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Forças Armadas e Sistemas de Armas => Marinha Portuguesa => Tópico iniciado por: Sickness em Agosto 13, 2007, 07:36:17 am

Título: DAE , PELBORD & PELREC
Enviado por: Sickness em Agosto 13, 2007, 07:36:17 am
Bem enquantos estava a navegar na internet encontrei esta reportagem muito interessante acerca destas 3 forças espero que gostem !!

(ps : isto e pdf abre com o adobe )

http://www.revista-vega.com/revistas/material_06/DAE.pdf
Título:
Enviado por: Pstolaas em Agosto 13, 2007, 11:37:19 am
Reportagem mto bem elaborada, sim senhor!
 eu posso me dar ao luxo de dizer que ja treinei com esta força especial, que para mim considero que sejam os melhores em Portugal e da Europa.

Abraços a todos os DAE!!!!!!!!1
Título:
Enviado por: SSK em Agosto 13, 2007, 07:26:22 pm
Queria só deixar uma menção à revista vega, seus jornalistas e editores que sempre que trabalham com a marinha fazem optimos trabalhos. Ao contrário de outras revistas como é o caso da sábado que andaram 5 dias dentro de um submarino para publicarem uma reportagem de um par de páginas e só com babuseiras desinteressantes.
Título:
Enviado por: Lightning em Agosto 13, 2007, 10:44:20 pm
Tenho algumas duvidas nesse artigo.

O Pelotão de Abordagem está na organica do Batalhão Ligeiro de Desembarque? Pensava que estava era no 1º Batalhão de Fuzileiros.

O Pelotão de Reconhecimento é a unidade de reconhecimento do Batalhão Ligeiro de Desembarque quando este opera em terra, a minha duvida aqui é saber se o PelRec também efectua o reconhecimento de praias antes do BLD efectuar o assalto anfíbio, ou esta missão é do DAE?
Título:
Enviado por: SSK em Agosto 13, 2007, 10:57:53 pm
Vou investigar o assunto Special Operation Force Insertion e depois rentarei esclarecê-lo. Mas desde já garanto que o reconhecimento de praias pode também ser feito pelos Mergulhadores do nossos Destacamento de Mergulhadores Sapadores.
Título:
Enviado por: Cabeça de Martelo em Agosto 14, 2007, 11:16:09 am
O Pelotão de Abordagem faz parte do 1º Batalhão de Fuzileiros, como tal não pertence ao BLD.
Título:
Enviado por: Cabeça de Martelo em Agosto 14, 2007, 11:21:08 am
O PelRec é uma unidade do CAF e por isso não tem como missão esse tipo de tarefa (mais apropriado para os MS e para o DAE). Penso eu de que... :?
Título:
Enviado por: Pstolaas em Agosto 14, 2007, 11:59:23 am
sim, é isso mesmo!!!!!!!!
Título:
Enviado por: Sickness em Agosto 14, 2007, 07:38:03 pm
Ja percebemos  :lol:
Título:
Enviado por: ppa em Agosto 29, 2007, 09:21:09 am
Num dos numeros da revista Planeta d'agua saiu um artigo sobre os mergulhadores da armada também muito interessante.
Título:
Enviado por: Cabeça de Martelo em Agosto 29, 2007, 10:17:31 am
Não tenho acesso a esse periódico... :(
Título:
Enviado por: nonameboy em Agosto 29, 2007, 12:54:41 pm
''A nivel nacional o DAE costuma treinar com o GOE (...), com o CEOE (OE's do exercito) (...), e com o PREC's...''

Gostava de assistir a um destes treinos :D
Título:
Enviado por: ppa em Agosto 29, 2007, 02:15:39 pm
Citação de: "Cabeça de Martelo"
Não tenho acesso a esse periódico... :(


A revistac éstá á venda nos centros de mergulho, ou por subscrição no site da planeta d'agua e é enviada pelo correio.
O artigo é escrito pelo Comandante Duarte da Conceição.
Título:
Enviado por: Lightning em Agosto 29, 2007, 02:18:23 pm
Citação de: "nonameboy"
''A nivel nacional o DAE costuma treinar com o GOE (...), com o CEOE (OE's do exercito) (...), e com o PREC's...''

Gostava de assistir a um destes treinos :D


O treino com essas forças não é simultaneo, treina com o GOE combate urbano e anti-terrorismo, treina com os OE coisas a ver com o "mato", treina com os precs a parte do para-quedismo...
Título:
Enviado por: Cabeça de Martelo em Agosto 29, 2007, 02:53:49 pm
Por acaso num artigo da revista Boina Verde descreveu um desses exercicios. Posso garantir-te que não é só a parte Aero-terrestre que é treinada.  :wink:
Título:
Enviado por: Lightning em Agosto 29, 2007, 04:23:08 pm
Pelo desculpa mas eu sou só um curioso, pouco sei realmente dessas unidades :lol: .
Título: Re: DAE , PELBORD & PELREC
Enviado por: HSMW em Setembro 05, 2013, 03:37:08 am
Citação de: "Wemans"
Penso que é um bom documento, que nos pode ensinar mais qualquer coisa sobre este tão desconhecido destacamento.

"Os militares do Destacamento de Acções Especiais (DAE) são chamados quando mais nenhuma força pode intervir

São a versão portuguesa dos Navy Seal, a força de elite que Barack Obama chamou para encerrar o capítulo “Bin Laden”. O treino a que assistimos, tal como todas as acções do Destacamento de Acções Especiais (DAE), está pensado ao pormenor e desenrola-se como se de uma missão real se tratasse. A noção de que se corre risco de vida é permanente, daí que os primeiros momentos da operação aconteçam em poucos segundos – o efeito de surpresa é vital. É uma pequena amostra daquilo que esta força especial é convocada para fazer. A identidade é secundária – são ossos do ofício.

A MISSÃO No “navio-alvo” viajam meia dúzia de piratas dos tempos modernos. Podíamos estar ao largo da Somália, noite cerrada – cenário em que decorreria uma abordagem real do DAE dos Fuzileiros –, mas a simulação faz-se com vista para Lisboa, no Tejo, em plena luz do dia. Numa operação real, a bordo do navio, para além do estrondo das ondas a rebentar contra o casco e o rugido contínuo dos motores, pouco se conseguiria ouvir.

E mesmo aqui, quase sem ondulação, só com um ouvido atento se torna perceptível o som de hélices de um helicóptero. À luz do dia, é visível a sua aproximação, mas de noite passaria completamente despercebido. Desde o momento em que é ouvido pela primeira vez, e até que o helicóptero esteja a sobrevoar o navio, não passam mais de 12 segundos. Depois da aproximação relâmpago, o piloto imita o balancear do navio para conseguir uma posição estável, a uns sete metros de altura. Cá em baixo, duas embarcações semi-rígidas com cinco militares cada, equipados com o fato escuro das operações de abordagem, já se posicionaram de um e do outro lado do alvo, armas apontadas ao interior da embarcação para garantir a protecção de quem se aproxima pelo ar.

Passaram pouco mais de 30 segundos e a aeronave ganhou posição. Do helicóptero é lançada uma corda negra, por onde descem cinco homens para o convés do navio. Logo a seguir sobem os que se aproximaram de lancha. “No momento em que estamos a abordar a embarcação é quando estamos mais vulneráveis. Para quem vem na lancha, o momento em que nos agarramos à embarcação para subir é aquele em que sentimos o pico máximo de tensão”, conta um dos elementos do DAE, com oito anos de experiência na unidade, 11 de operações especiais. “O tipo de missões que aqui se fazem tem uma natureza diferente. Acredito que qualquer militar queira chegar ao topo na carreira, e este, para mim, é o ponto mais alto”.

Com toda a equipa a bordo, a progressão no interior do navio é feita metro a metro, ao ritmo a que vão sendo “anulados” os “objectivos” que aqui se encontrem, e até que esteja garantida a segurança de cada recanto, uma tarefa que pode prolongar-se por horas. “Num navio de grandes dimensões, com três ou mais andares e a carregar todo o peso do equipamento, é uma acção que se torna desgastante”, admite um dos elementos de topo do DAE. Quinze militares a bordo, a concentração é total, a margem de tolerância para erros, mínima. 15 minutos e o navio está tomado. Seis piratas foram dominados e houve uma baixa militar registada, com um ferimento de bala na perna.

Esta abordagem é apenas um entre os múltiplos e sempre imprevisíveis cenários em que o grupo opera. Nas acções de combate ao narcotráfico, na costa portuguesa, são uma presença frequente, ainda que em missão paralela e de apoio a investigações da Polícia Judiciária. A inactivação de explosivos, o resgate de altas individualidades ou de meros civis num país em plena convulsão social, ou as missões humanitárias – nestes e em muitos outros cenários, o DAE é chamado a intervir, porque faz o que nenhuma outra força do país consegue fazer.

A ENTRADA “Quem entra tem de treinar bastante para passar na selecção, e quem concorre já está acima da média. Mas quando chega cá dentro, quando encontra o nível de desempenho interno, é nesse momento que vê como é difícil chegar ao nível médio de performance da unidade. Só aí nos apercebemos do valor” do grupo, confessa o comandante da unidade, há alguns meses à frente do grupo.

A base de recrutamento de novos elementos é – regra de ouro – o grupo de homens que integram o corpo de fuzileiros, uma força só por si considerada a elite da Marinha. A abertura de concurso depende directamente da “gestão da carreira do número de efectivos da unidade”, explica o comandante. “Quando há necessidade de formar mais elementos para o DAE, abre-se o concurso para as operações especiais da Marinha e decorre depois um curso interno”.

Testes médicos, avaliações psicotécnicas e uma prova de aptidão – etapas com passagem obrigatória para os candidatos a integrar a força de elite. Seguem-se dois anos de formação intensiva, durante os quais os militares frequentam, entre outros, os cursos de mergulho de combate e o curso de pára-quedismo militar. Ao mesmo tempo, vão sendo integrados na unidade do DAE. Esta “formação de entrada no DAE”, o primeiro passo na carreira, permite interiorizar duas coisas: uma, a garantia de que um militar desta unidade não vai nunca poder fazer planos para amanhã; e outra, a consciência de que chegou onde muitos poucos conseguiram chegar.

“Para cada curso que abrimos tem havido uma média de 50 candidatos”, refere o comandante do DAE. Desses, apenas 20 - os melhores do grupo - vão ser seleccionados para frequentar o curso. “A taxa global de selecção, desde 1985, é de cerca de 10-15%”, e em cerca de 700 candidatos, menos de 100 alcançaram o objectivo final. O fim do serviço militar obrigatório não teve consequências no número de candidatos, nem levou a que o nível de exigência nos testes de admissão tivesse baixado: “As missões, lá fora, também não foram ficando mais fáceis”, resume o responsável.

Quem entra “tem de demonstrar um equilíbrio entre a capacidade intelectual, ou seja, o desempenho cognitivo, e a capacidade física, porque vai ter sempre um índice físico de base muito elevado”. A unir estes dois elementos surge a capacidade de resistir, a resiliência: “Como qualquer actividade profissional complexa, ela não vai correr sempre de feição. Surgem imprevistos, a incerteza é permanente e vai ser sempre preciso mostrar uma capacidade de adaptação sob stress e cansaço, resolver tarefas em simultâneo. O desempenho de muito elevado nível vai-lhes ser exigido em qualquer momento, e tem de continuar a ser apresentado, mesmo sob todos esses stressores”, explica o comandante do DAE.

O TREINO De duas pequenas colunas, colocadas provisoriamente a um canto e ligadas a um leitor MP3, saem acordes de guitarra eléctrica de um metal que preenche o ambiente e que dá ânimo para mais uma série de elevações de barra. Num espaço em cimento de cerca de 90 metros quadrados, na base dos Fuzileiros, que integra a base naval do Alfeite, em Almada, está montado um circuito de treino. Cinco pneus negros, de várias dimensões – os maiores, de tractor, a pesarem largas dezenas de quilos. A barra de elevações. Uma correia grossa de ferro entrançado com mais de dois metros de comprimento e uma corda para colocar à cintura, arrastada ao longo de uns 10 metros com algum esforço. E também uma barra de ferro com pesos montados.

Os exercícios são feitos individualmente, mas o treino é realizado em equipa. Hoje treinam juntos cinco colegas, com idades entre os 25 e os 35 anos. A passagem de testemunho dos militares mais experientes para os elementos que vão chegando à unidade é valorizada no grupo, tanto para minimizar erros como para reforçar o espírito de equipa. “Há alturas em que não consigo acompanhar os mais novos numa corrida, e nessa altura são eles que me agarram e puxam por mim”, diz um militar com quase duas décadas de DAE, que hoje se dedica à planificação de missões de treino. “Mas é importante quando intervenho e sinto que ouvem aquilo que digo, quando valorizam o que tenho para lhes transmitir”.

Finalizada a série num dos exercícios, passa-se ao ponto seguinte. A vertente de treino físico é complementada com a prática de desportos como o Jiu-Jitsu brasileiro, o boxe, a corrida ou natação. “Desenvolvemos sempre um treino funcional, para que cada exercício possa ter uma aplicação prática no âmbito de missões em que participamos”, explica o comandante. “Estão todos preparados para nadar pelo menos três milhas (quase cinco quilómetros)”. 50 metros de apneia fazem-se sem qualquer problema e não há operacional que faça menos de 20 elevações de braços (o recorde da unidade está nas 67 seguidas). São máquinas de performance físico exemplar e em constante aperfeiçoamento, que dispõem de força explosiva, resistência em velocidade (1000 metros em menos de três minutos) e “endurance” (natação ininterrupta durante quatro horas).

Noutro âmbito treina-se a teoria. Saber inactivar explosivos, planificar a abordagem de uma missão, usar tecnologia de comunicações ou calcular a influência do vento num tiro de longa distância. “De nada me serve um operacional que não saiba usar um computador e um telefone satélite”, diz o comandante. O atirador de longa distância (ou sniper) mais experiente trabalha com as mesmas armas há mais de oito anos. No capítulo de valências técnicas do currículo pessoal poderia constar a capacidade de destruir, por exemplo, o motor de uma embarcação a 1000 metros do objectivo. A 2 km, uma antena radar ou uma viatura são alvo fácil, e sobre um corpo humano, a precisão do disparo teria as mais elevadas probabilidades de sucesso a 600 metros do alvo.

“Não há exercício ou missão em que não sintamos que a nossa segurança física está nas mãos de algum colega de equipa”, refere o comandante. Para que se desenvolva essa confiança é preciso muito treino, com uma repetição exaustiva dos exercícios. E tempo. Os militares do DAE integram a unidade, por norma, depois dos 25 anos. A partir desse momento, a dedicação é absoluta, sem que haja grande margem para fazer planos a longo prazo, porque a incerteza sobre quando vai surgir uma missão é absoluta e permanente.

OS HOMENS “Há alguns anos, estive durante vários meses seguidos a saltar de missão em missão, com intervalos de poucas semanas para regressar ao país”, recorda um dos elementos mais experientes do unidade, actualmente encarregue de funções de planeamento. A isto, somam-se semanas e semanas a fio de treino para, por vezes durante largos meses, responder a uma única missão onde não há margem para erros. “Faz parte da rotina, passamos um ano inteiro a treinar e uma vez por ano talvez ponhamos em prática aquilo que estamos a treinar. Mas habituamo-nos a aceitar essa realidade. É óbvio que gostaríamos de poder fazer mais missões de âmbito internacional, mas é a realidade que temos”, diz um saltador operacional de grande altitude (um tipo de salto feito a partir de aviões acima dos 10 mil pés, a altitudes ditas não fisiológicas).

O modo como se deslocam na base é reflexo daquilo que transportam para a vida pessoal. Discrição, sem referências na farda que envergam que permita distingui-los dos restantes fuzileiros – mais que um traço de personalidade, é uma filosofia que aceitaram respeitar a partir do momento em que integraram o Destacamento de Acções Especiais. “A principal ideia é a de realização profissional. Tenho uma unidade só de líderes que é difícil de comandar, mas que oferece uma realização profissional difícil de encontrar noutro lugar”, assume o comandante."


Por Jornal i
publicado em 22 Set 2012 - 03:00

Aqui fica também o link
http://www.ionline.pt/artigos/portugal/ ... so-musculo (http://www.ionline.pt/artigos/portugal/accoes-especiais-forca-elite-dos-fuzileiros-nao-so-musculo)
Título: Re: DAE , PELBORD & PELREC
Enviado por: White_lynx em Setembro 07, 2013, 05:57:37 pm
Se calhar muita getne não vai concordar comigo. Mas para o mim o facto de ouvirem metal durante os treinos dá me uma muito boa imagem da personalidade destes homens
Título: Re: DAE , PELBORD & PELREC
Enviado por: mikeguima em Fevereiro 07, 2014, 08:53:36 pm
Citação de: "HSMW"
Citação de: "Wemans"
Penso que é um bom documento, que nos pode ensinar mais qualquer coisa sobre este tão desconhecido destacamento.

"Os militares do Destacamento de Acções Especiais (DAE) são chamados quando mais nenhuma força pode intervir

São a versão portuguesa dos Navy Seal, a força de elite que Barack Obama chamou para encerrar o capítulo “Bin Laden”. O treino a que assistimos, tal como todas as acções do Destacamento de Acções Especiais (DAE), está pensado ao pormenor e desenrola-se como se de uma missão real se tratasse. A noção de que se corre risco de vida é permanente, daí que os primeiros momentos da operação aconteçam em poucos segundos – o efeito de surpresa é vital. É uma pequena amostra daquilo que esta força especial é convocada para fazer. A identidade é secundária – são ossos do ofício.

A MISSÃO No “navio-alvo” viajam meia dúzia de piratas dos tempos modernos. Podíamos estar ao largo da Somália, noite cerrada – cenário em que decorreria uma abordagem real do DAE dos Fuzileiros –, mas a simulação faz-se com vista para Lisboa, no Tejo, em plena luz do dia. Numa operação real, a bordo do navio, para além do estrondo das ondas a rebentar contra o casco e o rugido contínuo dos motores, pouco se conseguiria ouvir.

E mesmo aqui, quase sem ondulação, só com um ouvido atento se torna perceptível o som de hélices de um helicóptero. À luz do dia, é visível a sua aproximação, mas de noite passaria completamente despercebido. Desde o momento em que é ouvido pela primeira vez, e até que o helicóptero esteja a sobrevoar o navio, não passam mais de 12 segundos. Depois da aproximação relâmpago, o piloto imita o balancear do navio para conseguir uma posição estável, a uns sete metros de altura. Cá em baixo, duas embarcações semi-rígidas com cinco militares cada, equipados com o fato escuro das operações de abordagem, já se posicionaram de um e do outro lado do alvo, armas apontadas ao interior da embarcação para garantir a protecção de quem se aproxima pelo ar.

Passaram pouco mais de 30 segundos e a aeronave ganhou posição. Do helicóptero é lançada uma corda negra, por onde descem cinco homens para o convés do navio. Logo a seguir sobem os que se aproximaram de lancha. “No momento em que estamos a abordar a embarcação é quando estamos mais vulneráveis. Para quem vem na lancha, o momento em que nos agarramos à embarcação para subir é aquele em que sentimos o pico máximo de tensão”, conta um dos elementos do DAE, com oito anos de experiência na unidade, 11 de operações especiais. “O tipo de missões que aqui se fazem tem uma natureza diferente. Acredito que qualquer militar queira chegar ao topo na carreira, e este, para mim, é o ponto mais alto”.

Com toda a equipa a bordo, a progressão no interior do navio é feita metro a metro, ao ritmo a que vão sendo “anulados” os “objectivos” que aqui se encontrem, e até que esteja garantida a segurança de cada recanto, uma tarefa que pode prolongar-se por horas. “Num navio de grandes dimensões, com três ou mais andares e a carregar todo o peso do equipamento, é uma acção que se torna desgastante”, admite um dos elementos de topo do DAE. Quinze militares a bordo, a concentração é total, a margem de tolerância para erros, mínima. 15 minutos e o navio está tomado. Seis piratas foram dominados e houve uma baixa militar registada, com um ferimento de bala na perna.

Esta abordagem é apenas um entre os múltiplos e sempre imprevisíveis cenários em que o grupo opera. Nas acções de combate ao narcotráfico, na costa portuguesa, são uma presença frequente, ainda que em missão paralela e de apoio a investigações da Polícia Judiciária. A inactivação de explosivos, o resgate de altas individualidades ou de meros civis num país em plena convulsão social, ou as missões humanitárias – nestes e em muitos outros cenários, o DAE é chamado a intervir, porque faz o que nenhuma outra força do país consegue fazer.

A ENTRADA “Quem entra tem de treinar bastante para passar na selecção, e quem concorre já está acima da média. Mas quando chega cá dentro, quando encontra o nível de desempenho interno, é nesse momento que vê como é difícil chegar ao nível médio de performance da unidade. Só aí nos apercebemos do valor” do grupo, confessa o comandante da unidade, há alguns meses à frente do grupo.

A base de recrutamento de novos elementos é – regra de ouro – o grupo de homens que integram o corpo de fuzileiros, uma força só por si considerada a elite da Marinha. A abertura de concurso depende directamente da “gestão da carreira do número de efectivos da unidade”, explica o comandante. “Quando há necessidade de formar mais elementos para o DAE, abre-se o concurso para as operações especiais da Marinha e decorre depois um curso interno”.

Testes médicos, avaliações psicotécnicas e uma prova de aptidão – etapas com passagem obrigatória para os candidatos a integrar a força de elite. Seguem-se dois anos de formação intensiva, durante os quais os militares frequentam, entre outros, os cursos de mergulho de combate e o curso de pára-quedismo militar. Ao mesmo tempo, vão sendo integrados na unidade do DAE. Esta “formação de entrada no DAE”, o primeiro passo na carreira, permite interiorizar duas coisas: uma, a garantia de que um militar desta unidade não vai nunca poder fazer planos para amanhã; e outra, a consciência de que chegou onde muitos poucos conseguiram chegar.

“Para cada curso que abrimos tem havido uma média de 50 candidatos”, refere o comandante do DAE. Desses, apenas 20 - os melhores do grupo - vão ser seleccionados para frequentar o curso. “A taxa global de selecção, desde 1985, é de cerca de 10-15%”, e em cerca de 700 candidatos, menos de 100 alcançaram o objectivo final. O fim do serviço militar obrigatório não teve consequências no número de candidatos, nem levou a que o nível de exigência nos testes de admissão tivesse baixado: “As missões, lá fora, também não foram ficando mais fáceis”, resume o responsável.

Quem entra “tem de demonstrar um equilíbrio entre a capacidade intelectual, ou seja, o desempenho cognitivo, e a capacidade física, porque vai ter sempre um índice físico de base muito elevado”. A unir estes dois elementos surge a capacidade de resistir, a resiliência: “Como qualquer actividade profissional complexa, ela não vai correr sempre de feição. Surgem imprevistos, a incerteza é permanente e vai ser sempre preciso mostrar uma capacidade de adaptação sob stress e cansaço, resolver tarefas em simultâneo. O desempenho de muito elevado nível vai-lhes ser exigido em qualquer momento, e tem de continuar a ser apresentado, mesmo sob todos esses stressores”, explica o comandante do DAE.

O TREINO De duas pequenas colunas, colocadas provisoriamente a um canto e ligadas a um leitor MP3, saem acordes de guitarra eléctrica de um metal que preenche o ambiente e que dá ânimo para mais uma série de elevações de barra. Num espaço em cimento de cerca de 90 metros quadrados, na base dos Fuzileiros, que integra a base naval do Alfeite, em Almada, está montado um circuito de treino. Cinco pneus negros, de várias dimensões – os maiores, de tractor, a pesarem largas dezenas de quilos. A barra de elevações. Uma correia grossa de ferro entrançado com mais de dois metros de comprimento e uma corda para colocar à cintura, arrastada ao longo de uns 10 metros com algum esforço. E também uma barra de ferro com pesos montados.

Os exercícios são feitos individualmente, mas o treino é realizado em equipa. Hoje treinam juntos cinco colegas, com idades entre os 25 e os 35 anos. A passagem de testemunho dos militares mais experientes para os elementos que vão chegando à unidade é valorizada no grupo, tanto para minimizar erros como para reforçar o espírito de equipa. “Há alturas em que não consigo acompanhar os mais novos numa corrida, e nessa altura são eles que me agarram e puxam por mim”, diz um militar com quase duas décadas de DAE, que hoje se dedica à planificação de missões de treino. “Mas é importante quando intervenho e sinto que ouvem aquilo que digo, quando valorizam o que tenho para lhes transmitir”.

Finalizada a série num dos exercícios, passa-se ao ponto seguinte. A vertente de treino físico é complementada com a prática de desportos como o Jiu-Jitsu brasileiro, o boxe, a corrida ou natação. “Desenvolvemos sempre um treino funcional, para que cada exercício possa ter uma aplicação prática no âmbito de missões em que participamos”, explica o comandante. “Estão todos preparados para nadar pelo menos três milhas (quase cinco quilómetros)”. 50 metros de apneia fazem-se sem qualquer problema e não há operacional que faça menos de 20 elevações de braços (o recorde da unidade está nas 67 seguidas). São máquinas de performance físico exemplar e em constante aperfeiçoamento, que dispõem de força explosiva, resistência em velocidade (1000 metros em menos de três minutos) e “endurance” (natação ininterrupta durante quatro horas).

Noutro âmbito treina-se a teoria. Saber inactivar explosivos, planificar a abordagem de uma missão, usar tecnologia de comunicações ou calcular a influência do vento num tiro de longa distância. “De nada me serve um operacional que não saiba usar um computador e um telefone satélite”, diz o comandante. O atirador de longa distância (ou sniper) mais experiente trabalha com as mesmas armas há mais de oito anos. No capítulo de valências técnicas do currículo pessoal poderia constar a capacidade de destruir, por exemplo, o motor de uma embarcação a 1000 metros do objectivo. A 2 km, uma antena radar ou uma viatura são alvo fácil, e sobre um corpo humano, a precisão do disparo teria as mais elevadas probabilidades de sucesso a 600 metros do alvo.

“Não há exercício ou missão em que não sintamos que a nossa segurança física está nas mãos de algum colega de equipa”, refere o comandante. Para que se desenvolva essa confiança é preciso muito treino, com uma repetição exaustiva dos exercícios. E tempo. Os militares do DAE integram a unidade, por norma, depois dos 25 anos. A partir desse momento, a dedicação é absoluta, sem que haja grande margem para fazer planos a longo prazo, porque a incerteza sobre quando vai surgir uma missão é absoluta e permanente.

OS HOMENS “Há alguns anos, estive durante vários meses seguidos a saltar de missão em missão, com intervalos de poucas semanas para regressar ao país”, recorda um dos elementos mais experientes do unidade, actualmente encarregue de funções de planeamento. A isto, somam-se semanas e semanas a fio de treino para, por vezes durante largos meses, responder a uma única missão onde não há margem para erros. “Faz parte da rotina, passamos um ano inteiro a treinar e uma vez por ano talvez ponhamos em prática aquilo que estamos a treinar. Mas habituamo-nos a aceitar essa realidade. É óbvio que gostaríamos de poder fazer mais missões de âmbito internacional, mas é a realidade que temos”, diz um saltador operacional de grande altitude (um tipo de salto feito a partir de aviões acima dos 10 mil pés, a altitudes ditas não fisiológicas).

O modo como se deslocam na base é reflexo daquilo que transportam para a vida pessoal. Discrição, sem referências na farda que envergam que permita distingui-los dos restantes fuzileiros – mais que um traço de personalidade, é uma filosofia que aceitaram respeitar a partir do momento em que integraram o Destacamento de Acções Especiais. “A principal ideia é a de realização profissional. Tenho uma unidade só de líderes que é difícil de comandar, mas que oferece uma realização profissional difícil de encontrar noutro lugar”, assume o comandante."


Por Jornal i
publicado em 22 Set 2012 - 03:00

Aqui fica também o link
http://www.ionline.pt/artigos/portugal/ ... so-musculo (http://www.ionline.pt/artigos/portugal/accoes-especiais-forca-elite-dos-fuzileiros-nao-so-musculo)
Este artigo está excelente.
Título: Re: DAE , PELBORD & PELREC
Enviado por: Cabeça de Martelo em Maio 15, 2014, 01:48:23 pm
Citar
Uma das séries de treino realizadas foi a inserção por salto de paraquedas abertura automática para o mar, com lançamento de carga. Este tipo de operação permite lançar um Grupo de Combate do DAE com botes de assalto para executar uma infiltração subsequente por meio aquático.

(https://fbcdn-sphotos-g-a.akamaihd.net/hphotos-ak-frc3/t1.0-9/10277913_752722498082269_4991293761588632008_n.jpg)

(https://fbcdn-sphotos-d-a.akamaihd.net/hphotos-ak-prn2/t1.0-9/10375131_752722491415603_7987563273925802497_n.jpg)

(https://scontent-a.xx.fbcdn.net/hphotos-prn2/t1.0-9/10352578_752722534748932_8873314353619196843_n.jpg)

(https://scontent-a.xx.fbcdn.net/hphotos-ash3/t1.0-9/10338729_752722548082264_1657849119879752125_n.jpg)

(https://fbcdn-sphotos-d-a.akamaihd.net/hphotos-ak-prn2/t1.0-9/1896851_752722551415597_5983693363390965405_n.jpg)
Título: Re: DAE , PELBORD & PELREC
Enviado por: nelson38899 em Agosto 15, 2014, 11:14:17 am
Citar
Na pele de um refém: como a elite da Marinha resgata vidas
Pela primeira vez, uma equipa de reportagem assume o papel de refém num exercício do Destacamento de Ações Especiais da Marinha. Um grupo de elite dentro do corpo de Fuzileiro

Numa casa isolada, cercada por searas, milherais e castanheiros, dois jornalistas estão sequestrados por um terrorista. Armado com uma metralhadora, o raptor guarda a porta. De súbito, o canto das aves é interrompido pelo ronco de dois helicópteros Bell 212. Iguais aos da guerra do Vietname. Lá dentro seguem os homens do Destacamento de Ações Especiais (DAE) da Marinha, uma unidade do Corpo de Fuzileiros vocacionada e hipertreinada para as operações especiais. Missão: resgatar os reféns.


Ler mais: http://expresso.sapo.pt/na-pele-de-um-r ... z3ASENkArD (http://expresso.sapo.pt/na-pele-de-um-refem-como-a-elite-da-marinha-resgata-vidas=f885994#ixzz3ASENkArD)
Título: Re: DAE , PELBORD & PELREC
Enviado por: HSMW em Agosto 15, 2014, 11:22:32 am
Outra vez o resgate do refém?!?!  :mrgreen:
Título: Re: DAE , PELBORD & PELREC
Enviado por: Cabeça de Martelo em Agosto 16, 2014, 02:42:20 pm
Então, se até meteram os Comandos a fazerem disso... eu nem sei para que é que existe o GOE!... :lol:
Título: Re: DAE , PELBORD & PELREC
Enviado por: Lightning em Março 04, 2015, 08:02:59 pm
(https://fbcdn-sphotos-b-a.akamaihd.net/hphotos-ak-xpa1/v/t1.0-9/s720x720/11046183_546349532171542_3126573001651542715_n.jpg?oh=d9fcd6aff9389e96b42074a4cb28f448&oe=558C1A1F&__gda__=1435167481_c30fcf90e9d905a5fe8aa8f8efd946ad)
Título: Re: DAE , PELBORD & PELREC
Enviado por: BARCO À VISTA em Abril 02, 2015, 08:43:58 pm
LEITURAS À VISTA - 05: http://barcoavista.blogspot.pt/2015/03/ ... ta-05.html (http://barcoavista.blogspot.pt/2015/03/leituras-vista-05.html)
Título: Re: DAE , PELBORD & PELREC
Enviado por: HSMW em Abril 03, 2015, 01:13:34 pm
Título: Re: DAE , PELBORD & PELREC
Enviado por: Crypter em Abril 03, 2015, 03:24:41 pm
Bem.. vamos esperar que nunca enviem os DAE para onde haja muito calor, senão aquelas G-36...  :mrgreen:  :mrgreen:
Título: Re: DAE , PELBORD & PELREC
Enviado por: ACADO em Abril 08, 2015, 10:08:15 am
Citação de: "Crypter"
Bem.. vamos esperar que nunca enviem os DAE para onde haja muito calor, senão aquelas G-36...  :mrgreen:  :G-bigun:
Título: Re: DAE , PELBORD & PELREC
Enviado por: Lightning em Abril 08, 2015, 04:49:26 pm
Citação de: "Crypter"
Bem.. vamos esperar que nunca enviem os DAE para onde haja muito calor, senão aquelas G-36...  :mrgreen:  :mrgreen: .
Título: Re: DAE , PELBORD & PELREC
Enviado por: Camuflage em Abril 08, 2015, 09:36:18 pm
Outra vez resgate de reféns?  :lol:
Título: Re: DAE , PELBORD & PELREC
Enviado por: BARCO À VISTA em Abril 09, 2015, 11:08:43 am
Citação de: "Lightning"
Citação de: "Crypter"
Bem.. vamos esperar que nunca enviem os DAE para onde haja muito calor, senão aquelas G-36...  :mrgreen:  :mrgreen: .

Não tiveram necessidade, mas acredite que durante as missões de Reconhecimento Especial na EUFOR RD CONGO, foram empregues em diversas zonas do país na recolha de informação sensível em áreas de elevado risco e, de tantas Pistas de Lodo que fazem na Escola de FZ's e o hábito de "esquecer" os maus cheiros, ajudou a suportar os odores pouco higiénicos das forças hostis que quase lhe defecavam e urinavam em cima...
Título: Re: DAE , PELBORD & PELREC
Enviado por: Clausewitz em Abril 10, 2015, 02:58:34 am
Citação de: "Crypter"
Bem.. vamos esperar que nunca enviem os DAE para onde haja muito calor, senão aquelas G-36...  :mrgreen:  :mrgreen:

Antes disso, vamos esperar que "o terrorista" fique sempre impávido e sereno em terreno aberto enquanto os helicópteros se aproximam, aterram e os militares desembarcam. Se for assim, as G-36 não chegam a aquecer.
Título: Re: DAE , PELBORD & PELREC
Enviado por: HSMW em Novembro 23, 2019, 05:12:47 pm
Título: Re: DAE , PELBORD & PELREC
Enviado por: tenente em Novembro 23, 2019, 07:27:13 pm
Excelente desempenho deste 4 man team.


Abraços
Título: Re: DAE , PELBORD & PELREC
Enviado por: LM em Dezembro 04, 2019, 04:38:56 pm
Fuzileiro português conclui curso de seis meses que prepara os Seal americanos (https://www.cmjornal.pt/sociedade/detalhe/fuzileiro-portugues-conclui-curso-de-seis-meses-que-prepara-os-seal-americanos?Ref=DET_Recomendadas_pb)

Marinha destaca que "curso é caracterizado pelo desenvolvimento das capacidades de resistência física e psicológica dos alunos".

Um oficial do Destacamento de Ações Especiais (DAE) da Marinha portuguesa, que pela natureza classificada das suas missões não pode ser identificado, concluiu esta quarta-feira o curso de seis meses que prepara os militares para serem operacionais dos Navy Seals, a força de elite da marinha dos EUA que, entre outras missões, conduziu o ataque que matou Osama Bin Laden, o sanguinário chefe da Al-Qaeda.

O fuzileiro português completou o exigente curso de 24 semanas denominado Basic Underwater Demolition/SEAL (BUD/S). As provas tiveram início a 15 de julho em San Diego, Califórnia.

De acordo com a Marinha, consistiu em quatro fases, para além do período de adaptação para militares internacionais. Essas fases foram orientação, condição física, mergulho de combate e operações terrestres.

"O curso é caracterizado pelo desenvolvimento das capacidades de resistência física e psicológica dos alunos, bem como das competências de liderança e de capacidade de trabalhar em equipa", destaca a Marinha.

O curso em que participou o oficial do DAE (o 338.º BUD/S) teve uma taxa de insucesso de 60%. Começou com 150 candidatos,  tendo apenas 60 chegado ao final. Além do português, participaram mais três estrangeiros, tendo apenas concluído com aproveitamento dois.
Título: Re: DAE , PELBORD & PELREC
Enviado por: PereiraMarques em Dezembro 03, 2020, 02:52:26 am
Citar
------- Despacho do Almirante Chefe do Estado-Maior da Armada, n.º 66/20, de 2 de dezembro:
PRESTAÇÃO DE SERVIÇO NO DESTACAMENTO DE AÇÕES ESPECIAIS (DAE) E ADMISSÃO AO CURSO EM OPERAÇÕES ESPECIAIS DE MARINHA.
O Decreto-Lei n.º 196/85, de 25 de junho, criou o Destacamento de Ações Especiais (DAE), dotando a Marinha de uma unidade com capacidade para executar ações especializadas de natureza militar.
Considerando que o despacho do Almirante Chefe do Estado-Maior da Armada n.º 67/85, de 22 de outubro, que estabelece as condições a observar no processo de seleção e preparação do pessoal destinado a prestar serviço no DAE, carece de revisão.
Atendendo ainda à necessidade de alargar o universo de seleção para prestar serviço no DAE, com o aumento da idade limite do concurso para os 34 anos e alargando aos militares em prestação no regime de contrato.
Assim, ao abrigo da alínea a) do n.º 1 do artigo 17.º da Lei Orgânica de Bases da Organização das Forças Armadas, aprovada pela Lei Orgânica n.º 1-A/2009, de 7 de julho, alterada e republicada pela Lei Orgânica n.º 6/2014, de 1 de setembro, determino o seguinte:
1. O presente despacho regula as condições para a prestação de serviço no Destacamento de Ações Especiais (DAE) e as regras aplicáveis à admissão no Curso em Operações Especiais de Marinha (COEMAR).
2. São condições de prestação serviço no DAE a habilitação com o COEMAR e com o Curso de Aperfeiçoamento em Mergulhador Nadador de Combate.
3. Podem candidatar-se à frequência do COEMAR:
a) Os oficiais subalternos dos quadros permanentes da classe de fuzileiros (FZ) e da classe de serviço técnico, ramo fuzileiros (STFZ);
b) Os primeiros e segundos-sargentos da classe de FZ;
c) As praças da classe de FZ.
4. A candidatura à frequência do COEMAR é formalizada através de requerimento dirigido ao Almirante Chefe do Estado-Maior da Armada.
5. O processo de seleção dos militares candidatos ao COEMAR é efetuado por um júri de seleção, nomeado pelo Superintendente do Pessoal, sob proposta do Comandante do Corpo de Fuzileiros.
6. São admitidos à frequência do COEMAR os militares que reúnam os seguintes requisitos:
a) Ter idade igual ou inferior a 34 anos à data de abertura de concurso;
b) Ter sido considerado apto no exame médico anual e nas provas de aptidão física em vigor;
c) Não possuir avaliações desfavoráveis nos últimos três anos, quando aplicável;
d) Ter sido considerado apto nas Provas de Avaliação Militar Específica (PAME) aprovadas por despacho do Superintendente do Pessoal, sob proposta do Comandante do Corpo de Fuzileiros;
e) Ter avaliação favorável em exame psicológico aprovado por despacho do Superintendente do Pessoal.
7. Os militares habilitados com o COEMAR e com o Curso de Aperfeiçoamento em Mergulhador Nadador de Combate são nomeados para prestação de serviço no DAE pelo Superintendente do Pessoal, sob proposta do Comandante do Corpo de Fuzileiros.
8. Aos militares que prestem serviço no DAE pode ser exigida a obtenção da qualificação em paraquedista militar.
9. Os militares que prestam serviço no DAE devem ser considerados aptos em provas periódicas de aptidão física específicas para operações especiais, aprovadas pelo Superintendente do Pessoal, sob proposta do Comandante do Corpo de Fuzileiros.
10. São revogados o despacho do Almirante Chefe do Estado-Maior da Armada n.º 67/851, de 22 de outubro, o despacho do Almirante Chefe do Estado-Maior da Armada n.º 68/852 , de 22 de outubro, e o despacho do Almirante Chefe do Estado-Maior da
Armada n.º 58/033, de 17 de outubro.
Título: Re: DAE , PELBORD & PELREC
Enviado por: Vitaminar em Fevereiro 02, 2021, 06:59:37 am
Citar
------- Despacho do Almirante Chefe do Estado-Maior da Armada, n.º 66/20, de 2 de dezembro:
PRESTAÇÃO DE SERVIÇO NO DESTACAMENTO DE AÇÕES ESPECIAIS (DAE) E ADMISSÃO AO CURSO EM OPERAÇÕES ESPECIAIS DE MARINHA.
O Decreto-Lei n.º 196/85, de 25 de junho, criou o Destacamento de Ações Especiais (DAE), dotando a Marinha de uma unidade com capacidade para executar ações especializadas de natureza militar.
Considerando que o despacho do Almirante Chefe do Estado-Maior da Armada n.º 67/85, de 22 de outubro, que estabelece as condições a observar no processo de seleção e preparação do pessoal destinado a prestar serviço no DAE, carece de revisão.
Atendendo ainda à necessidade de alargar o universo de seleção para prestar serviço no DAE, com o aumento da idade limite do concurso para os 34 anos e alargando aos militares em prestação no regime de contrato.
Assim, ao abrigo da alínea a) do n.º 1 do artigo 17.º da Lei Orgânica de Bases da Organização das Forças Armadas, aprovada pela Lei Orgânica n.º 1-A/2009, de 7 de julho, alterada e republicada pela Lei Orgânica n.º 6/2014, de 1 de setembro, determino o seguinte:
1. O presente despacho regula as condições para a prestação de serviço no Destacamento de Ações Especiais (DAE) e as regras aplicáveis à admissão no Curso em Operações Especiais de Marinha (COEMAR).
2. São condições de prestação serviço no DAE a habilitação com o COEMAR e com o Curso de Aperfeiçoamento em Mergulhador Nadador de Combate.
3. Podem candidatar-se à frequência do COEMAR:
a) Os oficiais subalternos dos quadros permanentes da classe de fuzileiros (FZ) e da classe de serviço técnico, ramo fuzileiros (STFZ);
b) Os primeiros e segundos-sargentos da classe de FZ;
c) As praças da classe de FZ.
4. A candidatura à frequência do COEMAR é formalizada através de requerimento dirigido ao Almirante Chefe do Estado-Maior da Armada.
5. O processo de seleção dos militares candidatos ao COEMAR é efetuado por um júri de seleção, nomeado pelo Superintendente do Pessoal, sob proposta do Comandante do Corpo de Fuzileiros.
6. São admitidos à frequência do COEMAR os militares que reúnam os seguintes requisitos:
a) Ter idade igual ou inferior a 34 anos à data de abertura de concurso;
b) Ter sido considerado apto no exame médico anual e nas provas de aptidão física em vigor;
c) Não possuir avaliações desfavoráveis nos últimos três anos, quando aplicável;
d) Ter sido considerado apto nas Provas de Avaliação Militar Específica (PAME) aprovadas por despacho do Superintendente do Pessoal, sob proposta do Comandante do Corpo de Fuzileiros;
e) Ter avaliação favorável em exame psicológico aprovado por despacho do Superintendente do Pessoal.
7. Os militares habilitados com o COEMAR e com o Curso de Aperfeiçoamento em Mergulhador Nadador de Combate são nomeados para prestação de serviço no DAE pelo Superintendente do Pessoal, sob proposta do Comandante do Corpo de Fuzileiros.
8. Aos militares que prestem serviço no DAE pode ser exigida a obtenção da qualificação em paraquedista militar.
9. Os militares que prestam serviço no DAE devem ser considerados aptos em provas periódicas de aptidão física específicas para operações especiais, aprovadas pelo Superintendente do Pessoal, sob proposta do Comandante do Corpo de Fuzileiros.
10. São revogados o despacho do Almirante Chefe do Estado-Maior da Armada n.º 67/851, de 22 de outubro, o despacho do Almirante Chefe do Estado-Maior da Armada n.º 68/852 , de 22 de outubro, e o despacho do Almirante Chefe do Estado-Maior da
Armada n.º 58/033, de 17 de outubro.

Quer dizer que qualquer Fuzileiro seja ele QP ou RC, ou dos anos que tenha dentro do CF pode participar no COEMAR desde que abra o concurso?
Título: Re: DAE , PELBORD & PELREC
Enviado por: NVF em Fevereiro 02, 2021, 08:08:54 am
Sim e ter menos de 34 anos também.