (a soldo, especula-se). Uma serie de histórias foram entretanto refutadas, os bebés degolados etc..
Desinformação nos conflitos há quase sempre, nem que seja para tentar ter o máximo de apoio externo e interno (se isso das criança degoladas é verdade ou não, não sei, o que sei é o que todos vimos, nas filmagens do ataque de dia 7, onde claramente estavam visíveis as atrocidades cometidas). O que não é normal é:
-"jornalixotas" fazerem propaganda em artigos que querem vender como algo para transmitir "clareza", as constantes filmagens (muitas vezes repetidas) de edifícios destruídos para causar choque na opinião pública, ou o constante uso do número de mortos em Gaza, como sendo tudo civil;
-os média palestinos a fazerem propaganda ao ponto de terem o mesmo gajo a ser filmado em várias "cenas" (numa está quase a morrer, na outra está de plena saúde), o recurso a bebés de brincar, a utilização de imagens antigas, e até de outros conflitos...
-ou aquele palestino idoso, que mediante uma oportunidade de falar com soldados israelitas, "simula falta e pede cartão amarelo"... e passado 5 segundos aparece uma ambulância para o "socorrer".
E a lista será certamente mais extensa.
Ou seja, é normal um estado de direito manipular informação e enganar os seus aliados, do mundo dito democrático e livre. Se for um indivíduo a fazer o mesmo, é condenável porque já é feio mentir.
12- inicia-se a campanha com o Netanyahu a citar passagens da Torah em que "ninguem deve ser poupado, até crianças e gado devem morrer"
Não tivessem atacado dia 7, e não tinham o gajo a fazer tais citações, e não tinham um aumento de força da extrema direita. Causa-efeito.
Em Portugal, não se sofreu nenhum ataque terrorista (felizmente), mas com anos a levar com a extrema esquerda, e com corrupção, também fez com que a extrema direita ganhasse popularidade.
Já tinha dito antes: extremismo leva sempre a extremismo.
A tal
causa-efeito.
13- há 3 meses dizia-se que os bombardeamentos eram indiscriminados e exagerados, agora tens metade das casas arrasados, qual é a dúvida?
Há 3 meses dizia-se que não havia praticamente nada de pé em Gaza. Passado 3 meses há 50% da infraestrutura destruída. Devem ter iniciado a reconstrução entretanto!
Convém relembrar que não estamos a falar de um conflito no meio do deserto, é num ambiente urbano e que ainda por cima envolve grupos que usam até hospitais como base de operações e/ou para se esconder.
Há 3 meses foi quando se iniciou a operação militar, e desde o início que foi abertamente destrutiva. Agora quase todos os hospitais foram demolidos ou inutilizados, prevenindo a sua utilização indevida pelos terroristas. O chamado azar colateral, para as dezenas de milhar de feridos.