Referi a perda de um importante centro de pesquisa e potencial produtor energético até para a própria Universidade, pelo facto de saber que teriam de se realizar obras (no fundo construir um novo reactor), devido aos problemas estruturais que foram detectados no ano passado.
A Universidade viu como um centro de despesas, o Estado não mexeu uma palha para recuperar o reactor e agora seguramente que nunca mais vira outro, disso não tenho dúvidas.
O interesse dos EUA, julgo que tem a ver com o facto do reactor português utilizar Urânio mais enriquecido que o normal e tinham receio do destino dos resíduos
No artigo que li sobre o assunto (acho que foi na revista Sábado), refere que quando este centro foi criado, anos 50 ou 60, toda a gente esperava que a energia nuclear fosse o El dorado, electricidade em quantidade e barata, este centro seria uma primeira pedra num futuro com centrais nucleares a produzirem energia para todo o pais, mas actualmente a mentalidade da população mudou, agora rejeita-se a existência de centrais nucleares (ex: Almaraz), agora o El dorado é as energias verdes. Está central já é antiga, e para continuar a operar teria que sofrer obras no valor de vários milhões de euros, pois os requisitos de segurança actuais são muito mais apertados que nos anos 50, e como já não temos interesse energético nessa fonte, ficava mais o Interesse académico e de investigação.
Os EUA não têm interesse em particular neste urânio, até acho que era o oposto, desde que este centro existe que o urânio vem de lá, e sempre que foi preciso substituir eles traziam uma nova carga e ficavam com os reziduos, até penso que está última carga até era a menos enriquecida que tivemos, só que na ultima troca que se fez os EUA disseram que só se comprometiam a ficar com os reziduos nucleares se eles fossem entregues até uma certa data, se tivéssemos a central a funcionar para lá dessa data, eles já não teriam obrigação de ficar com nada, se adiassemos teríamos duas soluções, pedir aos EUA e eles, sem qualquer obrigatoriedade e com muita boa vontade, aceitar os reziduos de volta, ou arranjar outro local para depositar esses reziduos, sabe-se lá onde.
O desmantelamento da central também vai custar dinheiro, mas assim é menos uma grande dor de cabeça que temos com que nos preocupar.