Gronelândia: Apetites Laranjas

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papatango

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Re: Gronelândia: Apetites Laranjas
« Responder #45 em: Fevereiro 04, 2025, 10:44:27 am »


A questão de eventuais riquezas minerais nas profundezas da ZEE não tem grande importância par a situação atual, porque o problema não é a sua existência mas sim a inexistência de tecnologia que permita a extração destes minérios em águas profundas.

Mais ou menos que a questão africana.
Os portugueses tinham legalmente o direito a grande parte da costa africana, por terem sido os primeiros a chegar. Isso foi de muito pouca relevância até meados do século XIX.
Até ali, os europeus, nomeadamente os portugueses ficavam na costa e comerciavam com os africanos que se internavam nas matas.

O que mudou em meados do século XIX, foi a explosão dos grandes conglomerados construtores de linhas de caminho de ferro.
Com a Europa em risco de ficar saturada de linhas de caminho de ferro, uma das soluções foi ir para África e penetrar profundamente no sul do continente, porque agora era simples para os europeus fazerem extensas linhas de caminho de ferro.

A tecnologia é que levou a isso, não o conhecimento de que havia riquezas no interior do continente.

Explorações de minérios a muito grande profundidade neste momento são sonhos de ficção cientifica ou então realidades que seriam tão caras, que tornariam a exploração inviável.

Os Açores são importantes por causa da sua posição estratégica, e para defender rotas comerciais.
No entanto, com a atual politica americana que aparenta ser de protecionismo, que rotas comerciais é que os americanos pretenderiam defender ?

Os americanos estão nos Açores desde a II guerra mundial.
Até ali, o Salazar não queria nem ouvir falar de americanos nas ilhas.
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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os_pero

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Re: Gronelândia: Apetites Laranjas
« Responder #46 em: Fevereiro 04, 2025, 04:11:14 pm »
Em Portugal temos uma mentalidade (Não sei se certa ou errada) que dificilmente vamos permitir exploração (e muito provavelmente a sua destruição) do fundo do mar nas nossas ZEE.

Se para explorar lítio/fazer uma ponte sobre rio Tejo/novo Aeroporto de Lisboa/Barragem/central dessalinização/Aterro/... é uma dor de cabeça ambiental e um drama nacional que dificilmente a exploração dos nossos recursos naturais nas nossas ZEE algum dia será possível. (Exemplo dos movimentos contra a exploração de petróleo/gás ao largo do Alentejo)
 

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papatango

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Re: Gronelândia: Apetites Laranjas
« Responder #47 em: Fevereiro 04, 2025, 06:04:33 pm »


Em termos de exploração de recursos, nós explorámos o Volfrâmio durante a II guerra, explorámos praticamente todo o urânio que havia e a preços baratos.

O Litio, ou a sua exploração só fazem sentido se o que conseguirmos em troca for bastante e até ao momento, o que tem havido são propostas para explorar o Litio a preços de mercado.
Ou seja: O pouco Lítio que temos deveria ser mantido como reserva, para ser utilizado apenas em caso de absoluta necessidade dado não haver muito Lítio na Europa.

O que queremos fazer, parece ser explorar o Lítio, para competir com o preço de países que têm reservas cem ou cento e cinquenta vezes maiores que as nossas. Acabará por acontecer o mesmo que com o Urânio da Urgeiriça. Foi minerado a preço de mercado e hoje valeria mais, especialmente por estar na Europa.

Da última vez que me lembro de ver qualquer coisa sobre o assunto, quando Portugal vendia Urânio em bruto, o preço do urânio refinado andava por valores em volta de 20 dólares por kg.
Hoje o preço hoje anda pelos  de 150 dólares e já esteve a quase 300 dólares. (não tenho ideia de quais eram os preços em bruto)

É tudo uma questão de oportunidade.
De qualquer das formas, se debaixo de água as condições para exploração são complicadas, na Gronelândia não são exactamente agradáveis. No entanto existe a tecnologia e as empresas e a maquinaria necessárias para a exploração de minérios mesmo em condições de frio extremo.
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 
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