Soldados do Brasil ajudam em enchentes e incêndios no Haiti

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Guilherme

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Soldados do Brasil ajudam em enchentes e incêndios no Haiti
« em: Junho 24, 2004, 02:25:25 pm »
Diário Catarinense, Florianópolis, 24 de junho de 2004:

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Diplomacia
Brasileiros entram em ação no Haiti
Soldados distribuem alimentos às famílias atingidas pela enchente e ajudam bombeiros
LIZIANE RODRIGUES/ JOINVILLE

A ação brasileira no Haiti já começou, efetivamente, embora os militares ainda estejam montando suas bases no país. O catarinense Nilton Luiz Muller, 31 anos, que integra a Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti, já está distribuindo mantimentos para famílias atingidas pelas enchentes, contou a mulher do militar, Luciana Soares Rodrigues, que fala com o marido por telefone.

Na madrugada de ontem, os militares brasileiros também ajudaram a polícia a manter a ordem enquanto os bombeiros combatiam um incêndio. O fogo atingiu mais de 50 lojas na Rue des Fronts-Forts, uma rua normalmente tranqüila no centro da capital, Porto Príncipe.

Contingente chegará a 1,2 mil homens

No total, participarão da missão de paz 1,2 mil militares brasileiros, a maioria gaúchos. O último grupo embarca hoje de manhã no aeroporto Salgado Filho com destino ao Haiti. O penúltimo partiu ontem, também de Porto Alegre.

Nilton, que serve o Exército em São Leopoldo (RS), comemorou, em contato telefônico feito com a mulher na terça-feira da semana passada, sua primeira refeição propriamente dita no Haiti. O catarinense desembarcou em Porto Príncipe há 24 dias, com o terceiro grupo de militares.

Outros dois militares que servem em Santa Catarina integram a Missão da ONU: o cabo Paulo Sérgio Neves, 37 anos, e o sargento Ricardo Rodrigues, 32 anos, do 62 Batalhão de Infantaria de Joinville. Hoje de madrugada, deve chegar ao Rio de Janeiro em avião das Força Aérea Brasileira (FAB) o corpo do cabo da Marinha Rodrigo Duarte Azevedo, de 25 anos. O cabo sofreu parada cardíaca na terça-feira, às 14h10 (horário do Haiti).




 

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Rui Elias

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« Responder #1 em: Junho 24, 2004, 02:52:35 pm »
Guilherme:

Nessa missão com 1.200 homens no Haiti o Brasil colocará algum navio a servir de apoio ao largo, ou estão entregues a si mesmos?

E a rotação?

É aérea, ou através da Marinha?
 

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Guilherme

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« Responder #2 em: Junho 24, 2004, 03:03:04 pm »
Acredito que estão usando os navios de transporte (empregados para levar os blindados, ambulâncias, contêiners, etc. no estabelecimento da missão) para servir de apoio.

A maior parte das tropas foi transportada ao Haiti em C-130 e KC-137 (Boeing 707) da FAB e acredito que a rotação será aérea também.
 

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J.Ricardo

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« Responder #3 em: Setembro 21, 2004, 12:25:45 am »
Rui, os soldados brasileiros no Haiti, foram levados pela Marinha Brasileira através dos seguintes navios: NDD Ceará (G30) e NDCC Mattoso Maia, estes dois são navios normalmente utilizados pelos fuzileiros navais, apoiando estas naves foram a Fragata Rademaker (F49, ex-RNavy Tipo 22) e Navio-Tanque Almirante Gastão Maia (G23). Não consegui informações se há navios de apoio ao longo da costa, mas mesmo que houvessem, não creio que seriam de muita ajuda, os navios brasileiros (com exceção do NA São Paulo) não tem capacidade para ataques de precisão ao solo, pois são equipamedos apenas com canhões para esse fim, caso aja necessidade de intervenções armadas o exército conta com blidados Urutu, a intervenção no Haiti não deve ser comparada com as intervenções no Timor e no Iraque, no Haiti não há a presença de um estado hostil como no Timor ou tropas terroristas como no Iraque. No Haiti as tropas brasileiras contam com a simpatia dos nativos (devido ao futebol?), tornando mais fácil a missão, esta tem-se caracterizado mais como uma missão de polícia do que uma missão de guerra.
 

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J.Ricardo

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« Responder #4 em: Outubro 27, 2004, 07:06:42 pm »
27/10/2004 - 05h11
Homens trocam tiros com tropas brasileiras no Haiti
da France Presse, em Porto Príncipe (Haiti)

Homens armados ligados ao ex-presidente Jean-Bertrand Aristide tentaram perturbar nesta terça-feira as atividades comerciais em Porto Príncipe, capital do Haiti, e trocaram tiros com soldados brasileiros que integram a força de paz das Nações Unidas no país.
Não há informação de militares brasileiros feridos e nem de haitianos na ação.
O tiroteio envolveu militares brasileiros e aconteceu no bairro de Bel Air, mas também ocorreram confrontos nos bairros de Delmas e Bois Verna.
Na operação em Bel Air, um bairro com forte presença de partidários de Aristide, as tropas brasileiras apoiaram policiais haitianos e revistaram várias casas a procura de armas.
Duas caminhonetes do canal de TV a cabo Tele-Haiti foram atacadas por homens armados, que tentaram incendiar um dos veículos, mas o grupo conseguiu escapar dos agressores.
No centro de Porto Príncipe, homens armados obrigaram os comerciantes de um mercado popular a suspender suas atividades.
Os ativistas do Lavalas, o partido de Aristide, querem impor pela força uma greve geral de três dias convocada pelo grupo.
A população haitiana não aderiu à greve, o que provocou uma série de ações intimidantes por parte de homens armados.
O Brasil lidera a Missão de Estabilização da ONU no Haiti (Minustah), cujos capacetes azuis estão sob o comando do general brasileiro Augusto Heleno Ribeiro.
 

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J.Ricardo

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« Responder #5 em: Novembro 10, 2004, 04:26:46 pm »
Lula critica ação de militares americanos em posse de Alencar

 
ANA PAULA RIBEIRO
da Folha Online, em Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante discurso na cerimônia de posse do vice-presidente José Alencar no Ministério da Defesa, fez uma crítica à forma de atuação das tropas norte americanas em outros países.

"A nossa presença no Haiti é uma demonstração de que o Brasil não perderá uma oportunidade sequer. Eu sei que tem gente que faz críticas, mas a verdade é que se nós não estivéssemos lá, lá estariam os militares americanos fazendo o que jamais os militares brasileiros vão fazer. Porque a orientação é de que nós não iremos cumprir nenhum papel de política. Nós iremos tentar manter a paz até que aquele país possa no próximo ano convocar eleições e ter um presidente, governo legitimamente eleito pelo voto direito."

O governo brasileiro foi contrário à ação armada dos EUA no Iraque. No sábado, o presidente dos EUA, George W. Bush, telefonou para Lula para agradecer a mensagem de felicitação enviada pelo Brasil por conta do resultado da eleição presidencial americana, em que Bush foi reeleito. Na mensagem, Lula expressou sua confiança no estabelecimento de "uma ordem mundial mais justa e democrática".

Lula agradeceu a atuação do embaixador José Viegas, que ocupava o cargo, "pelo seu empenho, dedicação e lealdade com que se portou nesses 22 meses de governo". Disse ainda que Viegas continuará no governo.

Viegas pediu demissão em outubro, após a crise criada pela divulgação, por parte do Exército, de uma nota comentando as imagens publicadas pela imprensa que supostamente seriam do jornalista Vladimir Herzog, morto em 1975 nas dependências do DOI-Codi de São Paulo.

Após a cerimônia, ao ser questionado se iria assumir a embaixada do Brasil em Roma ou Paris, Viegas disse que "quem responde é o Celso Amorim [ministro
das Relações Exteriores]".

Lula explicou que a escolha de Alencar para a pasta é a "demonstração da importância que atribuo à pasta da Defesa e da minha determinação em mantê-la em mãos competentes e seguras."

Civis e militares

O presidente deixou claro que um de seus desejos é o fim da dicotomia entre o servidor civil e militar. "Uma das coisas que eu gostaria que acontecesse quando terminasse meu mandato é que não houvesse mais dicotomia entre o servidor civil e o servidor militar."

Lula disse esperar um "governo mais irmanado do que qualquer outro momento da nossa história entre sociedade civil e os militares brasileiros.

Destacou ainda a atuação de Viegas no cargo, dando a ele os créditos pelo fortalecimento das Forças Armadas, pela retomada do programa espacial e pela participação de militares brasileiros na missão de paz no Haiti e nos mutirões contra à fome e à pobreza no Brasil.
 

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J.Ricardo

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« Responder #6 em: Novembro 18, 2004, 12:42:41 pm »
Parte o 2º Grupo para o Haiti
Rio de Janeiro, 18 Novembro 2004


O Navio de Desembarque de Carros de Combate NDCC G28  "Mattoso Maia" partirá,  dia 18, do Rio de Janeiro com destino ao Haiti transportando parcela dos militares que comporão o segundo contingente brasileiro da Força de Paz que atua pela reconstrução do Haiti.

A ajuda humanitária ao Haiti será composta de cerca de 160 toneladas de alimento, água e itens de vestuário. O navio transportará de cerca de 250 fuzileiros navais da Marinha e militares do Exército, além da maioria do material da Força de Estabilização brasileira que substituirá ou complementará o existente naquele País, incluindo 44 veículos dos mais diferentes tipos, como caminhões UNIMOG e veículos Land Rover, mais veículos blindados Urutu do Exército e 6 containeres carregados de equipamentos e suprimentos.

A viagem durará cerca de 18 dias. Após realizar o desembarque desse material e prestar o apoio à tropa brasileira, o navio regressará ao Brasil, com previsão de chegada em 3 de janeiro, no Rio de Janeiro, trazendo parte do primeiro contingente brasileiro, que, desde junho, se encontra naquele País.
 

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J.Ricardo

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« Responder #7 em: Novembro 24, 2004, 01:37:26 pm »
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Rebeldes haitianos deixam militares argentinos apenas de cueca
da France Presse, em Porto Príncipe

O general brasileiro Augusto Heleno, chefe da Minustah (Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti), informou nesta terça-feira que 11 soldados argentinos foram seqüestrados e roubados no domingo no bairro de Cité Soleil por homens armados.

Os 11 militares, integrantes da Força Aérea Argentina, estavam à paisana e sem armas em uma viagem "recreativa" rumo ao norte de Porto Príncipe, quando foram fechados por um grupo armado que tirou o motorista da direção e levou o veículo para Cité Soleil, à beira do mar.

Após serem agredidos e obrigados a deixar o microônibus apenas de cueca, os soldados foram roubados, disse o general Heleno, acrescentando, porém, que "quase tudo que lhes foi levado foi devolvido depois".

Um pouco mais tarde, patrulhas da Minustah chegaram ao local, recuperaram dois veículos envolvidos no ataque e prenderam seis pessoas, das quais três já foram formalmente identificadas como membros do grupo.

 :roll:
 

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dremanu

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« Responder #8 em: Novembro 25, 2004, 12:04:57 am »
Citação de: "João Ricardo"
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Rebeldes haitianos deixam militares argentinos apenas de cueca
da France Presse, em Porto Príncipe

O general brasileiro Augusto Heleno, chefe da Minustah (Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti), informou nesta terça-feira que 11 soldados argentinos foram seqüestrados e roubados no domingo no bairro de Cité Soleil por homens armados.

Os 11 militares, integrantes da Força Aérea Argentina, estavam à paisana e sem armas em uma viagem "recreativa" rumo ao norte de Porto Príncipe, quando foram fechados por um grupo armado que tirou o motorista da direção e levou o veículo para Cité Soleil, à beira do mar.

Após serem agredidos e obrigados a deixar o microônibus apenas de cueca, os soldados foram roubados, disse o general Heleno, acrescentando, porém, que "quase tudo que lhes foi levado foi devolvido depois".

Um pouco mais tarde, patrulhas da Minustah chegaram ao local, recuperaram dois veículos envolvidos no ataque e prenderam seis pessoas, das quais três já foram formalmente identificadas como membros do grupo.
:lol:  :lol:  :lol:

Acho mas é que foi os Argentinos tesos que venderam tudo aos Haitianos e depois inventaram essa estória que foram roubados. E porra, que raio de soldados são esses que andam por um território hostil sem carregarem armas, andem eles à paisana ou não...
"Esta é a ditosa pátria minha amada."
 

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J.Ricardo

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« Responder #9 em: Agosto 30, 2005, 08:06:32 pm »
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Panorama Haiti  
Defesanet 30 Agosto 2005
UOL Esportes 30 Agosto 2005
   
Missão brasileira no Haiti usa futebol para tentar a paz

Das agências internacionais



Porto Príncipe (Haiti) - Depois de oferecer serviço médico gratuito, projeção de filmes e cortes de cabelo, a missão de paz brasileira no Haiti começa a conquistar a população pobre do bairro de Bel-Air, na capital Porto do Príncipe. A evolução de convivência vem sendo aprimorada justamente com a ajuda de um dos maiores símbolos internacionais do Brasil, o futebol.


Soldado monta guarda à frente de cartaz que promove visita da seleção ao Haiti em 2004No último sábado, oficiais brasileiros das Nações Unidas abandonaram as armas para participar de uma partida amistosa contra um time local do Haiti, em confronto de equipes de apenas cinco jogadores. Foi apenas o primeiro encontro de uma série que se espera que se torne rotineira.

Diante de centenas de barulhentos torcedores, os oficiais brasileiros não conseguiram fazer jus à reputação do país pentacamepão mundial. Visivelmente desconfortáveis com as condições de jogo, que foi disputado na rua, com cones de trânsito demarcando os gols, os soldados da missão de paz foram massacrados.

"É incrível. Esses caras são campeões mundiais e estamos arrasando com eles", vibrava Jean-Marie Pierre, um dos espectadores do improvisado amistoso, que disse ter perdido a conta do placar do jogo quando o marcador apontava 7 a 0 para os haitianos.

Segundo relatos de oficiais brasileiros, desde que os jogos amistosos passaram a ser disputados, nenhum incidente de violência foi registrado na região de Bel-Air.

"Nosso trabalho aqui é tentar melhorar a vida das pessoas. Esportes unem as pessoas e fazem todos felizes", afirmou o capitão Leônidas Carneiro, comandante das tropas brasileiras em Bel-Air.

O Haiti atravessa momento político delicado, que começou com a deposição do presidente Jean-Bertrand Aristide em fevereiro de 2004. Desde então, grupos leais ao ex-mandatário se confrontam nas ruas com facções rebeldes.

Em junho de 2004, a missão de paz da ONU, com 7.600 homens, foi enviada ao Haiti para restaurar a paz no país. Recentemente, as tropas de paz têm intensificado os trabalhos de combate aos grupos armados com raízes políticas, com o objetivo de garantir a segurança para as eleições, marcadas para o próximo outono.

De acordo com o comandante brasileiro na miserável região de Bel-Air, o recente sucesso do trabalho da missão de paz no local se deve à compreensão humana dos soldados, que em sua maioria vêm de zonas pobres do Rio de Janeiro.

"Eles entendem este lugar. Eles sabem como andar nas ruas e se dirigir à população", comenta o capitão Leônidas Carneiro.

Mas nem tudo se resume à missão de paz. Além da paz, o comandante brasileiro em Bel-Air agora quer restaurar a reputação do futebol brasileiro, na tentativa de apagar a primeira impressão deixada ao povo haitiano.

"Vou escalar um time melhor para a próxima partida", promete o oficial da missão de paz brasileira.