Não acho que devemos ter grande receio de desembarques anfibios russos nos Acores (antes dos Açores ocupam é a Islândia).
Acho que a ameaça russa actual é mais os seus misseis, sendo o jogo deles actual o "se sinto fraqueza avanço, se sinto força paro e aviso que se alguém me atacar uso armas nucleares, assim nunca dão passos atrás".
Como grande plano a NATO/EUA/UE, tem que melhorar o escudo anti-missil, seja também apostando em mísseis hipersónicos, seja armas de energia (laser), ou outra coisa qualquer, a segurança do continente está dependente disto, ou então do regime em Moscovo mudar para um menos agressivo.
Portugal em particular sendo um país maritimo, temos que impedir as plataformas de dispará-los, seja os submarinos, seja algum bombardeiro de longo alcance (menos provável que chegue perto), por isso de volta ao básico, marinha e FAP tem que melhorar a capacidade ASW, marinha também ter capacidade BMD, pois acho que o escudo anti-missil não sei se cobre os arquipélagos.
O exercito visto não termos ameaças próximas continua a fazer o que tem feito, projecção de forças, talvez mais vocacionado para a frente sul, isto é, contribuir para a estabilidade de África, e talvez se necessário forças mecanizadas para a frente leste, os restantes ramos militares também contribuem para a frente sul e leste com os meios que melhor se adequem à missão.
Sim, no máximo forças especiais lançadas de submarinos, mas nada mais que isso. A ameaça aos arquipélagos seria sobretudo de mísseis.
Para o Exército a necessidade de investir era menor, mas ainda existente.É preciso:
-Atingir o efectivo necessário, modernizar o equipamento individual do soldado, reforço dos MANPADS (Stinger), reforço do armamento anti-tanque portátil (Spike SR, Spike ER, Carl Gustaf M4).
-Prosseguir com as melhorias na frota Pandur, além da versão PM, também AT (substituir os lançadores TOW por RWS capaz de lançar Spike, e incluir mais alguns da versão APC com esta RWS+ATGM) e AA (preferência pelo M-SHORAD).
-Adquirir mais ST5, sobretudo nas versões PM, AA e AT (estas duas recorrendo à RWS Protector RS6), e também equipar alguns com o radar Giraffe 1X. Em alternativa à versão AA, comprar Avenger em segunda-mão.*
-Modernizar ou substituir os M-113, e no que respeita às versões AT e AA, tal e qual os Pandur mencionados acima.
-Adquirir 18 Leopard, totalizando 55, modernizar para o padrão A7, preferencialmente com um APS como o Trophy. Adquirir IFVs, CV-90 por exemplo.
-Substituir de vez os V150, seja por Centauro II ou por Jaguar EBRC.
-Substituir os M-114.
-Renovação da frota de viaturas tácticas e logísticas.
-Reforço da capacidade AA (é essencial, e seria partilhada pelos 3 ramos), com sistemas de médio alcance (NASAMS, com os lançadores convencionais e lançadores HML, incluir além dos AMRAAM, também AIM-9X e AMRAAM-ER. Em alternativa algo como o Spyder MR/LR). Também adquirir sistemas de canhões, como o Oerlikon Skyguard, para conferir uma camada extra de defesa anti-míssil em locais estratégicos. Adquirir também radares de longo-alcance, como o Giraffe AMB, para complementar (e substituir em caso de destruição) as estações de radar existentes.
*Convidava a darem uma olhadela a algo chamado "MADIS MK2". É um sistema C-UAS, montado num único veículo, com uma RWS com uma Minigun, radar, sensor EO e sistema EW para interferir com os drones. O MADIS MK-1 e MK-2 poderiam ser a alternativa para sistemas SHORAD em veículos ligeiros.
A Marinha e FAP, receberiam o maior investimento.
Marinha:
-abrir de imediato concurso para novas fragatas, AAW, com capacidade BMD (AH140 ou Meko A300 as possíveis favoritas)
-comprar um AOR, Wave Knight ou Wave Ruler
-negociar o JdW
-encomendar mais 2 submarinos "U-214 Mk2"
-entrar no programa das ASWF, F110, Type 26 ou Constellation, para substituir as BD em 2035
-modernizar o Corpo de Fuzileiros, à imagem das melhorias da BRR (equipamento individual, MANPADS, AT portáteis, ST5 nas mesmas versões). Caso viesse a haver LPD, incluir novos veículos anfíbios
-armar decentemente os NPOs desarmados do batch 2. Radar militar e Marlin WS, quiçá com Mistral incluídos nas Marlin. Construir de uma vez os Batch 3.
-UAVs VTOL, militares, embarcados (Camcopter S100 ou Airbus VSR700)
-lanchas CB-90
-conceptualizar o que virá a substituir os Tejo, de preferência com capacidade de guerra de minas
FAP:
-modernizar os F-16 do PA I (+1 bilugar para totalizar 20) e encomendar 20 F-35, com entregas em meados de 2027/28
-adquirir armamento moderno para os caças (JASSM, JASSM-ER, AIM-120C7/C8/D, AIM-9X Block 2, JSOW, SDB, SDB-2, Harpoon incluindo certificação para os F-16, ou em alternativa JSM ou LRASM, pod Legion)
-2 A330 MRTT
-helicópteros médios (UH-60 ou AW-139)
-substituição dos Alpha Jet (se for turboprop, que substituam também os Epsilon, adquirindo um maior número)
-UAVs (Tekever AR5 e MQ-9B Sea Guardian)
-UCAVs (MQ-20 Avenger ou MQ-9 Reaper, alternativa low cost e também mais limitada em alcance, Bayraktar TB2)
-equacionar seriamente a compra de pelo menos 2 aeronaves AEW, extremamente úteis no controlo do espaço aéreo, e na detecção de mísseis de forma antecipada (C-295 AEW, num programa conjunto com os espanhóis? Em alternativa, uma solução da Embraer, ou E2 Hawkeye usados)
-modernização das frotas Merlin e C-295 (aquisição de mais uns exemplares deste último)
-modernização dos P-3, e eventualmente compra de 4 ou 5 P-8 Poseidon, para entrarem em serviço em meados de 2030.
A lista é longa, mas obviamente que não seria para se resolver em 2 ou 3 anos, mas sim a 12/15 anos.