Manifesto por um Portugal Livre e Independente

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dremanu

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Manifesto por um Portugal Livre e Independente
« em: Fevereiro 22, 2004, 10:43:40 pm »
Caros participantes deste forum, tenho vindo a participar em vários conversas com amigos onde se discute os problemas com que se debate Portugal hoje em dia. Constáta-se que devido ao mau estar e desalento geral por grande parte da população Portuguêsa, alguns elementos  falam que a solução para a resolução dos mesmos seria disolver Portugal e fazer uma união com Espanha onde se construiria uma "Grande Ibéria".

Isto é uma afronta a todos os patriotas, sendo assim compartilho com vocês um manifesto que serve como uma chamada de atenção, e um despertar para a necessidade de se tomar ação por todos nós. O manifesto foi escrito, por um grupo de cidadãos anónimos e sem quaisquer ligações partidárias ou preocupações ideológicas, não se pretendeu fazer qualquer crítica partidária ao Governo que estava a cessar funções. Recolocá-lo aqui , agora, não representa, igualmente, um ataque sectário ao partido ou coligação que hoje tem nas mãos o futuro do País.


Manifesto por um Portugal Livre e Independente

Declaração de Princípios

Conscientes da grave situação que vive Portugal e dos muitos perigos e ameaças que se colocam hoje à Independência, à Integridade e à Soberania do Estado Português;

Preocupados com o intolerável desinteresse que os responsáveis políticos e administrativos do Estado Português têm revelado pela preservação da Identidade Nacional;

Convencidos da necessidade de se realizar uma profunda reflexão sobre os rumos que Portugal tem ultimamente seguido, muito especialmente em matéria de política externa, de defesa e de segurança;

Convictos da imperiosidade de conjugarmos os esforços e as capacidades dos Órgãos de Soberania e de toda a Comunidade Portuguesa no sentido de se elaborar um vasto Projecto Nacional que possa mobilizar todos os Portugueses para alcançarmos o desenvolvimento económico, social e cultural que almejamos, para recuperarmos e conservarmos os traços essenciais da nossa Personalidade Colectiva, e para preservarmos os fundamentos da nossa Independência e Soberania;

Orientados pelo único interesse de contribuir para o Bem Comum de Portugal, exercendo um direito democrático e um dever cívico de empenhamento na solução dos problemas nacionais;

Totalmente afastados de quaisquer opções político-partidárias, ainda que perfeitamente legítimas no actual quadro jurídico-constitucional democrático que partilhamos;

Completamente descomprometidos com qualquer ideologia política;

E exclusivamente motivados pelo Amor que nutrimos pelo Nosso País;

Decidimos apresentar aos Portugueses e especialmente aos que desempenham ou pretendem vir a desempenhar funções políticas e administrativas o “Manifesto por um Portugal Livre e Independente”.

Manifesto

Portugal vive hoje um dos mais graves momentos da sua História quase milenar. Depois de mais de oito séculos de Independência, arduamente alcançada com os mais denodados esforços e sustentada à custa dos mais pungentes sacrifícios, assistimos nos últimos anos à corrosão dos fundamentos essenciais em que se construiu o Estado Português e à destruição dos principais alicerces em que assentou a Nação Portuguesa.

O País, que nos séculos XV e XVI se lançou na gesta oceânica dos descobrimentos geográficos e investiu todos os seus recursos na heróica empresa da expansão ultramarina, assemelha-se no momento presente a um barco à deriva, desprovido de um comando ousado e competente, dirigido por uma marinhagem descrente nas suas faculdades e mal preparada para a singradura do caminho, navegando desorientadamente ao sabor de inconstantes ventos e correntes, enfim, pronto para um naufrágio colectivo que parece cada vez mais certo e cada vez mais próximo.

Independentemente dos partidos políticos que se têm revezado no poder, governa-se a pensar estritamente no dia de hoje sem se cuidar de acautelar os interesses permanentes do Estado e os objectivos duradouros da Nação. Decide-se no estrito cumprimento das preocupações individuais ou da mera conveniência de alguns grupos, sem olhar aos relevantes desideratos que qualquer espírito avisado consideraria serem os que mais convêm ao bem comum do Povo Português. Actua-se na ignorância das grandes certezas e no desconhecimento daquelas constantes históricas que permitiram a sucessivas gerações de dirigentes conservar o País na lista dos Povos capazes de se governarem a si próprios e manter Portugal entre os Estados que preservam a sua Liberdade e não abdicam da sua Independência.

Desprezaram-se os Desígnios Nacionais que durante tantas centúrias orientaram o escol que teve o privilégio de conduzir os destinos da Nação. Descurou-se o Patriotismo e desleixaram-se os Valores que século após século marcaram as feições morais do Homem Português e que fizeram dele uma referência civilizacional em todas as partidas do Mundo. Destruíram-se os padrões da Portugalidade e, sem perguntar, democraticamente, a toda a comunidade sobre as opções que cada um entendia serem as mais correctas e proveitosas para o Todo Nacional, uma minoria que se julgou iluminada e portadora da vontade geral lançou o País em perigosas aventuras das quais pode não haver retorno.

Portugal está hoje desprovido de um Projecto Nacional e desvairadamente caminha conduzido por interesses que não são os dos Portugueses e que parecem não servir o irrenunciável objectivo da nossa perenidade como Povo e como Nação.
Portugal tem hoje a aparência de uma empresa em processo de falência cujos administradores mantêm uma mera gestão corrente enquanto poderes económicos, políticos e financeiros estrangeiros, sequiosamente aguardam para tomar em suas mãos o pouco que entre eles falta repartir.

A agricultura está em ruínas. As pescas nem uma pálida imagem dão do esplendor que tiveram no passado. Da marinha mercante restam uns quantos barcos que a União Europeia aguarda ocasião para abater. As minas estão quase todas encerradas. Os grandes complexos industriais foram fechados ou repartidos entre estrangeiros. O turismo, quase a única fonte de divisas estrangeiras de que vive Portugal, aguarda que a falta de planeamento urbanístico e a degradação da paisagem lhe dêem um golpe fatal.

Depois de aniquilado quase todo o aparelho produtivo e de alienado a estranhos o nosso sistema financeiro, como verdadeiramente português apenas subsiste um rol interminável de dívidas por pagar e a vergonhosa colecção de prémios internacionais onde ocupamos os primeiros lugares nas avaliações da incompetência, da ignorância e da impreparação, qualidades em que um miserável sistema de ensino tem esmeradamente educado gerações inteiras de gente infeliz e medíocre que em lugar de contribuir futuramente para o progresso e desenvolvimento de Portugal será penhor da sua ruína e retrocesso.

O País não tem Política Externa própria, regendo-se pelas ordens ou directrizes que chegam de Estados estrangeiros. As Forças Armadas foram lentamente estranguladas e estão a ser objecto de um processo de desmantelamento, insidioso e contumaz. Na ordem interna, consciente ou inconscientemente, enfraqueceu-se a autoridade democrática do Estado. E na esfera internacional o País caminhou para a descredibilidade e para a exiguidade da sua influência mundial.

Os conteúdos essenciais da Soberania e da Independência, um a um, foram esvaziados e dissolvidos.

Portugal deixou de ser um Estado Independente e Soberano, em todos os domínios que considerarmos: o económico, o financeiro, o militar e mesmo o cultural.

Restam uns cada vez mais ténues traços da Identidade Nacional, também ela ameaçada por acções e omissões daqueles que os Portugueses têm escolhido para seus representantes e dirigentes.

Assim:

a) Não sendo possível que Portugal prossiga o seu caminho sem a consciência do seu passado e das suas raízes, sem o conhecimento dos seus meios presentes e sem a definição de um quadro global dos seus objectivos futuros, é imperioso que se elabore um verdadeiro Projecto Nacional que, assentando nos grandes valores da Portugalidade e nos traços essenciais do carácter do Homem Português, mobilize toda a Comunidade Nacional em ordem a alcançar um Revigoramento das Energias Colectivas e a operar uma autêntica Restauração da Independência Nacional;

b) Porque ao aniquilamento da Identidade Nacional corresponderá a supressão de Portugal como Estado Soberano e Independente, impõe-se uma acção enérgica e esclarecida para reavivar na consciência dos Portugueses o insubstituível valor da nossa Personalidade Colectiva e do nosso Património Cultural;

c) Para que se acautelem os legítimos direitos do Povo Português e se salvaguarde um futuro em que democrática e livremente possamos assumir as opções e as alternativas que mais nos convêm, afigura-se como evidência apodíctica a necessidade de que, nas nossas relações internacionais, cesse a postura de acanhamento e de submissão às vontade dos outros e que os responsáveis pela diplomacia e pela política externa do Estado Português, em especial no âmbito da União Europeia e das relações luso-espanholas, saibam assumir com determinação e sem abdicações a defesa intransigente dos interesses fundamentais de Portugal;

d) Em obediência ao imperativo da preservação da Independência Nacional, impõe-se compreender a excepcional gravidade do expansionismo castelhano sobre Portugal; pôr definitivamente termo à política de seguidismo face ao Governo central de Madrid; reagir face à pérfida política espanhola de acordos e projectos transfronteiriços; e empreender as políticas adequadas a contrariar o perigoso projecto de castelhanização de toda a Península Ibérica e de Hispanização do Mundo Lusófono que, com grande fulgor e habilidade, a Espanha pôs em marcha;

e) No quadro das normas de Direito Internacional Público e dos imperativos impostos pela Constituição da República Portuguesa, exige-se que as relações internacionais entre Lisboa e Madrid se orientem pelo respeito dos princípios da igualdade soberana e da integridade territorial dos dois Estados, da inviolabilidade das fronteiras, da não ingerência nos assuntos internos, da execução em boa-fé dos compromissos assumidos, do direito dos povos à autodeterminação e da condenação das práticas de opressão, colonialismo e imperialismo;

f) No escrupuloso respeito pelo Artigo 5.º da Constituição da República Portuguesa, reclama-se que os responsáveis pela política externa e de defesa do Estado Português se vinculem ao dever de zelar pela salvaguarda dos direitos de Soberania e da Integridade Territorial de Portugal em todas as circunstâncias e muito especialmente no que se refere a Olivença, às ilhas Selvagens, às águas territoriais portuguesas e à nossa Zona Económica Exclusiva, espaços geográficos sobre os quais pesa tanto a ambição desmedida do Governo de Madrid como o seu desrespeito pelas mais elementares normas de Direito Internacional;

g) Sendo sobejamente manifesto que a opção por uma política externa continentalista e pró-espanhola se tem revelado trágica para o futuro nacional, a manutenção da nossa Independência exige a recuperação decidida da vertente atlântica do nosso posicionamento internacional sem a qual a política externa portuguesa não passa de um mero prolongamento interno do projecto espanhol de, na Península Ibérica, fazer coincidir a geopolítica e a geoestratégia e de eliminar a dualidade de soberanias que traumaticamente sempre considerou ser uma anomalia histórica;

h) Orientados pelos interesses estratégicos permanentes do Estado Português e na fidelidade a uma História ultramarina de quase seis séculos, é exigência indeclinável que os responsáveis pelos destinos do Estado Português aprofundem todas as possibilidades e aproveitem todas as virtualidades da constituição futura de uma verdadeira Comunidade de Estados de Língua Portuguesa que se constitua como uma alternativa lusófona e civilizacional aos processos de integração internacional que se estão a caracterizar pela destruição das identidades nacionais e pelo ultraliberalismo desumanizador e neocolonialista;

i) Assumindo-se a existência de uma dimensão transterritorial da Nação Portuguesa, urge que orientemos a acção externa do Estado Português no sentido da conservação dos laços de cidadania dos emigrantes portugueses espalhados pelo mundo, da preservação da identidade cultural e linguística dos nossos irmãos da Galiza e do reforço dos laços afectivos para com as populações que no passado se cruzaram com Portugal nos diversos continentes e que habitam fora dos países de língua oficial portuguesa;

j) Constituindo a política de defesa e de segurança colectiva um dos mais relevantes instrumentos de conservação da Democracia, da Liberdade e da Soberania de Portugal, impõe-se o reconhecimento da importância das Forças Armadas como um dos esteios fundamentais da defesa da Independência Nacional, dotando-as dos meios materiais e humanos necessários à realização das suas importantes e imprescindíveis missões;

l) De modo a impedir que os interesses nacionais continuem a ser condicionados por desideratos de duvidosa legitimidade e prejudicados por contribuições de inconveniente proveniência, designadamente de Estados estrangeiros que vêm mantendo sobre os governantes portugueses perigosa influência, antes, durante e depois do exercício das suas funções públicas, colocando Portugal na dependência de objectivos e projectos alheios, é totalmente inadiável uma reformulação e clarificação do sistema de financiamento dos partidos políticos;

m) No respeito pelas mais elementares regras do Estado de Direito Democrático e atendendo à enorme relevância futura do projecto de aprofundamento da integração comunitária, não é admissível que o comprometimento de Portugal na constituição de uma Europa federal – que a realizar-se conduzirá ao desaparecimento do nosso País como Estado Independente – se possa realizar à revelia do Povo Português, sem uma consulta informada, consciente e geral da vontade de todos os cidadãos nacionais;

n) Atendendo à ciclópica dimensão do problema, esgotou-se o tempo necessário para que os dirigentes portugueses entendam que a continuidade de Portugal como Estado Livre e Independente é absolutamente incompatível com a persistência de gigantescos défices comerciais e com o agravamento progressivo da dependência alimentar e energética do País face ao estrangeiro, afigurando-se como condição da nossa sobrevivência futura o desenvolvimento de políticas económicas, científicas e educativas que permitam a Portugal recuperar um núcleo essencial de capacidades produtivas próprias;

o) Sendo ostensivamente manifesto que a política de privatizações da última década quase se limitou a uma acção de alienação indiscriminada de activos empresariais a interesses estrangeiros, é imperioso que se reoriente a gestão e a propriedade dos escassos meios de produção que ainda subsistem nas mãos do Estado no sentido da defesa do Interesse Nacional e se ponha fim ao aleivoso entreguismo que desde há alguns anos tem reduzido enormemente a capacidade produtiva de Portugal e levado à saída dos principais centros de decisão da economia para o estrangeiro, nomeadamente para Espanha;

p) Esgotaram-se todos os prazos aceitáveis para que Portugal seja dotado de uma racional política de ordenamento do território, de planeamento urbanístico, de gestão de solos e de preservação patrimonial, sem o que o nosso País ficará irremediavelmente condenado a estar submergido perante gigantescos custos de ineficiência, a desfigurar-se face à mais triste e vil degradação da sua paisagem urbana e natural e a perder alguns dos traços mais característicos da sua personalidade;

q) Tendo atingido níveis intoleráveis a tendência de desertificação natural de algumas regiões portugueses, não é possível esperar nem mais um momento para se pôr em marcha uma vasta política de florestação e de preservação dos recursos aquíferos, combatendo-se com energia e sem cumplicidades os incêndios que anualmente devastam o País e fazendo-se frente à esmagadora eucaliptização do Território Nacional, cujos efeitos nefastos constituem ameaças não negligenciáveis à subsistência de Portugal, muito especialmente atendendo ao agravamento futuro do aquecimento global;

r) É tempo de os dirigentes portugueses compreenderem que o crescente endividamento do Estado Português atingiu níveis insustentáveis, não sendo mais possível que tanto a administração pública como as famílias portuguesas continuem a viver acima das suas reais possibilidades, sendo imperiosa uma consciencialização nacional para os graves riscos de total insolvência para que caminham os Portugueses e Portugal;

s) É irrenunciável o dever de procedermos a uma urgente e decidida reforma do nosso sistema educativo através do qual se possa preservar a Identidade Nacional das novas gerações, dotando-as das faculdades necessárias ao desenvolvimento económico, cultural e moral do País, educando-as no conhecimento dos principais acontecimentos, realizações e figuras da História da sua Pátria e formando-as nos valores universalistas, interculturais e humanistas que constituem elementos matriciais do Carácter Nacional;

Enfim, depois de nove séculos de existência Livre e Independente, hoje gravemente ameaçada, é tempo de reflectir ponderadamente e de agir com circunspecção. Se esperarmos demais poderemos não chegar a tempo de Restaurar Portugal!...

Orientados pelo mais estrito apartidarismo e afastados de quaisquer posições político-ideológicas, mas vinculados ao indeclinável dever de pugnar pela preservação da Identidade Nacional e pela defesa da Independência de Portugal, subscrevemos este Manifesto na esperança de que os Portugueses, sem desânimos e sem sentimentos de inferioridade, adquiram a consciência plena da gravidade da situação nacional, e na expectativa de que os mais directamente responsáveis pelos destinos nacionais fiquem alertados para os perigos e ameaças que insidiosamente espreitam o futuro do nosso País e empreendam as mudanças necessárias à difícil mas imperiosa missão de garantir a continuidade de Portugal como Estado Livre e Independente.

Sintam-se livres para compartilhar este manifesto com quem desejárem, de forma a que outros possam também entender melhor a situação em que nos encontra-mos.
"Esta é a ditosa pátria minha amada."
 

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ferrol

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Esto non é serio ¿verdade?
« Responder #1 em: Março 01, 2004, 12:10:42 pm »
Gustaríame que alguén, aparte do escritor deste "manifesto", me comentara si se pode tomar en serio ou non, porque a mín paréceme que non ten nin pes nin cabeza, excepto no da ecoloxía, co que estou de acordo.

Saúdos desde a Galiza.
Tu régere Imperio fluctus, Hispane memento
"Acuérdate España que tú registe el Imperio de los mares”
 

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Luso

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« Responder #2 em: Março 01, 2004, 10:03:34 pm »
Ferrol,

O que este manifesto afirma não é absurdo, infelizmente.
Os nossos políticos não estão é preocupados com o país que os elegeu mas sim com a sua carteira.
Infelizmente, não acredito que haja ninguém que possa mudar as coisas que esteja interessado neste manifesto (desculpa, Dremanu!). Se estivesse, as coisas por aqui não estariam assim (mas se calhar até há, e será por isso que as coisas ainda nao estão piores!!)

E as novas gerações?
Será que eles se ralam?
E que não parece que os jovens de hoje se ralem nem por eles quanto mais pelos outros.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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dremanu

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« Responder #3 em: Março 02, 2004, 03:43:53 pm »
Amigo Luso, não precisa de se desculpar :-)))...Eu queria lhe dizer que não fui eu que escrevi este manifesto, ele foi escrito por um grupo de cidadãos anónimos. Veio para na minha presença, e tendo em conta que existem vários patriótas presentes neste forum, decidi de o por para que todos o possam ler.

E queria lhe dizer que sejá optimista, as coisas apesar de estarem más não serão impossíveis de solucionar. Tem muitos Portuguêses patriotas que continuam a sentir a pátria, e lembre-se que somos uma democrácia relativamente nova, então temos que atravessar periodos difíceis para que o sistema Portuguêse se renove, e se possa aperfeiçoar.

Temos um monte de parasitas no governo, muitos deles que vêm dos tempos do fascismo, e que tem umas mentalidades contra-produtivas para o país. Eventualmente esta gente vai começar a morrer, outros ficaram doentes, outros vão se reformar, etc. Aí teremos uma nova geração no governo, e, tenha-se esperança, as coisas vão mudar para melhor.

No entanto à que se tomar iniciativas individuais por parte dos interessados como eu, e você, e outros e fazer o que se pode, por mais insignificante que pareça para que o país melhore. E diria mais, organize-se e procure outros que pensam como você para que hajam mais pessoas a terem as suas vozes ouvidas. Assim é a democracia.

Abraço,

Daniel
"Esta é a ditosa pátria minha amada."
 

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komet

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« Responder #4 em: Março 02, 2004, 04:21:28 pm »
Citar
E diria mais, organize-se e procure outros que pensam como você para que hajam mais pessoas a terem as suas vozes ouvidas. Assim é a democracia.


Isso é uma luta, e já deve saber melhor que eu, é impossivel falar-se de patriotismo com o regular cidadão (ignorante?) sem ser chamado de fascista ou até nazi (até me dá vontade de rir...), neste país as pessoas só se podem juntar a cantar o hino e brandir a bandeira quando é para suportar a selecção nacional de outra maneira apareceriam os esquerdistas em pânico na televisão a falar como somos ignorantes e apoiantes duma política morta!
"History is always written by who wins the war..."
 

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Tiger22

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« Responder #5 em: Março 02, 2004, 05:01:59 pm »
Completamente de acordo consigo amigo dremanu.
Este fórum parece-me um optimo ponto de encontro para os "patriotas" deste pais, e olhe que os há e não são poucos, felizmente.

P.S. Que tal escolher um "avatar" de acordo consigo dremanu. Estou curioso para saber qual seria :wink: .

Um grande abraço
"you're either with us, or you're with the terrorists."
 
-George W. Bush-
 

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dremanu

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« Responder #6 em: Março 02, 2004, 07:45:32 pm »
Obrigado Tiger....e atendendo ao seu pedido aí está o meu avatar. Escolhi este porque esse ramo das forças armadas é o meu favorito.

Sou tb da opinião que essa continua a ser a melhor garantia de sucesso na defesa do país, e até no crescimento económio, e dá-me raiva quando veijo a nossa tradição marítima ser tão desrespeitada e mal aproveitada pelos os nossos políticos.

Eu parto do seguinte princípio, o que levou Portugal a ganhar dinheiro no passado, e a crescer economicamente? Uma marinha de guerra forte, e uma marinha mercante para transportar produtos. Se alguma vez visitou o museu da marinha em Belém, vê um monte de barcos da história de Portugal, que foram todos fábricados em Portugal.

A partir de uma certa altura todos começaram a ser fábricados no estrangeiro, Inglaterra, França, Holanda, até no território do inimigo, Espanha. O que aconteçeu desde esse tempo no nosso país, perca de soberania, falta de produção, pouca industrialização, etc.... prefiro nem enumerar que já me dá um certo mau estar.

Sendo assim, há que investir na terra, navios "Made in Portugal" para marinheiros Portuguêses. E o mesmo se aplica aos outros ramos...Armas, para quê comprar aos estrangeiros, faça-se em Portugal. Carros blindados, feitos na Aústria, porquê? A Aústria tem menos população e é mais pequeno que Portugal, porque temos nós que comprar blindados aos Aústriacos? O que é que eles têm que nós se não temos, não podemos ter, especialmente agora que tem tanta gente desempregada.

Tudo isto irrita....
"Esta é a ditosa pátria minha amada."
 

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Tiger22

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« Responder #7 em: Março 02, 2004, 07:45:39 pm »
Fantástico "avatar" dremanu  :jaja:  :G-beer2:
"you're either with us, or you're with the terrorists."
 
-George W. Bush-
 

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foxtrot

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Apelo ao realismo
« Responder #8 em: Março 03, 2004, 09:49:21 am »
Saudações

Como novo membro do fórum não gostaria de iniciar a minha participação discutindo um assunto tão "polémico" quanto este, mas por um imperativo de consciência vi-me obrigado a fazê-lo.

Em primeiro lugar concordo no essencial com o manifesto. No entanto, julgo que certos aspectos foram negligenciados em detrimento de outros.
Parece-me que há um certo exagero na dimensão atribuída ao "perigo espanhol". É certo que a atitude do Estado espanhol relativamente a Portugal se tem baseado na hipocrisia e no desprezo em vários aspectos. Neste particular a atitude franco-espanhola de tentar "chutar" o Prestige para as nossas águas territoriais deixou-me chocado e enojado. Mas a meu ver este manifesto sobrestima a ameaça espanhola, negligenciando de certa forma a grande e real ameaça à nossa independência e integridade não só como Estado mas também como nação - o federalismo europeu. A possibilidade de Portugal ser engolido por uns Estados Unidos da Europa dentro de poucas décadas é assustadora, mas mais assustador é a inércia dos nossos políticos quanto a isto. Infelizmente  a nossa classe política está mais preocupada em extrair dividentos do poder do que em melhorar a vida dos Portugueses. Concretizando veja-se a partiidarização da função pública. Não é com esta banda de música que vamos a onde quer que seja. É por isso necessário alertar consciências e mudar mentalidades, mas para isso ser conseguido é também preciso ser objectivo e preciso.

 Resumindo, estou em perfeita sintonia com o manifesto apenas me parece que devia ser dada mais importância à ameaça federalista do que à arrogância espanhola.

Cumptos
 

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Ricardo Nunes

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« Responder #9 em: Março 03, 2004, 02:17:41 pm »
Seja bem vindo ao fórum defesa caro foxtrot.

Votos de boa participação!

1 abraço
Ricardo Nunes
www.forum9gs.net
 

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Galaicus

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« Responder #10 em: Março 03, 2004, 07:51:36 pm »
No quisiera parecer aguafiestas, pero me gustaría decir que por lo que a las intenciones de los españoles se refiere, Portugal puede durar mil años... :twisted: .

Y respecto a los deseos de que el vecino del Este se deshaga en media docena de republiquitas, o aún mejor, que se hunda en una guerra civil, yo diría: pobre tipo quien albergue ese tipo de pensamientos propios de gente mediocre. El odio es malo para la salud mental  :shock: .

Disculpen la impertinencia y el hecho de haber utilizado la lengua de Felipe II. Cumprimentos.
 

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dremanu

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« Responder #11 em: Março 03, 2004, 11:50:25 pm »
Komet, quando alguém lhe chamar "facho" ou "nazi", porque você é um Português patrióta, primeiro pergunte-lhes se eles sabem o que significa ser-se patriota? Depois pergunte a essa gente se eles gostam de falar a língua que falam, se gostam de comer a comida que comem, se gostam da beleza natural do nosso país, se gostam da família deles, se gostam dos amigos que têm, se tem alguma apreciação pela nossa história, e por fim se eles têm amor próprio e acreditam em si mesmos.

Se eles responderem que sim a várias destas questões, então diga a eles que são tão patriótas quanto você, porque quando se celebra o facto de sermos Portuguêses estamos a afirmar grande parte daquilo que faz quem nos somos. Se responderem que não, pergunte-lhes porque razão vivem eles em Portugal? Ou então se forem gente ignorante e estúpida, que não estejam dispostos a aprender nada, simplesmente ignore o que eles dizem.

Você e eu nascemos Portuguêses, não nascemos Chinêses, ou Tibetanos, ou Americanos, ou sejá lá quem for. Imaginem chegar ao pé de um Americano e perguntar se ele é ou não pátriota, o que acham que iriam nos responder? Não tenho a mínima dúvida que me diriam "America is No. 1"...Ou perguntar a um Francês o que ele pensa da França, "La France c'est le centre de l'univers"...sendo assim hà que não ter vergonha nenhuma de ser pátriota, e se alguém lhe perguntar se é ou não, encha o peito e diga SIM SOU, e com muito orgulho de o ser.

Grande abraço
"Esta é a ditosa pátria minha amada."
 

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Luso

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« Responder #12 em: Março 04, 2004, 12:01:45 am »
Qual é o problema de ser "facho"?  :twisted:
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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papatango

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« Responder #13 em: Março 04, 2004, 12:11:55 am »
Porque ser democrata é mais "in" e politicamente correcto. Além disso se formos democratas podemos chamar fascistas e comunistas aos outros ... :mrgreen:

Acho que Portugal deve ser uma grande democracia.

Mas também acho que os democratas devem andar com uma "cachaporra" (como se diz na minha terra) atrás das costas para escavacar a cabeça de quem se nos atravesse no caminho :mrgreen:
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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emarques

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« Responder #14 em: Março 04, 2004, 03:49:14 am »
Citação de: "dremanu"
Eu parto do seguinte princípio, o que levou Portugal a ganhar dinheiro no passado, e a crescer economicamente? Uma marinha de guerra forte, e uma marinha mercante para transportar produtos. (...) O que aconteçeu desde esse tempo no nosso país, perca de soberania, falta de produção, pouca industrialização, etc....


Se me permite discordar ligeiramente, foi exactamente demasiada atenção ao lado naval das coisas que acabou por marcar algum atraso português. Por exemplo, durante o século XVIII, chamado "século das estradas" porque a maioria dos países da Europa contruíu redes de estradas nos seus territórios, em Portugal não se construíu nenhuma. Isso porque o Marquês de Pombal via o tráfego marítimo como o verdadeiro motor. O resultado foi que não se criou a base para a pré-industrialização, e as tentativas de progresso económico no século XIX precisavam de um "arranque a frio". Tentou-se lançar programas simultâneos de construção de estradas e caminhos de ferro nessa altura, mas foi preciso muito crédito estrangeiro. E as dívidas acabaram por ser demais. As bases do atraso português encontram-se em deficiências dos sitemas educativos e no comodismo e imprevidência de que usou as riquezas coloniais para viver "à larga" em vez de, vivendo comodamente, criar as condições para que essa comodidade pudesse ser mantida.

Em relação à "invasão" da nossa economia, convém ver porque é que as empresas espanholas são mais competitivas que as nossas, em vez de passar o tempo a dizer que somos vítimas de uma grande conspiração. Existem empresas portuguesas a competir com sucesso em Espanha e noutros países. Mas também temos um panorama empresarial em que a grande maioria da empresas "dão prejuízo". Será que isto é culpa da grande conspiração espanhola, ou será que a culpa é do "patobravismo" dos "empresários"?

Quanto ao iberismo, claro que sempre existiram grupos que o defenderam. Por exemplo, há aquela história do embaixador de Franco em Berlim, que dizia a Hitler que "não existem razões, nem raciais nem históricas, para a existência de um Portugal independente". Mas generalizar é um erro, como o é passar o tempo com medo do "inimigo espanhol" e do perigo da perda da nacionalidade. Não é um governo em Lisboa que nos faz portugueses (o que não quer dizer que queira que deixe de existir). Os portugueses construíram a sua identidade durante séculos, e a interacção com o vizinho do lado também faz parte dessa identidade.
Ai que eco que há aqui!
Que eco é?
É o eco que há cá.
Há cá eco, é?!
Há cá eco, há.