"...se não atingirem determinado posto em certo tempo, baseado na performance técnica e física são dispensados do serviço? "
Assim é nalguns corpos militares, incluindo naquele onde eu servi mais anos : existe uma seleção natural onde os chefes são escolhidos e por sua vez, escolhem entre os melhores dos seus homens aquele que deve ser promovido.
Em caso de mobilização cada um terá o seu papel a desempenhar, há tarefas de todos os niveis que têm que ser feitas. O problema reside no facto de a maioria dos europeus, sobretudo aqueles que vivem longe das guerras, não estarem preparados para uma imposição desta natureza. Nós fomos formatados desta maneira e agora para mudar ...?
Eu sou optimista e acho que o instinto de sobrevivência, o unico instinto que ainda temos, prevalecerá quando , ou se, a situação o exigir.
Segundo li na Legião os Oficiais são maioritariamente formados na Academia Militar. O sistema que o Fox está a falar é do Norte-Americano/Britânico e não do Francês.
O Paulinho das Feiras teve o queijo e a faca na mão e... fez caca da grossa. A "profissionalização" que ele fez foi de nome, já que o sistema é o pior das várias possibilidades. Só passado 20 anos é que começam a mexer-se para tentar recuperar algo, nomeadamente com uma carreira para Praças no Exército e FAP (pretendem ter 20% dos Praças do Exército e de 30% na Força Aérea no QP) e o RCE (o (duração mínima de 8 anos e máxima de 18 anos).
Por acaso estava mesmo a falar do exemplo da Legião. Inglês não sei o suficiente para falar dele. Do americano, também é por meritocracia.
Em Portugal vai ser gira tentar isso porque os carreiristas querem promoções automáticas da carreira e, basicamente, é como o sistema funciona cá. E isso mata à partida qualquer renovação e meritocracia.
Só um aparte. Das FA com quem tive o privilégio de trabalhar, os Franceses foram, sem duvida os mais competentes, seguidos dos Italianos. Americanos.... eh pah.....
Em França, a Legião é uma exceção quando falamos de promoções, no resto das F.A. francesas é muito parecido com Portugal

As promoções na Legião funcionam assim :
Duas vezes por ano chega à Companhia uma ordem para enviar 2 ou 3 legionários para fazerem o curso de cabos. O Capitão, em conversa com os chefes das diversas seções (pelotões) da Companhia, pede nomes. Da lista de nomes, escolhe os 2 ou 3 que vai enviar para o 4ºR.E. em Castelnaudary.
A mesma coisa quando se trata de enviar cabos (ou cabos-chefe) para o curso de sargentos. O Capitão escolhe o melhor dos seus cabos para enviar para o curso.
Há alguns detalhes neste processo de seleção, por exemplo :
o capitão, depois de escolher o seu homem, pergunta-lhe se ele é volontário para fazer o curso de cabos ou de sargentos. Se o homem não quizer, recusa, não vai e fica tudo bem, é o seu direito escrito no contrato. Eu conheço um só caso de um gajo que foi obrigado a ir ao curso de sargentos, deve ter sido a exceção que confirma a regra

A alguns dos legionários que nunca foram selecionados em " primeira escolha " para fazer o pelotão de cabos, geralmente porque não reuniam as condições requeridas, é-lhes oferecida a possibilidade de fazerem um mini-pelotão de cabos, dura (ou durava) 1 mês. Esta via de acesso ao posto de cabo (chamada Fillière 2), não dá acesso ao curso de sargentos (salvo raras exceções).
Só cabos formados em "Fillière 1" é que, em principio, podem pretender à carreira de sous-officiers (sargentos).
O posto de cabo-chefe na Legião é dado aos cabos mais antigos e competentes, habitualmente ao fim de 3 ou 4 anos no posto de cabo e mais de 5 anso de serviço. Trata-se de cabos sem perspectivas de fazer um dia o curso de sargentos ... ou porque não querem ou porque não podem.