A maioria das religiões, nos seus costumes, dogmas e escrituras estão repletas de promoção à fertilidade. Até diria que é um ponto central das religiões Abraâmicas. O teu amigo à 50 ou 100 anos era provável que mesmo sendo homossexual, se reproduzisse.
Eu diria que todas as religiões Abraamicas (judeus muçulmanos e cristãos) se preocupam de sobremaneira com a questão da fertilidade.
No entanto acredito que esse é um problema de todas as religiões. Até mesmo das civilizações sul americanas, que ofereciam milhares de crianças em sacrificio para aplacar os deuses.
A questão da moral sexual está sempre a aparecer em vários tópicos, também por causa dos problemas com a igreja, nomeadamente a católica, ainda que este tipo de práticas esteja muito longe de ser exclusivo dos católicos - muito, mas muito pelo contrário.
Para lá das religiõe Abraamicas, e da moral sexual judaico-cristã (essencialmete baseada em Levitico ... "não te deitarás com homem como deitas com mulher) não podemos esquecer a moral sexual greco-romana, que na prática foi pelo menos parcialmente adotada pela igreja ortodoxa.
Hoje em dia, faz-nos muita confusão, mas a realidade é que os gregos (e aqui generalizo) tinham um comportamento sexual que hoje seria completamente desviante.
Os principais parceiros sexuais dos cidadãos gregos (fossem de Atenas e das cidades suas aliadas, fossem da liga do Peloponeso liderada por Esparta) não eram mulheres eram homens.
Depois nas preferências, a acreditar em interpretações de relatos de historiadores da época vinham as cabras e as ovelhas.
As mulheres vinham depois, e no fim da lista (digo eu, que as cabras e ovelhas nunca podiam alegar dor de cabeça).
Mas até os gregos perceberam que por muito que tentassem, nem os homens gregos, nem as cabras nem as ovelhas, produziam gregozinhos pequenininhos para crescerem e irem para a tropa. Portanto, tinham que fazer o sacrificio caso contrário acabava a Grécia.
Isto não era um problema menor. A maior parte da população das cidades-estado gregas tinha uma maioria de população escrava e de estrangeiros de outras cidades (Metecos) que não possuiam direitos politicos, ainda que de resto fossem iguais aos gregos.
A questão da população masculina era importante, pelo que não deveria ser sujeita à influência nociva das mulheres, vistas nas sociedades patriarcais gregas como algo de corrupto e negativo.
Isto pode parecer (e parece) absurdo nos dias de hoje, mas a realidade é que muitos conceitos transitaram até aos dias de hoje ...
Costumo lembrar o exemplo do Islão...
Uma religião que como outras, condena praticas entre pessoas do mesmo sexo...
Mas depois há coisas que não batem certo...
O Islão considera que cada homem pode ter até quatro mulheres legítimas e um número de concubinas que dependerá da sua capacidade para as sustentar.
O Islão promove esta prática, sendo considerado um ato de responsabilidade, quando uma mulher fica viuva, toma-la como concubina, para a proteger.
Mas, isto é em grande parte baseado num mito de que haveria sete mulheres para cada homem, e que cada homem teria direito ao seu pequeno rebanho de mulheres. Na realidade não é assim e mesmo se na antiguidade, morressem muitos homens com as guerras, a quantidade de mulheres não era assim tão superior à de homens.
Esta questão levanta uma pergunta...
Quantos muçulmanos não têm mulher nenhuma ? E se não têm mulher nenhuma como é que fazem ?A própria religião, aponta para a criação de uma situação em que grande parte dos homens não tem parceiro sexual do sexo feminino.Depois, temos outra característica do Corão, que é a de afirmar que
Deus desculpa tudo. E se um homem for forçado a fazer uma coisa que em principio vai contra a vontade de Deus,
caso seja mesmo necessário e não haja outra opção, Deus desculpa.Isto é utilizado como justificação para o terrorismo islâmico, em que há quem defenda que Deus dá o paraiso a quem morrer por ele.
Deus desculpa tudo...
Por isso, as práticas dos beduinos, de ter relações com crianças do sexo masculino, desde que não tivessem desenvolvido pelo no corpo, é referida por vários historiadors do tema. Na antiguidade, o conceito de pedofilia não existia e aparentemente, até aos dias de hoje, as práticas continuam a ser aceites. A pedofilia na igreja, não é por isso exclusiva, é apenas alvo da comunicação social...
A maior pressão sobre a igreja católica é facilmente identificavel. As criticas a alguns religiosos já existiam há muitos anos nos Estados Unidos, mas quando Barak Obama chegou ao poder, os conservadores católicos estavam entre os seus maiores opositores. É nessa altura que a pressão aumenta de forma devastadora e se transforma numa questão a nível nacional.
Os americanos acabam por levar a Europa atrás e os movimentos LGBT...Z aproveitam para bater nos conservadores, porque afinal eles são dos principais críticos desses movimentos.
O problema, é um problema de percepção. Ou seja, o problema existe porque aparece na comunicação social e é do conhecimento de todos, mas na realidade é algo muito mais complexo e muito mais complicado.
Estamos numa situação, em que se considera a possibilidade de, aceitar à vista de todos, aquilo que durante milénios foi a prática comum.
E é isso que irrita tanta gente.
Não é que as praticas existam, é que elas sejam reconhecidas.
Preferimos não falar das coisas, mesmo sabendo que os problemas existem. Preferimos olhar para o lado, e depois ficamos irritados quando somos obrigados a falar do que preferiamos que ficasse no armário.