Cresce cepticismo sobre futuro da Europa

  • 7 Respostas
  • 3166 Visualizações
*

Marauder

  • Investigador
  • *****
  • 2093
  • +2/-4
Cresce cepticismo sobre futuro da Europa
« em: Fevereiro 22, 2006, 10:27:14 pm »
Citar
EUA: Cresce cepticismo sobre futuro da Europa

A Europa tem um péssimo futuro pela frente, a acreditar num crescente número de analistas norte-americanos que falam em estagnação económica, queda demográfica e numa emergente e instável minoria muçulmana.



Estas análises são apoiadas por uma projecção dos serviços de informações norte-americanos (CIA) que, num recente relatório, indica que a União Europeia poderá «dividir-se» ou «desintegrar-se» até 2020, caso não sejam efectuadas reformas radicais nos seus sistemas económico e de segurança social.
O documento alerta também para o facto de que a população muçulmana da Europa deverá aumentar de cerca de 13 para entre 22 e 37% até ao ano 2024, «provocando tensões».

O relatório refere os fracos níveis de crescimento económico da União Europeia, afirmando que «reformas estruturais continuam a ser a chave para a UE, enquanto um todo, poder sair dos seus parâmetros de fraco crescimento económico».

O comentarista norte-americano Fareed Zakaria escreveu na semana passada no Washington Post que «o declínio económico da Europa» na próxima década será a tendência «com mais consequências» na cena política internacional.

O Produto Interno Bruto per capita da União Europeia é actualmente 25% mais baixo do que nos Estados Unidos e, mais importante do que isso, essa diferença tem vindo a aumentar nos últimos 15 anos, realça o comentarista.

Para Zakaria, as promessas da Cimeira de Lisboa de 2000, de tornar a União Europeia na «economia mas competitiva e dinâmica até ao ano 2010», são hoje «uma anedota».

«Cada vez que algum político tenta fazer pequenos e hesitantes esforços para se introduzirem reformas, greves e protestos paralisam o país», escreveu Zakaria, acrescentando que mesmo no campo da investigação científica a Europa está a atrasar-se.

«No campo das ciências biomédicas, por exemplo, a Europa não está no mapa e poderá ser ultrapassada por países asiáticos mais pobres», precisou.

O comentarista abordou também a questão demográfica para afirmar que dentro de 25 anos o número de europeus em idade activa vai cair em 7% enquanto o número de pessoas com mais de 65 anos de idade vai aumentar 50%.

Sendo o mercado de trabalho para pessoas com mais de 60 anos muito pequeno, uma possibilidade seria aumentar a idade de reforma, mas isso «tem enfrentado uma avalanche de protestos», disse ainda.

A possibilidade de mais imigração para resolver o problema não será apoiada por ninguém, pois «a recente controvérsia dos cartoons realçou de maneira poderosa as dificuldades que a Europa tem com os seus imigrantes», acrescenta Zakaria.

Outro comentarista norte-americano, George Will, lembra que as estatísticas da UE indicam que até ao ano 2010 «as mortes vão exceder os nascimentos na União Europeia».

«Até 2013 a população de Itália vai começar a entrar em declínio; no ano seguinte será a vez da população da Alemanha começar a cair», afirma Will, referindo que mesmo a imigração não conseguirá a partir de 2025 impedir o declínio da fertilidade «de acelerar».

As suas previsões são apoiadas por estudos das Nações Unidas, segundo os quais a população da actual União Europeia deverá cair em cerca de 7,5 milhões de pessoas nos próximos 45 anos enquanto nos Estados Unidos a população deverá crescer 44% entre 2000 e 2050.

Também Niall Ferguson, professor de História Internacional na Universidade de Harvard e investigador no Instituto Hoover, afirma que na história «nunca houve uma redução tão prolongada da população europeia deste a Peste Negra no século XIV».

«Ou os Europeus, que são hoje bebés, vão gastar a sua vida como trabalhadores a pagar níveis de impostos de 75%, ou a reforma e cuidados de saúde «grátis terão pura e simplesmente que ser abolidos», escreve Ferguson.

«Como alternativa (ou a título adicional), os Europeus terão que tolerar mais imigração legal», diz o historiador, acrescentando que essa imigração terá que vir necessariamente de países muçulmanos.

Outros estudos publicados nos Estados Unidos realçam que, desde 1970, 20 milhões de muçulmanos imigraram legalmente para a Europa o que, no dizer do comentarista George Will, «é o total das populações da Irlanda Dinamarca e Bélgica».

Outros comentaristas norte-americanos referem a crescente incapacidade europeia de projectar poder no globo devido aos constantes cortes nos orçamentos da Defesa.

Entre 2001 e 2005 o Reino Unido, França, Itália, Polónia, Espanha e Alemanha reduziram as suas forças militares, enquanto houve um ligeiro aumento nos Estados Unidos.

A percentagem do Produto Interno Bruto gasta na Defesa aumentou de três para 3,7% nos Estados Unidos desde 2001, enquanto caiu nos restantes países da NATO - no total de 2,02 para 1,8% -, de acordo com dados do Pentágono.

Responsáveis do Departamento de Defesa norte-americano citados pela imprensa local mostraram-se alarmados com estas estatísticas, afirmando que os países europeus têm hoje capacidades «reduzidas» em aviões não tripulados, transporte de carga, tecnologia e armas de alta precisão.

Apesar destas análises negativas, o historiador Tony Judt da Universidade de Nova Iorque advertiu para os riscos destas previsões «catastróficas» para a Europa, que diz serem baseadas «na associação de mudanças tecnológicas e globalização com inevitabilidade ou necessidade» e no princípio de que «podemos ver o futuro porque podemos ver as formas da economia actual».

Diário Digital / Lusa

22-02-2006 11:00:00


de:
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?s ... ews=216153
Pois...eles até podem ter razão...mas..se realizarem os mesmos estudos para os EUA...não chegarão a conclusões identicas?

       Eu sinceramente penso que o espanhol será a 2ª lingua oficial dos EUA dentro de 50 anos. Tal como o problema que a CNN e outros canais gostam de falar da integração social ou falta dela nos EUA.....mas estranhamente não vi nenhuma relação entre os Riots de Los Angeles nos anos 70 ou 80 com esta situação em França...ou o cenário social da maioria das vitimas do Katrina. Ora bolas.....vamos então nós fazer estudos para apontar a "destruição" economica e social dos EUA...

     Ei...ao menos não somos odiados por meio mundo (enquanto que o outro meio nos "cheira o rabinho").....quer dizer...a Dinamarca secalhar já pode se juntar a esse grupo..ai ai..

    Orgulho de ser português....europeu...e melhor do que tudo....not-american..(é bom saber que o governo não ouve minhas conversas, não lê os meus mails, não abre as minhas cartas, e não se preocupa se eu digo a palavra bomba nos aeroportos,...e se eu chegar ao aeroporto com uma tunica e um turbante que eu não vou ser "randomly" sempre selecionado para buscas e perguntas num escritório à parte...)

     Cumprimentos
 

*

ferrol

  • Analista
  • ***
  • 710
  • +0/-0
Re: Cresce cepticismo sobre futuro da Europa
« Responder #1 em: Fevereiro 23, 2006, 01:32:36 pm »
Citação de: "Marauder"
   Orgulho de ser português....europeu...e melhor do que tudo....not-american..(é bom saber que o governo não ouve minhas conversas, não lê os meus mails, não abre as minhas cartas, e não se preocupa se eu digo a palavra bomba nos aeroportos,...e se eu chegar ao aeroporto com uma tunica e um turbante que eu não vou ser "randomly" sempre selecionado para buscas e perguntas num escritório à parte...)
¿Seguro?¿Está vostede absolutamente seguro de que, por exemplo, Echelon, non interfire as súas comunicacións, os séus correos, as súas páxinas web?  :!:
Tu régere Imperio fluctus, Hispane memento
"Acuérdate España que tú registe el Imperio de los mares”
 

*

Azraael

  • Perito
  • **
  • 413
  • +0/-0
    • http://www.bgoncalves.com
(sem assunto)
« Responder #2 em: Fevereiro 23, 2006, 01:47:07 pm »
Citação de: "Marauder"
Eu sinceramente penso que o espanhol será a 2ª lingua oficial dos EUA dentro de 50 anos.


Os EUA nao tem lingua oficial... e o espanhol ja e' a segunda lingua mais usada.
 

*

Marauder

  • Investigador
  • *****
  • 2093
  • +2/-4
(sem assunto)
« Responder #3 em: Fevereiro 23, 2006, 02:44:03 pm »
Ferrol, economia não é tudo. Mas se voce está assim tão pasmado com os resultados americanos, que vá para lá viver. Eles também tem os seus problemas economicos, ou voce só gosta de referir os lados positivos?

    AH....e já que voce gosta de falar de dinheiro....exprimente ver o custo de vida lá....mais....vá ver as tuition fees (propinas) que se cobra lá...ou o que acontecerá no futuro se a China continuar com o Renminbi (moeda oficial da china...estranho nome) continuar com peg no dollar americano....para não falar do problema da segurança social que é no fundo o mesmo que o nosso, envelhecimento da população, mas a um ritmo mais baixo..

    Os Estados Unidos não podem dizer que sofrem muito de problemas de integração social visto que a sua sociedade é criada à imagem multi-cultural de um país criado do zero, feito de imigrantes. Ser americano é ter sido imigrante no passado. Logo a cultura americana é muito flexivel, visto que é feita de inumeros individuos de um pouco de todo o mundo. De facto, é apontado como uma das grandes vantagens americanas face ao resto no mundo em economia/negócios....o facto de possuirem um tão grande numero de culturas assimiladas naquele país..


   Azraael, tens razão, os EUA não tem lingua oficial ao nivel federal, mas de facto é o inglés. Portanto realmente o que disse não faz diferença.
http://en.wikipedia.org/wiki/United_States_of_America

   Cumprimentos
 

*

ferrol

  • Analista
  • ***
  • 710
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #4 em: Fevereiro 23, 2006, 05:34:46 pm »
Citação de: "Marauder"
Ferrol, economia não é tudo. Mas se voce está assim tão pasmado com os resultados americanos, que vá para lá viver. Eles também tem os seus problemas economicos, ou voce só gosta de referir os lados positivos?
Son perfectamente consciente dos problemas americanos, como case todos, pero como tamén son consciente de que son o que son gracias a que as súas vantaxes son moito maiores que os séus defectos, pois sempre discutirei a quen me diga que "gracias a Deus non son americano", porque ser americano é o mellor que lle podería pasar ó 80% do planeta.

Só unha persoa farta pode dicir "gracias a Deus non son americano", pero se llo pregunta a millóns de africanos, asiáticos ou americanos, que esmorecen coa fame, coa persecución política ou relixiosa, ese desexo séu soa a autocomplacencia. De EE.UU temos moito que aprender, e nada que despreciar.

Pero, xa lle digo, vostede mesmo...
Tu régere Imperio fluctus, Hispane memento
"Acuérdate España que tú registe el Imperio de los mares”
 

*

Yosy

  • Especialista
  • ****
  • 1079
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #5 em: Fevereiro 23, 2006, 06:48:35 pm »
ferrol á valores um pouco mais elevados do que o dinheiro. Claro que nestes tempos cínicos em que vivemos poucos prestam atenção a isso...

Eu orgulho-me de não ser assim.

Estes estudos feitos pelos americanos em relação à Europa são sempre muito interessantes. Para eles a Europa está sempre à beira do colapso: estava assim quando tinha colónias, quando formou a União Europeia, etc, etc.

Puro chauvinismo. E nós europeus também o temos em relação aos americanos (pensamos sempre que são todos incultos, que não têm conhecimento nenhum do mundos exterior,etc)
 

*

Marauder

  • Investigador
  • *****
  • 2093
  • +2/-4
(sem assunto)
« Responder #6 em: Fevereiro 23, 2006, 06:54:29 pm »
Verdade. Mas eu não falo pelo resto do mundo. Esses mesmos africanos e asiaticos são muitas vezes os mesmos que também querem ser europeus. É claro que em situações ideias ninguem gostaria de ser americano. A não ser por analogia por exemplo Michael Jackson que quis ficar branco.

   A verdade é, se houvesse liberdade religiosa, de expressão, enfim liberdade, e dinheiro e rendimentos (um pouco à imagem do ideal utopico comunista, igualdade para todos), não existiria esse desejo de ser americano....quem é que no seu perfeito juizo pode dizer que quer emigrar para um país, abdicar da sua cultura e país, quando não tem razões aparentes para o fazer (economicas e tudo o resto que já falei)? Muita pouca gente....

    O facto de ser europeu, portugues, e a minha situação economica não ser muito má pode me tornar em tal como diz "farta"....mas quando as razões economias não me convencem, os factores de liberdade são piores, e iria assumir uma vida no país mais odiado do mundo....hum....prazer em ser português...

     Talvez voce pense o contrário, mas pelo menos para mim, pessoa farta , por agora não tenho razões para querer ser americano, e muito menos Espanhol!!!! (sim...pela analogia, os indicadores espanhois são melhores que os portugueses...mas quantos portugueses querem ser de facto espanhois???? NENHUM....desde que saiba reconhecer o que é querer trabalhar num pais estrangeiro e o que é querer assumir uma nacionalidade...espero que não leve a mal....de certeza que voce quer ser tanto portugues quanto eu espanhol..)

   Cumprimentos
 

*

JLRC

  • Investigador
  • *****
  • 2505
  • Recebeu: 1 vez(es)
  • +4/-85
(sem assunto)
« Responder #7 em: Fevereiro 23, 2006, 11:16:10 pm »
Citação de: "Marauder"
 
     Talvez voce pense o contrário, mas pelo menos para mim, pessoa farta , por agora não tenho razões para querer ser americano, e muito menos Espanhol!!!! (sim...pela analogia, os indicadores espanhois são melhores que os portugueses...mas quantos portugueses querem ser de facto espanhois???? NENHUM....desde que saiba reconhecer o que é querer trabalhar num pais estrangeiro e o que é querer assumir uma nacionalidade...espero que não leve a mal....de certeza que voce quer ser tanto portugues quanto eu espanhol..)

   Cumprimentos


Nem eu cruzes canhoto. Antes queria que mos cortassem rentes que ser americano ou cast... perdão espanhol  :twisted: