A companhia petrolífera estatal russa Rosneft anunciou que vai parar todas as operações e vender todos os ativos na Venezuela, cedendo a pressões do Governo dos EUA. A medida responde aos apelos feitos pelos Estados Unidos, nos últimos anos, para que a Rússia suspenda as suas operações petrolíferas na Venezuela, permitindo uma importante forma de financiamento ao regime do Presidente eleito, Nicolas Maduro.A Rosneft, que é a maior empresa produtora de petróleo na Rússia, disse hoje, em comunicado, que decidiu vender todos os negócios na Venezuela a uma empresa que tem 100% de capital do Governo de Moscovo."Concluímos um acordo com a empresa totalmente propriedade do Governo da Federação Russa, para vender toda a participação nos negócios venezuelanos, incluindo 'joint ventures' com a Petromonagas, Petroperija, Boqueron, Petromiranda e Petrovictoria, assim como com empresas de extração e comercialização de petróleo", acrescenta o comunicado.A Rosneft é uma empresa petrolífera liderada por Igor Sechin, figura próxima do Presidente russo, Vladimir Putin.Para alguns analistas, esta decisão de comprar a posição da Rosneft na Venezuela revela a tentativa de o Governo russo proteger a petrolífera de eventuais futuras novas sanções económicas por parte dos Estados Unidos, mantendo assim o seu apoio ao regime de Nicolas Maduro, já que as sanções norte-americanas apenas podem ser aplicadas a empresas privadas.Os Estados Unidos foram o primeiro de cerca de 60 países a reconhecer a legitimidade de Juan Guaidó como Presidente interino, em janeiro de 2019, depois de este líder da oposição ter rejeitado o resultado das eleições nacionais de 2018, em que Maduro se declarou vencedor.O Governo norte-americano tem aplicado sanções a todas as empresas que façam negócio com o Governo venezuelano de Nicolas Maduro, como retaliação por o Presidente da Venezuela se recusar a marcar eleições livres e democráticas.A subsidiária da Rosneft que vende petróleo a clientes europeus foi uma das empresas atingida pelas sanções económicas dos Estados Unidos, que prometeram manter a pressão para a forçar a interromper as operações comerciais com o Governo de Nicolas Maduro.
O presidente venezuelano Nicolás Maduro anunciou esta terça-feira a captura de dois alegados "mercenários americanos" durante uma falhada incursão militar no país, no domingo, denunciada pela oposição como uma "montagem fabricada pelo regime".Maduro mostrou os passaportes e outros documentos de identificação de Airan Berry e Luke Denman, capturados segunda-feira na localidade de Chuao, no estado de Aragua, juntamente com outros 11 "terroristas". "Estavam a brincar ao Rambo. Estavam a brincar aos heróis", afirmou o presidente venezuelano, que na véspera tinha anunciado uma alegada "invasão" que teria como objetivo assassiná-lo, e culpou os EUA e a Colômbia de estarem por detrás do plano. "Essa situação na Venezuela não tem nada a ver com os EUA", garantiu ontem o presidente Donald Trump.Os dois americanos capturados trabalham para a empresa de segurança privada Silvercorp USA, sediada na Florida, cujo diretor, Jordan Goudreau, antigo militar das Forças Especiais dos EUA, confirmou estar por detrás da incursão militar, juntamente com o antigo militar venezuelano Javier Neto. "Eles trabalham comigo, são os meus homens", afirmou Goudreau sobre os dois detidos. O ex-militar adiantou ainda que tem mais operacionais no terreno e que as operações militares "prosseguem em várias províncias venezuelanas".Além dos mercenários capturados segunda-feira no estado de Aragua, o governo venezuelano anunciou também ter abatido outros oito "terroristas" e capturado mais dois no domingo, quando estes tentavam desembarcar a cerca de 30 quilómetros de Caracas. As autoridades dizem que os mercenários chegaram à costa em lanchas rápidas provenientes da vizinha Colômbia e que traziam consigo armas, munições e equipamento de telecomunicações.PORMENORESOposição fala em distração O líder da oposição, Juan Guaidó, negou qualquer envolvimento com os mercenários e acusou Maduro de criar uma "montagem" para desviar as atenções da pandemia, de um motim numa prisão e de um violento confronto entre criminosos na capital. Associado a GuaidóO ex-militar americano por detrás do plano, Jordan Goudreau, disse numa entrevista ter-se interessado pela situação na Venezuela após fazer segurança num concerto de solidariedade na fronteira com a Colômbia, no ano passado, que contou com a presença de Juan Guaidó.
Que palhaçada!...